28 de outubro de 2018
Leituras
Jeremias 31,7-9. Salva, Senhor, teu
povo, o resto de Israel.
Salmo 125/126,1-6. Mudai a nossa sorte,
ó Senhor como torrentes no deserto.
Hebreus 5,1-6. Sabe ter compaixão dos
estão na ignorância e no erro.
Marcos 10,46-52. Mestre que eu veja!
“JESUS, FILHO DE DAVI, TEM PIEDADE DE
MIM”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
cego de nascença. Podemos também chamar de domingo do verdadeiro discípulo.
Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na cura do cego Bartimeu e
em todas as pessoas que se deixam atingir pela luz de Cristo.
O cego
Bartimeu nos dá o exemplo de como seguir a Jesus. Neste domingo, celebrar a
Eucaristia na perspectiva do seguimento de Jesus é professar a fé, abrir os
olhos, romper com a sociedade excludente que cega a silencia a voz dos pequenos
e fracos. É ter coragem de ir, às margens do caminho, esperando por sinceros
gestos de caridade, pedirmos: “Dai-nos olhos para ver as necessidades e os
sofrimentos dos nossos irmãos e irmãs”.
Hoje é Dia Nacional
da Juventude. Supliquemos, que o Espírito Santo ilumine e fecunde o dinamismo
da juventude; fortifique seus passos no caminho da busca e do conhecimento da
Boa-Nova de Jesus. Cantemos bem alto a plenos pulmões:
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura - Jeremias 31,7-9. Para
entendermos o contexto da leitura de hoje é preciso ler os capítulos 30 e 31 de
Jeremias. De fato, em Jeremias 30,2, o profeta recebe a ordem de escrever num
livro todas as palavras que o Senhor lhe falou. O tema geral deste “livro” está
sintetizado em 30,3: “Mudarei a sorte do meu povo, Israel (e Judá), a fim de
reintegrá-lo na posse da terra que havia dado a seus pais”. Os oráculos são
dirigidos aos exilados do reino de Israel, levados ao exílio na Assíria, um
século antes de Jeremias, em 722 antes de Cristo.
De fato, é
neste contexto histórico que o profeta Jeremias, movido mais por razões de
ordem teológica que política, pronunciou os oráculos de restauração dos capítulos
30-31. Recebeu a ordem de lançá-los por escrito, talvez, para enviá-los aos
israelitas exilados na distante Assíria. A estes exilados de Israel Jeremias
promete o fim do cativeiro e o retorno à sua terra, com a reunificação do reino
davídico.
Israel está em ruínas. No exílio sua
auto-estima encontra-se em
baixa. Com suas exortações, o profeta Jeremias deseja
reerguer as esperanças do povo sofrido, revelando a atenção salvadora e amorosa
de Deus. Uma das tarefas do profeta é levar esperança para o povo. Proclama que
a libertação chegou: “Façam festa, gritem de alegria. O Senhor salvou seu povo,
o resto de Israel”. O próprio Deus se encarrega de reunir os discípulos e de
reorganizar o povo sofrido, repatriando-o. Ele tem um cuidado especial com os
cegos, os mutilados e as mulheres grávidas. No meio dessa grande assembléia, há
sinais de esperança e claros indícios de vida. A ternura e a bondade de Deus
para com os sofredores e indefesos se manifestam no modo como Ele os conduz:
“Eu os levaria para os córregos de água, por um caminho plano, onde não
tropeçarão. Serei um pai para Israel”. Liberto, o povo tem muitos para cantar:
“Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria” (Salmo responsorial).
É bom ter em
conta que o capítulo 31 de Jeremias ocupou um lugar muito importante na
“liturgia judaica”. Como as primeiras
comunidades cristãs não tinham ainda o Novo Testamento, só ouviam como Palavra
de Deus o Primeiro Testamento fora da pregação dos Apóstolos, não nos
devemos surpreender que esta Palavra tenha lhes servido para se lembrarem de
alguma palavra de Jesus ou de tal episódio de sua vida.
A leitura de
Jeremias 31,7-9 ao lado do Evangelho da cura do cego Bartimeu leva a liturgia a
nos apresentar Cristo como o verdadeiro restaurador de Israel. Cristo é quem
traz a salvação a todos os deserdados, reintegrando-os no novo povo de Deus, a
Igreja. A compaixão de Jesus com o cego de Jericó revela este amor paterno de
Deus em relação a todos os homens e mulheres, especialmente os abandonados.
