21 de dezembro de 2014
Leituras
2Samuel 7,1-5.8b-12.14a.16
Salmo 88/89,2-5.27.29
Romanos 16,25-27
Lucas 1,26-38
“ALEGRA-TE, CHEIA DE GRAÇA, O SENHOR
ESTÁ CONTIGO!”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo de
Maria grávida. Estamos bem próximos! É o Quarto Domingo do Advento. Neste
Domingo, já se forma um clima de expectativa e preparação final.
Estamos
reunidos com Maria, a “mulher cheia de graça”, como ouvimos da boca do anjo!
Com Maria ouvimos a Palavra. Com Maria celebramos a Eucaristia: memória da
Páscoa de Jesus que deu sentido pleno ao Natal. Se não fosse a Páscoa, o Natal
não seria o que é: tão importante para nós! Nem mesmo Maria seria o que ela é:
tão importante para a humanidade como Mãe do Salvador e nossa mãe!
Lembrando a
espera de Maria, preparemo-nos para a novidade de Deus que chega para nós neste
Natal. Bendigamos o Pai pela manifestação do seu Filho em nossa vida, fazendo
que toda a humanidade entre no dinamismo do seu amor e da sua fidelidade.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – 2Samuel 7,1-5.8b-12.14.
O Filho de Davi. O Deus que tirou Israel do Egito e fez com ele uma Aliança
(Êxodo 20,2; 24,3-8), também estabeleceu Davi como rei, como “Servo” predileto
(2Samuel 7,5). Quando Davi quer construir uma “casa” (= templo) para Deus, este
manda Natã dizer que nunca precisou de casa alguma, mas acompanhou Israel numa
tenda (7,6b), em todas as circunstâncias (7,9) Por isso, Deus construirá uma
“casa” (= dinastia) para Davi, firme para sempre. Esta promessa é plenamente
realizada em Jesus, Filho de Maria, na linguagem de Davi (cf. 1Crônicas 17,1-15
– 2Samuel 7,1-3 cf. Deuteronômio 12,9-10; Salmo 131/132,1-5 – 2Samuel 7,8-11
cf. 1Samuel 16,11; salmo 77/78,70-71; 88/89,4.28-30 – 2Samuel 7,16 cf. 2Samuel
23,5; Lucas 1,32-33).
Na verdade a
tradição primitiva teve que responder à dupla apreensão de Davi: o futuro de
sua dinastia, e o futuro de seu povo. Sabemos que Davi não é rei de uma nação
homogênea: suas sucessivas unções no Sul (2Samuel 2,1-4), no Norte (2Samuel
5,1-3) e depois em Jerusalém (2Samuel 5,6-10) demonstram, claramente, que sua
realeza ainda era feita de fragmentos e porções.
Toda a
passagem (7,1-16) está moldada de um jogo de palavras. O versículo 5: “Eis o
que diz o Senhor: Não és Tu quem me edificará uma casa para eu habitar”;
versículo 11: “O Senhor anuncia-te que Ele quer fazer-te uma casa”; versículo
16: “Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de Mim”. Casa
significa alternadamente templo, descendência e dinastia. Todo este jogo de
palavras é usado para ensinar, de um lado, que Deus é totalmente independente
da dinastia davídica, a partir de seu fundador (cf. versículos 8-9), é
totalmente dependente de Deus. Deus não precisa de uma casa ou de um templo
para estar presente no meio de seu povo ou para manifestar essa presença. Sua ação
na história não está ligada a um lugar santo e não é de nenhum modo
geograficamente limitada. Um templo não servirá a título nenhum de garantia da
presença de Deus, nem de meio de pressão para obrigá-Lo a agir (cf. 1Reis 8,27;
Isaias 66,1ss; Atos 7,48).
Estas
intuições teológicas chega ao seu auge em textos do Novo Testamento como João
1,14: “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”, isto é armou a sua tenda
entre nós; João 2,21: “O templo do qual Jesus falava era o seu próprio corpo
(ressuscitado)”; cf. João 4,20-26; 1Coríntios 3,16-17). Em Cristo todos são
assumidos na Aliança filial entre Deus e as pessoas, que Nele, o descendente de
Davi por excelência, se tornam Pai e filhos e morada de Deus viva.
Salmo responsorial – Salmo 88/89,2-5.27.29.
O Salmo reflete uma liturgia de louvor no Templo de Jerusalém. O termo e
tema central é sem dúvida o de “rei da glória” (versículos 7-8). Mas a fórmula
assumirá significado profundamente novo em Belém: aí o cenário será simples e
muito humano. É considerado um Salmo real ou régio.
O hino começa
com uma introdução (versículos 2-5) Aí aparecem as duas palavras-chave deste
Salmo: “amor e fidelidade de Deus”. Afirma-se que o amor foi construído para
sempre e a fidelidade é mais firme que o céu (versículo 3). Essas duas palavras
aparecem, respectivamente, sete e dez
vezes ao longo dos 53 versículos do Salmo. Estão em jogo o “amor e a
fidelidade” divinos, traduzidos na história do povo como “Aliança” feita ao rei
Davi. Em outras palavras, o amor e a fidelidade de Deus aliado produziram uma
dinastia para o Povo de Deus: Davi terá sempre um descendente no trono.
