26 de julho de 2015
Leituras
2Reis 4,42-44
Salmo 144/145,10-11.15-18
Efésios 4,1-6
João
6,1-15
“RECOLHEI OS PEDAÇOS QUE SOBRARAM, PARA
QUE NADA SE PERCA”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo da
multiplicação dos pães. A partir deste domingo, interrompendo a seqüência do
Evangelho de Marcos, a liturgia nos propõe, por cindo domingos, o capítulo 6 do
Evangelho de João, com a narrativa da multiplicação dos pães e o discurso sobre
o Pão da Vida.
A
multiplicação dos pães não é apenas uma imagem da Eucaristia, mas também do
banquete messiânico no final dos tempos, quando todos serão saciados e a morte,
vencida. Este é o verdadeiro sentido da missão de Jesus.
Neste domingo,
celebramos Jesus ressuscitado, pão que alimenta, dá sentido a nossa vida e é
proposta de saciedade para tido tipo de fome que angustia a humanidade.
Unimos ao
memorial da Páscoa de Jesus e a ação solidária de todas as pessoas e grupos que
se empenham fraternalmente na luta contra a fome e a miséria crescente do povo,
desafiando o sistema de acumulação que domina nosso mundo.
Acolhemos com
carinho todas as pessoas, mas hoje, especialmente a presença dos avós em nossa
celebração.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – 2Reis 4,42-44. A intenção da narrativa desta leitura é a de revelar
que Eliseu não foi inferior a Elias, em carisma e em poder. Como na missão
profética de Elias relatava uma multiplicação de pães (1Reis 17,1-15), era
preciso que um milagre semelhante pudesse ser atribuído a Eliseu. É a
finalidade da breve passagem lida hoje na liturgia.
Multiplicando
os pães, Elias estava principalmente atento à miséria dos pobres; a
multiplicação feita por Eliseu retém, por seu lado, a abundância de pães, a
importância dos restos e o caráter prodigioso do acontecimento (versículos
43-44).
Eliseu deu uma
ordem ao servo: “Dá os pães a estes homens... Ma o servo respondeu: Como
poderei dar de comer a cem pessoas com isto”. Em seguida o servo “lhes deu e
comeram”. “Eis o que diz o Senhor: Comerão
e ainda sobrarás”. Esta ordem dada por Eliseu ao servo não era mera palavra
humana de um homem qualquer, mas uma palavra cheia de vigor do homem de Deus
Eliseu (versículo 42a).
Segundo os
especialistas da Bíblia, é certo que a multiplicação dos pães feita por Elias e
Eliseu influenciou a redação das narrações evangélicas sobre a multiplicação
dos pães de Jesus. Qual era a intenção desta referencia e alusões a 2Reis
4,42-44? A resposta é simples. Jesus veio para cumprir a Lei os Profetas. Era,
pois, conveniente mostrar que Ele autenticava sua missão através de sinais que
os profetas fizeram. O evangelista João acentua esta perspectiva, anotando a
exclamação do povo: “Este é verdadeiramente o Profeta que há de vir ao mundo!”
(João 6,14).
A atividade
profética de Eliseu teve lugar no Reino do Norte. No seu tempo, muitos pobres,
para sobreviverem, submetiam-se a dívidas com os latifundiários, vendendo seu
trabalho por nada. Eliseu homem de Deus, ajuda o povo a se organizar para sair
de tal situação. A libertação não é um favor,
A
multiplicação dos pães sacia cem pessoas, com vinte pãezinhos de cevada,
lembrando a fartura do maná, no tempo de Moisés. Embora à primeira vista pareça
não ser suficiente para tanta gente, quando partilhado, satisfaz a todos e
ainda sobra.
Fartura,
abundância, alimento à vontade são frutos da partilha, a qual é sinal da
realização do projeto de Deus, da chegada do tempo messiânico que se realiza em Jesus Cristo.
Salmo responsorial 144/145,10-11.15-18. É
um hino de louvor à grandeza de Deus, abrindo o grande louvor final do livro. É
um hino de louvor de uma pessoa que convida outras a fazer o mesmo. O contexto
é público e o motivo do louvor são as obras de Deus na história do povo. De
fato, daqui até o fim, todos os salmos são desse tipo.
O convite
começa na primeira pessoa do singular. Domina o tema do Reino de Deus. O tema
comum é a misericórdia de Deus. O Salmo 144/145, diante da beleza da criação,
que é reflexo da magnitude e perfeição do Criador, bendiz o nome do Senhor.
Afirma que o Senhor é misericórdia, piedade, amor, paciência e compaixão. O
Senhor ama a todos e é bom para com todos: sua ternura abraça toda a criatura.
