sexta-feira, 30 de maio de 2014

SOLENIDADE DA ASCENSÃO DO SENHOR - ANO A

01 de junho de 2014

Leituras
      Atos 1,1-11
     Salmo 45/46
     Efésios 1,17-23
     Mateus 28,16-20

 “EIS QUE EU ESTAREI CONVOSCO TODOS OS DIAS, ATÉ O FIM DO MUNDO”


1- PONTO DE PARTIDA

Hoje é o Domingo da Ascensão do Senhor. Chegamos, hoje, a um momento muito importante dentro do Tempo Pascal. É uma festa que tem o seu sentido dentro do espírito que caracteriza estes cinqüentas dias de Páscoa. É bom lembrar que estamos vivenciamos dias de Páscoa e não após a Páscoa.

O mistério da Ascensão do Senhor significa “elevação, subida” também para nós, seus discípulos e discípulas missionários que têm como meta a evangelização. Ele elevou-se ao céu, não para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar a todos nós a certeza de que nos conduzirá à gloria da imortalidade.

Unidos em comunhão com todos os cristãos espalhados pelo mundo celebramos Ascensão de Jesus, plenitude da Páscoa, cuja memória nós atualizamos na Eucaristia. Jesus conclui sua missão, despede-se dos seus discípulos, mas sem abandoná-los e é elevado e glorificado pelo Pai. A Igreja, convocada para dar continuidade à missão de Jesus, prepara-se para celebrar a Solenidade de Pentecostes e comemora também o dia das comunicações. 

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
           
            Primeira leitura – Atos dos Apóstolos 1,1-11. Lucas liga os Atos dos Apóstolos ao Evangelho que ele mesmo escreveu por um breve resumo (Atos 1,1-3). Neste resumo ele refere-se também às aparições de Jesus ressuscitado (versículo 3) e à Ascensão (versículo 2c) já contadas no fim do Evangelho. Os outros evangelhos não falam que Jesus tinha aparecido durante quarenta dias. Com isso Lucas esboça as etapas da história da salvação: o tempo de Jesus “desde o começo do seu trabalho até o dia em que foi levado para o céu”; o tempo anterior a esta etapa que abrange a história do “povo de Israel” e que é o tempo da promessa e da esperança; o tempo posterior ao tempo de Jesus, que vai da ascensão até a volta no fim do mundo, é o tempo da Igreja.

            Lucas atribui ao próprio Jesus ressuscitado a inauguração dos “Atos dos Apóstolos”, isto é, do tempo e da história da Igreja. Para ele é de suma importância que seu “segundo livro” não comece com os discípulos desamparados e desorientados (cf. Lucas 24,17-21), mas com o Senhor ressuscitado que os procura e ensina durante quarenta dias sobre “o Reino de Deus” (versículo 3; cf. o valor simbólico do número quarenta!). A ressurreição não é somente um fim glorioso da carreira terrestre de Jesus, mas ao mesmo tempo o fundamento salvador da Igreja. A missão salvadora dos apóstolos e da Igreja está intimamente ligada ao Jesus terrestre e glorificado, à Sua Palavra e à Sua obra (ao Seu “fazer e ensinar”: Atos 1,1), ao Seu poder e à Sua missão.

            Na versão do Atos dos Apóstolos, a Ascensão aparece antes de tudo com a inauguração da missão da Igreja no mundo. Os quarenta dias (versículo 3) fixados por Lucas como a duração da estadia do Ressuscitado sobre a terra devem ser compreendidos no sentido de um último tempo de preparação (o número quarenta designa sempre um período de espera na Escritura): são uma medida proporcional e não cronológica. Com isso a ressurreição não constitui um limite, mas a preliminar de uma nova etapa do Reino: a sessão de Cristo à direita do Pai e a missão da Igreja pelo mundo afora. A esse respeito, é muito significativa a observação sobre os anjos convidando os apóstolos a não ficarem com os olhos fixos no céu (cf. versículo 11).

            A imagem da nuvem não deve ser tomada num sentido material. Para Lucas, a nuvem é apenas o sinal da presença divina, como o foi sobre a Tenda de reunião e no Templo de Jerusalém. De forma alguma trata-se de um fenômeno metereológico, mas de um acontecimento teológico: a entrada de Jesus de Nazaré na glória do Pai, e a certeza de sua presença no mundo. Jesus ressuscitado é, de agora em diante, o lugar da presença de Deus no mundo, o único lugar sagrado da nova humanidade.

            A idéia de separação e de ruptura ainda reforçada pela afirmação de que não cabe aos homens conhecerem o fim de sua história (versículo 7) e pelo apelo dos apóstolos ao realismo do qual queriam fugir (versículo 11). Sem dúvida Lucas quer mostrar que Cristo só pode separar-se de pessoas que só pensam no estabelecimento imediata do Reino (versículo 6) e que só está presente naqueles que aceitam o longo caminhar que passa pela missão e pelo serviço a favor da humanidade (versículo 8). Quer mostrar também que, para começar sua missão, é preciso que a Igreja rompa com Cristo carnal. Não podemos mais, de agora em diante, nos unir a Cristo a não ser por intermédio dos apóstolos revestidos do Espírito de Cristo. É, pois, uma maneira de ver a Igreja que se esforça depois da insistência de Lucas sobre a separação entre Jesus e os cristãos.