O rei é
considerado filho primogênito de Deus, Altíssimo sobre os reis da terra
(versículos 27-28). Deus lhe mantém para sempre seu amor e fidelidade na Aliança
(versículo 29), também quando os descendentes dele ocuparem seu lugar no trono.
Qual o rosto
de Deus no Salmo 88/99? O Salmo revela um Deus aliado que caminha com seu povo.
Israel se orgulha de ser o escolhido de Deus, Senhor do universo e da história.
É o Deus do amor e da fidelidade que produzem justiça e direito. Indiretamente,
o Salmo aponta também para a função da autoridade política: ser agente da
justiça e do direito que Deus quer na sociedade. Portanto, o Deus deste Salmo
tem os pés no chão e faz história com seu povo.
Jesus Cristo é
a expressão máxima do amor e da fidelidade de Deus (João 1,17), palavras que
atravessam de ponta a ponta todo o Salmo 88/89. O tema da Aliança encontra
também em Jesus seu ponto alto. A nova e eterna Aliança é selada no sangue de
Cristo. O tema da unção está presente no batismo de Jesus e em toda a sua vida.
O Espírito está sobre Ele para dar início à grande utopia do reinado de Deus na
história. Jesus é o Messias.
Cantemos ao
Senhor de todo coração porque se revela fiel às suas promessas e ao seu amor
por nós para sempre.
Ó SENHIOR,
QUERO CANTAR O VOSSO NOME
DESDE AGORA E
PARA SEMPRE!
Segunda leitura – Romanos 16,25-27. O Mistério de Deus revelado em Jesus
Cristo e a fé universal. No hino final de Romanos, aparece o poder salvador de
Deus, que confirma a comunidade nascida do Evangelho. O sentido daquilo que,
como um germe, estava escondido nas antigas Escrituras, fica agora visível, e
isso, para todas as nações. Porém, esta manifestação não se impõe pela força,
mas exige a fé em Jesus Cristo e sua obra (cf. Efésios 3,20-21; 1Coríntios 1,8;
Colossenses 2,7; 1,26-27; Efésios 3,3-12).
A revelação do
Mistério é o cerne desta doxologia de Paulo. Este Mistério. Em geral, na
literatura paulina, é o do acesso dos pagãos à salvação, no raiar dos últimos
tempos (versículo 26); cf. Efésios 3,8-9; Romanos 11,25; Colossenses 1,25-27).
Este Mistério é concebido pela sabedoria de Deus, e “sábio por excelência”
(versículo 27), que pode prever o desfecho de uma história além dos séculos, no
século futuro (mesmo sentido em Daniel 2,20-28).
Este Mistério
estava antes escondido no tempo (versículo 25b); cf. 1Coríntios 2,6-8), mas
agora foi manifestado, primeiro por Jesus Cristo e sua morte por toda a
humanidade (tema essencial da Carta aos Romanos), em seguida por Paulo e pelo
Evangelho que ele deve proclamar ao mundo (tema do começo da carta: Romanos
1,5).
O Mistério
também é o segredo do mundo por vir, a constituição de uma humanidade
reconciliada com Deus e consigo mesmo. A sabedoria de Deus realiza este
Mistério na Cruz de Cristo; os Apóstolos Dele são as testemunhas e os
realizadores.
O desígnio de
Deus é sempre o mesmo, salvar todas as pessoas (cf. 1Timóteo 2,4), pois Deus é
fiel. Essa realidade, Paulo chama de Mistério. O Mistério corresponde à
Sabedoria de Deus (versículo 27); 1Coríntios 2,7; Efésios 3,9; Colossenses
2,2-3) escondido e agora revelado (versículo 25; 1Coríntios 2,7; Efésios
3,5.9s; Colossenses 1,26).
Agora, este
Mistério de Deus, isto é, sua vontade salvífica para com judeus e pagãos, que
sendo revelada e comunicada revela a própria pessoa de Deus em Cristo,
tornou-se conhecido das pessoas. As pessoas poderão então andar na “luz do
Mistério” revelado por Deus em Cristo, isto é, viver na esperança-certeza de que
Deus quer salvar todas as pessoas, viver na fé, que sendo resposta ao Evangelho
engaja a pessoa humana toda e por isso é sempre obediente, obediência que é fé.
Diante do
Mistério revelado, só há aceitação ou rejeição, não há meio termo. E a decisão
deve ser tomada agora, não pode ser deixada para amanhã. Cristo, chave da
história e do destino das pessoas, coloca toda a cada pessoa em crise, quando
tem de se decidir a favor ou contra Ele.