Vale a pena retomar as afirmações do Salmo a respeito de Deus, pois resumem e
expressam muito bem o que a liturgia toda proclama.
O salmo
destaca como é o rosto de Deus. Os títulos dado a Javé sintetizam o rosto de
Deus neste salmo: grande, piedoso, bom, fiel, amoroso e justo. Um Deus que se
interessa pelas pessoas e se aproxima com o seu rosto. “Sua ternura abraça toda
a criatura” (versículo 9). Um Deus aliado que faz justiça, defendendo os
oprimidos da ganância dos injustos. Aparece também como Criador e doador de
vida para todos.
Demos graças
ao Senhor porque Ele sempre se aproxima de nós e sempre nos dá provas do seu
amor. Que Ele nos ajude a buscar de novo a sua face. Com o Salmo 144, louvemos
a fidelidade de Deus, traduzida em suas obras amorosas: ele ampara, endireita,
dá alimento, estende a mão e sacia. Ao cantar este salmo em nossas celebrações,
renovemos a nossa confiança no Deus que quer vida e fartura para o seu povo.
SACIAI OS VOSSOS FILHOS, Ó SENHOR!
Segunda leitura – Efésios 4,1-6. O
apóstolo Paulo tem diante de si um dos três problemas que ameaçavam a Igreja
nascente, a discórdia (versículos 1-3), os outros dois eram as divisões dos
ministérios (versículos 7-11) e as heresias (versículos 14s). A esses perigos
Paulo opõe a unidade em Cristo
(versículos 4-6) como único modo de superar discórdias e ciúmes (versículos
12s) e heresias (versículo 16), assim ele faz uma advertência mais longa sobre
a união dos membros da Igreja na caridade e na paz.
A nossa
conduta é decorrência normal de uma opção de fé. Dogma e vida, fé a ação estão
permanentemente unidos. Assim na vida concreta da comunidade deve-se manifestar
a fé.
Paulo
prisioneiro, por ter andado segundo sua vocação de Apóstolo, anunciando Jesus
Cristo, exorta os que estão livres a orientarem suas vidas segundo o chamado
que tiveram. Assim sendo, o cristão foi chamado, escolhido e predestinado por
Deus para ser seu filho (Efésios 1,4s), por isso deve andar de modo especial
(cf. Atos 14,16).
Passa-se a
indicar, então, qual o modo de se trilhar o novo caminho: humildade, mansidão,
generosidade e paciência. Como vemos, são virtudes concretas do bem viver, da
vida em comum, que têm por base a humildade,
que não é esporádica, mas um constante renunciar a ser o primeiro, a mandar, a
fazer prevalecer a sua própria opinião e que se caracteriza pelo servir, isto
é, procurar o desprezível, agir de maneira discreta sem dar na vista, deixar
morrer o seu eu. Como o Cristo, entrar num processo de Kenosis, isto é, de
esvaziamento.
Humildade
provém do latim humilis, que por sua
vez deriva de húmus (= terra)
Humildade é, pois, o que está ao nível do solo e se move perto da terra. Algo
que corresponde exatamente à nossa pequenez e condição de criatura, parte
pequena do cosmos. Humilde é aquele que com sabedoria e realismo reconhece a
distância que o separa do seu Criador. Por isso, “humildade é caminhar na
verdade” (Santa Teresa).
Ser generoso,
longânime é repartir o que se tem (Atos 2,44s; 4,32.34s). Tudo isso no amor,
que faz um suportar o outro. Afinal de contas todos foram unidos num único povo
por Cristo (Efésios 2,14) e devem se aceitar e amar como são. Vivendo na paz,
dom de Deus que frutifica pelo esforço de cada pessoa humana, realizarão
concretamente na vida a união que possuem no Espírito, fonte de unidade.
Não resta
dúvida que este leitura é uma exortação à unidade.
Paulo, na prisão suplica aos efésios que vivam de acordo com a vocação a que
foram chamados e se esforcem para manter a unidade, já que receberam um mesmo
batismo. O reconhecimento da paternidade de Deus nos leva a admitir que os
“demais” são nossos irmãos.
A unidade é a
essência da Igreja: um corpo, um espírito, um Senhor, uma fé, um batismo, um só
Deus e Pai de todos. E para manter essa unidade é preciso: humildade, paciência
e suportar-se mutuamente na caridade. A humildade
e a modéstia desempenham papel muito importante onde a unidade é ameaçada.
A mansidão, o espírito pacífico e a docilidade são comportamentos que
distanciam toda espécie de rixa, evitam a agressividade e o sentimento de
superioridade. A paciência é um sinal essencial do amor e torna possível a
unidade e a paz. É o Espírito que cria e conserva a unidade.
