sexta-feira, 20 de maio de 2016

SOLENIDADE DA SANTÍSSIMA TRINDADE - ANO C

22 de maio de 2016

Leituras

      Provérbios 8,22-31
      Salmo responsorial 8,4-5.6-9
      Romanos 5,1-5
      João 16, 12-15 
           
“O ESPÍRITO DA VERDADE VOS CONDUZIRÁ À PLENA VERDADE”


1- PONTO DE PARTIDA

Domingo da Santíssima Trindade. Com a festa de Pentecostes, encerramos a Tempo Pascal e, no domingo seguinte, celebramos a festa da Santíssima Trindade. É uma festa relativamente recente. Entrou no calendário da liturgia romana em 1334 e, como Concílio Vaticano II, deixou de ser temática, recebendo uma tonalidade mais bíblica.

            A liturgia sempre celebra a Páscoa do Senhor, o Salvador, e por Ele dá graças ao Pai, o Criador, no Espírito de Amor, o Santificador. Portanto, toda celebração é Trinitária e a Páscoa, celebrada o ano inteiro, nos faz mergulhar no mistério inefável da Trindade Santa, fonte, modelo e meta do peregrinar da humanidade. Portanto, depois de celebrarmos as festas pascais, contemplamos o mistério de amor do nosso Deus que se revela como Pai, Filho e Espírito Santo.

            Com isso, a festa de hoje faz uma síntese, juntando o sentido da encarnação e da redenção realizados na história, onde o Deus Vivo, a Comunhão Trinitária, é protagonista. Não é a festa para desenvolver a doutrina sobre a Santíssima Trindade, mas para renovação da Aliança com o Pai que nos criou e nos libertou, entregando-nos o dom da vida plena em Jesus Cristo, seu Filho amado, o Verbo encarnado que, por sua vez, nos confiou com sua morte e ressurreição o dom do seu Espírito.

            A celebração de hoje nos ajuda a compreender e descobrir que Deus não é solidão infinita, mas comunhão de luz e de amor, vida doada e recebida num eterno diálogo entre o Pai e o Filho, no Espírito Santo Amante, Amado e Amor, como dizia Santo Agostinho.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

            Primeira leitura – Provérbios 8,22-31. Na primeira leitura, temos o hino à Sabedoria, contido nesta passagem, levanta que é do século V ou VI a. C.

Provérbios 8,22-31 é um dos textos mais famosos do livro dos Provérbios, sempre de novo discutido e estudado, por causa da personificação as sabedoria e sua aplicação a Cristo e Maria Santíssima. Os Santos Padres recorreram a Provérbios 8 nas discussões trinitárias com o arianismo, que explorou o texto, fazendo da Sabedoria (Cristo) uma criatura do Pai. Outros, como Irineu e Teófilo de Antioquia, viam na Sabedoria o Espírito Santo. De qualquer maneira a “tradição patrística” viu neste texto uma primeira luz da revelação do mistério da Santíssima Trindade. De fato, a Sabedoria ganha aqui primazia absoluta sobre toda a criação. Foi “constituída desde as origens” (versículo 23), “gerada antes das colinas” (versículo 25). Como mestre-de-obras preside a obra da criação, dançando na presença do Criador (versículo 30s). A Sabedoria dançante manifesta a alegria de viver que transparece no fundo de todo o universo, e que possibilita ao ser humano conhecer o seu Criador através das obras da criação (cf. Romanos 1,19s). Neste sentido vale para todo ser humano o que se diz dos reis: “É glória de Deus ocultar um plano, e é glória dos reis averiguá-lo” (Provérbios 25,2).

Distinguem-se duas partes neste trecho: os versículos 22-26, que cantam a origem da Sabedoria, anterior à criação, e os versículos 27-31, que louvam sua atividade no mundo.

Este elogio da Sabedoria rende, pois, a transferir para um atributo de Deus a fé e a esperança depositadas, até então, pelo povo no herdeiro Davi.

A noção de sabedoria está ligada ao tempo: é gerada antes da criação (v. 22), o que significa que ela está no centro de cada coisa, de cada ser criado, de cada acontecimento. Esta concepção da sabedoria estar antes da criação, não é apenas cronológica, mas teológica da sabedoria de Deus, implica toda uma reformulação da concepção que os judeus faziam do tempo. Como todos os homens, eles se angustiam com o passar do tempo (Salmo 89/90): só se aprende o passado na recordação, o futuro no sonho, e o presente, logo que vivido, desaparece. Contudo, o tempo deve ter uma significação eterna, e os judeus acreditam tê-la encontrado na escatologia: tempos viriam tendo seu pleno alcance de eternidade, e seriam inaugurados pelo Messias.

