24 de julho de 2016
Leituras
Gênesis 18,20-32
Salmo 137/138,1-3.6-8
Colossenses 2,12-14
Lucas 11,1-13
“PEDI E RECEBEREIS”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo da oração
de Jesus. Neste domingo, prosseguindo seus ensinamentos, Jesus instrui seus
discípulos sobre a oração. Podemos notar que a primeira leitura é um diálogo
entre Deus e Abraão que, diante da ameaça de destruição, intercede pelo povo
das cidades de Sodoma e Gomorra.
Percorrendo a
Bíblia, percebemos que a oração tem um papel fundamental, pois conserva
estreita relação com Deus, mas com uma característica significativa: entrando
em relação com Deus, o orante conhece e adere ao plano salvífico de Deus sobre
todo o povo, no qual o acontecimento culminante é a Aliança (cf. Levítico
26,12). Nessa relação, Iahweh se apresenta como Deus pessoal e vivente,
providente, Uno e Único, paciente, compassivo e fiel, e, ao mesmo tempo,
poderoso, majestoso e santo, imanente e transcendente.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – Gênesis 18,20-32. No
centro do país de Israel existia um lago que fica num buraco muito grande. Lá a
água é salgada demais. Até se chama Mar Morto. Para o povo de lá a água era
muito rara. Por isso ver naquela região do deserto tanta água sem vida logo
lembrava algum castigo de Deus. E eles tinham uma história para explicar como
foi que o Mar Morto começou.
Contavam que
na época de Abraão, onde hoje é aquele mar, existiam duas cidades: Sodoma e
Gomorra. Eram duas cidades onde havia muitas coisas feias e injustas. Deus
estava irado contra aquelas duas cidades. E conversou com Abraão sobre isto no
dia em que o visitou e se hospedou na casa dele. E então, por causa dos pecados
de Sodoma e Gomorra, estas cidades foram sepultadas dando origem ao Mar Morto.
Deus fala com
Abraão (versículo 20) do imenso clamor que os pecados de Sodoma e Gomorra (Gênesis
13,10ss) elevam ao céu, pedindo vingança do versículo 16, porém agora no
singular. “Clamor” (ze’ãqãh), na Bíblia, é termo técnico para indicar, nos
tribunais, o grito de socorro dos oprimidos (Salmo 3,18; 87,2; Jó 19,7).
Abraão
aproxima-se com intimidade religiosa (niggash) de Javé e lhe propõe o problema,
para ele insolúvel, do castigo divino para bons e maus; não tem idéia clara da
vida do além e crê na recompensa aos bons e no castigo aos maus já nesta vida.
Essa conversa é das páginas mais belas do Primeiro Testamento, visto que realça
o poder intercessor dos justos em favor dos pecadores.
Mais vezes
Deus aceita a proposta de Abraão. Antes, pergunta se bastariam 50 justos para
poupar a cidade (versículos 24s), baixando este número até 10; mesmo assim Deus
perdoaria à cidade, como toda a região (versículos 26.32). Mas a depravação de
Sodoma era tanta que nem se quer havia 10 justos: inútil, portanto a
intercessão de Abraão e a misericórdia de Deus. O último tema desta passagem é
a concepção de que o mérito de um pequeno número de justos pode acarretar a
salvação de uma multidão de pecadores.
Podemos notar
a insistência de Abraão e a paciência generosa de Deus. O texto mostra Deus
falando amigavelmente com o patriarca, como em passagens anteriores (Gênesis
3,8: com Adão). O Espírito Santo, ao inspirar a Escritura, como que se
humanizou, assumindo a linguagem dos homens para ser entendido (Hebreus 1,1). A
doutrina central aqui é o poder de intercessão dos justos no Primeiro
Testamento, expressa de modo encantador, próprio da mentalidade infantil dos
destinatários imediatos da mensagem. É narração
descritivo-folclórico-antropomórfica do autor, javista, bom teólogo e melhor
poeta, no qual devemos buscar não a forma literária, senão o conteúdo
religioso.
Temos aqui um
episódio de extrema importância com relação á condescendência divina no
Primeiro Testamento, prefiguração daquela do Novo Testamento. Deus, sob forma
humana, dignou-se entrar em contato íntimo com o pai do Povo Eleito.
Futuramente o Verbo, feito homem, virá morar entre homens e viver na intimidade
com os apóstolos, colunas do novo Povo, prometido outrora a Abraão. Assim
muitos Santos Padres viram prefigurado o mistério da Encarnação em várias
etapas divinas do Primeiro Testamento, em especial as da época patriarcal.