            A efusão do Espírito Santo (versículo 5) ainda não é o fim nem o início do fim dos tempos e do pleno desabrochar do Reino. O Reino não somente abrangerá o povo de Israel, mas todos os povos. A preocupação para conhecer o fim dos tempos é, pois, substituída pela preocupação de levar o Evangelho “até os confins do mundo” (cf. Marcos 13,10; Mateus 24,14). Lucas não nega a segunda vinda em glória (versículo 11c), mas não toca mais no problema da preocupação com a data da mesma.

            Salmo responsorial – 46/47,2-3.6-9. Hino à realeza do Senhor. Este salmo escatológico, o primeiro dos “salmos do Reino”, desenvolve a aclamação: “o Senhor é Rei!” O Rei de Israel sobe ao Templo de Jerusalém em cortejo triunfal, em meio às aclamações rituais (Salmo 33,3). Seu império de estende a todos os povos que virão juntar-se ao povo eleito. É um Salmo de procissão.

A entrada da arca no santuário torna visível a realeza de Deus, Criador do Universo e Senhor da História. O Salmo presta-se para compreendermos a Ascensão de Jesus como entrada gloriosa na eternidade. Ele é o verdadeiro Rei-Messias que toma posse do seu Reino.

O versículo 8 afirma “porque Deus é o rei de toda a terra: tocai trombeta ao som da harpa acompanhai os seus louvores!” No fim da procissão, o Senhor volta a ocupar seu trono no Templo. Dali estabelece o seu Reino universal.

O rosto de Deus no Salmo 46/47. Deus Altíssimo é terrível e grande rei sobre toda a terra (versículo 3), submetendo nações e povos. O Salmo engrandece a realeza de Deus sobre toda a terra.

            Cantemos, neste salmo, o poder do Senhor que se revela em Jesus Cristo, conduzindo o mundo inteiro no seu plano de amor para que todos tenham vida em plenitude.

            POR ENTRE ACLAMAÇÕES DEUS SE ELEVOU,
           O SENHOR SUBIU AO TOQUE DA TROMBETA.

            Segunda leitura – Efésios 1,17-23. A sabedoria que Paulo pede a Deus para seus correspondentes (versículo 17) é este dom sobrenatural já conhecido dos sábios do Primeiro Testamento (cf. Provérbios 3,13-18), mas consideravelmente ampliado na sua definição cristã: ela não é somente a prática da lei, o conhecimento da vontade divina sobre o mundo; não é mais uma explicação do mundo, mas a revelação do destino de um homem (versículo 17) e da herança da glória que dela resulta (Efésios 1,14), tão contrastante com a miséria da existência humana (Romanos 8,20); enfim, ela é a descoberta do poder de Deus, já manifestado na ressurreição de Cristo (versículo 20), garantia de nossa própria transfiguração.

            Paulo se detém um pouco na contemplação deste poder divino. Este poder não é mais somente o que Deus revelou para criar a terra e impor-lhe suas vontades (Jó 38): ele inverte mesmo estas leis, pois é capaz de mudar um crucificado em Senhor ressuscitado (versículo 21a) e de organizar, desde já, as estruturas do mundo que virá (v. 21b). Neste sentido, a sabedoria é uma esperança (versículo 18), pois é confiança na ação de Deus de Jesus Cristo no mundo.

Mas o poder de Deus não reserva apenas para o futuro a manifestação de seu vigor: desde agora, tudo é realizado por Ele, que colocou Cristo como cabeça de todos os homens e mulheres no mistério mesmo da Igreja, sua plenitude (versículo 22-23). Paulo pediu para os cristãos da comunidade de Éfeso o dom da sabedoria, a fim de que eles compreendessem com prioridade como a Igreja é sinal deste poder de Deus desvendado em Jesus Cristo. Com efeito, é um privilégio extraordinário para a Igreja ter por chefe o Senhor do universo e ser seu corpo.

            Os cristãos têm a esperança de participar na glória de Cristo, porque Ele venceu todas as barreiras e poderes contrários que possam ameaçar a plena realização desta vocação (Efésios 1,21-22a). Porque os cristãos pertencem à Igreja, que é tão repleta de Cristo e de Seu Espírito que pode ser chamada Seu Corpo de que Ele é a cabeça. Desta cabeça, através do Corpo que é a Igreja, a plenitude de Deus há de se expandir sobre tudo que existe, para que, reunindo tudo em Cristo como cabeça, se realize a plenitude dos tempos ou da história (cf. Efésios 1,10).