A passagem dos Provérbios que hoje se lê na celebração corrige esta esperança: o peso de eternidade do tempo não depende do futuro rei e não pertence somente ao futuro; está contido em todas as coisas presentes, pois a Sabedoria de Deus habita no momento mesmo em que a pessoa humana a aprende. Por conseguinte, compete ao ser humano medir o peso de eternidade na sua existência.

A sabedoria dançante manifesta a alegria de viver que transparece no fundo de todo o universo, e que possibilita ao ser humano conhecer o seu Criador através das obras da criação (cf. Romanos 1,19s).

Esta leitura lembra que a vinda do Filho de Deus ao mundo cumulou a expectativa da esperança messiânica, e salienta a gratuidade da salvação que ultrapassa tudo aquilo que as esperanças humanas poderiam conceber.

Cristo, Sabedoria divina encarnada, dispõe dos mais espirituais recursos para estabelecer seu senhorio sobre a humanidade e sobre o universo: um Messias humano teria estabelecido seu reino pela força e por meios externos, jamais poderia ter sido tudo em todos, como o pode esta Sabedoria criada antes da criação.

Nem o fato de uma pessoa pertencer a um determinado povo, nem a observância da Lei Judaica, podem comunicar-lhe esta Sabedoria, mas somente a mais total coragem de ser e a mais completa abertura para Deus. Eis porque o sim de Maria coloco-a no cume da esperança.

Salmo Responsorial 8,4-5.6-9. O Salmo 8 reflete o lugar do homem na criação: sua pequenez diante da grandeza de Deus, sua grandeza pelo favor de Deus. O homem sente-se pequeno, como criança, e prorrompe, isto é, manifesta de repente num hino de reconhecimento. O versículo 4 mostra que o homem sente-se pequeno frente o céu estrelado como “obra de Deus”, como revelação de Deus.

No versículo 5 Deus atende pessoalmente o homem, e esta é a grandeza fundamental do ser humano: ser pessoa capaz de receber as atenções de Deus. Os versículos de 7-9 mostram o homem, como imagem de Deus, recebe o poder sobre a criação. Pouco a pouco irá realizando este domínio.

A criação, principalmente o céu estrelado, revela Deus e força a pessoa humana a perguntar sobre si mesmo. A pessoa humana é exatamente essa terra capaz de olhar e compreender o céu, essa consciência que interroga. O salmo, apresenta-nos a pessoa humana a perguntar, deixa aberta a pergunta: “Que é o homem?”

 O rosto de Deus no Salmo 8 é muito interessante. Dois temas interessantes percorrem o Salmo e nos dão um excelente retrato de Deus: a Criação e a Aliança. Deus é Criador tanto do universo quanto do ser humano. Quando ocupa seu lugar de criatura no cenário da Criação, o homem fica deslumbrado com a beleza do mundo, o artesanato dos dedos de Deus; e por isso torna-se criança, que exulta e louva além daquilo que as palavras possam expressar. Quando o homem pergunta: “Quem sou eu?”, descobre que Deus o fez seu aliado e parceiro. O Deus da Aliança lhe confiou a administração de toda a sua obra. O Senhor tornou-o senhor.

O cristão, que repete o seu louvor em forma de pergunta, pode responder: o homem é imagem de Cristo, a quem toda a criação se submete, porque Ele irá submetê-la ao Pai (1Coríntios 15,28). Numa ocasião de sua vida Cristo justificou o louvor dos pequeninos com este salmo, reprimindo assim os adversários (Mateus 21,14-17; Salmo 8,3).

Neste salmo, adoremos o Cristo imagem do Pai e da humanidade que Ele fez nova por sua ressurreição.

Ó SENHOR, NOSSO DEUS, COMO É GRANDE
O VOSSO NOME POR TODO O UNIVERSO!

Segunda leitura – Romanos 5,1-5. A primeira afirmação de Paulo é a nossa justificação pela fé. (v. 1). Contudo, os judeus aguardavam a justificação para o futuro escatológico: conjugavam-na no futuro.

Entre os frutos atuais da justificação adquirida por Cristo, Paulo menciona a paz e a graça. (v. 2a). A paz substitui o estado de inimizade em face de Deus e entre os homens, no qual estavam mergulhados pagãos e judeus antes de Cristo; a graça é o contrário da cólera divina (Romanos 1,18-3,20); ela faz viver na amizade de deus aqueles que estavam distantes.

A paz entre judeus e pagãos é o ponto central da carta aos romanos. Nessa época em Roma, tinha duas igrejas distintas: uma, a judaico cristã, composta de antigos judeus que fugiram da perseguição, a outra, de origem grega ou romana. Estas duas igrejas teriam tido uma vida totalmente separada. Aliás, a Carta aos Romanos é a única que não se dirige à “Igreja de Roma”. No fundo Paulo faz um apelo á unidade dessas duas comunidades em Roma.