Evangelho – Lucas 1,26-38. Maria faz
parte da comunidade dos pobres que esperavam a libertação de Deus. Mas jamais
esperava que podia ser ela a mãe do Salvador, pois não tinha ainda se casado.
Por isso ela ficou sem entender... Ficou pensando no coração o sentido daquele
anúncio... ficou confusa...
É preciso
entender o quadro e o contexto histórico dos versículos 26-27. A aparição do
Anjo Gabriel situa a cena da Anunciação e a situa no seu contexto profético e
escatológico. Desde Daniel 8,16; 9,21.24-26, Gabriel era considerado como o
depositário do segredo do computo das “setenta semanas”, fixadas antes do
estabelecimento do Reino definitivo.
O anjo
aparece, inicialmente em Lucas 1,17 no Templo a Zacarias; seis meses depois
(180 dias) a Maria (Lucas 1,26), após nove meses (270 dias) Cristo nasce, e 40
dias mais tarde é apresentado no Templo de Jerusalém. Ora, esses números
perfazem um total de 490 dias ou “setenta semanas!”. Cada etapa é, aliás,
assinalada pela expressão “completados os dias...” (Lucas 1,23; 2,6; 2,22), que
dá aos eventos a significação de cumprimento profético.
Cristo é,
portanto, o Messias previsto em Daniel 9, ao mesmo tempo Messias humano e
misterioso Filho do homem, de origem quase divina (Daniel 7,13).
A Cena de
desenrola numa pequenina casa da Galiléia, região desprezada (João 1,46; 7,41),
em sensível contraste com a grandiosa cena da anunciação do Batista, no Templo
de Jerusalém (Lucas 1,5-25): já se insinua aqui a oposição entre Maria e
Jerusalém. Define-se desde a saudação do anjo. Este produz, com efeito, a
saudação de Sofonias 3,16 e Zacarias 9,9 que faziam de Jerusalém uma saudação
messiânica, destinada a anunciar-lhe a próxima vinda do Senhor “em seu seio”
(sentido literal da fórmula de Sofonias 3,16). O ano Gabriel transpõe,
portanto, para a Virgem, os privilégios até então atribuídos a Jerusalém.
A expressão
“cheia de graça” na fórmula de Lucas indica que a Virgem era “graciosa” como
Rute de Booz (Rute 2,2; 10,13), Ester perante Assuero (Ester 2,9,15,17; 5,2,8;
7,3; 8,5), como qualquer mulher aos olhos de seu marido (Provérbios 5,19; 7,5;
18,22; Cântico dos Cânticos 8,10). Esse contexto matrimonial é, pois,
profundamente evocativo: há muito Deus procura uma esposa que Lhe seja fiel.
Interpelada por uma expressão freqüente nas relações entre esposos, Maria
compreende que Deus vai realizar, com ela, o mistério dos esponsais prometidos
no Primeiro Testamento. Esse mistério atingirá mesmo um realismo inédito, pois
as duas naturezas – divina e humana – vão unir-se na pessoa de Jesus.
O anjo não
exige que a Virgem imponha a seu Filho o nome de Emanuel, previsto em Isaias
7,14. Nenhuma tradição, entretanto, pensava em “Jesus”, que significa “Javé
nosso salvador”. Este nome evoca dois personagens do Primeiro Testamento:
determinaram importantes ocorrências de salvação na história do povo: Josué,
“salvador” do deserto (Eclesiástico 46,1-2) e Jesus, sacerdote por ocasião de
Babilônia (Zacarias 3,1-10; Ageu 2,1-9). Jesus Cristo realizará uma salvação
bem mais decisiva quando ocupar o primeiro lugar da fileira, através do
sofrimento e da morte, para obter a salvação da humanidade inteira.
A criança que
vai nascer será fruto de uma intervenção especial de Deus; pertencerá àquele
mundo divino e celeste que a nuvem geralmente simboliza (versículo 35).
É importante
refletir que um Messias que não fosse homem não poderia associar a humanidade
na obra da salvação; um Messias que não fosse Filho de Deus não poderia nos
ensinar a única via possível de salvação: a filial adesão ao Pai.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Queremos
acolher e viver a Palavra de hoje, assim como Maria a acolheu e viveu. Com
Maria, queremos “dar à luz” Jesus e sua mensagem para o mundo, onde há milhões
de pobres excluídos, na expectativa de um futuro mais humano para todos. “a
missão do anúncio da Boa-Nova de Jesus Cristo tem destinação universal. Seu
mandato de caridade alcança todas as dimensões da existência, todas as pessoas,
todos os ambientes da convivência e todos os povos. Nada do humano pode lhe
parecer estranho” (Documento de Aparecida, 380).
Maria aceita
com fé a proposta divina e declara-se a serva do Senhor. Ela é modelo do
discípulo cristão e mãe da humanidade. “Com sua fé, Maria chega a ser o
primeiro membro da comunidade dos que crêem em Cristo, e também se faz
colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher
livre e forte emerge do Evangelho, conscientemente orientada para o verdadeiro
seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como
Mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem estar livre da incompreensão e da
busca constante do projeto do Pai” (Documento de Aparecida, 266).
