12 de novembro de 2017
Leituras
Sabedoria 6,12-16
Salmo 62/63,2-8
1Tessalonicenses 4,13-18
Mateus 25,1-13
“PORTANTO, FICAI VIGIANDO, POIS NÃO
SABEIS QUAL SERÁ O DIA, NEM A HORA”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo das
dez virgens. Domingo é o dia em que a Igreja, Povo de Deus, reúne-se para
celebrar o mistério da fé, a morte e ressurreição do Senhor Jesus. Escutando a
parábola sobre as virgens prudentes e as virgens imprevidentes, contemplamos a
realidade do Reino futuro, quando a humanidade vai apresentar-se ao Pai
plenamente glorificada, como esposa que se enfeita para o seu marido.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – Sabedoria 6,12-16. No
meio dos grupos judeus que estavam sendo tentado pelos pagãos a abandonarem sua
fé e a se desviarem da Aliança de Deus, a leitura descreve a verdadeira Sabedoria.
Sabedoria
6,1-21 é uma exortação para adquirir a Sabedoria. Conforme 6,1s.21 ela
dirige-se a reis e governantes. Dirigindo-se aos judeus da diáspora,
provavelmente a de Alexandria no Egito, o autor quer convencê-los de que em
matéria de Sabedoria não ficam devendo nada aos filósofos pagãos. E esta
Sabedoria, apesar de transcender incomparavelmente a filosofia pagã, é mais
acessível porque é em primeiro lugar, uma dádiva divina, depositada na Criação.
A Criação é um reflexo inteligível da Sabedoria preexistente de Deus que em
cada pessoa pode se tornar um reflexo consciente. Por isso, todas as pessoas de
boa vontade podem achar e se encontrar com essa Sabedoria divina. O autor não
exagera. Cada pessoa recebeu do Criador uma consciência, o juízo, que julga a
moralidade dos atos humanos e faz conhecer o que se deve fazer e omitir.
Precisa-se até de esforço para não ouvir a voz da consciência. Esta Sabedoria
fala interiormente. Mas existe uma Sabedoria que fala de fora: a Lei de Deus e
a vida exemplar dos outros. Em última análise é Deus mesmo que, através da
Revelação de Sua Sabedoria, procura a pessoa humana e Se lhe revela. Procurando
a Sabedoria a pessoa é convidada a “abrir-se à gratuidade de Deus”
(Maertens-Frisque).
Como o amor e
a justiça também a Sabedoria é uma realidade dinâmica de Deus que busca a
aceitação da parte da pessoa e assimilação do modo de pensar, julgar e agir da
pessoa. Deus ama as pessoas que ele criou, esperando e buscando em resposta o
amor. Deus depositou em tudo o que criou, principalmente no homem e na mulher,
a Sua Sabedoria, esperando e estimulando que cada pessoa reencontre e tome e
promova esta Sabedoria no seu comportamento e na sua missão de co-criação e de
recriação.
O autor
inspirado por Deus introduz o elogio da Sabedoria, com um apelo aos reis e aos
governadores (6,1-11). A sabedoria deles vem do Senhor (6,3), que os submeterá
a um escrutínio rigoroso. Precisam por isso de ir à escola da Sabedoria, para
aprenderem a arte de governar os povos e a não abusarem do seu poder (6,9-11).
A leitura de hoje esclarece que a Sabedoria não está reservada aos grandes;
encontra-se a quem quer que a procure com ardor (versículos 12-13) e empenho
assíduo (versículos 14-15). A Sabedoria em pessoa precede-se e vai ao seu
encontro “cheia de benevolência” “nos caminhos” da sua vida de todos os dias
(versículo 16; cf. v.13).
A Sabedoria
assume neste texto feições pessoais. O seu aspecto (versículo 12) é luminoso e
alegre como a luz, incorruptível e sem defeito, não sofre a usura do tempo nem
o assalto desfigurador da morte (“inalterável”).
Como um ícone
Oriental atrai quem a contempla para o mistério de Deus, assim se manifesta e
atua a Sabedoria, atuando a presença de Deus e Sua ação nas criaturas humanas.
A Sabedoria põe-se a caminho para se dar a conhecer e amar, antes que o ser
humano dê início à sua procura (versículo 13). A sua ação escondida provoca o
desejo de instrução e cria uma atração que inflama o amor concreto. Assim o
discípulo da Sabedoria aspira a uma comunhão mais plena com a amada. A
sabedoria cresce nele, e ele na Sabedoria, num diálogo sem fim. E a Sabedoria,
que é imortal, vive nele como primícias da imortalidade.