Salmo responsorial – 125/126, 1-6. É um
salmo de ação de graças pensando na volta do exílio. Este salmo mistura dois
tipos, a ação de graças coletiva (versículos 1b-3 e a súplica, expressa em
forma de desejo: “Que o Senhor mude a nossa sorte, como as torrentes do
Negueb...” (versículos 4-6). Nós o consideramos súplica coletiva (“a nossa
sorte”) Recordando um passado de libertação fantástica, um grupo de pessoas
pede que a sorte deles seja novamente mudada. Nos versículos de 1a 3, a lembrança da libertação é intensa: aquela alegria
inesperada se torna presente. Na libertação, o Senhor revelou sua grandeza, de
modo que até os pagãos a puderam reconhecer; e esta revelação ativa é fonte de
alegria para o povo, mesmo na lembrança. A experiência histórica se transforma
na imagem serena da vida agrícola: semeadura e colheita.
O salmo canta
a ação de graças pela restauração: “Quando o Senhor reconduziu nossos cativos
parecíamos sonhar (...) nossos lábios encheram-se de canções” (versículos 1-2).
O salmista ainda pede para que a restauração se complete: “Muda, Senhor, a
nossa sorte...” (versículo 4).
O rosto de
Deus neste salmo é muito importante. Uma ação passada e uma ação esperada
(futuro) marcam o rosto de Deus neste salmo. A ação passada é o fim do exílio
na Babilônia (mudança de sorte para Sião), e a ação esperada é repetição da anterior
(mudança de sorte para o povo, transformando a situação de “deserto” em vida).
Porque Deus é essencialmente o aliado que liberta seu parceiro sempre e em
qualquer situação, realizando para ele o que o ser humano mais deseja, a
liberdade e a vida. Ele é capaz de transformar a pequena semente em grandes
feixes, as lágrimas em risos e canções, o ir chorando em voltar cantando...
Portanto, contemplamos o rosto de Deus como aliado
e libertador.
Vários
aspectos deste salmo ecoam na vida de Jesus. Aqui salientamos apenas algumas. A
vida de Jesus foi mudança de sorte para os pobres, e a ressurreição dele é a
grande mudança de sorte para o povo, a ponto de os discípulos se sentirem fora
de si por causa da alegria e do espanto (Lucas 24,41; João 20,10-20). Jesus
comparou o sofrimento de seus discípulos às dores de parto que geram o novo,
fazendo esquecer as lágrimas passadas (João 16,20-24). Maria assume como
próprio este salmo, celebrando o Senhor que fez grandes coisas em seu favor
(Lucas 1,49). Quando Cristo apareceu ressuscitado, também os discípulos
pensavam sonhar ou ver um fantasma.. Era a mudança inesperada de sua sorte. E
quando subiu ao céu, voltaram cheios de alegria. Cristo utilizou a imagem
agrícola, convidando-nos a semear, deixando que outros colham; nenhum feixe se
perderá quando o Senhor mudar nossa sorte, na grande volta à casa, “pois suas
obras os acompanharam” (Apocalipse 14,13).
Como o povo de
volta do cativeiro e os discípulos de Jesus após a ressurreição, cantemos a
alegria pelas vitórias que o Senhor nos tem dado:
MARAVILHAS FEZ
CONOSCO O SENHOR,
EXULTEMOS DE
ALEGRIA.
Segunda-leitura – Hebreus 5,1-6. Hebreus
5,1-10 desenvolve o tema de 4,14-16: o sacerdócio de Cristo. Jesus é com todo
direito nosso Pontífice e Sumo Sacerdote. Um Pontífice que saberá entender a
miséria humana, visto que dela fez experiência (versículos 1-3). Cristo foi
instituído sacerdote por Deus de maneira única (versículos 5-6).
Esta passagem
introduz a longa comparação que o autor institui entre o sacerdócio levítico e
o sacerdócio de Cristo. Não somente Cristo responde às condições requeridas de
todo sumo-sacerdote (versículos 1-4), mas também a superioridade de seu
sacerdócio é evidente. Prova disso é o juramento de Deus e a filiação eterna de
Cristo (versículos 5-6). Estes argumentos são apresentados sob forma de
citações escriturísticas que mais adiante voltarão continuamente: Salmo
109/110,4 e Salmo 2,7.
Entre as
qualidades requeridas de todo sumo sacerdote, o autor lembra que ele é “tomado
dentre os homens” (Números 8,6; Hebreus 2,10-18) que é “estabelecido” (Tito
1,5; Atos 6,3; 7, 10.27.35; Êxodo 2,14; Hebreus 2,28; 8,3) para oferecer
sacrifícios em favor dos homens (Levítico 4, 5,16). Esta dignidade de forma
alguma o impede de permanecer acolhedor para com os fracos e os desgarrados
(Levítico 5,18; Ezequiel 40,39), pois ele próprio participa de sua fraqueza.