Assim, apareceria claramente o intuito da carta: Paulo quer que as duas igrejas se tornem apenas uma e que judeus e pagãos se dêem conta de que são pecadores tanto uns quanto os outros (cap. 1-4) e que foram reconciliados a Deus por Cristo (cap. 5 e seguintes).

Mas a alegria dos bens presentes fornecidos pela justificação é ultrapassada pela esperança. Lendo o versículo 5, poderíamos mesmo crer que a fé é ultrapassada pela esperança, pois Paulo se detém principalmente na orientação escatológica da fé  e da justificação. A fé, ato de Deus, é, em nós certeza da eternidade.

Assim, a fé e a esperança alimentam-se mutuamente da caridade que vive em nós (1Coríntios 13, 4-13).

Desde agora, justificado por sua fé e pela graça do sangue de Cristo, o cristão está alicerçado na paz e no amor do Pai, e na permanência, nele, do Espírito para enfrentar o futuro com a necessária garantia. O ritmo ternário do pensamento de Paulo e de sua expressão literária leva-o a fazer da Trindade o mais decisivo mistério da pessoa humana e da vocação dos cristãos.

Evangelho – João 16,12-15. A cena do Evangelho de hoje mostra Jesus no seu primeiro discurso após a Ceia (João 13,33; 14,31), Jesus anunciou aos seus discípulos sua próxima partida e eles fizeram-Lhe imediatamente perguntas mais ou menos oportunas (João 13,36; 14,5. Jesus respondeu-lhes que se reencontrariam todos juntos do Pai (João 14,1-3), que o amor (João 13,33-36) e o conhecimento (João 14,4-10) poderiam compensar a ausência.

No seu segundo discurso, que é o Evangelho de hoje, Cristo novamente anuncia sua partida (v. 5). Como os apóstolos não se atrevem a colocar-lhe questões, e como a tristeza se esboça em seus rostos (v. 6), Jesus observa com certa ironia que este seria o momento para lhe colocarem questões.

A partida de Cristo e o aparente abandono no qual deixa seus apóstolos constituem o tema essencial do Evangelho. Cristo afirma que sua partida é cheia de sentido: Ele volta ao Pai (João 14,2.3.12; 16,5) porque foi cumprida sua missão neste mundo e o Espírito Paráclito será a testemunha de sua presença (João 14, 26; 15,26). Jesus compara a missão do Espírito com a sua: com efeito, não se trata de crer que o Reino de Cristo esteja terminado e que o Espírito o substitui. De fato, a distinção se situa antes entre o modo de vida terrestre de Cristo que esconde o Espírito e o modo de vida de que se beneficiará após sua ressurreição e que não mais será percebido pelos sentidos, mas somente pela fé: um modo de vida “movido pelo Espírito” (João 7,37-39). Assim, descobrimos aqui a pedagogia que Cristo ressuscitado continuamente utiliza para convencer seus apóstolos a não procurar mais uma presença física, mas a descobrir na fé a presença “espiritual” (espiritual não sendo tomado aqui apenas como oposto a físico, mas designando verdadeiramente o mundo novo animado por Deus: cf. Ezequiel 37,11.14-20; 39, 28-29).

O v. 12 retoma um idéia que, em forma mais original, já ocorreu no primeiro discurso de despedida (cf. João 14,25-26). No primeiro discurso de despedida era sugerido que a Palavra de Jesus precisava ser recordada e explicitada pelo Espírito, pois que durante a sua vida não deu para entender tudo. Aqui, a mesma idéia é relacionada não com a sorte de Jesus, mas com o desenvolvimento histórico da situação da Igreja. Muitas coisas deveriam acontecer ainda que não adiantaria Jesus as ter dito durante a sua vida. Portanto, não apenas o sentido da vida de Jesus, mas também da história da Igreja, o Espírito o esclarece. E trata-se, de coisas “pesadas” pois são difíceis de carregar.