O Evangelho de
hoje pode ser lido como a concretização perfeita e definitiva da promessa feita
a Davi na primeira leitura. Os dois textos revelam a gratuidade da ação de Deus
ao escolher Davi e Maria e, através deles, realizar suas maravilhas. Davi, um
simples pastor de rebanhos, é ungido para ser chefe do povo de Israel; Maria,
moradora de uma aldeia sem importância, torna-se a Mãe do Filho de Deus, Aquele
que herdará o trono de Davi e reinará para sempre. O Deus de Israel cumpre as
promessas feitas aos patriarcas, a Davi, a Maria. Davi e Maria experimentam a
gratuidade da ação de Deus.
Por isso,
pedimos no início da Missa: “Derramai, ó Deus, a vossa graça em nossos corações
para que, conhecendo a encarnação do vosso Filho, cheguemos, por sua paixão e
cruz, à glória da ressurreição”.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
“Cumpra-se em mim tua
Palavra”
A Palavra da
Salvação se faz gente no ventre da Mãe Maria. A fé cristã entende que, em Jesus,
Deus realiza aquilo que desde a criação guardou para Israel e foi revelando
pelo trabalho dos reis, pela voz dos profetas e pela lira dos cantores. No boca
de Maria, imagem do povo de Israel em aliança com seu Senhor, ícone da
fidelidade ao pacto que seus antepassados aceitaram de Deus, ressoa o sim às
suas promessas. Não por outro motivo, ela é chamada Arca da Aliança, uma
referência clara à “shechinah” (divina presença) que peregrina em meio ao povo,
guardada em seu interior. É imagem da Igreja, ainda por ser claramente “Casa da
Palavra”, pois em seu seio está o Verbo feito carne. Conseqüentemente se torna
“Bet-Lehem”, Casa do Pão, pois o Verbo feito carne deu a si mesmo como
alimento, para que vivamos a vida que o anima.
Ao celebrar
Palavra, proclamando as narrativas e cantando os hinos das Escrituras, a
comunidade cristã ocupa o seu lugar e se reconhece não somente grávida do
Verbo, mas, sobretudo, lugar onde Ele se torna história, na concretude da vida
no mundo.
O mesmo Espírito nos santifica na caminhada.
A Liturgia
celebrada é interpretação cultual e existencial das Escrituras. Nesse sentido, aquilo que é “dito” nos
textos é “visto e vivido” nos ritos. Podemos notar esse “procedimento” na
oração sobre as oferendas, que reza: “(...) o mesmo Espírito que trouxe a vida
ao seio de Maria, santifique estas colocadas sobre o vosso altar” e poderíamos
completar com a epiclese sobre os comungantes: “afim de que participando co
Corpo e Sangue de Cristo sejamos reunidos pelo (mesmo) Espírito Santo num só corpo”.
Quando nos reunimos, portanto, no amor de Cristo, faz-se a passagem do “antigo”
para o “novo”, não só dos “Testamentos”, passagem essa em que reconhecemos o
Novo realizando o Antigo se florescendo no Novo, mas, sobretudo, da velha
criatura que rejuvenesce e volta à condição de parceira fiel de Deus.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Neste Quarto
Domingo do Advento, vivemos este grande mistério: a Igreja está grávida de
Cristo. Ela está para dar à luz Jesus, no hoje do nosso tempo: Deus que vem
morar entre os empobrecidos; encarnar-se neles para salvá-los. Seria
interessante retomar o número 401 do Documento de Aparecida, que apresenta os
“novos rostos pobres”, “os novos excluídos”, frutos da globalização em que
vivemos.
Em cada
Eucaristia que celebramos tornamo-nos, em Cristo, corpo dado, dispostos a
colocar-nos a serviço dos necessitados, a exemplo de Maria modelo do discípulo
e da discípula.
É precisamente
celebrando a Eucaristia que sentimos a salvação nascer dos pobres que Maria tão
bem representa. Por isso, na Oração Eucarística louvamos, bendizemos e
glorificamos a Deus pelo mistério da Virgem Maria, Mãe de Deus.
Celebrando a
Eucaristia, entramos em comunhão com o Pobre mais pobre de todos os pobres: O
Verbo eterno do Pai, que, nascido Ca virgem Maria, viveu em tudo a condição
humana (menos o pecado!), morreu e ressuscitou pela salvação de todos, e agora,
na condição humilde de pão e vinho, se torna Corpo entregue e Sangue derramado.
Comungando deste Corpo entregue e deste Sangue derramado, assimilamos, dentro
de nós, o Pobre que Cristo é, para que com Ele sejamos também servos uns dos
outros na construção de uma sociedade nova, onde reinem a justiça, a comunhão e
a paz. É isso que Deus quer de nós ao celebrarmos o Natal do Senhor.