Enfim, e sobretudo, o sumo sacerdote é chamado por Deus, exatamente, como Aarão
(Êxodo 28): condição que Cristo assume eminentemente, ele que não se arrogou
este privilégio (versículo 5) e jamais procurou sua própria glória (João 5,41;
8, 50.54; Romanos 15,3; Felipenses 2,6). Não se arrogou tal dignidade,
respondeu fielmente ao chamado do Pai. Aqui
está o ponto central que o autor de Hebreus quer frisar: Cristo não é sacerdote da descendência de
Aarão. Com dois argumentos bíblicos estabelece que o sacerdócio de Jesus se
justifica tanto pela sua dignidade de Filho de Deus – “tu és meu Filho, eu hoje
te gerei” (Hebreus 1,5; Salmo 2,7; cf. 2Samuel 7,14) – quanto pela Palavra de
Deus que o constitui sacerdote – “Tu és sacerdote eternamente, segundo o ordem
de Melquisedec” (Salmo 109/110,4).
Primeiro texto – “Tu és meu Filho...” – visa
aqui o sacerdócio de Cristo. anteriormente fora alegado para assegurar a
superioridade dele sobre os anjos (Hebreus 1,5). Paulo retoma esses argumentos
bíblicos para provar a sua ressurreição (Atos 13,33; Filipenses 2,9). O Messias,
cuja exaltação é proclamada pelo apóstolo Paulo, era também sacerdote (Salmo
109/110,4). O fundamento do sacerdócio de Cristo e sua dignidade excelsa
repousam no fato de ser Jesus verdadeiro Homem e verdadeiro Deus.
O segundo
texto – “Tu és sacerdote eternamente...” – é messiânico, aplicando-se com
prioridade a Jesus, sacerdote eterno, em especial a partir da ressurreição, sem
negar que o fosse já antes. A carta aos Hebreus vai explicitar esta citação no
capítulo 7. Cristo é sacerdote segundo a ordem de Melquisedec, superior a
Abraão, personagem misterioso que prenuncia algo de importante no futuro. Como
tal, o sacerdócio de Cristo é superior ao de Aarão e ao de Levi, levando
vantagem de longe. Jesus é o grande Sacerdote, Eterno e perfeito, que a humanidade
esperava e de que tanto necessitava.
Ele é o único
capaz de apresentar nossas necessidades e orações a Deus, pois está totalmente
sintonizado com a compaixão do Pai em favor dos sofredores de seu povo. Seu
sacerdócio tem como fundamento o sofrimento, a morte e a ressurreição e
aproxima-nos do Pai de um modo singular e perfeito.
Evangelho – Marcos 10,46-52. O milagre
da cura do cego Bartimeu é o último da vida pública de Jesus feito em favor
feito em favor de um homem (cf. Marcos 11,14.20ss); 15,38) e desempenha um
papel especial na composição deste Evangelho. Ele situa-se em Jericó, última
parada de Jesus e Seus discípulos na viagem que os conduz da Galiléia (cf.
Marcos 10,1) a Jerusalém (cf. Marcos 10,32.46; 11,1), onde celebrarão a Páscoa.
A multidão que os acompanha ao sair de Jericó compõe-se de moradores desta
cidade e de romeiros que por motivo da Páscoa se dirigem a Jerusalém. Esta
movimentação acompanha-se de um clima de euforia festiva e de entusiasmo
inspirado por expectativas messiânicas. Chegando em Jerusalém Jesus
será aclamado com as palavras “Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor!
Bendito o reino de nosso pai, Davi, que está chegando! Hosana nas alturas!”
(Marcos 11,9-10), aclamação que em parte se inspira no Salmo 118/117, que constava
no repertório destes dias, e cujo canto alimentava e expressava estas expectativas messiânicas. Jesus é,
pois, recebido na capital e no santuário nacional como o Messias prometido da
casa de Davi.
De qualquer
forma, na narração de Marcos, o reconhecimento e a aclamação coletivos de Jesus
como Messias em Jerusalém são preparados
pelo reconhecimento e pela aclamação individual de Bartimeu.
Do ponto de
vista da teologia da fé cristã a interpretação deste milagre é óbvia. Como a
confissão de Pedro, também a aclamação de Jesus como Messias da parte da
multidão e do próprio Bartimeu são ligadas à cura de um cego (cf. Marcos
8,22-26 antes de 8,27-30; 11,46-52 antes de 11,1-10), ilustrando-se que a fé
supõe a luz interior da graça.
Bartimeu é um
homem sem recursos, cego e pobre, à mercê da providencia humana e divina, até
que Jesus se aproxime e ele saiba procurá-Lo. Apesar das tentativas de muitos
para silenciá-lo e mantê-lo longe de Jesus e da possibilidade de salvação que
em Nele o cego encontra vê descortinar (cf. Marcos 48a), ele não desiste e
grita alto até ouvir a voz de Jesus que o chama. Sendo atendido por Jesus, ele
é salvo de uma dupla cegueira, a física e
a espiritual. E, de olhos abertos, “segue Jesus pelo caminho” (versículo
53), como discípulo.