Agora, anos depois da morte de Jesus, estas coisas “pesadas” começam a se realizar. Agora dá para dizer que, também nisto, o Auxiliador, prometido por Cristo, conduz a Igreja (v. 13), e a conduz “em plena verdade”. O tema “verdade”, em João, conota toda a revelação da Pai em Jesus Cristo. “Toda a verdade” indica, então, o sentido mais amplo do mistério da manifestação de Deus em Jesus Cristo: é a “permanência” do fiel em Cristo, em sua obra, sua palavra, sua comunidade e comunhão. Por isso, os versículos 13b-14 relacionam, expressamente, o que o Espírito fala com a palavra de Jesus: o Espírito fala o que Ele tem ouvido (mesmos as futuras), não em seu próprio nome, mas porque o que Ele recebe é do Cristo (v. 14). Assim, Ele glorifica a Cristo. O Espírito não anuncia algo diferente de Jesus, mas precisamente a mesma coisa, embora em circunstâncias novas. Talvez João reaja contra aqueles que opõem o Espírito Santo a Jesus Cristo (cf. 1João  4,1-3); também Paulo, em 1Coríntios  12,3). O certo é que Ele acentua a profunda unidade entre a revelação de Deus em Jesus Cristo e no Espírito Santo. Esta unidade é fundamentada, em última análise, no fato de ambos revelaram o Pai: o Espírito a experiência pós-pascal da palavra de Jesus, embora num contexto diferente do da vida da Jesus. Jesus anunciava o que é o Pai: Tudo o que é do Pai, é seu (v. 15a (cf. Por isso mesmo, o que o Espírito de Deus faz ver e entender, é a mesma visão de Cristo, sua verdade (v. 15bcd).

Além do aspecto jurídico da presença do Espírito (vv. 7-11) o Evangelho mostra seu papel educativo (v. 13). Com efeito, Cristo que ainda tinha muitas revelações a fazer (contrariamente ao primeiro discurso: João 15,15), confia esta tarefa ao Espírito. Quer dizer que o mundo aprenderá verdades novas que Cristo não teria ensinado? Não. Somente Jesus é a Palavra definitiva: disse verdadeiramente tudo. Mas seu ensinamento precisa ser aprofundado para ser melhor compreendido e fazer frente aos acontecimentos.  Os apóstolos não podem realizar este trabalho, porque só dispõem de um conhecimento bastante material, baseado exclusivamente na visão e na inteligência. O Evangelho não fala de novas revelações, mas sim de compreensão de palavras e atos que Jesus já tinha dito ou feito. Pode-se perceber que Palavra e Espírito não se separam.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

Vemos nesta leitura, que o universo não é fruto do acaso. Nada surgiu por acaso, embora sabemos muito pouco ou quase nada do surgimento do mundo e da vida. Tudo é obra de Deus sábio e providente. Seu projeto é fruto de seu amor e de sua sabedoria.

Nós cristãos estamos atentos e acompanhamos as descobertas que os cientistas fazem, nos interessamos pelo progresso da ciência, porém não ficamos presos aí. Damos um passo a mais. Esse passo é a nossa fé. Porque a fé e a ciência ambas vêem do Criador. A fé não contradiz, mas ilumina a razão, e a razão também ilumina a fé. A razão, por sua vez, não nega a fé, mas a enriquece.

Esse amor modelou a pessoa humana com artística mão de escultor e lhe concebeu um lugar predileto em sua criação: “Pouco abaixo de Deus o fizestes, coroando-o de glória e esplendor” (Salmo responsorial 8). Neste salmo Deus revela o valor da pessoa humana. Este Salmo é um louvor a Deus pela criação e por ter dado responsabilidade e dignidade aos seres humanos.

A segunda leitura nos revela que Deus não apenas nos criou, mas que Ele entra realmente em nosso mundo, torna-se um de nós. Deus que se fez homem na figura do Filho, imagem perfeita do Pai.

Na primeira leitura, conhecemos o projeto do Pai na criação; e na segunda leitura nos é revelado que este projeto se realiza no Filho. O Evangelho prenuncia a intervenção do Espírito Santo “que nos conduzirá à plena verdade”.

Jesus nos convida a testemunhar a verdade do Espírito que nos é concedido pelos sacramentos da Iniciação Crista. Só pelas forças humanas não seríamos capazes de transmitir o Mistério de amor e de salvação ao mundo. As palavras que queremos levar não são as nossas, não falamos de nós, mas do amor de Deus por todas as suas criaturas. A missão é tão importante hoje como nos primeiros tempos da Igreja, quando, em palavras e ações, os santos e mártires manifestaram por sua vida a proposta de construção do Reino de Deus.

A Igreja é portadora da revelação da Santíssima Trindade. Louvemos e damos glória a Deus pelo legado que nos entregou. Não podemos, no entanto, permanecer com este preciso tesouro só para nós, temos que transmiti-lo e testemunhá-lo. Se Deus nos envia seu Espírito é para que, como Cristo o fez, testemunhemos o amor a todos os homens, a todas as criaturas, sem preconceitos nem exclusões. A salvação é um bem dirigido pelo Pai a todos os seus filhos e filhas.

A Santíssima Trindade nos fala do amor por ser mistério de três pessoas distintas em um só Deus. Uno na essência e Trino em pessoas distintas. É o Deus Triuno. Essa unidade perfeita desafia nosso raciocínio, leva-nos a pensar: somos todos uma única humanidade, irmãos, filhos de Deus. Por Cristo fomos resgatados. Então, por que certas diferenças? Somos diferentes como pessoas, mas temos algo que nos une: a nossa humanidade. O mistério da Trindade nos propõe buscarmos mais aquilo que nos une do que as diferenças que nos separam. A Trindade é a melhor comunidade.