Salmo responsorial – Salmo 137/138,1-3.6-8:
Canto de ação de graças que termina como súplica confiante. É uma ação de
graças individual. Uma pessoa (eu te agradeço”, “eu me prostro”, “quando eu
gritei”) passou por maus momentos, clamou a Javé e foi atendida. Agora
agradece, ampliando o círculo de pessoas ao convidar os reis a participar dessa
ação de graças.
O rosto de
Deus no salmo 137. O nome Javé aparece várias vezes e pode claramente ser
identificado como o aliado do salmista. Há vários detalhes que apontam para o
Deus da Aliança. Em primeiro lugar, as expressões “amor e fidelidade”
(versículo 2b) e “amor para sempre” (versículo 8a). Amor e fidelidade são as
duas garantias oferecidas por Deus ao aliar-se com o seu povo. Em segundo
lugar, a recordação do braço estendido e da mão direita (versículo 7b) faz
pensar logo no êxodo, pois foi dessa forma que Deus resgatou os hebreus da
escravidão do Egito. Outra característica importante está no fato de Deus ser
sublime (elevado), mas olhar para o humilde.
A mãe de Jesus
reconhece que Deus olha para a sua humilhação, derruba do trono os poderosos e
eleva os humildes (Lucas 1,48.52). O filho dela e Filho de Deus viveu e
conviveu com os humildes, denunciou a arrogância dos soberbos e confiou o Reino
aos pobres (Mateus 5,3; Lucas 6,20). Ele foi o amor fiel de Deus (João 1,17),
conservando a vida das pessoas além das expectativas, como quando ressuscitou mortos...
A Eucaristia
ou ação de graças sai do coração, e vai expressando para fora: nas palavras, no
canto, no acompanhamento com instrumentos, no gesto corporal. Assim o culto é
sincero e íntimo. Isso acontece no Templo, lugar da presença do Senhor, onde
assiste sua corte de “anjos”.
O salmo
expressa o ponto que define e articula o movimento da graça: agradecimento pela
graça recebida – repouso, conclusão -, súplica confiante de graça continuada –
começo, dinamismo –. Deste modo é fácil transpor o salmo para nossa
“Eucaristia”: nela voltamo-nos para Deus, para dar-lhe graças dignamente, e de
Deus recebemos toda graça.
Demos graças
ao Senhor porque Ele está sempre atento à nossa oração e ouve o clamor do seu
povo.
NAQUELE DIA EM
QUE GRITEI, ME ESCUTASTES, Ó SENHOR!
Segunda leitura – Colossenses 2,12-14. Continuando
a leitura da carta aos Colossenses, Paulo lembra à comunidade a importância do
batismo para a comunidade cristã.
A leitura faz
parte da segunda metade da carta onde Paulo faz suas advertências aos cristãos
de Colossos. Ele preocupa-se em mostrar o verdadeiro lugar de Cristo em relação
ao mundo e às criaturas celestes, combatendo as heresias nascentes, sobre o
papel de Cristo na redenção.
O primeiro
versículo é fundamental sobre o batismo, compreendido como participação na
morte e ressurreição de Cristo, e isto vem a ser circuncisão em Cristo. São
expressões usadas pela comunidade primitiva na catequese batismal, “cremos que
Cristo morreu e ressuscitou, e que estamos indissoluvelmente unidos a este
evento”. Romanos 6 demonstrará que é impossível continuar a viver sob o pecado,
o velho homem já foi crucificado, no batismo aconteceu realmente uma morte. É
claro que não se trata de uma experiência sensível, mas de uma experiência
vivida na fé. O batismo atualiza essa realidade.
No entanto
“com Cristo” significa “em Cristo” (cf. Romanos 3,1-4), isto é, em união com o
Cristo histórico que venceu a morte, não que agora estejamos ressuscitados com
um Cristo mítico – místico, mas sim que “na ressurreição de Cristo nós
ressuscitaremos”.
A parte final
da leitura parece um hino para celebrar a vitória da cruz em estilo dramático e
com vocabulário jurídico, mas tradicional. Inicialmente há um confronto entre o
passado e o presente que não é desenvolvido.