Por isso,
depois da comunhão, quem preside reza em nome de todos: “Ó Deus todo-poderoso,
tendo recebido hoje o penhor da eterna redenção (o Corpo de Cristo entregue por
nós!), fazei que, ao aproximar-se a festa da salvação, nos preparemos com maior
empenho para celebrar dignamente o mistério do vosso Filho, que vive e reina
para sempre. Amém”.
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Neste
domingo valorize-se, especialmente, a acolhida de todos que vêm para a
celebração, com a mesma alegria que a Virgem Maria acolheu o Salvador em seu
seio.
2. Valorizar a
participação das mães gestantes nos vários momentos da celebração.
3. Embora
estejamos perto do Natal, ainda é Advento. É oportuno, portanto, garantir ainda
o seu clima, evitando elementos festivos tipicamente natalinos (cantos de Natal,
luzes, muitas flores, etc.).
7-
MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo do Advento, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 2º
Domingo do Advento. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com
a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, “inseri-la no mistério celebrado” (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico I da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados no CD: Liturgia VIII, Advento – Anos B e C. Encontramos também no
Ofício Divino das Comunidades ótimas opções.
1. Canto de abertura. O orvalho do Céu faz o Salvador brotar da
terra (Isaias 45,8). Para este Quarto Domingo do Advento é muito oportuno o
canto “Oh! Vinde, enfim, eterno Deus, descei, descei dos altos céus”, CD: Liturgia
VIII, melodia da faixa 7. Esta canto é inspirado em vários textos bíblicos.
Outra ótima opção é o canto “Das alturas orvalhem os céus e as nuvens, que
chovam justiça...”, tirado de Isaias 45,8 e articulado com o Salmo 84/85, CD:
Liturgia IV, música da faixa 5.
2- Canto para o acendimento das velas da
Coroa do Advento. “Acendamos a lamparina”, CD, Cristo, Clarão do Pai,
melodia da faixa 2, Paulus. Ver no google.
3- Ato penitencial - O Ato
penitencial neste período pode ser feito conforme a terceira fórmula do Missal
Romano, página 395. A música ver no CD, Campanha da Fraternidade 2013, melodia
da faixa 4.
4. Salmo responsorial 88/89. Bondade e fidelidade de Deus
para com a casa de Davi. “Ó Senhor, quero cantar o vosso nome desde agora e
para sempre!”, CD: Liturgia VIII, música da faixa 8.
Para a
Liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido
cantado como prolongamento meditativo e orante da Palavra proclamada. Ele
reaviva o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e
fidelidade. A tradicional execução do Salmo responsorial é dialogal: o povo
responde com um refrão aos versos do Salmo, cantados um ou uma salmista. Deve
ser cantado da mesa da Palavra.
5. Aclamação ao Evangelho. “Eis
a serva do Senhor” (Lucas 1,38) “Aleluia... Eis a serva do Senhor! Que em mim
venha cumprir-se tudo quanto me disseste”, CD: Liturgia VIII, música igual a
faixa 9. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário
Dominical.
A aclamação ao
Evangelho é um grito do povo reunido, expressando seu consentimento, aplauso e
voto. É um louvor vibrante ao Cristo, que nos vem relatar Deus e seu Reino no
meio das pessoas. Ele é cantado enquanto todos se preparam para ouvir o
Evangelho (todos se levantam, quem está presidindo vai até ao Ambão).
6. Apresentação dos dons. A
escuta da Palavra e colocá-la em prática, deve despertar na assembléia a esperança
da chegada do Senhor. A partilha nos torna sinal vivo do Senhor. O canto de
apresentação dos dons, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita
versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na
fraternidade da Igreja reunida em oração. Neste Quarto Domingo do Advento o
canto mais apropriado seria: “Muito suspira por ti teu povo fiel, tua Israel, ó
santo Messias!”, CD: Liturgia VIII, música da faixa 10.
7. Canto de comunhão. “A Virgem
conceberá o Emanuel, “Deus conosco” (Isaias 7,14). A melhor opção para o canto de comunhão para este Quarto Domingo do
Advento é o canto: “Salve, Maria, tu és a estrela virginal de Nazaré”, CD
Festas Litúrgicas III, melodia da faixa 16. Se a equipe de canto não
conhecer, a Igreja oferece outras opções como: “A minha alma engrandece o
Senhor, meu coração muito se alegrou...”, CD: Liturgia VIII, música da faixa
11; “O Senhor fez por mim maravilhas, Santo é seu nome, CD: Liturgia IV, música
da faixa 12; “O Senhor fez por mim maravilhas, santo, santo, santo é teu nome.”
CD: Liturgia VIII, música da faixa 6. Estes
cantos retomam o Evangelho na comunhão de maneira autentica. Veja orientação
abaixo.
O fato de a
Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a
profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia, Eucarística e evidencia
que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um
compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e
do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hebreus 7,27).