Evangelho – Mateus 28,16-20. O Evangelho final do relato de Mateus, em cinco versículos, condensa o substancial de sua cristologia e eclesiologia. Compreende-se as circunstâncias do último encontro de Jesus com seus discípulos (versículos 16-17) e as palavra finais do Senhor à sua Igreja (versículos 18-20). O texto situa a cena em uma montanha da Galiléia, indicando uma volta ao começo e abandonando Jerusalém, onde foi para morrer. Distante do centro do poder religioso, Jesus se encontra com toda a comunidade do momento.

No Evangelho de Mateus, tem cinco discursos de Jesus. Todos eles tratam do Reino dos céus. O trecho de hoje Mateus 28,16-20 é o último “discurso” de Jesus e distingue-se em quatro partes:

Uma introdução: “Jesus chegou perto deles, e disse a eles”
Uma comunicação: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra”
Uma ordem: “Vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos,
                     batizando-os... e ensinando-os...”
Uma motivação: “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”

Com este Evangelho termina a lista dos relatos de aparições proclamadas desde a liturgia do Domingo de Páscoa. O esquema da aparição segue o processo habitual: menciona a incredulidade de alguns dos discípulos (versículo 17), provas da presença do Senhor (vindo a eles... versículos 16-18) e, enfim, transmissão dos poderes (aqui, a pregação e o batismo em nome da Trindade).

Entre os elementos novos do texto encontram-se: a afirmação do “senhorio universal” reivindicado por Cristo (versículo 18), o poder dos apóstolos de se dirigirem a todas as nações (versículo 19) e a afirmação da “presença do Senhor” entre os cristãos (versículo 20).

Por sua ressurreição, Cristo tornou-se Senhor do “do Céu e da terra”. Mas este poder cósmico Ele o “recebeu”. As relações entre o Pai e o Filho estão colocadas em uma perspectiva do Evangelho de João (João 3,35; 5,21; 10,18; 17,2-3). É neste gesto do Pai entregando tudo a seu Filho, que residem os títulos de realeza do Filho (João 12,13-15; 18,36-37). Nesta visão, Mateus insiste sobre o gesto de prostração dos apóstolos diante de Cristo (versículo 17) como gesto de reconhecimento do senhorio de Jesus.

Cristo transmite, por sua vez, este poder à Igreja e encarrega-a de revelar a vida da Trindade através de sua ação “missionária e sacramental”. A Igreja primitiva enfatizou muito esta ligação mútua entre a universalidade dos poderes de Cristo a extensão missionária da Igreja e sua vida sacramental. É o sentido das passagens do Novo Testamento que narram a Ascensão do Senhor acrescentando-lhe logo a promessa de extensão da Igreja. O Senhor não está limitado a Israel, como estava antes da ressurreição: Ele é o Novo Homem presidindo a nova criação e colocando o universo sob sua influência. Não, é pois, por acaso, que nosso texto une o poder de Cristo ao envio universal: “ide, pois... a todas as nações”.
Mateus, por sua vez, adota a expressão “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, fórmula litúrgica, que não é uma simples nomenclatura das pessoas divinas. O “nome” designa, com efeito, o poder, a força da vida da Trindade. Por isso, o Batismo estabelece o cristão em relações específicas com cada uma das Pessoas Divinas. A missão universal da Igreja à luz da Santíssima Trindade (vida Trinitária). Ao anunciar o Evangelho da Salvação, a Igreja propõe a todas as pessoas a realização efetiva de sua condição de filhos do Pai: a do Homem-Deus.

Esta imersão de todos no Mistério da Santíssima Trindade realiza-se não somente batizando, mas fazendo as pessoas verdadeiros discípulos e discípulas. A permanência de Cristo na Igreja não se restringe apenas no rito batismal, mas ainda no “ensinamento (versículos 19-20), os apóstolos “fazem discípulos”, “ensinam a observar...” Compreendemos porque Mateus se consagra a esta missão, pois, ao longo de seu Evangelho, não parou de apresentar Jesus como um “rabi itinerante”, isto é, em missão anunciando a Boa-Nova do Reino do Céu, melhor ainda, como o Novo Moisés. A “montanha” (versículo 16) de onde Jesus encarrega seus apóstolos do ensino é sem dúvida a mesma, aos olhos de Mateus, aquela onde Jesus inaugurou sua missão pessoal de Mestre de doutrina (Mateus 5,1), maneira de destacar a continuidade do ensinamento da Igreja e do ensinamento de Cristo.

Este Evangelho é, pois, o resumo dos principais modos de presença espiritual de Cristo entre nós em três aspectos: o aspecto sacramental no batismo, o missionário no envio à pregação universal e o divinizador na fórmula Trinitária.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

Os discípulos de Jesus se dirigem para a Galiléia, ao monte que Jesus que Jesus havia indicado, local do início da sua atividade. É lá, no meio de gente pisada e excluída, que Jesus começa sua missão, a fim de levar o Evangelho da libertação, da prática da justiça que faz nascer o Reino.