Isso mostra
que a iniciação à fé cristã começa primeiramente por uma manifestação de Jesus
na vida da pessoa humana: é preciso que Jesus Cristo “passe por aí” (Mateus
20,30). Contudo, esta manifestação é misteriosa: o cego, que aqui representa o
homem a caminho da fé, não vê Jesus; apenas a pressente a presença do Senhor
nos acontecimentos (versículo 47b). Esta abertura para Deus é logo colocada em
questão pelo mundo que o cerca (versículo 48a), e lhe será necessária toda sua
coragem a fim de sustentar seu propósito de abertura para o Homem-Deus
(versículo 48b).
O caminho da
fé é meta da atenção de alguns que lhe revelam o apelo de Deus, encorajando-o e
convidando-o a converter-se (“levantar-se” ou ressuscitar e “lançar seu manto”
ou despojar-se do homem velho: versículos 49-50).
A narração é
uma ilustração de três temas da pregação cristã: fé, salvação messiânica e
discipulado. A fé deste milagre não é fé em um curandeiro, mas fé cristã,
fé que salva. A salvação é messiânica, isto é, atinge toda a pessoa humana, não
somente a dimensão corporal, e nem somente a dimensão espiritual, mas a pessoa
humana integral. Ela liberta o ser humano de uma dependência humilhante para
uma entrega livre de si à pessoa de Cristo pelo seguimento: “Coragem,
levanta-te, Jesus te chama”!
É preciso ter
em mente que a sociedade que manda o cego calar é a mesma que está tramando o
fim de Jesus. Ela não tolera quem “vê” e não suporta “os gritos” denunciadores
da cegueira de quem afirma estar enxergando. O cego grita ainda com mais
coragem. Atrai a atenção de Jesus, que ordena: “Chamem o cego”. Ao sentir-se
chamado, num ímpeto, o pobre homem abandona o manto e salta para a vida nova.
Rompe com a sociedade que o mantinha à margem. Bartimeu apenas pede: “Mestre,
eu quero ver de novo”. Obtém do Messias a confirmação: “Pode ir, a sua fé te
curou”. No mesmo instante, recuperou a vista e segue Jesus pelo caminho em
direção. É o verdadeiro discípulo, que pela fé enxerga e segue a Jesus rumo a
Jerusalém.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
A narrativa
evangélica deste domingo é uma parábola que reflete o ser humano iluminado por
Cristo, o discípulo perfeito. Jesus pede uma decisão dos discípulos ao
seguimento radical: o verdadeiro discípulo é aquele que, pela fé, enxerga e
segue a Jesus rumo a Jerusalém. Ser discípulo é desejar tornar-se iluminado; é
comprometer-se em obras de solidariedade com os que continuam sentados à beira
do caminho. Entre nós a muitos tipos de cegueira e de cegos.
Jesus segue
para Jerusalém não como turista e nem para conquistar as glórias deste mundo.
Ele vai a fim de doar sua vida. Os discípulos e a multidão o seguem, mas como
cegos. Continuam sonhando com honrarias e esperam a vitória deles neste mundo.
O cego do
Evangelho é, de certa forma, símbolo de todos nós. Constitui uma grande verdade
que todos estamos um pouco cegos no caminho de Jericó a Jerusalém. Isto é, no
caminho da vida. Muitos de nós, no entanto, não estamos ali como Bartimeu, no
momento oportuno da graça para implorar a cura. O cego sentado à beira do
caminho é uma eloqüente imagem dos necessitados da humanidade, lembrados por
Jeremias, em favor doa quais se derrama a compaixão de Deus. Uma excelente
oportunidade para a comunidade praticar a caridade em favor dos excluídos dos
caminhos que conduzem à vida.
Bartimeu grita
a plenos pulmões, vencendo os mandos, para que se calasse. Assim como uma
criança que, diante da insensibilidade da mãe, chora e grita, o clamor do pobre
cego, alimentado pelas migalhas da sociedade excludente, atrai a atenção de
Jesus. É o do discípulo apaixonado que não se cala enquanto a solução não
chega. O grito do cego vem do profundo de sua indignação. Ele não se resigna a
continuar nas trevas em que está envolto; ele não se conforma em ter de
sobrevier passivamente das esmolas dos passantes. Bartimeu consciente da
situação, intui que algo está por acontecer e pode mudar sua vida. Supera as
hesitações e o medo, a perplexidade e o acanhamento, e grita a plenos pulmões.
Logo surgem os
que “abafam o grito”. “Cale-se”! Não perturbe o Mestre!” Para que você vai se
preocupar com os problemas dos pobres, da comunidade, da Igreja, da
sociedade...?! Há quem chega a zombar dos sentimentos e das inquietações. Para
muita gente bem instalada, o grito dos excluídos amedronta. Bartimeu não
desanima: em sua indignação continua gritando, pedindo para que alguém o
ilumine.