O Espírito nos conduzirá a pela verdade. “Muitas coisas tenho para vos dizer, mas não podereis suportá-las por agora. Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos conduzirá á plena verdade. O que falar não será seu... Receberá do que é meu e vos anunciará” (João 16,12-14). É preciso entender bem que não é que o Espírito Santo venha a revelar verdades novas sobre Deus que Cristo não tivesse ensinado. Não é que terminou o reinado de Cristo e começa o outro do Espírito Santo. Somente Jesus é a Palavra de Deus definitiva. E cumpriu plenamente a missão de o revelar.

Ele mesmo disse: “Chamo-vos amigos porque tudo o que ouvi de meu Pai vos dei a conhecer” (João 15,15). Mas falta-lhes ainda aprofundar os seus ensinamentos e compreendê-los plenamente. De fato, como demonstrava a experiência, muitas vezes, talvez a maioria dos ensinamentos que Jesus lhes comunicou muitas coisas escaparam-lhes e não as entenderam no momento próprio. É a mesma coisa que quando fazemos um curso, nunca assimilamos tudo durante o curso, depois é preciso parar, olhar as anotações e lembrar. É o que a Igreja e nossa diocese hoje chama de formação permanente, aprofundamento. Não podemos ficar na superficialidade. É preciso rever a nossa acomodação e achar que já sabemos muito, e valorizar a formação.

Olhando o contexto da segunda leitura que fala da divisão de duas comunidades cristãs em Roma, devemos olhar para a Trindade que é uma unidade perfeita e batalhar pela unidade em nossa diocese e em toda a Igreja.

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

A oração do dia reza que o Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito santificador, revela ao mundo seu mistério encantador, isto é, que não se exprime. Eis uma afirmação paradoxal, porque o Senhor se faz “acontecimento” no interior da história humana, como dádiva solidária, mas ao mesmo tempo este acontecimento se expande e se mostra maior. O maior símbolo deste mistério que nos fora revelado é a Páscoa de Jesus, sua morte e ressurreição que nos dizem que “Deus é mais”, conforme um ditado popular nordestino.

Quando dizemos Páscoa, dizemos “passo, passagem”. Cada celebração desse mistério é a oportunidade de marcar no tempo e no espaço a visita da eternidade. O ressuscitado nos encontra e, mediante a cruz que o conduziu à glória, somos inseridos na vida de Deus.
Ritualmente isto se desdobra já no início da divina liturgia quando nos marcamos com o sinal de Cristo Salvador, a cruz: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo!

O sinal da Cruz em nome da Trindade

Criou-se uma confusão em torno do sinal da cruz, no início da celebração. Muitas comunidades guiadas por seus ministros (ordenados e leigos) iniciam a celebração convidando a assembléia a invocar a Santíssima Trindade. É uma compreensão errada.

De fatos, se estivermos atentos ao que fazemos e dizemos na celebração, constataremos, no caso do sinal da cruz, que não se trata de invocação. Até porque não somos nós que convocamos a Deus, mas é Ele quem nos chama para tomar parte em seu mistério, constituindo-nos assembléia.  Dão vem o próprio nome que nos designa: assembléia dos convocados.

Segundo a Instrução Geral do Missal Romano, os ritos iniciais têm a finalidade de realizar a comunhão entre a comunidade e o Senhor, tornando-a assembléia dos convocados, disposta à escuta da Palavra e a tomar parte na Ceia Pascal (n. 50). É neste contexto ritual que o sinal da cruz deve ser compreendido: “Pelo mistério pascal (cruz e ressurreição) fomos (e somos) tocados pelo amor da Trindade”.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

            Em toda a liturgia participamos mais intimamente da comunhão trinitária. Louvamos, agradecemos e suplicamos ao Pai, por Cristo no Espírito Santo, e somos renovados na certeza de sermos filhos e filhas e não escravos, promotores da vida e não destinados à destruição e à morte.
            Iniciamos a celebração em nome da Trindade que nos convoca, acolhe-nos e nos reúne como seu povo santo, consagrado ao seu louvor, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo.

            Na Profissão de Fé, renovamos nossa adesão, nossa fé em Deus Pai Criador, em Jesus seu Filho, nascido pelo Espírito Santo do seio de Maria, como Redentor, e no Espírito Santo, animador e santificador da comunidade até a plena realização do Reino.

            Na Oração Eucarística, entoamos com Cristo nossa ação de graças ao Pai e somos santificados pelo Espírito Santo é um grande exemplo da dimensão trinitária da nossa oração. Com Cristo nos oferecemos ao Pai e na força do seu Espírito suplicamos para sermos perfeitos no amor e assumimos ser fiéis aprendizes e comunicadores da salvação a todos os povos, nações e culturas.
           