Paulo descreve
essa fonte de unidade em três partes, cada uma com três elementos: o Espírito
que anima o Corpo de Cristo e a esperança que ele faz nascer (versículo 4); o
Senhor ressuscitado, a fé que o professa e o batismo que dele faz participar
(versículo 5); enfim, o Pai, acima de todos, por todos e em todos (versículo
6).
Portanto,
trata-se de uma fórmula trinitária: com efeito, é na vida comum das três pessoas
divinas que reside o segredo da unidade na comunidade e a unidade das pessoas.
Mas a fórmula menciona o Pai em terceiro lugar, em vez do primeiro (cf. Efésios
1,3-14), porque a unidade que se trata se faz progressivamente pela ascensão da
humanidade, com o Espírito e Cristo, até o próprio Pai.
Para mostrar
de que modo a vida divina faz a unidade com a humanidade mas também a da
pessoa, Paulo estabelece uma relação entre cada virtude teologal e cada pessoa
da Trindade; o Espírito sustenta a
esperança (1Coríntios 12,13; Efésios 2,18; Romanos 8,26-27), Cristo chama à fé (Romanos 10,8-17) e o Pai está “em todos” para neles fazer nascer
amor e comunhão (2Coríntios 13,13; Filipenses 2,1).
No entanto, a
Trindade confere seu verdadeiro sentido a todo processo de amor, pois ela
realiza a unidade perfeita entre pessoas que não deixam de ser perfeitamente
distintas. Não é com essa unidade que toda pessoa sonha, em seu encontro de
amor com o outro?
Participamos
do mistério Trinitário entrando num tipo de comunhão com todas as pessoas, onde
cada um só pode ser feliz em relação com todos. Ligando cada virtude teologal a
cada pessoa da Trindade, Paulo afirma que a pessoa humana partilha da vida
trinitária na medida em que vive sua vida como um dom de Deus, adquirido em Jesus Cristo que veio
estabelecer a paz e a unidade.
Sem a
Trindade, todo o nosso empreendimento de unidade é destinado ao fracasso, quer
ele divida as individualidades, quer aglutine as personalidades. Na relação com
a Trindade, pelo contrário, cada pessoa pode ser verdadeiramente ela mesma.
Evangelho – João 6,1-15. João tem
muitas vezes o hábito de relatar um acontecimento e fazê-lo seguir de um
discurso que explicita seus temas.
Basta
compararmos a versão da multiplicação dos pães em São João com a de Mateus,
Marcos e Lucas, para localizar essas características e esses temas. Enquanto
que nos outros três evangelhos, a multiplicação se situa no fim de um dia de
pregação, em São João ,
ela ocupa todo o lugar, a ponto de deixar a impressão de que a multidão vem
para comer. Jesus se apresenta de início, na versão de São João, preocupado em
dar de comer (versículo 5), enquanto que, nos outros evangelhos, ele só dá de
comer depois de ter percebido que nenhuma solução era possível (Mateus
15,32-33).
A
multiplicação dos pães é o quarto sinal
do Evangelho de João, sinal central dentre os sete que simbolizam toda a ação
de Jesus. Este sinal é apresentado seis vezes nos quatro evangelhos.
È fundamental
notar que Jesus se encontra na Galiléia, região de trabalhadores pobres,
mantida por latifundiários que moram na corte de Herodes. A Páscoa dos judeus
está próxima, mas o povo prefere não ir a Jerusalém, e seguir Jesus;
libertam-se, assim, do poder explorador concentrado no templo de Jerusalém.
Jesus é o
verdadeiro libertador que conduz à Páscoa autentica: é o novo Moisés, que sobe
ao monte e é rodeado por muita gente que deseja escutá-lo. Às vezes vinham de
longe, atraídos pela fama dos sinais que realizava. Jesus aproveita um desses
momentos para ensinar a partilha, característica fundamental de seu projeto.
Começa interpelando os discípulos como solucionar o problema da fome do povo.
É a mesma
situação apresentada na primeira leitura. Pão de cevada era comida modesta, de
pobres ou gente simples, e o único alimento que tinham para partilhar naquele
momento.
Jesus não dá
esmola; Ele ajuda as pessoas a repartir o que têm, mesmo que seja cinco pães e
dois peixes... Há uma grande diferença entre dar esmola e o ato de repartir. A
solidariedade, o partilhar gera irmandade, trazem a alegria da salvação a
todos. A esmola o paternalismo podem produzir desigualdade, descontentamento,
divisão, dependência, humilhação.
Jesus encarna
a generosidade de Deus. O povo come o quanto precisa e ainda sobram doze cestos.