A idéia de
perdão dos pecados, aqui expressa, reflete mais os conceitos da comunidade que
os da teologia de Paulo. No judaísmo a relação entre Deus e o homem foi muitas
vezes expressa como a relação entre “devedor e credor”, é o que se vê em muitas
orações judaicas (Salmo 139,16) como também na versão portuguesa antiga do
Pai-Nosso “perdoai nossas dívidas”. A carta aos Colossenses trata da destruição
de um “título de dívidas”, que agrilhoava o homem aos elementos e potencias do
mundo. Na cruz esse título foi pago, conseqüentemente os elementos e potências
do mundo perderam sua caparra sobre os homens. Conseqüentemente onde há perdão
dos pecados há libertação e vida. Assim todo pecado anterior ao batismo é
morte, porque era escravidão. Os elementos e as potencias do mundo oprimiam
tanto quanto a Lei judaica, pois, por causa das prescrições impossíveis de
serem observadas, é que o “título de dívidas” – note-se bem, para com Deus e
não para com qualquer divindade maléfica – pesava sobre nós.
Evangelho – Lucas 10,38-42. No
Evangelho de hoje, Lucas inicia a narrativa informando que Jesus estava num
lugar orando. Ao terminar a sua oração, a pedido dos discípulos para que os
ensinasse a rezar, Ele ensina o Pai-Nosso. O cenário de Lucas para esse
ensinamento é um tempo de oração.
Os versículos
hoje proclamados parecem ser um tratado sobre a oração cristã. Eles podem ser
assim divididos: introdução (cf. versículo 1); o Pai-Nosso (cf. versículos
2-4); a parábola sobre a necessidade de perseverar na oração, com seus acréscimos
(cf. versículos 5-13).
No versículo
1, Lucas faz uma introdução sobre a oração cristã. Jesus é o modelo de oração.
Diante do modelo, os discípulos também querem aprender, pois os discípulos de
João tinham aprendido. Jesus então ensina aos seus a oração do Pai-Nosso e
conclui com algumas recomendações.
Lucas e Mateus
falam do Pai-Nosso. O texto de Lucas é mais breve e provavelmente está mais
perto das palavras originais de Jesus. No início da oração do Pai-Nosso aparece
a novidade cristã – chamar Deus de Pai (Abba). Em outros momentos, Jesus já
havia chamado Deus de Pai. Ele faz seus discípulos participarem de sua relação
com Deus.
A oração do
Senhor primeiro reza pela glorificação do nome de Deus e pela instituição de
seu Reinado. Em seguida, volta-se para as necessidades dos discípulos (os
pedidos).
Aqui, neste
roteiro, não há espaço para comentar todo o texto do Pai-Nosso. Existem vários
autores que fazem esse comentário, por exemplo, o Catecismo da Igreja Católica
(cf. nn. 2759-2865).
Ao tratar
sobre o Pai-Nosso o Catecismo diz: “A oração dominical é realmente o resumo do
Evangelho. Depois de nos ter legado esta fórmula de oração, o Senhor
acrescentou: ‘Pedi e vos será dado’ (Lucas 11,9). Cada qual pode, portanto,
dirigir ao céu diversas orações conforme as suas necessidades, mas começando
sempre pela Oração do Senhor, que permanece a oração fundamental” (n. 2761). O
Catecismo acrescenta: “Depois de mostrar como os Salmos são alimento principal
da oração cristã e convergem nos pedidos do Pai-Nosso, Santo Agostinho conclui:
‘Percorrei todas as orações que se encontram nas Sagradas Escrituras, e eu não
creio que possais encontrar nelas algo que não esteja incluído na oração do
Senhor’” (n. 2762).
Voltando ao
texto do Evangelho, Lucas narra que depois que Jesus ensinou a oração do
Pai-Nosso, acrescentou a parábola do visitante no meio da noite e os ditos que
se seguem a ela. São fortes exortações à perseverança e à oração. Deus sempre
responde à nossa oração de acordo com o que é melhor para nós, nem sempre como
esperamos ou gostaríamos.
Jesus ensina
aos seus discípulos que podem dirigir-se com toda confiança a Deus, porque Ele
trata os suplicantes como um homem trata seu amigo e como um pai trata seu
filho. Podem pedir, podem buscar, podem bater à porta. Não ter medo de ser
inoportuno. Ele é Pai, é bom, misericordioso e justo e não perderá a paciência.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Hoje a Palavra
de Deus nos presenteia com magníficos textos que revelam a experiência orante
de Abraão e a de Jesus, que reza e ensina aos seus discípulos. Certamente é
oportuno refletir um pouco mais sobre a experiência de oração nas primeiras
comunidades cristãs.