“São cegos
como também são cegas aquelas pessoas e comunidades que querem silenciar os
pobres, que gritam que não querem parar para refletir sobre certas situações e
para encontrar alguma solução, que não toleram que alguém perturbe o tranqüilo
prosseguimento das suas triunfais procissões.
Por isso
incessantemente devemos rezar: “Senhor Jesus, luz verdadeira, que iluminais
toda a humanidade, libertai, pelo Espírito da verdade, os que se encontram
oprimidos pelo pai da mentira, e despertai a boa vontade dos que chamais aos
vossos sacramentos, para que, na alegria da vossa luz, tornem-se, como o cego
outrora iluminado, audazes testemunhas da fé” (Ritual da Iniciação Cristã dos
Adultos. Oração do 2º Escrutínio, página 76).
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
É a Páscoa de
Bartimeu. Pesach, nas línguas semíticas, além de denotar passagem, pode
significar também pulo, salto, dança. É este o verbo usado no livro do Êxodo
para narrar que o anjo do Senhor saltou a casa dos hebreus quando veio levar os
primogênitos. Ao fazermos uma leitura litúrgica desta passagem no Evangelho,
não podemos desconsiderar seu aspecto pascal. Obedecendo a Jesus, a comunidade
(igual os discípulos) chama o filho de Timeu para o encontro com a vida
(levanta-te! Ressuscita!). Jesus abre-lhe os olhos e ele se torna discípulo.
Adquire, portanto, o olhar da fé, pois foi primeiro liberto da morte e,
experimentado-a em plenitude, tornou-se discípulo e anunciador dela.
É exatamente a
relação entre o anúncio da Páscoa e a acolhida desta que corresponde à posse do
mistério. Isto é, a celebração da ação salvadora de Deus em Jesus, recordando
sua palavra e ação que devolvem a visão a Bartimeu, transforma de ouvintes e
assistentes a colaboradores deste caminhar da fé, no qual Jesus tem a Palavra.
Hoje, a Igreja
reconhece que Bartimeu experimentou a Páscoa de Jesus, pois foi retirado das trevas da morte. Aquilo que fora
proclamado pela Palavra de Deus em Jesus – “Vai, tua fé te curou!’ – e que os
sacramentos testemunham quando os celebramos, realiza-se em Bartimeu. E esta é,
particularmente, a súplica da assembléia em oração: “Que os vossos sacramentos
produzam em nós o que significam.” (cf. Oração de pois da Comunhão). Entramos,
então, na posse do mistério, pois ele se cumpre
em nós, filhos de José, de Maria, de João... e como resposta seguimos
Jesus pelo caminho.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Neste 30º
domingo, Jesus nos reúne junto de si com seus discípulos e nos revela a grande
compaixão do Pai. Apesar das nossas infidelidades, nos desertos e exílios de
nosso viver, Deus vem ao nosso encontro e nos mergulha nas águas do rio da vida
nova, da aliança renovada no sangue derramado de sue Filho. Hoje, o Espírito
Santo restabelece nossa aliança com o Pai em e por Jesus Cristo – aliança com o
Deus apaixonado por seu povo.
Jesus único
Mediador conhecendo nossa condição humana, nos une ao seu gesto de total
entrega (sacrifício), acolhe nossas preces e louvores e os apresenta ao Pai, de
tal modo que seja um sacrifício oferecido a agradáveis a Deus. Na celebração da
Eucaristia, Jesus reza por nós dizendo: “Lembrai-vos, ó Pai, dos vossos filhos
e filhas e de todos os que circundam este altar, dos quais conheceis a
fidelidade e a dedicação em vos servir. Estes vos oferecem conosco este
sacrifício de louvor (...) e elevam a vós as suas preces para alcançar o perdão
de suas faltas, a segurança em suas vidas e a salvação que esperam” (Oração
Eucarística I).
Celebrando o
memorial de sua morte e ressurreição, Jesus Cristo houve “nossos gritos”,
curando-nos da cegueira, e nos introduz no mistério de sua luz. “A Igreja vive
de Jesus eucarístico, por Ele é nutrida, por ele é iluminada”. A Eucaristia é
mistério de fé e, ao mesmo tempo, “mistério de luz”. Sempre que a Igreja a
celebra, os fiéis podem de certo modo reviver a experiência dos discípulos de
Emaús: “Abriram-se os olhos e o reconheceram ao partir o pão” (Lucas 24,31).
Elevando ao
Pai em e por Jesus Cristo nossa ação de graças, festejamos a Páscoa
concretizada nos incontáveis gestos de caridade e de solidariedade realizados
no decorrer da semana. É a festa que semanalmente se concretiza, para nós, na
Eucaristia.