Doze é número simbólico que, às vezes, se refere à organização do povo. Mas o
que se torna claro é que não se deve desperdiçar o dom de Deus.
O primeiro
tema com o qual João da uma colorida no relato é o do maná do deserto e, de um
modo mais geral, o da experiência do deserto. A conversa inicial entre Cristo e
Filipe lembra a que se passa entre Deus e Moisés, antes que Deus multiplicasse,
até que todos ficassem saciados, a carne reclamada pelo povo (Números
11,21-23).
O cuidado
dispensado pelos apóstolos, especialmente designados para isto (contrariamente
à versão de Mateus, Marcos e Lucas), com o recolhimento dos restos (versículo
13), tende a mostrar que, ao contrário do maná que logo apodrecia (Êxodo
16,16-21), o pão de Jesus é imperecível
(João 6,27.51) e, consequentemente, sinal de eternidade.
O segundo tema
da narrativa é o da refeição escatológica. A questão colocada por Jesus, no
versículo 5, faz imediatamente pensar em Isaias 55,1-3; 65,13. O fato de que o
pão abençoado por Jesus seja um pão de cevada, o pão dos pobres (detalhe
ressaltado apenas por João), reforça a idéia de que o banquete oferecido por
Jesus satisfaz plenamente os “pobres de Javé” com a plenitude messiânica.
Outro detalhe
importante é notar que Cristo se antecipa mais na narrativa de João do que nas
narrativas dos outros três evangelhos: ele próprio fornece a matéria prima,
dirige o diálogo inicial (versículos 5-10) pronuncia a bênção da mesa e
distribui o pão (versículo 11). Nos outros três evangelhos, Jesus manda os
apóstolos saciarem o povo (idéia de missão) e em João o próprio Jesus distribui
a pão. Portanto, trata-se realmente de um relato destinado a revelar a pessoa de Jesus, isto é, a
refeição é destinada a conduzir os discípulos até o mistério de sua pessoa.
Mas o povo
entende a multiplicação dos pães numa mentalidade de messianismo político; não entende a referência do sinal. Nos
versículos 14-15 se anuncia a palavra de Jesus diante de Pilatos: “sou rei, mas
meu reino não é deste mundo”. Este é o sentido profundo da ambigüidade de João:
sob os sinais matérias esconde-se uma realidade espiritual, que só se revela a
quem procura Jesus na fé em sua palavra; e este recebe o verdadeiro alimento
messiânico.
Jesus saciou
concretamente pessoas que tinham fome e, se revelou o pão da vida eterna, ele o
fez a partir de uma realidade terrestre. O pão que ele fornece não é somente o
símbolo do pão sobrenatural: não é possível revelar o pão da vida eterna sem se
engajar verdadeiramente nas tarefas de solidariedade humana: o amor dos pobres,
assim como o dos inimigos, é o teste por excelência da qualidade da caridade. Reconhecer
aos pobres o direito de receber o pão da vida é engajar-se até o fim das
exigências do amor e traduzir por uma nova multiplicação dos pães em escala
universal, o gesto empreendido por Cristo.
A Eucaristia
distribui o pão da vida em abundancia e em todas as dimensões, mistério da pessoa
de Cristo, sinal da escatologia, sacramento da Páscoa. Mas só existe verdadeira
recepção desse pão da vida no despojamento e numa disponibilidade absoluta, que
faz de cada participante um irmão dos mais pobres entre as pessoas.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
A fome é uma
questão que atinge a todos nós. Jesus se deparou com a fome, assim como seus
discípulos, a Igreja primitiva e também atinge a humanidade até hoje. O
desequilíbrio entre nações ricas e a multidão de pobres é assustador. Como
cristãos somos seguidores de Jesus, que, a partir da realidade de seu tempo,
saciou concretamente pessoas que tinham fome e se revelou como pão.
Com os
critérios da sociedade torna-se impossível saciar a fome dos pobres. O poder
público lida com grandes somas, mas nunca direciona esses recursos para
resolver o problema do povo. É preciso mobilizar e descobrir a força que se
encontra no meio dos pobres. Jesus usa os pães dos pobres (menino), sem criar
dependência do dinheiro.
Quantas vezes
vemos grupos que se organizam com um mínimo de estrutura. Cooperativas surgem
do nada e se desenvolvem com o esforço suado dos seus membros. Em vez da
confiança no dinheiro, aposta-se na eficácia da solidariedade que se apóia na
partilha generosa, que faz crescer em dignidade e autonomia. Ao contrário, há
projetos que se sustentam com muito dinheiro. O risco do monopólio e da
dominação de uns sobre os outros, nestes casos, é muito maior e nem sempre os
resultados são proporcionais aos recursos empregados; nem sempre os resultados
são de partilha e compaixão.