8. Canto de louvor a Deus após a
comunhão: Durante o Tempo do Advento omite-se este canto
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1.
Contemplando o lugar em que celebramos, a partir da espiritualidade que nasce
dos textos bíblicos e eucológicos deste 4º Domingo, não podemos deixar de
reconhecer nele a esterilização da Arca da Aliança. É lugar de cumprimento
daquilo que se anuncia na Liturgia da Palavra e que nos nutre, ao comungarmos
do Pão e Vinho Eucaristizados.
2. Nesse
domingo, a imagem de “Nossa Senhora grávida” pode estar no átrio (entrada) do
lugar da celebração ou no presbitério próximo à Mesa da Palavra. Velas podem
estar acesas ao seu redor. O aroma do incenso queimando aos pés aos pés da
imagem, que pode ser um ícone, recorda o sacrifício de louvor daqueles e
daquelas que se dedicam a fazer a vontade do Senhor (cf. Hebreus 10,5-10/ II
leitura), como Maria de Nazaré.
3. Durante o
tempo do Advento, como já é costume, tem destaque a Coroa do Advento. Evite-se
utilizar flores e matérias artificiais e espalhafatosos, muitas vezes típicos
da linguagem comercial: pisca-pisca, festões, papai noel, etc. Fiel à sua
origem, a Coroa do Advento é confeccionada apenas com galhos verdes em forma
circular, símbolo do eterno que mergulha e se deixa entrever no tempo. A nossa exagerada criatividade fez a coroa tomar outras formas e, conseqüentemente,
perder seu sentido. As quatro velas acesas uma a cada domingo, de forma
crescente, anunciam que a Luz vence as Trevas. Proclamam o porvir da Páscoa do
Natal. A Coroa pode ser colocada próximo ao altar ou da mesa da Palavra.
4. Uma
orientação, em vista do Natal: evita-se enfeitar com pisca-pisca a árvore de
Natal localizada à frente da assembléia ou perto do presépio, como em muitas
comunidades se faz! É que o show de
pisca-piscas durante a Missa transforma-se em “ruído”, “rouba a cena”, pois
distrai as pessoas do verdadeiro centro de atenção, que é o mistério celebrado
na mesa da Palavra e na mesa da eucaristia. São símbolos da onda consumista das
festas natalinas e de final de ano que invade as mentes e os corações das
pessoas já desde o mês de outubro. Não se deixem influenciar por esta onda
consumista que queima etapas e deturpa o Mistério do Natal.
5. Que o
presépio seja, o quanto possível, expressão de nossa fé cristã e de nossa
cultura. É muito significativo construir o presépio em mutirão. Ele deve ser
simples como foi simples e pobre a manjedoura onde Jesus nasceu. Muitas vezes
enfeitamos o presépio de luzes, pisca-pisca e cores, enfeitamos tanto que
talvez nem dê muito para perceber que se trata de uma cena rural simplíssima
num lugarejo sem importância. Aliás, mesmo quando não há luzes e enfeites, a
cena é contemplada com os olhos da fé ou da milenar tradição histórica, e ambas
conseguem ampliar o que vemos, tornar tudo mais imponente do que realmente foi
no momento em que acontece. Da pequena Belém vem um grande sinal. O símbolo
fala por si mesmo. Se houver árvore de Natal, pode-se colocar nela frutos de
nossa terra e outros símbolos que expressem nossos sonhos e esperanças.
9. AÇÃO RITUAL
A celebração
deste quarto Domingo do Advento põe em evidência a figura de Maria como símbolo
que acontece cada vez que fazemos assembléia em torno da Palavra e do Pão e
Vinho Consagrados: o Verbo se faz carne e habita entre nós. No seio da Igreja é
gerado o Cristo, como verdadeiro dom de Deus para que todos tenham vida e a
tenham em abundância (João 10,10).
Ritos Iniciais
1. Após o
sinal da cruz e a saudação inicial, abrindo para a recordação da vida, convidar
a assembléia a recordar situações por meio das quais as pessoas se preparam
para acolher a visita do Senhor. Onde as condições permitem, proponha-se uma
breve partilha destas situações. Nos lugares em que não for possível, faça-se a
recordação em silêncio e nomeiam-se, com antecedência, algumas pessoas para
compartilhar com a comunidade alguns fatos que evoquem a preparação para o
Natal do Senhor. Isto também pode ser feito no início da Liturgia da Palavra,
antes de ouvir a Palavra que Deus fala pela Bíblia, quando a comunidade abre-se
para ouvir a Palavra d’Ele na vida.
2. A saudação de quem preside,
usando a fórmula “d”, manifestará a esperança e a certeza da realização das
promessas em Maria e também em nós:
“O Deus da esperança, que nos cumula de toda a alegria e paz em nossa
fé, pela ação do Espírito Santo, estejam convosco”.