            O Prefácio da Santíssima Trindade, que é uma síntese breve e precisa da teologia clássica sobre a Trindade, pode também ajudar a rezar o mistério: “... é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Com vosso Filho único e o Espírito Santo sois um só Deus e um só Senhor. Não uma única pessoa, mas três pessoas num só Deus. Tudo o que revelastes e nós cremos a respeito de vossa glória, atribuímos igualmente ao Filho e ao Espírito Santo. E, proclamando que sois o Deus eterno e verdadeiro, adoramos cada uma das pessoas, na mesma natureza e igual majestade...”. Porém, o Prefácio VIII, proposto para os domingos do Tempo Comum, explicita mais a dinâmica salvífica do mistério trinitário: “Na verdade, é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre e em todo o lugar, Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso. Quisestes reunir de novo, pelo sangue do vosso Filho e pela graça do Espírito Santo, os filhos dispersos pelo pecado. Vossa Igreja unificada pela unidade da Trindade, é para o mundo o Corpo de Cristo e o Templo do Espírito Santo, para a glória da vossa sabedoria...”

            Com a bênção da Trindade somos enviados em missão no mundo, como testemunhas da Páscoa, instrumentos de comunhão.

6. ORIENTAÇÕES GERAIS

            1. O sinal-da-cruz é a primeira ação litúrgica do povo de Deus reunido para celebrar a Eucaristia. A assembléia litúrgica se constitui em nome da Trindade – Pai e Filho e Espírito Santo. Torna-se, pois, significativo hoje solenizar esta ação inicial, através do sinal-da-cruz bem feito e cantado.

            2. Escolher um canto adequado para o sinal-da-cruz inicial. Um canto que reproduza a fórmula ritual “em nome do pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.” E nunca em nome do Pai em nome do Filho em nome do Espírito Santo, porque trata-se de um só Deus. Quando afirmamos em nome do Pai em nome do Filho... podemos cair no erro de saudar três deuses. Pior ainda quando faz repetição se acrescenta: “para louvar e agradecer” que é uma linguagem explicativa.

            3. A bênção da água e a aspersão renovando o batismo serão ritos muito significativos nesta festa. Somos batizados em nome da Santíssima Trindade.
           
4. O conjunto dos textos bíblicos merece uma boa preparação por parte dos leitores e salmista para que sejam proclamados de “coração” e todo o rito da Palavra simbolize diálogo de Aliança da Trindade com a assembléia celebrante, sacramento da Páscoa do Senhor, acontecimento de salvação.

5. Como a Igreja hoje celebra uma Solenidade, as partes fixas podem ser cantadas, para se dar mais ênfase à grande celebração. Sugerimos as opções encontradas no Hinário Litúrgico do Tempo Comum (ano A).

6. O repertório litúrgico da solenidade da Santíssima Trindade está no CD: Festas Litúrgicas, I produzido pela Paulus.

7. Dia 26 é a Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo.

7- MÚSICA RITUAL

1. O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são da Solenidade da Santíssima Trindade, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. O canto de abertura deve nos introduzir no mistério celebrado.

1. Canto de abertura. Bendito sejas o Deus Uno e Trino. “Bendito sejas tu, Senhor...”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 15. Seu texto contempla a comunhão do mistério da Trindade, que é “comunhão perfeita”.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47).

2. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso e outros compositores.

3. Salmo responsorial. Grandeza de Deus em suas obras. “Ó Senhor, nosso Deus, como é grande Vosso nome por todo o universo!”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 17.

4. Aclamação ao Evangelho. Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito (Apocalipse 1,8). “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito divino...”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 18. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.

5. Apresentação dos dons. Nossa unidade na Trindade deve manifestar-se também na partilha. Devemos ser oferenda com nossas oferendas. O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração, na Solenidade da Trindade. “Ó Trindade imensa e una”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia faixa 19.

6. Canto de comunhão. O Espírito de Cristo que clama: Aba, Pai! “Deus eterno, a vós louvor...”, CD Festas Litúrgicas I, faixa 20.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do dia. As músicas do CD: Festas Litúrgicas I da Coleção: Cantos do Hinário Litúrgico da CNBB nos ajudam a viver melhor o mistério celebrado. Para comunhão, sugerimos o canto que está no CD: melodia da faixa 20, que une a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a “unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia”. Além desse canto sugerido pelo CD, pode-se cantar: “Ó Trindade, vos louvamos, vos louvamos pela vossa comunhão”, Hinário Litúrgico III da CNBB, pag. 295.

8- O ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Preparar o espaço celebrativo de forma festiva usando a cor branca ou o dourado.