A revelação de
Jesus como pão só se realiza no compromisso com a solidariedade, a partilha e o
engajamento em uma nova “multiplicação de pães”, em escala nacional e mundial.
Compete a nós a sétima multiplicação de pães, para ser plena.
Se o povo
passa fome, não é tanto pela pobreza em si, mas pelo fechamento de quem não se
importa com os demais. A partilha marcou profundamente as primeiras comunidades
cristãs. Ao partir o pão, descobre-se a presença nova do Ressuscitado!
A salvação
trazida por Jesus atinge a nossa vida em todas as suas necessidades; é total,
não deixa ninguém com fome. Por isso, nossa atuação e responsabilidade com as
questões sociais, econômicas e políticas são sinais da salvação que Deus quer realizar,
hoje, através da nossa ação.
Ao multiplicar
os pães, Jesus nos oferece critérios evangélicos fundamentais para vivermos a
fraternidade, a partilha e a solidariedade. É repartindo e sendo solidários que
vamos realizar o projeto de Jesus, banquete de fartura e de alegria entre
irmãos que se amam. O dinheiro, a terra, os bens ou servem para criar a
fraternidade ou acabam dividindo e matando as pessoas.
Jesus ensina
que a dinâmica do Reino é a arte de repartir. Todo o dinheiro do mundo não
seria suficiente para comprar alimento necessário para os que estão passando
fome... o problema não se soluciona
comprando, mas repartindo.
A dinâmica do
mundo capitalista é precisamente o dinheiro. Cremos que sem dinheiro nada
podemos fazer. Convertemos tudo em
moeda. No mundo puramente capitalista, não há espaço para a
gratuidade. Tudo tem seu preço! Nós já nos esquecemos de que a vida nos é dada
por pura gratuidade de Deus.
Na celebração,
comendo o pão à mesa do Senhor, realiza-se para a assembléia reunida em nome do
Senhor o milagre da multiplicação dos pães e chama-se à missão para vencer a
fome no mundo. Acolhemos Jesus como aquele que se põe a serviço e nos ensina o
caminho de Deus.
4- A PALAVRA SE FAZ
CELEBRAÇÃO
Deus nos alimenta com
fartura
O salmista convida
ao louvor a Deus, que alimenta seu povo: “Que vossas obras todas vos celebrem,
Senhor, e vossos fiéis vos bendigam... em vós esperam os olhos de todos e no
tempo certo vós lhes dais o alimento”. O refrão constata a generosidade de Deus
revelada na pessoa do Messias: “Saciai os vossos filhos, ó Senhor!” No
Evangelho, Jesus, com autoridade e soberania, mata a fome daqueles que estão na
busca de meros sinais. As pessoas são acomodadas na grama. Jesus não pede ajuda
aos discípulos para a tarefa da distribuição do alimento. Toma-os, dá graças ao
Pai e os reparte com fartura. Este gesto nos remete à “fração do pão” sob ação
de graças, remete-nos à Eucaristia: “característica da assembléia cristã dos
primeiros tempos – refeição ao mesmo tempo fraterna e messiânica”, como afirma
Johan Konings em sua obra sobre o Evangelho de João.
A mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia
Para a
Eucaristia vamos famintos do Pão da Palavra e do Pão da Eucaristia. A
assembléia se serve de duas mesas, indo para casa com o coração saciado de
Deus. No entanto, convém estar atentos à Constituição Conciliar Sacrosanctum
Concilium, que afirma que a sagrada liturgia não é a única atividade da Igreja,
“pois, antes de ter acesso à liturgia é preciso ser conduzido à fé e se
converter”. A participação ativa e frutuosa na liturgia deve ter reflexos na
espiritualidade cristã. O Catecismo da Igreja Católica nos inspira ao
compromisso com os pobres: “Para recebermos na verdade o Corpo e o Sangue de
Cristo entregues por nós, devemos reconhecer Cristo nos mais pobres, seus
irmãos” (cf. Mateus 25,40). A realização do milagre da multiplicação dos pães
no banquete eucarístico nos desafia a partilhar e a lutar por novas formas de
convivência, nas quais o pão cotidiano, por nós compartilhado, é sinal da vida
em abundância que se encontra no Cristo, Pão para a vida do mundo!
4- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Necessitados
de força, de coragem, de sentido para a vida e de perseverança, participamos da
ceia do Senhor onde se realiza entre nós a multiplicação dos pães.
