sexta-feira, 26 de outubro de 2018

30º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B


28 de outubro de 2018

Leituras

         Jeremias 31,7-9. Salva, Senhor, teu povo, o resto de Israel.
         Salmo 125/126,1-6. Mudai a nossa sorte, ó Senhor como torrentes no deserto.
         Hebreus 5,1-6. Sabe ter compaixão dos estão na ignorância e no erro.
         Marcos 10,46-52. Mestre que eu veja!


“JESUS, FILHO DE DAVI, TEM PIEDADE DE MIM”


1- PONTO DE PARTIDA

Domingo do cego de nascença. Podemos também chamar de domingo do verdadeiro discípulo. Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na cura do cego Bartimeu e em todas as pessoas que se deixam atingir pela luz de Cristo.

O cego Bartimeu nos dá o exemplo de como seguir a Jesus. Neste domingo, celebrar a Eucaristia na perspectiva do seguimento de Jesus é professar a fé, abrir os olhos, romper com a sociedade excludente que cega a silencia a voz dos pequenos e fracos. É ter coragem de ir, às margens do caminho, esperando por sinceros gestos de caridade, pedirmos: “Dai-nos olhos para ver as necessidades e os sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs”.

Hoje é Dia Nacional da Juventude. Supliquemos, que o Espírito Santo ilumine e fecunde o dinamismo da juventude; fortifique seus passos no caminho da busca e do conhecimento da Boa-Nova de Jesus. Cantemos bem alto a plenos pulmões:

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos

Primeira leitura - Jeremias 31,7-9. Para entendermos o contexto da leitura de hoje é preciso ler os capítulos 30 e 31 de Jeremias. De fato, em Jeremias 30,2, o profeta recebe a ordem de escrever num livro todas as palavras que o Senhor lhe falou. O tema geral deste “livro” está sintetizado em 30,3: “Mudarei a sorte do meu povo, Israel (e Judá), a fim de reintegrá-lo na posse da terra que havia dado a seus pais”. Os oráculos são dirigidos aos exilados do reino de Israel, levados ao exílio na Assíria, um século antes de Jeremias, em 722 antes de Cristo.

De fato, é neste contexto histórico que o profeta Jeremias, movido mais por razões de ordem teológica que política, pronunciou os oráculos de restauração dos capítulos 30-31. Recebeu a ordem de lançá-los por escrito, talvez, para enviá-los aos israelitas exilados na distante Assíria. A estes exilados de Israel Jeremias promete o fim do cativeiro e o retorno à sua terra, com a reunificação do reino davídico.
Israel está em ruínas. No exílio sua auto-estima encontra-se em baixa. Com suas exortações, o profeta Jeremias deseja reerguer as esperanças do povo sofrido, revelando a atenção salvadora e amorosa de Deus. Uma das tarefas do profeta é levar esperança para o povo. Proclama que a libertação chegou: “Façam festa, gritem de alegria. O Senhor salvou seu povo, o resto de Israel”. O próprio Deus se encarrega de reunir os discípulos e de reorganizar o povo sofrido, repatriando-o. Ele tem um cuidado especial com os cegos, os mutilados e as mulheres grávidas. No meio dessa grande assembléia, há sinais de esperança e claros indícios de vida. A ternura e a bondade de Deus para com os sofredores e indefesos se manifestam no modo como Ele os conduz: “Eu os levaria para os córregos de água, por um caminho plano, onde não tropeçarão. Serei um pai para Israel”. Liberto, o povo tem muitos para cantar: “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria” (Salmo responsorial).

É bom ter em conta que o capítulo 31 de Jeremias ocupou um lugar muito importante na “liturgia judaica”. Como as primeiras comunidades cristãs não tinham ainda o Novo Testamento, só ouviam como Palavra de Deus o Primeiro Testamento fora da pregação dos Apóstolos, não nos devemos surpreender que esta Palavra tenha lhes servido para se lembrarem de alguma palavra de Jesus ou de tal episódio de sua vida.

A leitura de Jeremias 31,7-9 ao lado do Evangelho da cura do cego Bartimeu leva a liturgia a nos apresentar Cristo como o verdadeiro restaurador de Israel. Cristo é quem traz a salvação a todos os deserdados, reintegrando-os no novo povo de Deus, a Igreja. A compaixão de Jesus com o cego de Jericó revela este amor paterno de Deus em relação a todos os homens e mulheres, especialmente os abandonados.