2. Junto à Mesa da Palavra ou num outro lugar de destaque colocar um “ikebana” ladeado por três velas unidas entre si pelo pavio gerando uma única chama. Tradicionalmente, esta tem sido uma bela imagem da Trindade.

3. Onde for possível, colocar o conhecido ícone da Trindade de Andrey Rublev que é bem conhecido entre nós e que podemos encontrar nas livrarias. Realçar a dimensão Trinitária de toda a celebração. Ou colocar, em lugar digno, um ícone da Trindade e uma vela (única) junto ao ícone, como expressão de unidade para ajudar na reflexão e na oração da assembleia.

4. O espaço da celebração deve recordar para nós a Jerusalém celeste. Portanto, o lugar da celebração deve ser preparado para as núpcias do Cordeiro. Deve ser belo, sem ser luxuoso; deve ser simples, sem ser desleixado; deve ser aconchegante para que todos se sintam participantes do banquete. A mesa da Eucaristia é o lugar de convergência de toda a ação litúrgica. Assim o altar não pode ser “escondido” por imensas toalhas, arranjos de flores e outros objetos. O altar é Cristo. É ele o ator principal da liturgia. “As flores, por exemplo, não são mais importantes que o altar, o ambão e outros lugares simbólicos. Nem a toalha é mais importante que o altar. Os excessos desvalorizam os sinais principais. A sobriedade da decoração favorece a concentração no mistério celebrado” (Guia Litúrgico Pastoral, página 110).

9. AÇÃO RITUAL

Celebramos a Solenidade da Santíssima Solenidade. Deus Uno, que é comunidade de Três. No espelho da Liturgia contemplamos a nosso Deus que nos reúne para que, a seu exemplo e por seu convite, sejamos Nele unidos e manifestemos ao mundo seu amor realizado em Jesus Cristo.
           
Enquanto as pessoas vão chegando canta-se: “Louvarei a Deus, seu nome bendizendo! Louvarei a Deus, à vida nos conduz”. (Orações e cantos de Taizé, n. 71).

Ritos Iniciais
1. Na procissão de entrada, convidar para participar pessoas batizadas e crismadas recentemente na comunidade.

2. Antes do sinal da cruz acender três velas unidas entre si pelo pavio, mencionadas acima, formando uma só chama. Se não for possível unir três velas num só pavio, acender três velas e depois juntar as três numa só chama. Depois de uns instantes de contemplação, o presidente da celebração convida a assembléia a traçar o sinal da Cruz saudando a Trindade em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

3. Fazer com especial atenção o sinal da cruz e a saudação inicial em nome da Trindade, aproveitando uma das várias opções cantadas. Outra alternativa é a saudação “f” (cf. 1Pd 1,1-2) proposta pelo Missal Romano, página 390, pois nos insere melhor no mistério. O persignar-se (sinal da Cruz) é o que temos de mais antigo da expressão da fé cristã no mistério da Santíssima Trindade. É a maneira condensada da profissão da fé e de todo o dinamismo da economia da salvação.

4. Ultimamente estão criando uma confusão em torno do sinal da Cruz, no início da celebração. Muitas comunidades guiadas por seus ministros (ordenados e leigos) iniciam a celebração convidando a assembléia a invocar a Santíssima Trindade. De fato, se estivermos atentos ao que fazemos e dizemos na celebração, constataremos, no caso do sinal da cruz, que não se trata de invocação. Até porque não somos que convocamos a Deus, mas é ele quem nos chama pata tomar parte em seu ministério, constituindo-nos assembléia. Daí vem o próprio nome que nos designa: Igreja: assembléia dos convocados.

            5. Quando cantamos “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo...” devemos escolher cantos que respeitem a linguagem teológica e litúrgica.  A título de exemplo, comparem os seguintes textos:

6. Compete ao presidente da celebração (bispo, presbítero, diácono ou leigo/a presidindo a celebração da Palavra) pronunciar as palavras do sinal do cruz e não a equipe de canto como muitas vezes acontece. O presidente da celebração se apóia em sua condição de instrumento, na autoridade recebida contemplando o sacramento da Ordem e o sacerdócio comum dos fiéis. Ele age em nome do seu Senhor para dar início à celebração e fazer tudo o que faz.

7. Na saudação de quem preside, poderiam ser usadas as palavras conforme  2Coríntios 13,14

A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo estejam convosco.

8. O sentido litúrgico pode ser proposto, através das seguintes palavras, ou outras semelhantes:

Deus, comunidade de amor, convida-nos, neste Domingo, a fazer de nossa própria comunidade uma experiência do amor-comunicação entre as três Pessoas da trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. A partir dessa experiência, somos também enviados, pelo próprio Senhor, a fazer novos discípulos em nome da Comunidade Divina.