3. Alguém pode introduzir a
assembléia no mistério celebrado, após a saudação do presidente com palavras
semelhantes:
4. Com a
intenção de exprimir o sentido da Coroa do Advento e de recuperar o seu sentido
original e litúrgico, sugerimos que, a cada domingo, nos ritos iniciais, depois
do sinal da cruz, da saudação do presidente e da recordação da vida, antes de
dar o sentido litúrgico, acende-se solenemente a terceira vela da coroa com a
seguinte oração de benção, dentro do rito proposto. Lembre-se que as velas não
são símbolo, mas a luz que elas irradiam, sim. Portanto, a cor das velas não
interfere no significado da Coroa do Advento, podendo, pois, utilizar quatro
velas brancas.
- Acendimento
Solene da Coroa do Advento:
Alguém se
aproxima da coroa, trazendo uma pequenina chama ou uma vela pequena acesa
(evitem-se os fósforos que criam ruído, apagam-se facilmente, enfraquecendo a
ação simbólica, do ponto de vista exterior, o que acarreta na assembleia
dispersão e impaciência). Depois de acesa a primeira vela, cantar este refrão
que está no CD, Cristo Clarão do Pai, melodia da faixa 2, Paulus. Se a equipe
de canto não tiver o CD, é só entrar no google que encontra-se a música e
também a partitura.
Acendamos a lamparina, acendamos a lamparina.
Sentinela a vigiar:
logo o Senhor virá, logo o Senhor virá.
Deus-Conosco: luz a brilhar. Deus-Conosco:
luz a brilhar!
5. Terminada
esta ação ritual, dirigi-se para a Mesa do Altar e do Ambão para acender as
velas que ladeiam tais peças.
6. Alguém pode introduzir a
assembleia no mistério celebrado, após a saudação do presidente com palavras
semelhantes:
Irmãos e irmãs, realização das promessas
ocorreu no seio de Maria e se prolonga no seio da comunidade cristã. A Igreja,
e exemplo de Maria, é a santa habitação preparada por Deus, pois nela se
prolonga a ação do Espírito Santo que fecunda em nós o Verbo Eterno do Pai. Que
a celebração nos ajude a mergulhar nesse grande Mistério, a fim de que sejamos
sensíveis e operosos no cuidado dos pobres, habitação desse mesmo Mistério.
7. O Ato
penitencial neste período pode ser feito conforme a segunda fórmula do Missal
Romano, página 395, que fala de um Deus que defende os pobres, que é refúgio
dos fracos e a esperança dos pecadores.
8. Na oração
do dia pedimos a Deus que derrame a graça em nossos corações, para que possamos
compreender que o Mistério da Salvação, entrou no mundo com a Anunciação e vai
até a Ressurreição.
Rito
da Palavra
1. Antes da Primeira
Leitura em vez de comentário que já caiu do uso, é interessante cantar a
repetição do Ofício Divino das Comunidades preparando o coração da assembléia
para acolher a Palavra:
- Abram-se os portões, o Rei vai chegar! (bis)
- Portas escancaradas para o Rei passar! (bis)
2. Destacar a
procissão com o Evangeliário do Altar para a Mesa da Palavra.
3. Após a
proclamação do Evangelho, pode-se fazer a benção da árvore de Natal,
iniciando-se com este texto de Isaías:
“Para ti virá o esplendor do Líbano,
pinheiros, olmeiros e ciprestes virão enfeitar minha morada” (Is 60,13).
Oração: “Bendito sejais, Senhor nosso Pai, que nos concedestes recordar com fé
os mistérios do nascimento de vosso Filho no meio dos pobres! Concedei a todos
nós, reunidos ao redor desta árvore, que sejamos enriquecidos com os exemplos
de vida de Jesus Cristo, que vive e reina para sempre. Amém!”.
4. Deixar sempre uns
instantes de silêncio após cada leitura e também após a homilia, para um
diálogo orante de amor e compromisso da comunidade com o Senhor.
5. Seria
interessante “cantar” a resposta das preces expressando o desejo e expectativa,
retomando o clamor das comunidades do Apocalipse: “Vem, Senhor Jesus!”.
6. Outra alternativa é nos quatro domingos do Advento,
as preces podem ser cantadas na forma de Ladainha do Advento, do CD: “Luz do Universo”,
do Mosteiro da Anunciação do Senhor, cidade de Goiás, ou também numa bonita
versão de Ir. Miria Kolling. Quem não tiver o CD, a Litania do Advento
(Ladainha) pode ser recitada no momento das preces, substituindo-as. Em todos
os domingos, preceda-se assim:
Oh, Senhor... Aleluia!
Sabedoria... Aleluia!
Vem, Messias... Vem, Senhor Jesus!
Vem, nos renova... Vem, Senhor
Jesus!
Oh, Justiça... Aleluia! Nosso
desejo... Aleluia!
Mora entre nós... Vem, Senhor Jesus!
Nosso anseio... Vem, Senhor
Jesus!
Misericórdia... Aleluia! Oh
prometido... Aleluia!
Vive entre nós... Vem, Senhor Jesus!