Salmo responsorial – 125/126, 1-6. É um salmo de ação de graças pensando na volta do exílio. Este salmo mistura dois tipos, a ação de graças coletiva (versículos 1b-3 e a súplica, expressa em forma de desejo: “Que o Senhor mude a nossa sorte, como as torrentes do Negueb...” (versículos 4-6). Nós o consideramos súplica coletiva (“a nossa sorte”) Recordando um passado de libertação fantástica, um grupo de pessoas pede que a sorte deles seja novamente mudada. Nos versículos de 1a 3, a lembrança  da libertação é intensa: aquela alegria inesperada se torna presente. Na libertação, o Senhor revelou sua grandeza, de modo que até os pagãos a puderam reconhecer; e esta revelação ativa é fonte de alegria para o povo, mesmo na lembrança. A experiência histórica se transforma na imagem serena da vida agrícola: semeadura e colheita.

O salmo canta a ação de graças pela restauração: “Quando o Senhor reconduziu nossos cativos parecíamos sonhar (...) nossos lábios encheram-se de canções” (versículos 1-2). O salmista ainda pede para que a restauração se complete: “Muda, Senhor, a nossa sorte...” (versículo 4).

O rosto de Deus neste salmo é muito importante. Uma ação passada e uma ação esperada (futuro) marcam o rosto de Deus neste salmo. A ação passada é o fim do exílio na Babilônia (mudança de sorte para Sião), e a ação esperada é repetição da anterior (mudança de sorte para o povo, transformando a situação de “deserto” em vida). Porque Deus é essencialmente o aliado que liberta seu parceiro sempre e em qualquer situação, realizando para ele o que o ser humano mais deseja, a liberdade e a vida. Ele é capaz de transformar a pequena semente em grandes feixes, as lágrimas em risos e canções, o ir chorando em voltar cantando... Portanto, contemplamos o rosto de Deus como aliado e libertador.

Vários aspectos deste salmo ecoam na vida de Jesus. Aqui salientamos apenas algumas. A vida de Jesus foi mudança de sorte para os pobres, e a ressurreição dele é a grande mudança de sorte para o povo, a ponto de os discípulos se sentirem fora de si por causa da alegria e do espanto (Lucas 24,41; João 20,10-20). Jesus comparou o sofrimento de seus discípulos às dores de parto que geram o novo, fazendo esquecer as lágrimas passadas (João 16,20-24). Maria assume como próprio este salmo, celebrando o Senhor que fez grandes coisas em seu favor (Lucas 1,49). Quando Cristo apareceu ressuscitado, também os discípulos pensavam sonhar ou ver um fantasma.. Era a mudança inesperada de sua sorte. E quando subiu ao céu, voltaram cheios de alegria. Cristo utilizou a imagem agrícola, convidando-nos a semear, deixando que outros colham; nenhum feixe se perderá quando o Senhor mudar nossa sorte, na grande volta à casa, “pois suas obras os acompanharam” (Apocalipse 14,13).

Como o povo de volta do cativeiro e os discípulos de Jesus após a ressurreição, cantemos a alegria pelas vitórias que o Senhor nos tem dado:

MARAVILHAS FEZ CONOSCO O SENHOR,
EXULTEMOS DE ALEGRIA.

Segunda-leitura – Hebreus 5,1-6. Hebreus 5,1-10 desenvolve o tema de 4,14-16: o sacerdócio de Cristo. Jesus é com todo direito nosso Pontífice e Sumo Sacerdote. Um Pontífice que saberá entender a miséria humana, visto que dela fez experiência (versículos 1-3). Cristo foi instituído sacerdote por Deus de maneira única (versículos 5-6).
Esta passagem introduz a longa comparação que o autor institui entre o sacerdócio levítico e o sacerdócio de Cristo. Não somente Cristo responde às condições requeridas de todo sumo-sacerdote (versículos 1-4), mas também a superioridade de seu sacerdócio é evidente. Prova disso é o juramento de Deus e a filiação eterna de Cristo (versículos 5-6). Estes argumentos são apresentados sob forma de citações escriturísticas que mais adiante voltarão continuamente: Salmo 109/110,4 e Salmo 2,7.