Seguindo o
exemplo de Jesus e o seu mandamento, a Igreja ora. Os primeiros cristãos, logo
depois da ressurreição do Senhor, como bons judeus, continuam seguindo os
costumes da oração judaica: por exemplo, freqüentar o templo de Jerusalém para
orar (cf. At. 3,1;5,12). A adesão a Jesus Cristo vai dando um sentido novo ao
relacionamento da comunidade com Deus.
A mudança
evolutiva da forma de orar das comunidades do Novo Testamento deve-se ao
conhecimento progressivo do mistério de Cristo, conhecimento impulsionado pela
ação do Espírito (cf. Colossenses 1,26-27;2,2). Jesus é agora o novo templo
(cf. João 2,19); é o sumo sacerdote (cf. Hebreus 2,17;7,23-28), é o liturgo por
excelência (cf. Hebreus 8,1ss); é o único mediador da aliança (cf. Hebreus
8,6).
Como na vida
de Jesus, também os momentos decisivos da história da comunidade são marcados
pela oração, mostrando com isto que o verdadeiro protagonista do caminho da
Igreja é Deus.
Uma das
características da oração judaico-cristã é ser uma resposta à iniciativa de
Deus, do Deus que fala, que é pessoal. Não é a pessoa humana que toma a
iniciativa na oração, pois Deus a chama por primeiro (cf. Êxodo 19,3ss; Josué
24,1), e a este chamado a pessoa humana responde com a oração.
A oração é uma
relação viva e pessoal com o Deus verdadeiro. É mais que palavras, mais que
fórmulas, mais que gestos. É a relação mesma que se estabelece entre Deus e seu
povo, é uma relação de aliança.
O conteúdo da
oração situa-se na história. Constatamos permanentemente que grandes momentos
dessa história estão marcados pela oração dos mediadores e do povo todo, que se
baseiam no conhecimento da Palavra de Deus para obter sua intervenção na hora
presente.
Deus fala à
pessoa na história e a pessoa responde a deus dentro da história, assumindo sua
linguagem, cultura e problemas. O indivíduo nunca está separado da história do
seu povo e reza sempre como seu membro.
Rezar, então,
torna-se um meio de assumir responsabilidades no mundo. Dar graças a Deus pela
história da salvação é reconhecer as exigências que essa história faz e
compromete-se com elas. A pessoa que reza começa a agir: não em vez de orar,
mas porque ora.
Recebemos de
Jesus e dos apóstolos a oração. A oração da Igreja alimentada pela Palavra de
Deus e a celebração litúrgica nos ensinam a orar no Senhor Jesus. Reza-se ao
Pai, por Cristo, no Espírito, não obstante, como na Igreja Oriental, algumas
orações serem dirigidas a Cristo. O mistério pascal do Senhor é o objeto e o
núcleo da oração da Igreja, seja ela particular ou comunitária.
Não temos aqui
espaço para fazer um tratado sobre a oração, mas queremos chamar a atenção para
a necessidade de observarmos a antiga e sábia expressão da Igreja lex orandi,
lex credendi [reza-se como se crê e se crê como se reza]. Isso vale para a
oração particular e comunitária (litúrgica), sobretudo para alguns cantos que são usados em nossas celebrações.
Cantam/rezam qual mistério? Quem está no centro? Se não prestamos atenção ao
conteúdo de nossas rezas e cantos, em que vamos crer? O que vamos viver? Como
vamos conhecer o projeto do Pai (Abbá), se não escutamos a sua proposta, num
colóquio profundo, escutando sua Palavra de vida e salvação? Como vamos
colaborar na construção do Reino, interceder e nos comprometer com a história
sem conhecer o plano divino de salvação?