Entrar nessa
relação profunda com a Sabedoria requer uma preparação cuidadosa e uma longa
aprendizagem. Cada pessoa se torna aprendiz (versículo 14). A procura da
Sabedoria tem sucesso se ela está presente na mente e no coração como o
pensamento da pessoa amada, uma luz constante que aquece e dá vida: “Meditar
sobre ela, é prudência consumada, e quem lhe consagra as vigílias depressa
ficará sem cuidados” (versículo 15).
“A Sabedoria
procura por toda parte os que são dignos dela” (versículo 16). Mas, quem é
digno da Sabedoria? Quem aceita o seu convite secreto e reza para a receber,
reconhecendo a própria insuficiência
(cf. Sabedoria 8,17-9,18), como fez o jovem Salomão? Quando o Senhor lhe
apareceu em sonho, ele pediu-Lhe não uma vida longa, nem a riqueza, nem a
vitória sobre seus inimigos, mas antes o dom de governar com Sabedoria o seu
povo (cf. 1Reis 3,5-15).
Salmo responsorial – Salmo 62/63,2-8. Para alguns este salmo
é uma súplica individual; outros o veem como oração de um rei; outros
classificam como ação de graças; outros, ainda, o classificam como súplica
individual, apesar de não existirem pedidos explícitos. O salmista só exprime
desejos.
A alma tem
sede de Deus, o corpo o deseja. É todo o ser da pessoa (alma, corpo) que
procura ansiosamente a Deus. Há uma imagem forte: a terra seca, esgotada e sem
água (versículo 2b). No passado, ele contemplava a Deus no Templo (santuário),
vendo o poder e a glória dele (versículo 3) traduzidos em ritos, sacrifícios,
etc. Há, pois, uma situação passada, que foi perdida, e o presente é de saudade
e vontade do reencontro.
A maioria dos
verbos está no futuro (versículos 4-6) a pessoa expressa seu desejo daqui para
frente. Pretende sem dúvida, voltar ao Templo para louvar, bendizer, erguer as
mãos, saciar-se, louvar a Deus com sorridos na boca. Chamam a atenção as partes
do corpo: lábios (versículo 4), mãos (versículo 5), boca (versículo 6).
O rosto de
Deus. Deus é nomeado três vezes no salmo. Mas é oportuno mostrar que o
salmista, sem Deus, é como se estivesse morto, incapaz de viver ou produzir
vida (versículo 2b). Tudo no corpo e na alma dele anseia pelo Deus vivo, abrigo
e sustento. O salmista procura Deus dessa forma. O rosto de Deus é aliado fiel.
Para entender
como o salmo ressoa em Jesus, basta ver o que se disse dos salmos de súplica. É
recordar à luz da sede, o que Jesus disse de si e de quem anseia por Ele em
João 7,37b-38: “Se alguém tem sede, venha a mim, e aquele que acredita em mim,
beba. E como diz a Escritura: ‘Do seu seio jorrarão rios de água viva’ ”.
A MINHA ALMA
TEM SEDE DE VÓS E VOS DESEJA, Ó SENHOR.
Segunda-leitura – 1Tessalonicenses 4,13-18.
Os primeiros cristãos esperavam a Parusia para breve. Achavam que seria a
segunda etapa da “vinda”, da qual a pregação de Cristo foi a primeira Seria o
“Dia do Senhor”, “aquele dia”. Imaginavam muita coisa “apocalíptica” a
respeito. Paulo precisa moderar essa imaginação, embora utilize o mesmo gênero
literário. O apóstolo assegura quanto aos “mortos em Cristo” (cristãos
falecidos), não há problema nenhum: quando Jesus vier, os que “morreram em Cristo”
ressuscitarão e até precederão no Reino os que ainda estiverem com vida, entre
os quais Paulo (4,17). Esta é a esperança cristã, que os outros conhecem
(1,13). 4,13-14 cf. Efésios 2,12; Colossenses 1,27; Romanos 1,4; 8,11; 10,9;
1Coríntios 15.4,15-17 cf. Mateus 24,30-31; 2Tessalonicenses 1,7-8; João 14,2-3;
17,24.
Trata-se da
sorte dos mortos e vivos na Parusia, motivo de preocupação para os
Tessalonicenses. Devido a influência das teorias judaizantes de ideias
milenaristas de um reino terreno, anterior ao definitivo, do qual participariam
apenas os que se encontrassem vivos no momento da Parusia, razão de preocupação
pelos familiares falecidos. Mais provável é que essas dúvidas surgissem do fato
de que os mortos já não poderem participar do cortejo vitorioso de Cristo na
Parusia. Paulo esclarece que a condição dos mortos, antes da Parusia, não é
pior que a dos vivos, porque, ao chegar a hora, antes ressuscitarão os mortos
e, depois, nós os vivos nos uniremos a eles para todos irmos ao encontro de Cristo
(versículos 15-17).