Entre as qualidades requeridas de todo sumo sacerdote, o autor lembra que ele é “tomado dentre os homens” (Números 8,6; Hebreus 2,10-18) que é “estabelecido” (Tito 1,5; Atos 6,3; 7, 10.27.35; Êxodo 2,14; Hebreus 2,28; 8,3) para oferecer sacrifícios em favor dos homens (Levítico 4, 5,16). Esta dignidade de forma alguma o impede de permanecer acolhedor para com os fracos e os desgarrados (Levítico 5,18; Ezequiel 40,39), pois ele próprio participa de sua fraqueza. Enfim, e sobretudo, o sumo sacerdote é chamado por Deus, exatamente, como Aarão (Êxodo 28): condição que Cristo assume eminentemente, ele que não se arrogou este privilégio (versículo 5) e jamais procurou sua própria glória (João 5,41; 8, 50.54; Romanos 15,3; Felipenses 2,6). Não se arrogou tal dignidade, respondeu fielmente ao chamado do Pai. Aqui está o ponto central que o autor de Hebreus quer frisar: Cristo não é sacerdote da descendência de Aarão. Com dois argumentos bíblicos estabelece que o sacerdócio de Jesus se justifica tanto pela sua dignidade de Filho de Deus – “tu és meu Filho, eu hoje te gerei” (Hebreus 1,5; Salmo 2,7; cf. 2Samuel 7,14) – quanto pela Palavra de Deus que o constitui sacerdote – “Tu és sacerdote eternamente, segundo o ordem de Melquisedec” (Salmo 109/110,4).
 Primeiro texto – “Tu és meu Filho...” – visa aqui o sacerdócio de Cristo. anteriormente fora alegado para assegurar a superioridade dele sobre os anjos (Hebreus 1,5). Paulo retoma esses argumentos bíblicos para provar a sua ressurreição (Atos 13,33; Filipenses 2,9). O Messias, cuja exaltação é proclamada pelo apóstolo Paulo, era também sacerdote (Salmo 109/110,4). O fundamento do sacerdócio de Cristo e sua dignidade excelsa repousam no fato de ser Jesus verdadeiro Homem e verdadeiro Deus.

O segundo texto – “Tu és sacerdote eternamente...” – é messiânico, aplicando-se com prioridade a Jesus, sacerdote eterno, em especial a partir da ressurreição, sem negar que o fosse já antes. A carta aos Hebreus vai explicitar esta citação no capítulo 7. Cristo é sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, superior a Abraão, personagem misterioso que prenuncia algo de importante no futuro. Como tal, o sacerdócio de Cristo é superior ao de Aarão e ao de Levi, levando vantagem de longe. Jesus é o grande Sacerdote, Eterno e perfeito, que a humanidade esperava e de que tanto necessitava.

Ele é o único capaz de apresentar nossas necessidades e orações a Deus, pois está totalmente sintonizado com a compaixão do Pai em favor dos sofredores de seu povo. Seu sacerdócio tem como fundamento o sofrimento, a morte e a ressurreição e aproxima-nos do Pai de um modo singular e perfeito.

Evangelho – Marcos 10,46-52. O milagre da cura do cego Bartimeu é o último da vida pública de Jesus feito em favor feito em favor de um homem (cf. Marcos 11,14.20ss); 15,38) e desempenha um papel especial na composição deste Evangelho. Ele situa-se em Jericó, última parada de Jesus e Seus discípulos na viagem que os conduz da Galiléia (cf. Marcos 10,1) a Jerusalém (cf. Marcos 10,32.46; 11,1), onde celebrarão a Páscoa. A multidão que os acompanha ao sair de Jericó compõe-se de moradores desta cidade e de romeiros que por motivo da Páscoa se dirigem a Jerusalém. Esta movimentação acompanha-se de um clima de euforia festiva e de entusiasmo inspirado por expectativas messiânicas. Chegando em Jerusalém Jesus será aclamado com as palavras “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino de nosso pai, Davi, que está chegando! Hosana nas alturas!” (Marcos 11,9-10), aclamação que em parte se inspira no Salmo 118/117, que constava no repertório destes dias, e cujo canto alimentava e expressava  estas expectativas messiânicas. Jesus é, pois, recebido na capital e no santuário nacional como o Messias prometido da casa de Davi.

De qualquer forma, na narração de Marcos, o reconhecimento e a aclamação coletivos de Jesus como Messias em Jerusalém são preparados pelo reconhecimento e pela aclamação individual de Bartimeu.

Do ponto de vista da teologia da fé cristã a interpretação deste milagre é óbvia. Como a confissão de Pedro, também a aclamação de Jesus como Messias da parte da multidão e do próprio Bartimeu são ligadas à cura de um cego (cf. Marcos 8,22-26 antes de 8,27-30; 11,46-52 antes de 11,1-10), ilustrando-se que a fé supõe a luz interior da graça.

Bartimeu é um homem sem recursos, cego e pobre, à mercê da providencia humana e divina, até que Jesus se aproxime e ele saiba procurá-Lo. Apesar das tentativas de muitos para silenciá-lo e mantê-lo longe de Jesus e da possibilidade de salvação que em Nele o cego encontra vê descortinar (cf. Marcos 48a), ele não desiste e grita alto até ouvir a voz de Jesus que o chama. Sendo atendido por Jesus, ele é salvo de uma dupla cegueira, a física e a espiritual. E, de olhos abertos, “segue Jesus pelo caminho” (versículo 53), como discípulo.