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Neste
domingo em que fazemos memória do encontro de Jesus com o cego sentado à beira
do caminho, a equipe de liturgia, como um serviço importante para a comunidade
de fé, ao preparar a celebração dará particular às partes e gestos da
celebração.
2. Valorizar
os momentos de silêncio durante a
celebração (no início da celebração, após cada leitura e o canto do salmo, após
a homilia, após a comunhão...) para que o louvor bote do coração e da vida, não
só dos lábios. Privilegie-se o silêncio
como expressão de intimidade pessoal e comunitária com o mistério celebrado.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa,
para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente
cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 30º Domingo do
Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a
Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda
liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma
pastoral ou de um movimento. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um
movimento ou de uma pastoral.
1. Canto de abertura. Procurar sem cessar a face de Deus (Salmo
104/105,3-4). “Exulte de alegria quem busca a Deus”, articulado com o mesmo
Salmo 129/130, CD: Liturgia VII,
melodia da faixa 14.
A fé em Jesus
é uma experiência dialogal, na qual o ser humano, reconhecendo a salvação e a
vida que Deus nos dá, por meio do seu Cristo, coloca-se no caminho de Jesus
para segui-lo e fazer da vida uma ação de graças a Deus. A assembleia cristã,
que é o povo que Jesus ganhou para Deus, reúne-se, de todos os cantos, no amor
de Cristo que dá a vida. Por isso, o canto de abertura poderá ser: “De todos os
cantos viemos para louvar o Senhor”. Pode ser encontrado no CD: “Cantos de
Abertura e Comunhão, melodia da faixa 2, Tempo Comum, A, B, C, Paulus. Uma
terceira outra opção é o canto: “Dizei aos cativos: Saí”, Isaias 49, CD:
Liturgia XIII, Quaresma Ano A, melodia da faixa 11 ou Hinário Litúrgico II,
página 115
2. Ato penitencial. O Ato
penitencial pode ser cantado. Em consonância com o mistério celebrado pode ser.
A melhor opção para o Ato penitencial seria a fórmula 5 para
o Tempo Comum, página 394 do Missal Romano, gravado no CD: Campanha da
Fraternidade 2013, melodia da faixa 4.
Senhor, que
sois a plenitude da verdade e da graça, tende piedade de nós.
Todos: SENHOR, TENDE PIEDADE DE
NÓS!
Ó Cristo, que
vos tornastes pobre para nos enriquecer, tende piedade de nós.
Todos: Ó CRISTO, TENDE PIEDADE DE
NÓS!
Senhor, que
viestes para fazer de nós o vosso povo santo, tende piedade de nós.
Todos: SENHOR, TENDE PIEDADE DE
NÓS!
3. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD: Festas Litúrgicas e também a versão da CNBB
musicado por Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor é chamado de “doxologia maior” em contraposição com a “doxologia menor”
que é o “Glória ao Pai...”. Trata-se de um hino antiqüíssimo, iniciando com o
louvor dos anjos na noite do Natal do Senhor (Lucas 2,14), desenvolveu-se
antigamente no Oriente, como homenagem a Jesus Cristo. Não constitui uma
aclamação à Santíssima Trindade, mas um hino Cristológico, isto é, os louvores
se concentram no Filho Jesus. É um hino pelo qual, a Igreja reunida no Espírito
Santo entoa louvores ao Pai e dirige súplicas ao Filho, Cordeiro e Mediador.
4. Salmo responsorial 125/126. Alegria
da volta e restauração. “Maravilhas
fez conosco o Senhor,...”, CD Liturgia IX, faixa 12.
Para a
Liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido
cantado como prolongamento meditativo e orante da Palavra proclamada. Ele
reaviva o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e
fidelidade. A tradicional execução do Salmo responsorial é dialogal: o povo
responde com um refrão aos versos do Salmo, cantados um ou uma salmista. Deve
ser cantado da mesa da Palavra.
5. O canto ritual do Aleluia. “Eu
sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da
vida”. “Aleluia... Pois eu sou a luz do mundo, quem nos disse, foi o Senhor!”,
CD: Liturgia VI, melodia e estrofes iguais à faixa 20.
Aleluia é uma
palavra hebraica “Hallelu-Jah” (“Louvai ao Senhor!”), que tem sua origem na
liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na tradição cristã. Mais do que
ornamentar a procissão do Evangeliário, sempre foi a expressão de acolhimento
solene de Cristo, que vem a nós por sua Palavra viva, sendo assim manifestação
da fé presença atuante do Senhor.
A aclamação ao
Evangelho deve ser mantida conforme propõe o Lecionário. A melodia se encontra
pelo CD: Liturgia VI.