Paulo
esclarece uma dúvida terrível, a qual entristece os cristãos de Tessalônica
sobre o futuro dos companheiros na fé, falecidos antes da vinda do Senhor Jesus
(versículo 13). Teme-se que os “defuntos”, que estarão ausentes quando Ele
vier, fiquem excluídos da vida eterna de Cristo e do Pai. Paulo tranquiliza a
comunidade com dois argumentos: a eficácia vivificante da morte e ressurreição
de Jesus (versículo 14) e uma Palavra do Senhor. A respeito da vinda do Filho
do Homem, os mortos ressuscitarão (versículo 15; cf. Mateus 16,27-28; Mateus
24,20-31). Os que faleceram na fé em Cristo serão os primeiros no cortejo dos
ressuscitados e todos “estaremos sempre com o Senhor” (versículos 16-17).
A ressurreição
de Cristo é garantia da nossa ressurreição na morte. O verbo “dormir”,
significando a morte, é metáfora que se encontra na Bíblia, sendo bastante em
alto grau conforme ao dogma da ressurreição. Paulo restringe o problema aos
justos, “mortos em Cristo” (versículo 16): ressuscitarão e, junto com os vivos,
sairão ao encontro de Cristo para ficar sempre com Ele.
A vinda do
Senhor está descrita com imagens de valor simbólico (versículos 16-17). Como na
teofania do Sinai (cf. Êxodo 19,16-20), “voz”, “som de trombeta” e “nuvem”
traçam o ambiente majestoso em que o Senhor Se manifestará, para transfigurar
os cristãos e elevá-los ressuscitados para junto d’Ele na glória celeste. O
verbo no passivo (“seremos arrebatados”) anuncia que a ação transformadora será
inteiramente de Deus. Só Ele poderá introduzir-nos “sobre as nuvens”, na Sua
morada de “luz inacessível” (1Timóteo 6,16). Na Parusia quem estiver vivo será
arrebatado sobre as nuvens ao encontro do Senhor. “Arrebatado” não se trata,
pois, de morte (cf. 1Coríntios 15,51; 2Coríntios 5,2-4) como queriam Santo
Agostinho e Tomás de Aquino com a intenção de salvar a pena do pecado original.
Neles atuará o poder de Deus, fazendo-os passar diretamente do estado de
corruptibilidade para o de incorruptibilidade
A ressurreição
final reunirá aqueles que a morte mantinha divididos (“estaremos sempre com o
Senhor”, versículo 17). Mas Paulo torna mais incisivo o anúncio da felicidade
prometida: “Não precederemos os que morreram” (versículo 15). O sentido da
frase é: “Não ficaremos separados”.
Evangelho – Mateus 25,1-13. É tradição
da Liturgia (cf. também o Missal antigo) encerrar o Ano Litúrgico com a
perspectiva da destinação final do ser humano e do universo, perspectiva que
marca também a abertura do Ano Litúrgico. Os três últimos domingos formam assim,
junto com o 1º Domingo do Advento, a “moldura escatológica” do Ano Litúrgico,
que é o espelho da nossa vida com Deus. Isto aparece, sobretudo, na escolha dos
evangelhos: o 1º do Ano Litúrgico trouxe Mateus 24,37-44; os três últimos
trazem a continuação: Mateus 25. Estes textos constituem os dois terços do
“Sermão escatológico” do Evangelho de Mateus 24-25.
Enquanto a
segunda leitura continua a dos domingos anteriores (mas mesmo assim,
casualmente, evoca a perspectiva final), a primeira leitura combina com o
Evangelho graças ao tema do encontro: encontro com a Sabedoria (Sabedoria
6,12-16), encontro com o esposo escatológico (Mateus 25,6). Se a mensagem da 1ª
leitura é: “Procura”, a do Evangelho é: “Vigiai” (Mateus 25,13). A 1ª leitura
situa-se numa perspectiva sapiencial (procura da Sabedoria divina pelo homem),
o Evangelho na perspectiva escatológica: Deus que vem. Não basta a busca do ser
humano, é preciso uma iniciativa de Deus (sentido da escatologia). A busca do
ser humano é necessária para que ele se deixe encontrar por Deus, “vigiando”.
Mateus 25,1-13
é uma das mais belas parábolas do Evangelho. Uma parábola descreve, geralmente,
uma cena da vida cotidiana, de modo a provocar em nossa inteligência um
despertar, uma faísca, que nos faz ver algo de uma realidade superior, difícil
de ser descritas em termos diretos. A primeira palavra da presente parábola
mostra a sua importância escatológica: “Então...” é o “então” escatológico,
presente em todo o contexto dos capítulos 24 e 25 de Mateus. Portanto, não é o
Reino de Deus no sentido geral (realeza de Deus, vontade de Deus), Mas o Reino
de Deus “então”, isto é, na vinda do Senhor, que é evocado por esta parábola.