A montanha também recorda a prática de Jesus. Na montanha Jesus venceu a tentação do poder, da concentração e do desejo de sucesso; na montanha anunciou seu programa libertador através das Bem-Aventuranças e lá se transfigurou. A montanha representa o programa da comunidade, que é o mesmo de Jesus.

Mas não é necessário ficar “parado”, descer da montanha, baixar os olhos para as realidades deste mundo. Continuar a caminhada de Jesus, levando o Evangelho do Reino, como seguidor(a) coerente, “observando tudo o que Ele ordenou”. Desta forma, a pessoa, a obra e palavra de Jesus se transformam em ponto fundamental de referência da vida.

O mandato de Jesus compromete toda a comunidade eclesial e a responsabiliza perante todas as nações. Mesmo tendo iniciado no pequeno círculo dos discípulos, a proposta de Jesus não pode se esgotar na vida inteira das comunidades cristãs. Os confins do mundo são seus limites. Para isso contamos com a presença permanente do Senhor: “Estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos.

Essa assistência garante a coragem necessária para superar todos os nossos temores e tempestades, e abre um horizonte ilimitado para nossa atuação no mundo. Para que isto aconteça, é exigido da comunidade cristã a mesma prática de Jesus. Somente à medida que afastar de si todo desejo de poder, na obediência filial ao Pai, poderá realizar sua tarefa.

Essa “manifestação” final do Senhor ressuscitado, liga intimamente nossa missão, como Igreja, ao caminho historicamente percorrido por Jesus de Nazaré, Homem e Deus. A comunidade cristã está tão ligada a Cristo que continua a viver com Ele, numa presença nova, mas real e verdadeira. Prega a mesma Palavra de Jesus, está atenta aos problemas das pessoas à luz do Evangelho, convida à conversão e à transformação. A Igreja continua Cristo na história através de seus mártires, pela valorização preferencial que dá aos pobres, aos doentes e aos necessitados e porque reconhece a dignidade de todas as pessoas como filhos e filhas de Deus.

A Ascensão do Senhor está intimamente ligada à sua Ressurreição. É parte integrante desse movimento de volta do Senhor ao Pai. Depois de passar pelo túnel da morte, Ele volta ao Pai, abrindo para todos nós a possibilidade de ingressar no Reino definitivo. Nesse dia a nossa frágil natureza humana penetra na glória de Deus. O Senhor sobe aos céus para nos tornar participantes de sua divindade. Enquanto contemplamos o mistério da volta do Senhor ao Pai, ficamos sabendo que nossa missão é testemunhá-Lo no coração das realidades humanas.

É a festa da Ascensão do Senhor! Passados quarenta dias da ressurreição, conforme, Lucas, Jesus é levado ao céu. Como professamos no creio: “Subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai, todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”. A festa da Ascensão não é “uma festa de despedida”, mas sim o início de um novo modo de Jesus estar presente entre nós.

Celebrando a elevação de Jesus à direita do Pai, não comemoramos uma despedida, mas um novo modo de Ele estar presente. Aquele que percorreu os caminhos deste mundo anunciando a Boa-Nova da salvação, no amor e na doação, é glorificado. Junto ao Pai, como nosso Eterno mediador, Jesus continuará a acompanhar os discípulos e discípulas e, por meio deles, propor à humanidade vida nova e definitiva.

Cabe a nós, como Igreja, mostrar Jesus presente mediante nosso testemunho. Cabe a nós ir agora ao encontro do Senhor “na Galiléia”, anunciando suas palavras e ações em favor dos excluídos, exercendo a mesma autoridade de Jesus, que quer salvar todas as pessoas. Jesus Ressuscitado é o Emanuel, Ele está no meio de nós, em nossas comunidades, pois sua glória é estar conosco; e nós O glorificamos quando O reconhecemos e O aceitamos como Senhor único e absoluto, única cabeça da Igreja, razão de nossa esperança.

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

“Ele está no meio de nós”

Em todas as celebrações eucarísticas em também em algumas outras da liturgia, na saudação feita no início se responde: “Ele está no meio de nós”. Tal saudação parece destoar hoje do Mistério celebrado, Ascensão do Senhor, em que se afirma que Jesus “subiu” ao céu e está sentado à direita de Deus Pai, como reza o nosso Credo. Poderíamos então nos perguntar: Ele está lá, ou está aqui? Também a Igreja, em relação aos sacramentos e sinais litúrgicos, sempre afirmou a presença real do Senhor nas espécies consagradas, na Palavra, na Assembléia reunida, nos ministros da Igreja, o pobre, no doente... Na verdade, esta pergunta deveria ser reformulada, levando-nos a compreender mais profundamente o que celebramos. Melhor fosse indagar: “Como Jesus se faz presente no meio de nós, uma vez que subiu ao céu?