Isso mostra que a iniciação à fé cristã começa primeiramente por uma manifestação de Jesus na vida da pessoa humana: é preciso que Jesus Cristo “passe por aí” (Mateus 20,30). Contudo, esta manifestação é misteriosa: o cego, que aqui representa o homem a caminho da fé, não vê Jesus; apenas a pressente a presença do Senhor nos acontecimentos (versículo 47b). Esta abertura para Deus é logo colocada em questão pelo mundo que o cerca (versículo 48a), e lhe será necessária toda sua coragem a fim de sustentar seu propósito de abertura para o Homem-Deus (versículo 48b).

O caminho da fé é meta da atenção de alguns que lhe revelam o apelo de Deus, encorajando-o e convidando-o a converter-se (“levantar-se” ou ressuscitar e “lançar seu manto” ou despojar-se do homem velho: versículos 49-50).

A narração é uma ilustração de três temas da pregação cristã: fé, salvação messiânica e discipulado. A fé deste milagre não é fé em um curandeiro, mas fé cristã, fé que salva. A salvação é messiânica, isto é, atinge toda a pessoa humana, não somente a dimensão corporal, e nem somente a dimensão espiritual, mas a pessoa humana integral. Ela liberta o ser humano de uma dependência humilhante para uma entrega livre de si à pessoa de Cristo pelo seguimento: “Coragem, levanta-te, Jesus te chama”!

É preciso ter em mente que a sociedade que manda o cego calar é a mesma que está tramando o fim de Jesus. Ela não tolera quem “vê” e não suporta “os gritos” denunciadores da cegueira de quem afirma estar enxergando. O cego grita ainda com mais coragem. Atrai a atenção de Jesus, que ordena: “Chamem o cego”. Ao sentir-se chamado, num ímpeto, o pobre homem abandona o manto e salta para a vida nova. Rompe com a sociedade que o mantinha à margem. Bartimeu apenas pede: “Mestre, eu quero ver de novo”. Obtém do Messias a confirmação: “Pode ir, a sua fé te curou”. No mesmo instante, recuperou a vista e segue Jesus pelo caminho em direção. É o verdadeiro discípulo, que pela fé enxerga e segue a Jesus rumo a Jerusalém.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

A narrativa evangélica deste domingo é uma parábola que reflete o ser humano iluminado por Cristo, o discípulo perfeito. Jesus pede uma decisão dos discípulos ao seguimento radical: o verdadeiro discípulo é aquele que, pela fé, enxerga e segue a Jesus rumo a Jerusalém. Ser discípulo é desejar tornar-se iluminado; é comprometer-se em obras de solidariedade com os que continuam sentados à beira do caminho. Entre nós a muitos tipos de cegueira e de cegos.

Jesus segue para Jerusalém não como turista e nem para conquistar as glórias deste mundo. Ele vai a fim de doar sua vida. Os discípulos e a multidão o seguem, mas como cegos. Continuam sonhando com honrarias e esperam a vitória deles neste mundo.

O cego do Evangelho é, de certa forma, símbolo de todos nós. Constitui uma grande verdade que todos estamos um pouco cegos no caminho de Jericó a Jerusalém. Isto é, no caminho da vida. Muitos de nós, no entanto, não estamos ali como Bartimeu, no momento oportuno da graça para implorar a cura. O cego sentado à beira do caminho é uma eloqüente imagem dos necessitados da humanidade, lembrados por Jeremias, em favor doa quais se derrama a compaixão de Deus. Uma excelente oportunidade para a comunidade praticar a caridade em favor dos excluídos dos caminhos que conduzem à vida.

Bartimeu grita a plenos pulmões, vencendo os mandos, para que se calasse. Assim como uma criança que, diante da insensibilidade da mãe, chora e grita, o clamor do pobre cego, alimentado pelas migalhas da sociedade excludente, atrai a atenção de Jesus. É o do discípulo apaixonado que não se cala enquanto a solução não chega. O grito do cego vem do profundo de sua indignação. Ele não se resigna a continuar nas trevas em que está envolto; ele não se conforma em ter de sobrevier passivamente das esmolas dos passantes. Bartimeu consciente da situação, intui que algo está por acontecer e pode mudar sua vida. Supera as hesitações e o medo, a perplexidade e o acanhamento, e grita a plenos pulmões.