Resta-nos
rever nosso modo de rezar, tanto individual como comunitariamente. Uma oração
não vive sem a outra: a oração particular ou individual prepara, prolonga e
aplica a cada pessoa o encontro objetivo e sacramental com o Senhor, que se
realiza na liturgia. Vale lembrar aqui as palavras de João Crisóstomo: “Assim
como não se põe o incenso em fogo apagado, não adianta a celebração litúrgica
sem uma verdadeira oração individual. O desejo espiritual é como um fogo, a
oração individual faz a pessoa se abrasar nesse fogo. Então, quando as brasas
estão acesas, põe-se o incenso da liturgia e realiza-se a oração comunitária”.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
A arte de rezar tem a ver com a arte de viver
Cláudio Pastro
esclarece em sua obra “O Deus da beleza” que a oração tem a ver com a postura
perante a divindade e afirma: “O cristão busca a sua verdadeira face naquele
que o precede, que o cria, ama e vai ao seu encontro (...)” Nesse sentido, a
oração cristã – como a judaica na qual tem suas raízes – não nasce das certezas
subjetivas do crente, mas brota da contemplação do Mistério que lhe é exterior
e anterior, antes de tornar-se interior e fazer-se carne, assumindo os traços
da história em sua fisionomia humana, O vocativo com o qual a Oração Dominical
começa é uma constatação que é contemplativa: Pai Nosso, que estais nos céus,
isto é, está além e acima do criado. Depois aparece a súplica que se refere à
interiorização da divindade no mundo e em nós: “venha a nós o vosso Reino”.
Dizia Teodoro de Mopsuéstia: “a Oração do Senhor orienta a vida dos batizados
que, desde aqui debaixo, são filhos de uma cidade com costumes celestes.” Uma
outra maneira de dizer isto encontra-se na oração do dia: “usemos de tal modo
os bens que passam, que possamos abraçar os que não passam.” Ao rezar esta
oração, a comunidade deixa que seja gerado, nela mesma, o reinado de Deus, em
cujo governo ele é Pai e nós seus filhos, irmãos entre nós.
A oração litúrgica
A importância
e a beleza da oração litúrgica encontram-se no fato de nos expormos, como obra
criada, diante da divindade, reconhecendo sua total alteridade. Com isso
queremos dizer que, mesmo reconhecendo sua face nos rostos humanos, seus traços
serão sempre outros, inesgotavelmente novos. Esse tipo de oração, portanto, não
será “mero reflexo humano da sensibilidade”, mas “independe do fiel” já que é o
“próprio Deus que reza em nós e nos ensina sua linguagem, a sua maneira de ser,
‘imagem e semelhança’”.
A preocupação
por ter uma adequada celebração litúrgica nos advém do cuidado com o rosto
humano que vai sendo esculpido por nossas celebrações. Ora, em um mundo cada
vez menos “obra de Deus”, porque as obras humanas que dela são sacramento
estão, paulatinamente, tornando-se desumanas, os ritos realizados no interior
de uma comunidade de fé deverão plasmar a nova criatura, para que ajamos como
filhos e falemos adequadamente “Pai Nosso”. Acontecimento que só se dá na
gratuidade do Espírito que age em nós. Mas, o que fazer se até mesmo as peças
da Escritura que norteiam a celebração da fé estão sendo substituídas por
textos e gestos que refletem apenas nossa pobre face mortal? Manifestam a
feiúra de um mundo que se tem tornado artificial, falso e desacreditado?
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Como já
apontamos, a oração litúrgica não constitui a totalidade da oração, mas se
harmoniza com a oração particular. Ela sempre provém da Palavra de Deus,
exprime o mistério de Cristo e é realizada em comunidade, com a vocação de ser
corpo e esposa de Cristo, na qual Deus age para formar um povo santo,
sacerdotal e profético, capaz de oferecer um “culto espiritual”.
A celebração
litúrgica é o lugar privilegiado para o encontro com Deus. Ele habita em seu
templo santo e nos reúne em sua casa, para nos dar força e poder. (cf. antífona
de entrada). A lógica é a da revelação. Primeiro ele nos encontra e quer de nós
uma resposta. Deus é o amparo dos que nele esperam e, sem ele, ninguém é forte,
ninguém é santo. Ele é capaz de redobrar o amor para conosco a fim de que
sejamos fiéis ao seu projeto (cf. oração do dia).
Através da
palavra querigmática, da palavra oracional, da palavra sacramental e da palavra
cantada, podemos fazer a experiência profunda do Pai (Abbá), que revela a nós
por meio do seu Filho Jesus, que, pregado na cruz, nos arrancou das trevas para
a verdadeira luz. Com ele somos sepultados, para que sejamos igualmente
ressuscitados.
A oração
eucarística tem lugar eminente na celebração, é ação de graças, súplica,
intercessão universal; no seu centro encontra-se o núcleo da nossa fé: o
mistério pascal do Senhor – “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a
vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus”.
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. O método da
leitura orante auxilia muito na preparação da celebração. Seria bom que os
membros da equipe e toda a assembléia criassem o hábito de praticar a leitura
orante diariamente.
2. A cor
litúrgica desta solenidade é o verde.