“então acontecerá algo como aconteceu com as dez jovens...”. De fato, as
“jovens” da parábola são moças solteiras, aias, isto é, criadas de fino trato,
que devem formar o cortejo do casamento de uma amiga sua. O costume era que o
noivo fosse à casa da noiva e, depois, a levava para a sua própria casa, com um
cortejo alegre, iluminados pelas tochas que as jovens traziam (as lâmpadas).
Chegando o cortejo na casa do noivo, havia as danças (dos homens, das mulheres
separadas dos homens) e, finalmente, o festim. É pois, provavelmente, na casa
da noiva que as jovens esperando a chegada do noivo, para ir ao seu encontro
com as tochas. Estes necessitavam ser alimentados com uma boa quantia de óleo.
Era preciso levar consigo uma jarra de óleo. É o que as imprevidentes
descuidaram. Na hora em que o noivo chegou (“atrasado”, diz o texto, e nos
parece bastante natural, mas provavelmente é uma referência ao “atraso da
Parusia” grande problema dos primeiros cristãos), o óleo com o qual as tochas
tinham sido embebecidos no começo da noite já estava no fim. As previdentes não
queriam repartir o óleo, pois poderia acontecer que no fim não sobrasse nenhuma
tocha acesa! Assim, as imprevidentes viram-se obrigadas a procurarem os
vendedores (nas aldeias não há horário de fechamento dos armazéns) e chegaram
atrasadas à festa. O noivo não as tendo visto no cortejo não as pode reconhecer,
também não se mostrou interessado em deixá-las participar da festa.
É uma história
não muito caritativa para muitos. Há coisas que não se resolve sendo bonzinho.
Por exemplo, a falta de atenção e empenho que as jovens imprevidentes. “Mas”,
pode alguém questionar, “a culpa é do noivo, que chegou tarde!” O próprio
Evangelho de Mateus já deu a resposta: ninguém sabe o dia nem a hora em que o
Senhor virá (Mateus 24,36.42.44.50). A segunda geração cristã marcou
especialmente o atraso do noivo, pois exprime a sua própria situação: para eles
também, o Esposo escatológico se fazia esperar mais do que previsto.
Podemos
encontrar nesta parábola (como também igual valor no Evangelho de Lucas
12,35-38 ter os rins cingidos e as lâmpadas acesas) um ensinamento duplo.
Significa, em primeiro lugar, que nós devemos “ter o coração ligado” para com o
que está para acontecer, ou melhor, para Aquele que há de vir. Em segundo
lugar: que nós precisamos de longo fôlego, de muitas reservas, para enfrentar
um possível “atraso” (Mateus 24,48; cf. Lucas 12,38). Quase todos os autores do
Novo Testamento ocupam-se com o problema do atraso da Parusia. Pelo menos nos
anos 50 depois de Cristo, Paulo instrui os Tessalonicenses a respeito dessa
questão (1Tessalonicense 5,1ss, 2Tessalonicenses 2,1ss). No fim do primeiro
século, São João proclama a presença, já agora, do Juízo para quem não acredita
no Filho do Homem (João 5,24s; cf. 12,31), embora não deixe de anunciar também
a Parusia em termos tradicionais (João 5,28ss, etc). Os autores do Novo
Testamento esperavam a Parusia para breve (1João 2,18), mas reconhecem que ela
se faz esperar mais do que previsto, Mateus constata que a chama do amor já
está apagando em alguns (Mateus 24,12, acrescentado ao texto paralelo de Marcos
13,13); mas, como Lucas (nos Atos dos Apóstolos), ele vê nesse atraso o tempo
da missão universal da Igreja (Mateus 24,14; cf. 28,19-20).
A parábola de
Mateus 25,1-13 inscreve-se, portanto, numa perspectiva específica do Século I
depois de Cristo: a esperança da Parusia para breve e o problema causado pelo
seu atraso. Será que tem, então, ainda uma mensagem para nós hoje? Com certeza
sim. Todos nós sabemos que no plano individual, não temos a última palavra
sobre o nosso tempo de vida neste mundo. Há uma vinda individual de Deus em
nossa vida, e esta é irrevogável: é a nossa morte.