Jesus, o Pão
da vida, sacia nossa fome com a Palavra que nos revela o sentido da vida e com
a ceia eucarística, sacramento da salvação, sinal e antecipação do banquete sem
fim a que somos destinados.
Ele nos
convida a abrir nossas mãos e nosso coração “que para tudo guardar se fecham”
para gestos de partilha e solidariedade, a fim de vencermos nossas
dificuldades, a fome e a miséria do mundo.
A eucaristia é
o pão que sacia a necessidade que temos de alimento para conservar a vida, ter
coragem perseverança e segurança; o pão que nos dá forças para superar as
atribulações que existem e atormentam nossa vida. É a segurança de que Deus nos
ama, e a certeza da Ressurreição; é Deus-conosco.
5. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. É
importante e decisivo, na formação litúrgica das equipes, oferecer pequenas
vivências, como: proclamação das leituras de maneira serena e calma tendo uma
boa postura, preparação do Altar, animação do canto, proclamação das preces dos
fiéis, distribuição da comunhão, modo de caminhar e sentar-se
2. É preciso
valorizar o uso da veste litúrgica por leitores e salmistas, pois ela torna
visível o serviço de quem proclama a Palavra, ela é a marca da função
ministerial, isto é, colocar-se a serviço de Deus e da assembléia orante.
3. O CD:
Liturgia VI, Ano A, CD: Liturgia IX, Ano B e o CD: Cantos de Abertura e
Comunhão Tempo Comum I e II, da coleção Hinário Litúrgico da CNBB nos oferecem
cantos adequados para cada Domingo. O repertório bem ensaiado manifestará, mais
harmonicamente, o mistério celebrado.
6- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 17º
Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico,
com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento.
1. Canto de abertura. Deus reúne seu povo, lhe dá força e poder. (Salmo
67/68,6-7.36). Para o canto de abertura, sugerimos este Salmo que mostra a
compaixão do nosso Deus acolhendo os oprimidos. “Acolhe os oprimidos em tua
casa, ó Senhor”, CD: Liturgia VI, mesma melodia da faixa 24. As estrofes são do
Salmo 33/32, nos dá a certeza de que o Senhor protege sempre quem espera em seu
amor. Sugerimos outra excelente opção como canto de abertura: “Eis meu povo o
banquete”, CD: Cantos de Abertura e comunhão ou Hinário Litúrgico III da CNBB,
página 312.
Como canto de
abertura da celebração, sugere-se o canto proposto pelas Antífonas do Missal
Romano e ricamente musicadas pelo Hinário Litúrgico III da CNBB. Isso não
significa rigidez. Mas a equipe de liturgia, a equipe de celebração, a equipe
de canto juntamente com o padre têm a liberdade de variar sua escolha, desde
que isso manifeste o Mistério celebrado e seja fiel aos princípios que regem a
escolha de uma música adequada para a celebração. Uma sugestão, para entender
bem o que significa isto, seria o canto: “Vós sois o Caminho, a Verdade e a
Vida”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 10 é uma boa opção
para iniciar a celebração
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da
Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por
Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
louvor “Glória a Deus nas alturas” é antiqüíssimo e venerável, com ele a
Igreja, congrega no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro.
Não é permitido substituir o texto desse hino por outro (cf. IGMR n. 53). O CD:
Festas Litúrgicas I propõe, na faixa 2, uma melodia para esse hino que pode ser
cantado de forma bem festivo, solista e assembléia. Ver também nos outros CDs
que citamos acima.
3. Salmo responsorial 144/145. “Abres
tua mão generosa e nos sacias”. “Saciai vossos filhos, ó Senhor! Melodia da
faixa 7 do CD: Liturgia IX, melodia da faixa 8.
A função do
salmista é de suma importância. Sua função ministerial corresponde à função dos
leitores e leitoras, pois o salmo é também Palavra de Deus posta em nossa boca
para respondermos à sua revelação. Por isso, o salmo dever ser proclamado do
Ambão e, se possível, cantado.
4. Aclamação ao Evangelho. Um grande
profeta surgiu entre nós; Deus visitou seu povo. (Lucas 6.16). “Aleluia... Um
grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo sofrido”, CD:
Liturgia VII, mesma melodia da faixa 11. O canto de aclamação ao evangelho
acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.
Preserve-se a
aclamação ao Evangelho cantando o texto proposto pelo Lecionário Dominical. Ele
ajudará a manifestar o sentido litúrgico da celebração, conforme orientações da
Igreja na sua caminhada litúrgica.
5. Canto de Apresentação dos dons.
O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração, no Domingo da
multiplicação dos pães. Devemos ser oferendas com nossas oferendas para
socorrer os necessitados. Expressemos nossa compaixão para com os que sofrem. “Dai-lhes
vós mesmos de comer, que o milagre vai acontecer”, CD: Festas Litúrgicas II,
melodia da faixa 9.