Como diz São Leão Magno, “hoje, não apenas conquistamos o Paraíso, mas, no Cristo, penetramos no mais alto dos céus”. Por isso, a nossa Profissão de fé vai dizer “que ele ressuscitou dos mortos, subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai”. Esse texto confirma nossa fé e convida-nos a viver mais intensamente o Mistério de Cristo. Certos desta verdade inexplicável, podemos afirmar que a Ascensão de Cristo já é nossa vitória, o que nos faz exultar em viva ação de graças.

Encontramos o Senhor nos sacramentos

Em uma preciosa homilia de São Leão Magno encontramos uma grande afirmação: “aquilo que era visível em nosso Senhor, passou para os sacramentos”, (cf. 1João 1,1-4).  Também Santo Ambrósio de Milão afirma algo semelhante: “É nos teus sacramentos que te encontro”. Tais afirmações, analisadas a fundo, fazem-nos recordar a importância dos sacramentos e de toda a Liturgia, pois, tomando parte dessas celebrações, acessamos o único caminho possível de fazer a experiência dessa presença de Deus. No entanto, essa experiência passa por uma mediação: aquela dos sinais. Não se trata de algo real, mas simbólico. E é exatamente por ser simbólico que é real. Pois Deus assume a linguagem mais profunda da pessoa humana para se comunicar: a linguagem simbólica, sem a qual não conseguiríamos fazer tal experiência. O símbolo é uma realidade profundamente real.

A mediação dos sinais também aponta para uma outra realidade, justamente aquela que celebramos hoje: “ele subiu ao céu e está sentado à direita de Deus”. Não podemos apreender Deus! Ele é pura transcendência e escapa aos nossos esquemas, ao nosso domínio. Por isso, ao mesmo tempo em que afirmamos com toda certeza que Ele se doa e se auto-comunica nos sinais sacramentais, temos também que afirmar sua absoluta liberdade, soberania e mistério. Desse modo, os sacramentos e toda a liturgia são sinais reais da sua presença, mas também nos recordam sua majestade, seu mistério, sua transcendência.

A presença do Senhor na vida missionária

Na dinâmica do Reino, o serviço missionário, próprio de todo cristão, no envio de Jesus tem também feição litúrgica sacramental, uma vez que o fruto missionário leva necessariamente à inserção na Igreja, pelo Batismo. Podemos dizer que a eficácia do serviço missionário, à luz do Evangelho, está garantida pela afirmação da presença contínua do Senhor, versículo da aclamação ao Evangelho, pois Ele não subiu ao céu para afastar-se de nossa humanidade, e sim para conduzir-nos à glória da imortalidade, Prefácio da Ascensão do Senhor – I. Em toda celebração eucarística, no Invitatório antes do Prefácio, a comunidade celebrante sempre proclama “Ele está no meio de nós”, e o Documento de Aparecida, n. 256 vai dizer: “Jesus está presente em meio a uma comunidade viva na fé e no amor ftaterno”.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Na eucaristia, damos graças ao Pai, porque seu Filho, Jesus, se fez um de nós e se constituiu como cabeça da sua Igreja. Damos graças a Deus, porque somos chamados a continuar sua obra de salvação no mundo, como sinais de libertação. Nossa voz profética procura denunciar as injustiças e anunciar Jesus Cristo, como vida para todos, como Senhor que nos une como irmãos, como Salvador que nos conduz à vida plena.

A Eucaristia nos faz participantes da verdade, da vida, do Espírito de Cristo. Abre também nossos horizontes para dirigir nossos passos na direção do Cristo ressuscitado que nos aguarda.

A Ascensão de Jesus e, sobretudo, suas palavras finais, que convocam os discípulos para a missão, sugerem nossa responsabilidade na construção desse mundo novo onde habita a justiça e a paz. Sugerem que a proposta libertadora que Jesus fez a todos os homens está agora em nossas mãos; que é nossa responsabilidade torná-la realidade; sugerem que nós, os seguidores de Jesus, temos de construir, com nosso esforço diário, o novo céu e a nova terra.

Na liturgia da festa da Ascensão, somos convidados a não ficar com o olhar perdido no Alto, porque o Senhor voltará (antífona de entrada) e ficará conosco todos os dias, até o final dos tempos (antífona de comunhão). A vitória de Cristo é também nossa vitória, pois nós também participamos em Cristo das realidades do céu (oração depois da comunhão).

Pela Ascensão, Jesus torna-se para nós Mediador, Juiz do mundo, Senhor do universo, Cabeça e Princípio. Com sua Ascensão, ele nos garante a glória da imortalidade (prefácio da Ascensão I).

6. ORIENTAÇÕES GERAIS

1. A equipe de celebração acolhe as pessoas com o mesmo amor que Jesus acolhia as pessoas especialmente hoje quando Ele se aproximou dos discípulos na Galiléia no monte em que lhes tinha indicado.

2. O Círio Pascal deve estar sempre presente, junto à Mesa da Palavra em todas as celebrações do Tempo Pascal. É importante que o Círio seja aceso no início da celebração, após o canto de abertura, enquanto a assembléia entoa um refrão pascal. Ele é o sinal do Cristo ressuscitado, Senhor de nossas vidas.