Ao mesmo
tempo, como acontece em outras parábolas, Jesus apresenta o juízo para promover
a “vigilância” (versículo 13) as consequências da insensatez induzirão os
discípulos a escolher e a cultivar a Sabedoria. Mas a frequência do Senhor é
tarefa que dura a vida inteira. Até que o hoje da salvação é anunciado na
História, quem está atrasado pode sempre resgatar o tempo perdido. Mas a
responsabilidade da escolha é minha, é sua. Não pode delega-la a outros nem
atribuir a outros a sua obstinação no caminho da insensatez.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
O Ano
Litúrgico aproxima-se do final. Neste, e nos dois domingos seguintes, a
celebração eucarística oferece-nos o alimento para que o encontro com o Senhor
seja uma festa e não um juízo. Toda a liturgia guia a assembleia dominical a
contemplar o carinho infinito de Jesus Cristo. A Sua pessoa reveste-Se de
qualidades da Sabedoria (primeira leitura) e revela-a em plenitude aos cristãos
como sabedoria da Cruz e esplendor da glória. Ele foi o primeiro a vir
procurar-nos “para Se dar a conhecer” (Sabedoria 6,13) no sinal mais elevado do
amor: dar a vida pelos Seus amigos (João 15,13).
Quanto mais se
ama uma pessoa, tanto mais se está disposto a espera-la. E quanto mais se
espera, tanto mais cresce o desejo e o amor por ela. Os pais e os bons amigos
sabem muito bem disso. A última luz que se apaga numa casa é a de quem espera
que o outro chegue. Quem ama vive “na espera”, não “junto” dela, como se fosse
um dos muitos compromissos para realizar. O cristão formará dentro de si um
espaço para a espera, onde ela possa viver. E estará sempre pronto, porque fará
da espera o seu próprio modo de vida, num contínuo ato de amor, como o salmista
que tem sede de Deus.
Ninguém está
excluído, à partida, da alegria do encontro. Jesus-Sabedoria continua a
procurar-nos, quer sejamos sábios, quer sejamos inexperientes ou insensatos. Em
cada ser humano palpita uma aspiração secreta pela Sabedoria. A visão bíblica
da Sabedoria, recorda o desejo natural ilimitado de todo ser humano de
conhecer, que o obriga a fazer perguntas perante as novidades do Universo. Aqui
está pronto um espaço para a Sabedoria que vem do Alto. Pensar, perguntar é uma
exigência prioritária para a procura da verdade e para a liberdade da mente,
hoje alienada pelos inúmeros estímulos sensoriais e instintivos; pelo
consumismo, pelo individualismo e pelo materialismo.
As dez jovens
da parábola, segundo o ritual de casamento do tempo de Jesus, são uma espécie
de “damas de honra”. Na noite do casamento, elas estão esperando o noivo, que
foi acertar o contrato nupcial com o pai da noiva e que vem para conduzir a
noiva à sua casa. No entanto, o esposo demora a fechar o contrato e só chega
muito tarde, quando a metade das jovens já não tem mais óleo para manter suas
lâmpadas acesas.
Está parábola,
fortemente inspirada pelo Cântico dos Cânticos e contada apenas por Mateus,
serve para manter as comunidades – representadas pelas jovens – na espera
amorosa da manifestação do Reino. Talvez no momento em que o Evangelho foi
escrito, muitas comunidades estivessem desanimando e enfraquecendo na
“vigilância” e na esperança da vinda do Senhor. Daí a insistência: enquanto Ele
não vem, é preciso estar vigilantes na expectativa desse encontro, com óleo
preparado e o ouvido atento para escutar, na escuridão da noite, os sinais que
anunciam a Sua chegada.
Não é por
acaso que o Livro do Apocalipse termina com este grito ansioso de espera da
esposa/comunidade pela vinda do Cristo/esposo: “Vem, Senhor Jesus!” (Ap 22,21).
Há uma dimensão de Advento que caracteriza, permanentemente, a dinâmica das
comunidades. O centro delas é o Reino, para ele volta-se a sua atenção, e, para
permanecer nesta atitude, elas empenham todos os esforços.
As pessoas
prudentes assemelham-se aos que ouvem a Palavra de Deus e as põe em prática
(Mateus 7,24), seguindo o caminho do discipulado com autenticidade. É
“insensatez” deixar que o óleo da lamparina termine pela falta de uma vida sem
fundamento em Jesus Cristo. Ainda que o noivo demore chegar, a lâmpada da
“vigilância” deve estar preparada. “Eis o noivo! Saí ao seu encontro!”. É o
grito no meio da noite que expressa o anseio pela chegada do Reino. Como na
época em que o Evangelho de Mateus foi escrito, em torno do ano 85 depois de
Cristo, é preciso reavivar a fé, manter a espera ativa pela prática da justiça
(Mateus 24,12). Todos devem estar preparados com lâmpadas acesas, para entrar
com o noivo na sala do banquete das bodas, na festa do Reino de Deus (Mateus
8,11s; 22,1-14). A salvação é dom gratuito de Deus, mas a porta fechada mostra
que exige estar unido, comprometimento.