Nosso Messias... Vem, Senhor
Jesus!
Nossa força... Aleluia! Oh
Esperado... Aleluia!
Dentro de nós... Vem, Senhor Jesus!
Luz das nações... Vem, Senhor
Jesus!
Liberdade... Aleluia! Luz
das trevas... Aleluia!
Salva teu povo... Vem, Senhor Jesus!
Ressuscitado... Vem, Senhor
Jesus!
Nossa cura... Aleluia! Senhor
da Glória... Aleluia!
Tira a dor... Vem, Senhor Jesus! Oh Desejado... Vem, Senhor Jesus!
Oh conforto... Aleluia! Oh
Amado... Aleluia!
Dá esperança... Vem, Senhor Jesus!
Entre nós... Vem, Senhor Jesus!
Nossa alegria... Aleluia! Dentro de
nós... Aleluia!
Nos preencha... Vem, Senhor Jesus!
Rito
da Eucaristia
1. Na oração
sobre as oferendas suplicamos a Deus que o mesmo Espírito Santo e santificador
que trouxe a vida ao seio de Maria, santifique as nossas oferendas.
2. Na Oração Eucarística,
a reunião de todos em torno do Altar suscitará a experiência da Virgem na
experiência da Igreja “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. A mesma
Palavra que encontrou abrigo no seio da Virgem encontrará abrigo no pão e no
vinho e na vida dos comungantes.
3. O Prefácio do
Advento II nos parece bastante oportuno para este Quarto Domingo. “Predito por
todos os profetas, esperado com amor de mãe pela Virgem Maria”. Também
indicamos o Prefácio IIA que realça o papel importante de Maria na história da
salvação. O Hinário Litúrgico I, página 73, apresenta para este domingo a
louvação, em melodia popular, própria do Advento, muito apropriada para o eito
de Ação de graças na Celebração da Palavra.
Ritos Finais
1. Na oração
depois da comunhão suplicamos a Deus depois de nutridos pela Eucaristia penhor
da eterna redenção, preparemos dignamente o Mistério de Jesus Cristo.
2. A bênção solene
do Advento encerrará de modo especial este tempo bonito e dedicado à espera do
Senhor.
3. Lembrando a
gravidez de Maria, pode-se dar uma bênção especial às mães gestantes presentes
na celebração, e a todo o povo a bênção própria do Advento (página 519 do
Missal Romano).
Sugestão de
oração sobre as mães gestantes:
Presidente: Ó Deus, ternura de paz, nós
vos contemplamos na gravidez de Maria e na gravidez destas nossas irmãs. Dai
saúde a estas crianças que estão para nascer e tranqüilidade às suas mães. Elas
nos ajudam a esperar, com toda a criação que geme e sofre em dores de parto, a
libertação e a adoção de filhos e filhas de Deus. Bendito sejais pela alegria
da vinda de Jesus Cristo, nosso Salvador.
Todos: Amém.
Presidente: O Deus, defensor da vida,
confirme estas mulheres na fé e na missão de acalentar a vida que está para
nascer.
Todos: Amém.
Que elas
acompanhem sempre estas novas vidas com o seu amor maternal.
Todos: Amém.
4. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Vivei na
graça de Deus como Maria viveu. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
5. O Tempo do
Advento é oportuno para motivar a genuína devoção mariana, orientando-a, pela
liturgia, para seu verdadeiro fim: A contemplação daquela que se faz aberta
para que a Palavra do Senhor viesse habitar entre nós. É o que afirma o papa
Paulo VI na encíclica Marialis Cultus (cf. n. 4). Ela, Maria de Nazaré, é a
última testemunha da Antiga Aliança e a Primeira da Nova Aliança, pois recolhe
a esperança de Israel que em seu ventre se vê cumprida. Seus olhos se mantêm
permanentemente abertos, em estado de vigília e expectação. Assim, podemos dar
o devido destaque a sua “imagem ou ícone” e lhe seja dedicada uma saudação no
fim da celebração eucarística, nos ritos finais preferencialmente. Assim, após
a bênção final, é oportuno saudar a Virgem Maria Neste Quarto Domingo é muito
oportuno rezar a tradicional oração do Ângelus:
O anjo do
Senhor anunciou à Maria...
10- REDESCOBRINDO O MISSAL ROMANO
1. “Os dias de
semana dos dias 17 a
24 de dezembro inclusive visam de modo mais direto a preparação do Natal do
Senhor.” (IGMR, nº 42).
11- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Maria, por
sua palavra e por suas atitudes, fez-se modelo para todos os que crêem. O
Primeiro Testamento começa com a fé de Abraão (Gênesis 15,6). O Novo Testamento
começa com a fé de Maria. Ela é a Mãe e o exemplo de todos os membros da Nova
Aliança, assim como Abraão foi pai e exemplo dos crentes de Israel. Somente
nela a Igreja, comunidade dos fiéis, se realiza plenamente, porque sua fé foi
completa e perfeita.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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