3. Dar destaque durante o Tempo Pascal para a água batismal. Onde há pia batismal, ela deve ser o ponto de referência para a realização de ritos como aspersão, renovação de promessas, compromissos. Onde não há pia batismal, preparar alguma vasilha de cerâmica, de preferência junto do Círio Pascal.

4. Vivamos intensamente este tempo de festa, celebrando a vida nova que Cristo nos deu, vencendo a morte. É importante que o espaço celebrativo da Vigília Pascal continue o mesmo para as celebrações de todo o Tempo Pascal.

5. Os cantos sejam preparados com antecedência, prevendo ensaios. O Hinário Litúrgico II da CNBB possui ótimas sugestões. As melodias estão gravadas no CD: Liturgia XVI – Páscoa – Ano A.
7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos “cantar a liturgia” e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com “cada Domingo do Tempo Pascal”, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são da Páscoa, “é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado”. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste domingo da Ascensão do Senhor, “cantar a liturgia”, e não “na liturgia”. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado.

1. Canto de abertura. Jesus há de voltar assim como subiu na glória (Atos 1,11).  Um canto adequado que inspira os fiéis no que é próprio desta Solenidade é fundamental. Sugerimos o canto “O Senhor foi preparar um lugar para nós no céu”, CD: Liturgia XVI, melodia da faixa11 ou Hinário Litúrgico II da CNBB. Seu texto explica a dinâmica da Ascensão, que é “ida” de Jesus para junto do Pai, pois assim se deve compreender a expressão: “Que nos foi preparar no céu, Reino de eterna luz!”.

2. Refrão para o acendimento do Círio Pascal. “Cristo-Luz, ó Luz, ó Luz bendita...”, CD: Festas Litúrgicas I, faixa 9; “Salve Luz eterna, és tu Jesus...”, Hinário Litúrgico II da CNBB, página 292.

3. Canto para o momento da aspersão com a água batismal. “Eu vi, eu vi, a água manar...”, CD: Tríduo Pascal II, faixa 12; “Banhados em Cristo, somos uma nova criatura”, CD: Tríduo Pascal II, melodia da faixa 11 ou Hinário Litúrgico II da CNBB, página 196.

4. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas.” Vejam o CD: Tríduo Pascal I e II e também no CD: Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso e outros compositores.

Hino de Louvor. Cantar com vibração o Hino de louvor. Durante a Quaresma ele foi silenciado, agora deve ser cantado com exultação porque é o Hino Pascal do Glória. O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai.

5. Salmo responsorial 46/47. Exaltação de Deus diante dos povos. “Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta”, CD: Liturgia XVI, melodia da faixa 2.
6. Aclamação ao Evangelho. Proclamação universal do Evangelho (Mateus 28, 19-20). “Ide ao mundo, ensinai aos povos todos...”, CD: Liturgia XVI, melodia da faixa 3. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical, página 521.

7. Apresentação dos dons. O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração, no Tempo Pascal. “Cristo é o dom do Pai”, CD: Liturgia XVI, melodia da faixa 8. Outra ótima opção é o canto “Recebe, ó Pai, esta nossa oblação”, CD: Liturgia XV, melodia da faixa 12; CD: Liturgia X, melodia da faixa 17 ou CD: Liturgia XVI, melodia da faixa 12.

8. Canto de comunhão. “Estou convosco até o fim dos tempos” (Mateus 28,20). “O Senhor subiu ao céu”, articulado com o Salmo 68/67, CD: Liturgia X, melodia da faixa 17.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho da Solenidade da Ascensão do Senhor. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Vivamos intensamente este tempo de festa, celebrando a vida nova que Cristo nos deu, vencendo a morte e subindo ao céu. É importante que o espaço celebrativo da Vigília Pascal continue o mesmo para as celebrações de todo o Tempo Pascal.

2. O Círio Pascal deve estar sempre presente, junto à Mesa da Palavra em todas as celebrações do Tempo Pascal. É importante que o Círio seja aceso no início da celebração, após o canto de abertura ou após a saudação do presidente, enquanto a assembléia entoa um refrão pascal. Ele é o sinal do Cristo ressuscitado, Senhor de nossas vidas.

3. O Tempo Pascal não é nada mais, nada menos do que a própria celebração da Páscoa prolongada durante sete semanas de júbilo e de alegria. É o tempo da alegria, que culmina na festa de Pentecostes. Tudo isso deve ficar evidente no espaço da celebração.