Logo surgem os que “abafam o grito”. “Cale-se”! Não perturbe o Mestre!” Para que você vai se preocupar com os problemas dos pobres, da comunidade, da Igreja, da sociedade...?! Há quem chega a zombar dos sentimentos e das inquietações. Para muita gente bem instalada, o grito dos excluídos amedronta. Bartimeu não desanima: em sua indignação continua gritando, pedindo para que alguém o ilumine.

“São cegos como também são cegas aquelas pessoas e comunidades que querem silenciar os pobres, que gritam que não querem parar para refletir sobre certas situações e para encontrar alguma solução, que não toleram que alguém perturbe o tranqüilo prosseguimento das suas triunfais procissões.

Por isso incessantemente devemos rezar: “Senhor Jesus, luz verdadeira, que iluminais toda a humanidade, libertai, pelo Espírito da verdade, os que se encontram oprimidos pelo pai da mentira, e despertai a boa vontade dos que chamais aos vossos sacramentos, para que, na alegria da vossa luz, tornem-se, como o cego outrora iluminado, audazes testemunhas da fé” (Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos. Oração do 2º Escrutínio, página 76).

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

É a Páscoa de Bartimeu. Pesach, nas línguas semíticas, além de denotar passagem, pode significar também pulo, salto, dança. É este o verbo usado no livro do Êxodo para narrar que o anjo do Senhor saltou a casa dos hebreus quando veio levar os primogênitos. Ao fazermos uma leitura litúrgica desta passagem no Evangelho, não podemos desconsiderar seu aspecto pascal. Obedecendo a Jesus, a comunidade (igual os discípulos) chama o filho de Timeu para o encontro com a vida (levanta-te! Ressuscita!). Jesus abre-lhe os olhos e ele se torna discípulo. Adquire, portanto, o olhar da fé, pois foi primeiro liberto da morte e, experimentado-a em plenitude, tornou-se discípulo e anunciador dela.

É exatamente a relação entre o anúncio da Páscoa e a acolhida desta que corresponde à posse do mistério. Isto é, a celebração da ação salvadora de Deus em Jesus, recordando sua palavra e ação que devolvem a visão a Bartimeu, transforma de ouvintes e assistentes a colaboradores deste caminhar da fé, no qual Jesus tem a Palavra.
Hoje, a Igreja reconhece que Bartimeu experimentou a Páscoa de Jesus, pois foi retirado das trevas da morte. Aquilo que fora proclamado pela Palavra de Deus em Jesus – “Vai, tua fé te curou!’ – e que os sacramentos testemunham quando os celebramos, realiza-se em Bartimeu. E esta é, particularmente, a súplica da assembléia em oração: “Que os vossos sacramentos produzam em nós o que significam.” (cf. Oração de pois da Comunhão). Entramos, então, na posse do mistério, pois ele se cumpre  em nós, filhos de José, de Maria, de João... e como resposta seguimos Jesus pelo caminho.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Neste 30º domingo, Jesus nos reúne junto de si com seus discípulos e nos revela a grande compaixão do Pai. Apesar das nossas infidelidades, nos desertos e exílios de nosso viver, Deus vem ao nosso encontro e nos mergulha nas águas do rio da vida nova, da aliança renovada no sangue derramado de sue Filho. Hoje, o Espírito Santo restabelece nossa aliança com o Pai em e por Jesus Cristo – aliança com o Deus apaixonado por seu povo.

Jesus único Mediador conhecendo nossa condição humana, nos une ao seu gesto de total entrega (sacrifício), acolhe nossas preces e louvores e os apresenta ao Pai, de tal modo que seja um sacrifício oferecido a agradáveis a Deus. Na celebração da Eucaristia, Jesus reza por nós dizendo: “Lembrai-vos, ó Pai, dos vossos filhos e filhas e de todos os que circundam este altar, dos quais conheceis a fidelidade e a dedicação em vos servir. Estes vos oferecem conosco este sacrifício de louvor (...) e elevam a vós as suas preces para alcançar o perdão de suas faltas, a segurança em suas vidas e a salvação que esperam” (Oração Eucarística I).

Celebrando o memorial de sua morte e ressurreição, Jesus Cristo houve “nossos gritos”, curando-nos da cegueira, e nos introduz no mistério de sua luz. “A Igreja vive de Jesus eucarístico, por Ele é nutrida, por ele é iluminada”. A Eucaristia é mistério de fé e, ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Sempre que a Igreja a celebra, os fiéis podem de certo modo reviver a experiência dos discípulos de Emaús: “Abriram-se os olhos e o reconheceram ao partir o pão” (Lucas 24,31).