A reunião
litúrgica da comunidade é a expressão-símbolo dessa vigilância. Celebramos
porque vigiamos e vigiamos porque celebramos. Através dos dias e dos anos, essa
chama da espera do Senhor Jesus é mantida firme e acesa pelas assembleias
litúrgicas, especialmente através da Eucaristia, quando a comunidade retoma a
prece do Apocalipse e proclama: “anunciamos, Senhor a vossa morte e proclamamos
a vossa ressurreição, vem, Senhor Jesus!”. Não é sem razão a vigília foi o
primeiro tipo de oração das Igrejas cristãs. As comunidades se reuniam durante
a noite de sábado para acolher em oração o Santo dia do Domingo. Portanto o
Domingo é o maior dia santo que existe. E Santo Agostinho assim dizia à sua
comunidade, em meados do século IV, por ocasião da mãe de todas as vigílias, a
Vigília Pascal: “Esta noite, que é de nossa Santa Vigília, se enche de toda
claridade. Ela nos dá esta esperança que, com a Igreja inteira, sobre toda a
face da Terra, nós não seremos mais surpreendidos pela noite quando o Senhor
voltar. Pois, para nós cristãos, viver não é outra coisa que vigiar. E vigiar é
abrir-se à vida”.
4- A PALAVRA SE FEZ CARNE E SE FAZ CELEBRAÇÃO
A Boa Nova nos
faz atentos para não deixar que falte o óleo do amor solidário, da prática da
justiça. Proclamar Jesus com uma vida vazia de seu espírito e verdade, é manter
as lamparinas apagadas.
A Eucaristia,
bem como a escuta profunda da Palavra, vai moldando em nós a santidade que Deus
espera de cada um de nós. É o pão que nos sustenta na caminhada da vida rumo à
pátria definitiva. Para isso vigilância e lâmpadas acesas.
5- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Realizar a
liturgia da Palavra com especial carinho, proclamando bem as leituras e cantar
o Salmo responsorial de forma que a assembléia participe repetindo o refrão.
Substituir os comentários por breves instantes de silêncio depois da cada
leitura.
2. A homilia
deve ajudar a assembléia a ligar a Palavra de Deus com a realidade em que
vivemos e com o mistério que celebramos.
3. Dar maior
atenção a toda a liturgia eucarística como ação de graças – dom gratuito que
Jesus Cristo faz de sua vida ao Pai pela libertação da Humanidade: cantar o
prefácio (ou a louvação da celebração da Palavra), o santo as aclamações e o
Amém final da Oração Eucarística. Evitem-se cantos e gestos devocionais e
individualistas (“Bendito, louvado seja”, “Deus está aqui”, “Eu te adoro,
hóstia divina” etc.).
4. A narrativa
da instituição da Eucaristia não é uma imitação da última ceia; por isso não se parte o pão neste momento como
algumas vezes acontece. A liturgia eucarística, como se disse, é fazer o
que Jesus fez: tomou o pão e o vinho, deus graças, partiu o pão e o deu (comer
e beber). O partir o pão, como Jesus fez, corresponde à fração do pão em vista
da comunhão. Por isso, a Redemptionis Sacramentum, número 55, considera um
abuso partir o pão durante o relato da instituição.
5. Dia 14, é
Dia Nacional da Alfabetização. No dia 17, lembramos a memória de Santa Izabel
da Hungria, esposa, religiosa, protetora das floristas e servidora dos pobres.
No dia 18 lembramos a memória da Dedicação das Basílicas de São Pedro e São
Paulo em Roma.
6- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 32º Domingo do
Tempo Comum, é preciso executá-los com
atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a
comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um
movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma
celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de
um movimento.
O uso do
repertório litúrgico, proposto nas celebrações, conforme o Hinário Litúrgico da
CNBB, deve ser mantido. Contudo, as variações e opções não devem restringir,
mas se ampliar, segundo o espírito da celebração e a inteligência da liturgia.
O Canto de abertura tem a função ministerial de nos introduzir no mistério
celebrado.
1. Canto de abertura. “Chegue a Ti minha súplica” (Salmo 87/88,3). “A
ti, Senhor, meu pedido”, CD: Liturgia VII, melodia da faixa 15.
Jesus Cristo é
o Caminho que nos leva ao Pai, a Verdade que nos orienta e a Vida que renova o
mundo e que nos enche de alegria. Contemplando o mistério da “vigilância”,
outra ótima opção para este Domingo é o canto: “Vós sois o Caminho, a Verdade e
a Vida, o pão da alegria descido do céu”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia
da faixa 10.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD: Festas Litúrgicas e também a versão da CNBB
musicado por Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor é chamado de “doxologia maior” em contraposição com a “doxologia menor”
que é o “Glória ao Pai...”. Trata-se de um hino antiqüíssimo, iniciando com o
louvor dos anjos na noite do Natal do Senhor (Lucas 2,14), desenvolveu-se
antigamente no Oriente, como homenagem a Jesus Cristo. Não constitui uma
aclamação à Santíssima Trindade, mas um hino Cristológico, isto é, os louvores
se concentram no Filho Jesus. É um hino pelo qual, a Igreja reunida no Espírito
Santo entoa louvores ao Pai e dirige súplicas ao Filho, Cordeiro e Mediador.