9. O Hino de louvor “Glória a Deus nas alturas” é antiqüíssimo e venerável, com ele a Igreja, congrega no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. Não é permitido substituir o texto desse hino por outro (cf. IGMR n. 53). O CD: Festas Litúrgicas I propõe, na faixa 2, uma melodia para esse hino que pode ser cantado de forma bem festivo, solista e assembléia.

10. Na Oração do Dia, suplicamos ao Pai que sejamos perseverantes na verdadeira fé em todo o tamanho da Trindade.

Liturgia da Palavra

1. As leituras sugeridas pelo Lecionário, para esse dia, foram escolhidas levando-se em consideração a característica da Solenidade, portanto devem ser bem preparadas e lidas compassadamente pelos leitores.

2. Dar destaque maior à proclamação do Evangelho, que hoje pode ser cantado e o livro, incensado.

            3. A homilia, introduzindo ao mistério celebrado, poderá, após um silêncio orante, ser concluída com um refrão que ligue a mesa da Palavra com a mesa da eucaristia. Por exemplo: “Ó Trindade, vos louvamos (...) que esta mesa favoreça nossa comunicação!” (Hinário Litúrgico III, página 295).
           
4. Onde for possível após a homilia todos tocar no ícone da Trindade traçando o sinal da cruz.

5. Seria muito oportuno usar na Profissão de fé o Símbolo Niceno-constantinopolitano, que fala mais sobre a Encarnação do Filho de Deus e Sua divindade: “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado, não criado, consubstancial ao Pai”, isto é, da mesma substancia do Pai. Por ele todas as coisas foram feitas... Após a Profissão de fé realizar a aspersão da assembléia. Nas pequenas comunidades, cada um toca na água e traça o sinal da cruz. O esquema é este:

- Bênção da água
- Profissão de fé
- Aspersão da assembléia

6. As preces, como sugere o Missal Romano, são feitas do Ambão. As invocações podem começar invocando a Deus. Como por exemplo: “Ó Deus de bondade...” a resposta à oração pode ser cantada: “Ouvi-nos, amado Senhor”.

Liturgia Eucarística

1. Na Oração sobre as Oferendas invocamos o nome de Deus sobre o pão e o vinho, a oferenda de nós mesmos, com os dons que oferecemos.

2. Quanto ao prefácio: se não for cantado, quem preside procure proclamá-lo com ênfase, mas ao mesmo tempo calmamente, de forma serena e orante. Frase por frase. Cada frase é importante, anunciadora do mistério que hoje celebramos. Basta prestar bem atenção nelas! A boa proclamação do Prefácio, como abertura solene da grande oração eucarística (bem proclamada também), tem um profundo sentido evangelizador, pois, por seu conteúdo e, sobretudo, por ser oração, toca fundo no coração da assembléia.

3. O Prefácio é próprio da Solenidade de hoje que evidencia a atribuição da mesma glória às Três Pessoas Divinas. Outra ótima opção é o Prefácio VIII, proposto para os Domingos do Tempo Comum, explicita mais a dinâmica salvífica do mistério Trinitário, a Igreja unificada pela unidade da Santíssima Trindade. “Vossa Igreja, reunida pela unidade da trindade, é para o mundo o Corpo de Cristo e o Templo do Espírito Santo para a glória da vossa sabedoria” Seguindo essa lógica, cujo embolismo reza: O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao modo de mistagogia. Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. A II admite troca de prefácio. As demais não admitem um prefácio diferente. Elas não podem ter os prefácios substituídos com grave prejuízo para a unidade teológica e literária da eucologia.

4. Distribuir o corpo de Cristo de forma consciente e orante, como um gesto de profundo serviço, expressando nele o próprio Cristo que se dá como servo de todos. Isso vale tanto para quem preside como para seus ajudantes.

Ritos Finais

1. Na Oração após a comunhão, suplicamos a Deus que a comunhão no sacramento da Eucaristia, nos conserve na verdadeira fé

2. A bênção final, sempre feita em nome da Trindade, poderá ser cantada.

3. As palavras do rito de envio estejam em consonância com o mistério celebrado: Que o Espírito da verdade vos conduza à plena verdade. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Três realidades distintas: o Pai, fonte inacessível de amor; o Filho, cujo caminho histórico destrói os ídolos; o Espírito Santo que leva a outros pelo caminho do Filho. E, no entanto, uma só realidade: Deus ao encontro das pessoas.

É nossa vida que está em questão ao professarmos a Trindade: ou somos cristãos e seguimos a Jesus (e isto é viver a vida da trindade), ou não somos cristãos.

            Celebremos a festa da Santíssima Trindade, na unidade e na santidade.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
           
Pe. Benedito Mazeti

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