Elevando ao Pai em e por Jesus Cristo nossa ação de graças, festejamos a Páscoa concretizada nos incontáveis gestos de caridade e de solidariedade realizados no decorrer da semana. É a festa que semanalmente se concretiza, para nós, na Eucaristia.

6- ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Neste domingo em que fazemos memória do encontro de Jesus com o cego sentado à beira do caminho, a equipe de liturgia, como um serviço importante para a comunidade de fé, ao preparar a celebração dará particular às partes e gestos da celebração.

2. Valorizar os momentos de silêncio durante a celebração (no início da celebração, após cada leitura e o canto do salmo, após a homilia, após a comunhão...) para que o louvor bote do coração e da vida, não só dos lábios. Privilegie-se o silêncio como expressão de intimidade pessoal e comunitária com o mistério celebrado.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 30º Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral.

1. Canto de abertura.  Procurar sem cessar a face de Deus (Salmo 104/105,3-4). “Exulte de alegria quem busca a Deus”, articulado com o mesmo Salmo 129/130, CD: Liturgia VII, melodia da faixa 14.

A fé em Jesus é uma experiência dialogal, na qual o ser humano, reconhecendo a salvação e a vida que Deus nos dá, por meio do seu Cristo, coloca-se no caminho de Jesus para segui-lo e fazer da vida uma ação de graças a Deus. A assembleia cristã, que é o povo que Jesus ganhou para Deus, reúne-se, de todos os cantos, no amor de Cristo que dá a vida. Por isso, o canto de abertura poderá ser: “De todos os cantos viemos para louvar o Senhor”. Pode ser encontrado no CD: “Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 2, Tempo Comum, A, B, C, Paulus. Uma terceira outra opção é o canto: “Dizei aos cativos: Saí”, Isaias 49, CD: Liturgia XIII, Quaresma Ano A, melodia da faixa 11 ou Hinário Litúrgico II, página 115

2. Ato penitencial. O Ato penitencial pode ser cantado. Em consonância com o mistério celebrado pode ser. A melhor opção para o Ato penitencial seria a fórmula 5 para o Tempo Comum, página 394 do Missal Romano, gravado no CD: Campanha da Fraternidade 2013, melodia da faixa 4.

Senhor, que sois a plenitude da verdade e da graça, tende piedade de nós.
Todos: SENHOR, TENDE PIEDADE DE NÓS!

Ó Cristo, que vos tornastes pobre para nos enriquecer, tende piedade de nós.
Todos: Ó CRISTO, TENDE PIEDADE DE NÓS!

Senhor, que viestes para fazer de nós o vosso povo santo, tende piedade de nós.
Todos: SENHOR, TENDE PIEDADE DE NÓS!

3. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD: Festas Litúrgicas e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores.

O Hino de Louvor é chamado de “doxologia maior” em contraposição com a “doxologia menor” que é o “Glória ao Pai...”. Trata-se de um hino antiqüíssimo, iniciando com o louvor dos anjos na noite do Natal do Senhor (Lucas 2,14), desenvolveu-se antigamente no Oriente, como homenagem a Jesus Cristo. Não constitui uma aclamação à Santíssima Trindade, mas um hino Cristológico, isto é, os louvores se concentram no Filho Jesus. É um hino pelo qual, a Igreja reunida no Espírito Santo entoa louvores ao Pai e dirige súplicas ao Filho, Cordeiro e Mediador.

4. Salmo responsorial 125/126. Alegria da volta e restauração. “Maravilhas fez conosco o Senhor,...”, CD Liturgia IX, faixa 12.

Para a Liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido cantado como prolongamento meditativo e orante da Palavra proclamada. Ele reaviva o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e fidelidade. A tradicional execução do Salmo responsorial é dialogal: o povo responde com um refrão aos versos do Salmo, cantados um ou uma salmista. Deve ser cantado da mesa da Palavra.

5. O canto ritual do Aleluia. “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. “Aleluia... Pois eu sou a luz do mundo, quem nos disse, foi o Senhor!”, CD: Liturgia VI, melodia e estrofes iguais à faixa 20.

Aleluia é uma palavra hebraica “Hallelu-Jah” (“Louvai ao Senhor!”), que tem sua origem na liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na tradição cristã. Mais do que ornamentar a procissão do Evangeliário, sempre foi a expressão de acolhimento solene de Cristo, que vem a nós por sua Palavra viva, sendo assim manifestação da fé presença atuante do Senhor.

A aclamação ao Evangelho deve ser mantida conforme propõe o Lecionário. A melodia se encontra pelo CD: Liturgia VI.