9- PARA A ESPIRITUALIDADE PRESBITERAL

Na Liturgia, sobretudo na Oração Eucarística, o presbítero se volta inteiramente para o Pai, elevando a prece da Igreja (Anáfora). A Liturgia é imagem da vida cristã ministerial, e o ministro ordenado está voltado para as coisas do alto como afirma o apóstolo Paulo (Colossenses 3,1-2), sem, contudo, desligar-se das urgências do mundo, as quais eleva, pela prece eucarística, pela missão e pelo sacrifício eucarístico, ao trono de Deus. Pela sua configuração a Cristo, o presbítero, com o povo sacerdotal, liga o céu e a terra, fazendo realizar aqui a vontade de Deus que é cumprida plenamente lá.
Na Liturgia da terra nós participamos, saboreando-a já, da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual nos encaminhamos como peregrinos, onde o Cristo está sentado à direita de Deus, qual ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo.

10. AÇÃO RITUAL

Celebramos a subida de Jesus ao céu, para junto de Deus. A Ascensão nos recorda que nossa humanidade, por meio de Jesus, já tem lugar garantido no seio da Santíssima Trindade. Nele encontramos o caminho de volta! Mas também celebramos a permanência de Jesus em nosso meio sabendo que Deus, em definitivo, “está no meio de nós”.

Na incensação do povo de Deus, a abundância de incenso demonstre a que esse povo está destinado.

Acolher com carinho, os irmãos e irmãs que chegam para tomar parte na celebração, especialmente às mães da comunidade.

Ritos Iniciais

1. A assembléia é o primeiro sinal do Mistério de Cristo. Somos convocados para estar reunidos diante do Pai, em Cristo, na força do Espírito Santo. Esta convocação e o próprio Batismo nos qualificam para o culto verdadeiro em Jesus Cristo. Por isso, valem algumas iniciativas:
2. Receber bem as pessoas na porta da Igreja, para que todos sejam valorizados por terem atendido à convocação de Deus.

3. Na procissão de entrada, o uso abundante de incenso recorda os inúmeros relatos bíblicos, nos quais Deus se manifesta na nuvem, na fumaça. O incenso é um símbolo muito importante para esta celebração. Entrar com as pessoas que foram batizadas ou pessoas que receberam um dos sacramentos na Vigília Pascal, ou crianças com vestes brancas, trazendo flores.

4. Na celebração de hoje seria muito oportuno a saudação inicial de Romanos 15,13:

“O Deus da esperança, que nos cumula de toda alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco:

5. Após a saudação presidencial dar o sentido litúrgico. O Missal deixa claro que o sentido litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono um leigo/a devidamente preparado (Missal Romano página 390).

Hoje é o Domingo da Ascensão do Senhor. O mistério da Ascensão do Senhor significa “elevação, subida” também para nós, seus discípulos e discípulas missionários que têm como meta a evangelização. Ele elevou-se ao céu, não para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar a todos nós a certeza de que nos conduzirá à gloria da imortalidade.

6. Em seguida fazer um pequeno lucernário, solenizando o acendimento do Círio Pascal: uma pessoa acende o Círio e diz: “Bendita sejas, Deus da Vida, pela ressurreição de Jesus Cristo e por essa luz radiante!”. Ou outros refrões que revela o sentido pascal: “Salve, luz eterna és tu, Jesus!/ Teu clarão é a fé que nos conduz! (Hinário II, pág. 292). “Cristo-Luz, ó Luz bendita,/ Vinde nos iluminar!/ Luz do mundo, Luz da Vida,/ Ensinai-nos a amar! A seguir, incensa o Círio pascal e a comunidade reunida.

7. Se a comunidade tiver dificuldade para fazer este pequeno lucernário, a procissão de entrada pode ter à frente o Círio Pascal aceso. Neste caso, não se usa a cruz processional, que permanece em seu lugar de costume.

8. Para este domingo em que a Liturgia pontua a herança de Cristo que recebemos pela participação em sua Páscoa, sugerimos fazer a Recordação da Vida neste momento. Trazer os fatos da vida de maneira orante e não como noticiário.

9.  Substituir o ato penitencial pelo rito de aspersão com a água que foi abençoada na Vigília Pascal. Essa ação ritual ajuda a comunidade a aprofundar sua consagração batismal. Não havendo água abençoada na Vigília Pascal, o ministro reza o oração de bênção conforme o Tempo Pascal que está no Missal Romano página 1002. No ato da aspersão, a assembléia canta: “Eu vi, eu vi, foi água manar” ou “Banhados em Cristo, somos u’a nova criatura).

10. Durante o Hino de louvor (glória), pode-se queimar mais incenso em um braseiro para isso preparado. Pode-se também ser feito após a homilia, como está indicado mais à frente.

11. Na Oração do dia, suplicamos a Deus, afirmamos que o Mistério da Ascensão já é nossa vitória e somos chamados a participar da glória do Cristo.

Rito da Palavra

1. As leituras nos recordam o Mistério da Ascensão. Mas a Palavra de Deus, longe de ser apenas uma informação, é experiência desse Mistério. Por isso, é preciso aprimorar na proclamação e incentivar o povo, para que deixe de acompanhar as leituras em folhetos, publicações ou Bíblias. Na liturgia a Palavra de Deus deve ser escutada.