3. Salmo responsorial 62/63. É
preciso ter sede de Deus. “A minha alma tem sede de vós e vos deseja, ó Senhor”,
CD: Liturgia VII, melodia da faixa 16.
Para a
Liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido
cantado como prolongamento meditativo e orante da Palavra proclamada. Ele
reaviva o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e
fidelidade. A tradicional execução do Salmo responsorial é dialogal: o povo
responde com um refrão aos versos do Salmo, cantados um ou uma salmista. Deve
ser cantado da mesa da Palavra.
4. O canto ritual do Aleluia. Vigilância
constante (Mateus 24,42,44). “Aleluia... É preciso vigiar e ficar de prontidão”,
CD: Liturgia VII, melodia da faixa 17.
Por ser
diferente do Salmo Responsorial, o verso é uma citação do Evangelho que se
segue.
Mais do que
qualquer outra aclamação (Amém ou Hosana), o Aleluia é expressão de pura
alegria de êxtase. É o júbilo, a que Santo Agostinho se referia como “a voz de
pura alegria, sem palavra”. Este júbilo nos ensina que não podemos racionalizar
muito o mistério da Palavra. A Palavra deve tocar não nosso intelecto, mas o
coração.
O canto ritual
do Aleluia (ou aclamação do Evangelho é executado de forma “responsorial”.
- Aleluia (por
um solista);
- Aleluia
(retomado por toda a assembléia);
- Versículo
(por um solista)
- Aleluia
(retomado por toda a assembléia).
Esta forma
responsorial só é completa, quando o versículo bíblico é cantado, pois, caso
contrário, a resposta não tem seu verdadeiro efeito. Por ser diferente do Salmo
Responsorial, o verso é uma citação do Evangelho que se segue.
5. Apresentação dos dons. Momento
de partilha para com as necessidades do culto e da Igreja. O verdadeiro cristão
sempre passa das trevas à luz. A exemplo de Cristo, nós devemos partilhar com
os necessitados. O dízimo que ofertamos e o que contribuímos com a coleta da
Missa é partilha ou sobra? Devemos ser oferendas com as nossas oferendas para
socorrer os necessitados. “Bendito seja Deus Pai...” CD: Liturgia VII, melodia
da faixa 12.
6. Canto de comunhão. “Portanto, ficai vigiando, pois não sabeis o
dia e a hora em que o Senhor virá” (Mateus 25,13). “É preciso ficar acordado,
para entrar no cortejo festivo”, CD: Liturgia VII, melodia da faixa 18.
7- ESPAÇO CELEBRATIVO
No espaço
sagrado, sugerimos dispor várias tochas acesas ou aquelas “velas mariposas”
também chamadas “lamparina mariposa” que se coloca água e óleo num copo.
Pode-se colocar em volta do Ambão e em vários lugares adequados do espaço
celebrativo.
8. AÇÃO RITUAL
Acolher bem as
pessoas, que aos poucos vão formando a assembléia, símbolo do Corpo do Senhor.
O ensaio dos cantos e um breve momento de silêncio favorecem o clima de oração,
de participação interior e exterior, de encontro de Deus Pai com seus filhos e
filhas reunidos em assembleia.
Valorizar os
momentos de silêncio durante a
celebração (no início da celebração, após cada leitura e o canto do salmo, após
a homilia, após a comunhão...) para que o louvor bote do coração e da vida, não
só dos lábios. Privilegie-se o silêncio
como expressão de intimidade pessoal e comunitária com o mistério celebrado
Ritos Iniciais
1. A
celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto
de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a
assembléia no Mistério celebrado. O uso do repertório litúrgico, proposto nas
celebrações, conforme o Hinário Litúrgico III da CNBB, deve ser mantido.
Contudo, as variações e opções não devem restringir, mas se ampliar, segundo o
espírito da celebração e a inteligência da liturgia.
2. Sugerimos na saudação inicial, a
fórmula “c”, do Missal Romano que são as palavras conforme a 2Ts 3,5:
O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de
Deus e a constância de Cristo, esteja sempre convosco.