6. Apresentação dos dons. Momento de partilha para com as necessidades do culto e da Igreja. O verdadeiro cristão sempre passa das trevas à luz. A exemplo de Cristo, nós devemos ser sal da terra e luz do mundo. Devemos ser oferendas com as nossas oferendas para socorrer os necessitados.  “Brilhe a vossa luz...” CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 12; “Bendito seja Deus Pai, do universo criador...”, CD: Liturgia VII, faixa 12. Por ser o Dia Nacional da Juventude, pode-se também cantar um canto ligado à Pastoral da juventude.

7. Canto de comunhão.   “O que queres que eu te faça? O cego respondeu: Mestre, que eu veja!” (Marcos 10,51b). “Desejamos, ó mestre, enxergar tua luz que clareia as estradas”, CD: Liturgia IX, melodia da faixa 13.

O que orientamos a respeito do canto de abertura, vale também para o canto de comunhão, não se trata de rigidez.  Sugerimos outro canto de comunhão para se retomar o Evangelho. O Evangelho nos mostra Jesus sempre tendo compaixão dos excluídos da sociedade: surdos, mudos, órfãos, viúvas, estrangeiros, doentes e pecadores. Um Deus que se compadece de todos e quer vida para todos (cf. João 10,10). A Liturgia também oferece outras ótimas opções: “Quando o Espírito de Deus soprou, o mundo inteiro se iluminou [...], o cego viu, o surdo escutou”, do compositor Zé Vicente, Hinário Litúrgico III da CNBB, página 367. Este canto é bem conhecido nas comunidades. “Tu és a luz, Senhor”, CD: Liturgia XVI, Páscoa Ano A, melodia da faixa 10, ou Hinário Litúrgico II, página 77, ou Ofício Divino das Comunidades página 185. “Bom é louvar o Senhor nosso Deus, cantar salmos ao nome do Altíssimo, com alegria aclamar seu amor, sua glória, bondade e poder”. Ele se encontra no CD: “Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 23 – Tempo Comum, Anos A, B e C” – Paulus.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Nas celebrações que ocorrem durante a noite, que a igreja esteja na penumbra. A pouca luminosidade ajuda no recolhimento e na oração. Além disso, colabora para manifestar o mistério que celebramos neste dia. As luzes sejam acesas após o acendimento do Círio pascal que propomos abaixo na ação ritual.

2. O simbolismo da cruz traz presente o anúncio da paixão e ressurreição do Senhor. A cruz processional, a mesma que será usada na procissão de abertura, esteja na entrada da Igreja, por onde todos passam. É uma forma de trazer presente o mistério que será celerado. Ela pode ficar aí até o início da celebração, ladeada de velas e flores, de forma que chame a atenção de todos os que vão chegando para a celebração.

9. AÇÃO RITUAL

A equipe de acolhida, além de recepcionar as pessoas que vão chegando, deve estar atenta ao ambiente e ao conjunto da ação litúrgica, a fim de que ela aconteça num clima orante e agradável.

Ritos Iniciais

1. Nas celebrações realizadas à noite, sobretudo no sábado, seria bom começar com a igreja na penumbra. Alguém se aproxima do Círio Pascal, acende e depois bendiz a Deus com palavras semelhantes a essas: “Bendito sejais, Senhor Deus, fonte de Luz e de vida. Em vosso Filho, esplendor da vossa glória, fizestes brilhar para nós um novo dia. Bendito sejais, Senhor! Em seguida, as velas dos fiéis são acesas, enquanto se canta com o refrão: “Salve Cristo, luz da vida, vinde nos iluminar”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa ou “Indo e vindo, trevas e luz”, ou ainda, “Ó Luz do Senhor que vem sobre a terra”.

2. A celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a assembléia no Mistério celebrado.  Para o canto abertura, sugerimos a opção do antifonário da CNBB, já mencionado nos roteiros anteriores. Outra opção seria cantar “Vence a tristeza” do compositor Zé Vicente.

3. Na saudação de quem preside, poderiam ser usadas as palavras conforme a 1Pedro 2,9:

O Deus que em seu Filho amado nos chamou das trevas à sua luz maravilhosa, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

4. Após a saudação presidencial, o animador pode propor o sentido litúrgico com palavras semelhantes a estas:
Domingo do cego de nascença. Celebramos a luz da fé, dada à comunidade dos que aderem ao caminho de Jesus, deixando para traz todos os sinais das nossas limitações e assumindo a vida nova como o Mestre. Jesus cura nossa cegueira, isto é, Ele nos introduz na sua salvação e nos faz caminhar nesta ouvindo sua voz, seguindo seus passos e vendo aquilo que antes não víamos: o amor a Deus por nós.