6. Apresentação dos dons. Momento
de partilha para com as necessidades do culto e da Igreja. O verdadeiro cristão
sempre passa das trevas à luz. A exemplo de Cristo, nós devemos ser sal da
terra e luz do mundo. Devemos ser oferendas com as nossas oferendas para
socorrer os necessitados. “Brilhe a
vossa luz...” CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 12; “Bendito seja Deus
Pai, do universo criador...”, CD: Liturgia VII, faixa 12. Por ser o Dia
Nacional da Juventude, pode-se também cantar um canto ligado à Pastoral da
juventude.
7. Canto de comunhão. “O que queres que eu te faça? O cego
respondeu: Mestre, que eu veja!” (Marcos 10,51b). “Desejamos, ó mestre,
enxergar tua luz que clareia as estradas”, CD: Liturgia IX, melodia da faixa
13.
O que
orientamos a respeito do canto de abertura, vale também para o canto de
comunhão, não se trata de rigidez.
Sugerimos outro canto de comunhão para se retomar o Evangelho. O
Evangelho nos mostra Jesus sempre tendo compaixão dos excluídos da sociedade:
surdos, mudos, órfãos, viúvas, estrangeiros, doentes e pecadores. Um Deus que
se compadece de todos e quer vida para todos (cf. João 10,10). A Liturgia
também oferece outras ótimas opções: “Quando o Espírito de Deus soprou, o mundo
inteiro se iluminou [...], o cego viu, o surdo escutou”, do compositor Zé
Vicente, Hinário Litúrgico III da CNBB, página 367. Este canto é bem conhecido
nas comunidades. “Tu és a luz, Senhor”, CD: Liturgia XVI, Páscoa Ano A, melodia
da faixa 10, ou Hinário Litúrgico II, página 77, ou Ofício Divino das
Comunidades página 185. “Bom é louvar o Senhor nosso Deus, cantar salmos ao
nome do Altíssimo, com alegria aclamar seu amor, sua glória, bondade e poder”.
Ele se encontra no CD: “Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 23 –
Tempo Comum, Anos A, B e C” – Paulus.
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Nas
celebrações que ocorrem durante a noite, que a igreja esteja na penumbra. A
pouca luminosidade ajuda no recolhimento e na oração. Além disso, colabora para
manifestar o mistério que celebramos neste dia. As luzes sejam acesas após o
acendimento do Círio pascal que propomos abaixo na ação ritual.
2. O
simbolismo da cruz traz presente o anúncio da paixão e ressurreição do Senhor.
A cruz processional, a mesma que será usada na procissão de abertura, esteja na
entrada da Igreja, por onde todos passam. É uma forma de trazer presente o
mistério que será celerado. Ela pode ficar aí até o início da celebração,
ladeada de velas e flores, de forma que chame a atenção de todos os que vão chegando
para a celebração.
9. AÇÃO RITUAL
A equipe de
acolhida, além de recepcionar as pessoas que vão chegando, deve estar atenta ao
ambiente e ao conjunto da ação litúrgica, a fim de que ela aconteça num clima
orante e agradável.
Ritos Iniciais
1. Nas
celebrações realizadas à noite, sobretudo no sábado, seria bom começar com a
igreja na penumbra. Alguém se aproxima do Círio Pascal, acende e depois bendiz
a Deus com palavras semelhantes a essas: “Bendito sejais, Senhor Deus, fonte de
Luz e de vida. Em vosso Filho, esplendor da vossa glória, fizestes brilhar para
nós um novo dia. Bendito sejais, Senhor! Em seguida, as velas dos fiéis são
acesas, enquanto se canta com o refrão: “Salve Cristo, luz da vida, vinde nos
iluminar”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa ou “Indo e vindo, trevas e
luz”, ou ainda, “Ó Luz do Senhor que vem sobre a terra”.
2. A celebração tem início com a reunião da
comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto de abertura começa tendo em conta essa
realidade eclesial, e vai introduzir a assembléia no Mistério celebrado. Para o canto abertura, sugerimos a opção do
antifonário da CNBB, já mencionado nos roteiros anteriores. Outra opção seria
cantar “Vence a tristeza” do compositor Zé Vicente.
3. Na saudação de quem preside,
poderiam ser usadas as palavras conforme a 1Pedro 2,9:
O Deus que em seu Filho amado nos chamou das trevas à sua
luz maravilhosa, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.
Todos:
Bendito
seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
4. Após a saudação presidencial, o
animador pode propor o sentido litúrgico com palavras semelhantes a estas:
Domingo do cego de nascença.
Celebramos a luz da fé, dada à comunidade dos que aderem ao caminho de Jesus,
deixando para traz todos os sinais das nossas limitações e assumindo a vida
nova como o Mestre. Jesus cura nossa cegueira, isto é, Ele nos introduz na sua
salvação e nos faz caminhar nesta ouvindo sua voz, seguindo seus passos e vendo
aquilo que antes não víamos: o amor a Deus por nós.