2. Convém fazer bem feito a proclamação da Palavra de Deus (leituras, canto do salmo, evangelho). Proclamar de tal maneira que a assembléia sinta que é realmente Deus quem está falando para o seu povo através da boca dos leitores. Para que isso aconteça, fazer previamente um bom ensaio e, mais que isso, uma verdadeira vivência da Palavra de Deus com os(as) leitores e o(a) cantor(a) do salmo responsorial. A Palavra merece, e a assembléia agradece.

            3. Convidar as pessoas a partilharem o abraço da paz, após a homilia, gesto que revela a confiança de que o “Senhor está no meio de nós e nos conduz, por seu Espírito, à plenitude da vida”.

4. Se não foi feito durante o canto do glória, após a homilia e abraço da paz, faça-se queima de incenso diante do Círio Pascal. Enquanto a comunidade entoa “Alegrem-se os céus” (CD: Alegria em Deus, Taizé – Paulinas/COMEP) as pessoas que da assembléia se dirigem até o lugar onde está ornado o Círio Pascal e depõem pedras de incenso no braseiro.

5. Se a comunidade for pequena, talvez seja importante solicitar que cada pessoa tome nas mãos poucas pedras de incenso, já que estas se unirão a varias da comunidade... aqui também se revela o mistério da comunhão que perfuma o ambiente com a Páscoa de Cristo.

6. O presidente da celebração pode a seguinte monição-convite ao rito:

Irmãos e irmãs, neste dia em que Cristo, nossa Luz Radiante, foi acolhido por Deus quando Ele volta para Casa do Pai, entoando a comunhão entre o céu e a terra, o divino e o humano que estão para sempre unidos à direita do Senhor, queimemos incenso diante do Círio Pascal para que suba a Deus o nosso louvor, assim como se eleva em Cristo, nesta Eucaristia nosso coração... Em seguida a assembléia recita a Profissão de Fé.

7. Na profissão de fé, convidar os que receberam os sacramentos na Vigília Pascal para se aproximarem do Círio Pascal com velas acesas.

8. Às preces elaboradas pela equipe de liturgia, acrescentar esta prece da Liturgia das Horas, I vésperas, v. II, p. 821: “Vós, que descestes até nós pelo caminho do amor, pelo mesmo caminho, fazei-nos subir até vós”.

9. A cada prece responder cantando: ESCUTA-NOS, SENHOR DA GLÓRIA!

Rito da Eucarística

            1. O rito da incensação, retomado durante a apresentação das oferendas, deve ser feito com calma. Procure-se dar valor na incensação da assembléia Corpo do Senhor, manifestando assim a presença de Deus no meio da comunidade reunida em oração. O canto da procissão das oferendas dura enquanto durar a incensação.
           
2. Na Oração sobre as oferendas a Ascensão do Senhor é o encontro do céu e da terra, isto é, a nossa humanidade está junto de Deus. 

3. Valorizar as respostas da assembléia. Ao dizer: “Ele está no meio de nós!”.

4. Nos prefácios I/II, contemplamos Jesus que subiu ai céu para nos fazer participar de sua glória.

5. Se possível canta o prefácio que realça, neste dia, o mistério da Ascensão (Missal Romano, página 426 e 427). Nas celebrações da Palavra, fazer o momento de louvor com a Louvação da Ascensão (Bendito Pascal) indicada no Hinário Litúrgico II, da CNBB, página 158.

6. Proclamar com vibração a ação de graças (Oração Eucarística).

            7. O canto de comunhão, conforme propõe o Hinário da CNBB, é ideal para manifestar o Mistério celebrado e a ligação entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.

8. Cantar com vibração o “Amém” conclusivo da Oração Eucarística. Por Cristo, com Cristo...

9. De acordo com as orientações em vigor, a comunhão pode ser sob as duas espécies para toda a comunidade. “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR, nº 240).

Ritos Finais

1. Ritualizar bem o envio, impondo as mãos sobre a assembléia, enviando-a em missão.

            2. Dar a bênção final própria para o Tempo Pascal, conforme o Missal Romano, página 523 e 524.

3. As palavras do rito de envio devem estar em consonância com o mistério celebrado: “Estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe! No final o povo responde: “Aleluia, o Senhor subiu aos céus” no envio dos fiéis.

4. É comum além, de entrar em procissão no início da celebração guiados pela cruz, também retirar-se do espaço sagrado em procissão, igualmente guiados pela cruz.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Jesus retornou à casa do Pai glorificado. Mas Ele não retornou sozinho. Levou consigo a humanidade que Ele redimiu pelo seu sangue. São Leão Magno, numa de suas homilias sobre esta festa, lembra que, no mistério da Ascensão de nosso Salvador, a nossa humilhada natureza foi arrebatada acima de todas as obras da criação, até assentar-se junto de Deus Pai.

            Celebremos nossa Páscoa, na pureza e na verdade, aleluia, aleluia.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
 Pe. Benedito Mazeti
Assessor diocesano de Liturgia
Bispado de São José do Rio Preto




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