5. Em seguida fazer a “recordação da vida” trazendo os fatos que são as manifestações da Páscoa do Senhor na vida da comunidade, do país e do mundo, mas de forma orante e não como noticiário.

6. Sugerimos que a motivação para o Ato Penitencial seja a fórmula 3 da página 392 do Missal Romano:

Em Jesus Cristo, o Justo, que intercede por nós e nos reconcilia com o Pai, abramos o nosso espírito ao arrependimento para sermos menos indignos de aproximar-nos da mesa do Senhor.

7. Seria muito conveniente um ato penitencial, conforme algum dos formulários propostos pelo Missal Romano. Vale a pena uma leitura atenta dessas propostas que exaltam a misericórdia de Deus acima dos nossos pecados. A melhor opção para o Ato penitencial seria a fórmula 5 para o Tempo Comum, página 394 do Missal Romano. Ver acima em Música Ritual.

8. Cada Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de louvor (glória).

9. Na Oração do Dia deste domingo suplicamos a Deus que “dai-nos amar o que ordenais, para conseguirmos o que prometeis”.

Rito da Palavra

1. Na Liturgia da Palavra, jovens segurando velas podem circundar a mesa da Palavra; antes de dar inicio a primeira leitura.

2. Diante do Ambão seja colocado a Menorah (candelabro de sete velas, judaico). Antes da primeira leitura, enquanto se canta “tua Palavra é lâmpada para os meus pés, Senhor”, alguém acende as velas.

3. Preparar as preces tendo as necessidades da Igreja, da sociedade, e dos sofredores, etc.

Rito da Eucaristia

1. Na Oração sobre o pão e o vinho Celebramos o sacrifício de tal modo, que sirva para honrar a Deus.

2. A Oração Eucarística poderia ser a IV, que recorda o Mistério da luz de Deus que se revelou na pessoa de Jesus.

3. Se for escolhida outra oração eucarística sugerimos o Prefácio dos Domingos do Tempo Comum II que destaca Cristo que se compadece da fraqueza humana / (Cristo-Rei) Jesus eterno sacerdote. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Compadecendo-se da fraqueza humana, ele nasceu da Virgem Maria. Morrendo no lenho da Cruz, ele nos libertou da morte. Ressuscitando dos mortos, ele nos garantiu a vida eterna”. O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao modo de mistagogia. Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. A II admite troca de prefácio. As demais não admitem um prefácio diferente. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo para a unidade teológica e literária da eucologia. Para este Domingo sugerimos a Oração Eucarística II.

4. No momento do convite à comunhão, quando se apresenta o Pão consagrado e o cálice com o sangue de Cristo, é muito oportuno o texto bíblico de João 8,12, que é a fórmula “b” do Missal Romano:

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”, seguida de “Felizes os convidados para a ceia do Senhor”. Desta forma se manifesta mais claramente a ligação entre mesa da Palavra e da Eucaristia.

5. De acordo com as orientações em vigor, a comunhão pode ser sob as duas espécies para toda a assembléia. “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR, nº 240).

Ritos Finais

1. Na oração pós-comunhão contemplamos a fecundidade do sacramento e real posse do que a celebração significa.

2. Na bênção e envio missionário somos todos enviados em missão para revelar a vida cristã é servir e não buscar prestígio. Abençoar e enviar os jovens em missão como agentes da Boa Nova do Reino à juventude: jovens como missionários dos jovens.

3. Para o próximo Domingo, onde for conveniente, a comunidade seja avisada da bênção das imagens dos santos e santas, ao final da celebração.

4. Como bênção final, sugerimos a oração sobre o povo, número 7 do Missal Romano que nos convida a abraçar a vontade de Deus para fazer o bem.

5. As palavras do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: A tua fé te curou! Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Deus nos ama e, por meio de nós, quer amar a todos. Jesus é o grande Pontífice, que na Sua humanidade construiu a ponte entre Deus e a humanidade: esta ponte é a Igreja e a Igreja somos nós, cristãos. Nós somos a ponte entre o mundo de Deus e o mundo das pessoas. Devemos cuidar das vias de acesso, dos aterros, nivelando os montes.... Demos passagem a Deus que está à procura das pessoas e as pessoas que estão à procura de Deus.

Celebremos a Páscoa semanal do Senhor valorizando os que assumem a sua missão em nossa diocese e no mundo inteiro, a curar as cegueiras das pessoas para que possam enxergar o projeto de Jesus Cristo que quer vida em abundância para todos.

O objetivo da Igreja é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
           
Pe. Benedito Mazeti

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