4. Em seguida,
dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido
litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono um leigo/a
devidamente preparado (Missal Romano página 390). O sentido litúrgico pode ser
proposto, através das seguintes palavras, ou outras semelhantes:
Domingo das dez virgens. Na celebração
de hoje recebemos do Senhor o mandamento da vigilância ativa e constante, para
apressar Sua vinda aqui e agora, com os olhos abertos aos sinais de Deus na
História sendo previdentes e tendo as lâmpadas acesas.
6. Seria muito conveniente um ato
penitencial, conforme algum dos formulários propostos pelo Missal Romano. Vale
a pena uma leitura atenta dessas propostas que exaltam a misericórdia de Deus
acima dos nossos pecados. A melhor opção para o Ato penitencial seria a fórmula
5 para o Tempo Comum, página 394 do Missal Romano que destaca Cristo pobre para
nos enriquecer.
Senhor, que sois a plenitude da verdade e da graça, tende
piedade de nós.
Cristo, que vos tornastes pobre para nos enriquecer, tende
piedade de nós.
Senhor, que viestes para fazer de nós o vosso povo santo,
tende piedade de nós.
6. Cada
Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de
louvor (glória).
7. Na Oração
do Dia deste domingo pedimos ao Deus da Vida, de poder e misericórdia que afaste
de nós todo obstáculo que nos impede de estar a serviço da Vida.
Rito da Palavra
1. É bom
lembrar que caiu em desuso comentários antes das leituras. Antes da Palavra de Deus,
nenhuma palavra humana. Antes das leituras, cante-se um refrão meditativo.
2. Para a
Profissão de fé, as comunidades que a celebrarão à noite, pode-se, na chegada, distribuir
velas aos fiéis. Se não for possível velas para todos, pode ser para as pessoas
da equipe de celebração e coordenadores de pastorais e movimentos. A profissão
de fé é um ato simultaneamente pessoal e comunitário. De fato, o primeiro
sujeito da fé é a Igreja.
Rito da Eucaristia
1. A
preparação dos dons tem uma finalidade prática, expressa na procissão com que o
pão e o vinho são trazidos ao altar. Segundo o costume das refeições judaicas,
bendiz-se a Deus pelo alimento básico, o pão, e pela bebida mais significativa,
o vinho. Evitar chamar este momento de “ofertório”, pois ele acontece após a
narrativa da ceia (consagração).
2. Na Oração
sobre o pão e o vinho suplicamos a Deus que lance sobre as oferendas um olhar
de perdão e de paz para que possamos com afeto cordial, viver o mistério da
Paixão de Cristo.
4. Para este
Domingo é muito oportuno que se escolha o Prefácio dos Domingos do Tempo Comum
VI, que destaca Cristo com o penhor da Páscoa eterna e que também somos
peregrinos neste mundo cujo embolismo reza: “Em vós vivemos, nos movemos e
somos. E, ainda peregrinos neste mundo, não só recebemos, todos os dias, as
provas do vosso amor de Pai, mas também possuímos, já agora, a garantia da vida
futura”. Nosso grifo no texto identifica aqueles elementos em maior
consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado
na própria, ao modo de mistagogia. Ou a Oração Eucarística para Diversas
Circunstâncias II “Deus conduz sua Igreja pelo caminho da salvação”, que
apresenta a comunidade como peregrina neste mundo, sempre acompanhada de Cristo
e orientada para o Reino. Esta Oração Eucarística e o Prefácio VI trazem a
tônica escatológica, afinada ao conjunto da liturgia deste Domingo.
5. É muito
oportuno usar a fórmula “b” do Missal Romano, João 8,12 para o convite à
comunhão:
Eu sou a luz do mundo; quem me segue não
andará nas trevas, mas terá a luz da vida.
6. De acordo com as orientações em vigor, a comunhão
pode ser sob as duas espécies para toda a assembléia. A comunhão em duas
espécies manifestará o caráter escatológico da Eucaristia (Lucas 22,18). A
comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas
espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete
eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova
e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete
eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai (IGMR, nº 240). Quando
bem orientada, a comunidade aprende fácil esse rito que é resposta obediente ao
mandamento do Senhor “tomai e bebei”.
Ritos Finais
1. Na oração
pós-comunhão agradeçamos a Deus pela Eucaristia e também suplicamos para que
persevere a graça da autenticidade naqueles que receberam a força do Espírito.
2. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: “Ficai
vigiando, pois não sabeis qual será o dia nem a hora em que o Senhor virá”. Ide
em paz e que o Senhor vos acompanhe.
9- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com óleo em
nossas lâmpadas, vamos atravessando o tempo na espera das vindas de Cristo e na
expectativa da sua derradeira volta, quando nos tomará para, depois da morte,
nos transfigurar. Convivendo com a sabedoria que vem de Deus e agindo prudente
e vigilantemente, esperamos a vinda do Senhor-Esposo.
O objetivo da
Igreja é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas
outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor
o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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