6. Canto de comunhão. “Levantando
os olhos e vendo que uma grande multidão estava vindo ao seu encontro...” (João
6,5). “Senhor, a fome no mundo faz tanta gente sofrer”, CD: Liturgia IX,
melodia da faixa 16.
O Evangelho de
hoje, como no Domingo passado, é contexto de deserto, onde Jesus se depara com
a multidão desamparada e faminta. Sente
compaixão e sacia a todos. Outra ótima opção para o canto de comunhão seria “O
pão da vida, a comunhão, nos une a Cristo e aos irmãos”, CD: Cantos de Abertura
e Comunhão, melodia da faixa 16. Estes cantos também permitem estabelecer e
experimentar a unidade das duas mesas, considerando a Liturgia um único ato de
culto. O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do dia. Esta é a
sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é
dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o
Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes
conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.
7- ESPAÇO CELEBRATIVO
1.
Preparar o espaço da celebração bem festivo, porque cada domingo é Páscoa
semanal. Os enfeites não podem ofuscar as duas mesas principais: mesa da
Palavra e o altar.
2. “A
decoração da Igreja deve manifestar o caráter festivo da celebração. As flores,
as velas e as luzes devem colaborar para que as celebrações sejam de fato
memória da Páscoa de Jesus.”
3.
A cor litúrgica é o verde nos paramentos no ambão. Pode-se também destacar com
um detalhe o verde na mesa do altar.
8. AÇÃO RITUAL
A segunda
leitura nos propõe paixão pela unidade. Nesse sentido, nos ritos iniciais, a
comunidade constitui um só corpo no Senhor que nos congrega. Um gesto fraterno
de acolhimento entre as pessoas logo no início da celebração, mostra a
compaixão do nosso Deus para com todos. O Evangelho narra que foi um menino que
trouxe os cinco pães e os dois peixes no momento de saciar a fome da multidão.
Colocar crianças pra acolher o povo que vem chegando para a celebração.
Ritos Iniciais
1. A
celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto
de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a
assembleia no Mistério celebrado.
2. A opção
“d”, do Missal Romano para a saudação presidencial é muito oportuna para
iluminar o sentido litúrgico deste domingo:
“O Deus da esperança, que nos cumula de toda
a alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco”
(Romanos 15,13).
1. O sentido
litúrgico, após a saudação do presidente, pode ser feito por quem preside, pelo
diácono ou um ministro devidamente preparado como orienta o Missal Romano, na
página 390, número 3, com palavras semelhantes às que seguem:
Domingo da multiplicação dos pães. Jesus é o
Bom Pastor, por compaixão, cuidado e ternura, alimenta a multidão faminta.
Reunimo-nos, hoje, ao redor de sua mesa, sabendo que não voltaremos para casa
sem antes nos ter saciados com sua Palavra e com os dos da Eucaristia, sua vida
dada pela salvação do mundo. O gesto de Jesus nos convoca a lutar contra a fome
e a miséria, grande pecado da humanidade.
2. Em seguida
fazer a “recordação da vida” trazendo os fatos que são as manifestações da
Páscoa do Senhor na vida da comunidade, do país e do mundo, mas de forma orante
e não como noticiário. Deve ter presente
a realidade de sofrimento em que vive hoje a multidão de empobrecidos, a grande
massa sobrante e excluída do processo de desenvolvimento social, econômico e
político em nosso país e no mundo usando alguns símbolos. Trazer os
acontecimentos de maneira orante e não como noticiário.
3. Rezar ou
cantar o Ato Penitencial da formula 4, para os domingos do Tempo Comum na
página 394 do Missal Romano, que evidencia a preocupação de Deus para com os
excluídos.
Senhor, que vieste procurar quem estava
perdido, tende piedade de nós...
4. Cada
Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de
louvor (glória).
5. Na Oração
do Dia supliquemos a Deus nosso amparo, que nos ajudem a usar dos bens deste
mundo de maneira fraterna para que possamos abraçar os bens eternos.
Rito da Palavra
1. As preces,
como ressonância da Palavra proclamada, sejam elevadas do Ambão, evitando-se
formas indiretas: “para que...”, “pela nossa...”, “a fim de que...”. recordem o
aspecto memorial e a suplica seja feita com base no que foi recordado. São
formas de se valorizar a Palavra na celebração. Ao formular as preces não
deixar de contemplar a fome do mundo: de pão, de trabalho, de saúde, de
educação. De vida digna que Deus concede a todos, mas que, infelizmente, não
repartimos.