5. Em seguida
fazer a “recordação da vida” trazendo os fatos que são as manifestações da
Páscoa do Senhor na vida da comunidade, do país e do mundo, mas de forma orante
e não como noticiário.
6. Sugerimos
que a motivação para o Ato Penitencial seja a fórmula 3 da página 392 do Missal
Romano:
Em Jesus Cristo, o Justo, que intercede por
nós e nos reconcilia com o Pai, abramos o nosso espírito ao arrependimento para
sermos menos indignos de aproximar-nos da mesa do Senhor.
7. Seria muito conveniente um ato
penitencial, conforme algum dos formulários propostos pelo Missal Romano. Vale
a pena uma leitura atenta dessas propostas que exaltam a misericórdia de Deus
acima dos nossos pecados. A melhor opção para o Ato penitencial seria a fórmula
5 para o Tempo Comum, página 394 do Missal Romano. Ver acima em Música Ritual.
8. Cada
Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de
louvor (glória).
9. Na Oração
do Dia deste domingo suplicamos a Deus que “dai-nos amar o que ordenais, para
conseguirmos o que prometeis”.
Rito da Palavra
1. Na Liturgia
da Palavra, jovens segurando velas podem circundar a mesa da Palavra; antes de
dar inicio a primeira leitura.
2. Diante do
Ambão seja colocado a Menorah (candelabro de sete velas, judaico). Antes da
primeira leitura, enquanto se canta “tua Palavra é lâmpada para os meus pés,
Senhor”, alguém acende as velas.
3. Preparar as
preces tendo as necessidades da Igreja, da sociedade, e dos sofredores, etc.
Rito da Eucaristia
1. Na Oração
sobre o pão e o vinho Celebramos o sacrifício de tal modo, que sirva para
honrar a Deus.
2. A Oração
Eucarística poderia ser a IV, que recorda o Mistério da luz de Deus que se
revelou na pessoa de Jesus.
3. Se for
escolhida outra oração eucarística sugerimos o Prefácio dos Domingos do Tempo
Comum II que destaca Cristo que se compadece da fraqueza humana / (Cristo-Rei)
Jesus eterno sacerdote. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Compadecendo-se
da fraqueza humana, ele nasceu da Virgem Maria. Morrendo no lenho da Cruz, ele
nos libertou da morte. Ressuscitando dos mortos, ele nos garantiu a vida eterna”.
O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o
Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao
modo de mistagogia. Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou
a III Oração Eucarística. A II admite troca de prefácio. As demais não admitem
um prefácio diferente. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem
grave prejuízo para a unidade teológica e literária da eucologia. Para este
Domingo sugerimos a Oração Eucarística II.
4. No momento
do convite à comunhão, quando se apresenta o Pão consagrado e o cálice com o
sangue de Cristo, é muito oportuno o texto bíblico de João 8,12, que é a
fórmula “b” do Missal Romano:
“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não
andará nas trevas, mas terá a luz da vida”, seguida de “Felizes os
convidados para a ceia do Senhor”. Desta forma se manifesta mais claramente a
ligação entre mesa da Palavra e da Eucaristia.
5. De acordo
com as orientações em vigor, a comunhão pode ser sob as duas espécies para toda
a assembléia. “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando
sob as duas espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do
banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de
realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação
entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR,
nº 240).
Ritos Finais
1. Na oração
pós-comunhão contemplamos a fecundidade do sacramento e real posse do que a
celebração significa.
2. Na bênção e
envio missionário somos todos enviados em missão para revelar a vida cristã é
servir e não buscar prestígio. Abençoar e enviar os jovens em missão como
agentes da Boa Nova do Reino à juventude: jovens como missionários dos jovens.
3. Para o
próximo Domingo, onde for conveniente, a comunidade seja avisada da bênção das
imagens dos santos e santas, ao final da celebração.
4. Como bênção
final, sugerimos a oração sobre o povo, número 7 do Missal Romano que nos
convida a abraçar a vontade de Deus para fazer o bem.
5. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: A tua fé
te curou! Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Deus nos ama
e, por meio de nós, quer amar a todos. Jesus é o grande Pontífice, que na Sua
humanidade construiu a ponte entre Deus e a humanidade: esta ponte é a Igreja e
a Igreja somos nós, cristãos. Nós somos a ponte entre o mundo de Deus e o mundo
das pessoas. Devemos cuidar das vias de acesso, dos aterros, nivelando os
montes.... Demos passagem a Deus que está à procura das pessoas e as pessoas
que estão à procura de Deus.
Celebremos a
Páscoa semanal do Senhor valorizando os que assumem a sua missão em nossa
diocese e no mundo inteiro, a curar as cegueiras das pessoas para que possam
enxergar o projeto de Jesus Cristo que quer vida em abundância para todos.
O objetivo da
Igreja é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas
outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor
o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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