Rito da Eucaristia
1. Na
preparação das oferendas, incluir produtos da roça, frutos da terra e do
trabalho agrícola, além de pães que
possam ser abençoados e, no final da celebração ser partilhado. Valorizar nesse
dia a procissão das oferendas levadas pelos próprios fiéis, especialmente por
crianças, pois “embora os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o
vinho destinados à liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força
e significado espiritual” (IGMR, nº 73).
2. Na Oração
sobre o pão e o vinho suplicamos a Deus que o mistério da Eucaristia nos
santifique na vida presente e nos conduza à vida eterna.
3. A mesa
eucarística seja expressão daquilo que foi proclamado no Evangelho. Além das
observações do domingo anterior, seria muito conveniente o uso de pães ázimos
em lugar de hóstias.
5. A Oração
Eucarística VI-D – Jesus que passa fazendo o bem – ajudará a ressaltar o
caráter de compaixão da comunidade cristã com as palavras do prefácio: “Ele
sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes
e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados”.
6. Se for
escolhida outra oração eucarística sugerimos o Prefácio Comum V, página 460 do
Missal Romano o qual evidencia “a caridade”. Seguindo esta lógica, cujo
embolismo reza “Unidos na caridade, celebramos a morte do vosso Filho,
proclamamos com fé a sua ressurreição e aguardamos, com firme esperança, a sua
vinda gloriosa no fim dos tempos”. Outra opção é o Prefácio para os
Domingos do Tempo Comum I, o qual evidencia o “Povo de Deus, para anunciar suas
maravilhas”, página 428 do Missal, cujo embolismo reza “Por ele, vós nos
chamastes das trevas à vossa luz incomparável, fazendo-nos passar do pecado e
da morte à glória de sermos o vosso povo, sacerdócio régio e nação santa, para
anunciar, por todo o mundo, as vossas maravilhas”. O grifo no texto
identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado
neste Domingo e que pode ser aproveitado na própria, ao modo de mistagogia.
Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou a III Oração
Eucarística. A II admite troca de prefácio. As demais não admitem um prefácio
diferente. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo
para a unidade teológica e literária da eucologia.
7. Quem
preside deve realçar bem o gesto da “fração do pão” acompanhado pelo canto do
“Cordeiro de Deus”. Para preservar o caráter de ladainha do Cordeiro de Deus,
seria interessante que um solista cantasse a primeira parte e a assembléia
respondesse o tende piedade de nós e por último o dai-nos a paz. Quando se usa
o pão ázimo demora-se mais para terminar a fração do pão. É bom saber que o
canto do “Cordeiro de Deus”, deve durar até o término da fração do pão como diz
o Missal Romano e não somente cantar três vezes.
8. A comunhão
expressa mais nitidamente o mistério da Eucaristia quando distribuída em duas
espécies, como ordenou Jesus na última ceia, “tomai comei, tomai bebei”. Vale
todo esforço e tentativa no sentido de se recuperar a comunhão no Corpo e
Sangue do Senhor para todos, conforme autoriza e incentiva a Igreja. “A
comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas
espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete
eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova
e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete
eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR, nº 240).
Ritos Finais
1. Na Oração
depois da comunhão suplicamos que a Deus que a Eucaristia, memorial da Paixão
do Cristo, dom inefável e caridade de Deus nos traga a salvação.
2. No envio em
missão, sejam propostos gestos concretos de partilha e ações de solidariedade
para serem assumidos pela comunidade durante a semana. O milagre da
multiplicação acontece, em especial, pelo nosso empenho coletivo contra a
miséria e a fome, que não se reduz apenas a nível de emergência, mas também
estrutural, educacional e político. Como gesto concreto, podemos ver em nosso
bairro famílias que estão passando por dificuldade como doença, desemprego e
sermos solidários. Mesmo os avisos não deixem de recordar aos fiéis todas as
iniciativas da comunidade para acabar com a fome.
3. As palavras
do rito de envio devem estar em consonância com o mistério celebrado: “Tendes compaixão
dos necessitados. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!”
9- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje, comendo
o pão à mesa do Senhor, a gente se recorda que a multiplicação dos pães é
apenas sinal do banquete que Deus prepara todos os povos e, amo mesmo tempo, é
o começo de um tempo novo, sem sofrimento e sem fome. A eucaristia nos convida
a abrir as mãos e o coração para apressar a vinda deste tempo de fartura que
esperamos.
Celebremos a
Páscoa semanal do Senhor valorizando os que assumem a sua missão em nossa
diocese e no mundo inteiro aliviando a fome de muitas pessoas.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
Nenhum comentário:
Postar um comentário