3. Cada vez
mais, cai em desuso os chamados “comentários” antes das leituras. Preferem-se
as brevíssimas monições que exortam os fiéis para o acontecimento que se
seguirá. São mais afetivos e introdutórios, do que informativos de qualquer
conteúdo teológico ou catequético. São, inclusive, dispensáveis, sendo
preferível o silêncio ou um refrão meditativo que provoque na assembléia aquela
atitude vigilante para a escuta e conseqüentemente acolhida da Palavra de Deus.
Sugerimos, neste caso, antes de iniciar a Liturgia da Palavra, o refrão “Senhor
que a tua Palavra”.
4. A mesa da
Palavra e a mesa da Eucaristia formam um só ato de culto; portanto, é preciso
manter um equilíbrio de tempo entre as duas. Demasiada atenção dada à procissão
com o Lecionário ou com a Bíblia, homilias prolongadas, introduções antes das
leituras parecendo comentários ou pequenas homilias, tudo isso prejudica o rito
eucarístico, que em conseqüência acaba sendo feito às presas.
5. “É muito
recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na
mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também
através dos sinais, a comunhão se manifeste mais claramente como participação
do Sacrifício celebrado” (IGMR nº 56 h). Um dos mais graves abusos nas
celebrações da eucaristia é a distribuição da comunhão do sacrário como prática
normal. Assim pecamos contra toda a dinâmica da ceia eucarística, que consta da
preparação das oferendas, da ação de graças sobre os dons trazidos, da fração
do pão consagrado e da sua distribuição àqueles que, com a oblação deste pão,
se oferecem a si mesmos com Jesus ao Pai.
6. Dia 29,
fazemos memória de Santa Marta. Dia 31 memória de Santo Inácio de Loyola,
presbítero missionário e fundador da Ordem dos Jesuítas.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo do Tempo
Comum, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não
basta só saber que os cantos são do 17º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude
espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade
tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem
ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma
pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja
corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento. Como a
equipe de canto da sua paróquia executa os cantos durante o Tempo Comum? É com
atitude espiritual?
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados nos CDs Liturgia VI e XI.
1. Canto de abertura. Deus reúne
os fiéis em sua (Salmo 67/68,6-7.36). “Acolhe os oprimidos em tua casa, ó
Senhor”, CD: Liturgia VI, melodia da faixa 24.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD
Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico
III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso
e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de
Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo,
exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
3. Salmo responsorial 137/138. “Invoquei-te,
Senhor e sempre me atendeste” “Naquele
dia em que gritei, vós me escutastes, ó Senhor! CD: Liturgia XI, melodia da
faixa 21.
O Salmo é
Palavra de Deus cantada. A Função do Salmo responsorial, como o próprio nome já
diz, é o ato de resposta. Esta resposta se dá em dois sentidos: porque ele é
escolhido de acordo com a primeira leitura e de alguma maneira responde a esta; e porque o povo responde com um refrão aos versos
cantados pelo salmista. A resposta através do salmo enriquece a Liturgia da
Palavra, pois é ato de fé, e prolongamento meditativo e orante da Palavra
proclamada; eleva a te Deus a mente das pessoas; abre os corações ao Mistério
celebrado; faz acontecer aquilo que se anuncia; realiza a transformação pascal
e faz saborear espiritualmente o que se canta pela força sacramental da
Palavra.
4. Aclamação ao Evangelho. Oração
insistente (Lucas 11,9). “Pecam, que será dado, busquem e encontrarão. Sabe o
pai qual a tua precisão”, CD: Liturgia XI, melodia da faixa 19. O canto de
aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.
6. Apresentação dos dons. A escuta
da Palavra e colocá-la em prática, deve gerar na assembléia a partilha para que
ela possa ser sinal vivo do Senhor. Devemos ser oferenda com nossas oferendas.
“Alegre em prece, teu povo agradece teu povo agrade teus dons, ó Senhor”, CD
Liturgia XI, melodia da faixa 22.
7. Canto de comunhão. “Quem pede
recebe; quem procura encontra; e, quem bate, se abrirá” (Lucas 11,10). “Ó
Senhor, quem te pede recebe, quem procura há de um dia encontrar”, CD: Liturgia
XI, melodia da faixa 23.
Outra ótima
opção para este Domingo é o canto “Eu sou o pão do amor vivo que desceu do céu”,
CD: Cantos de Abertura e Comunhão – As mais Belas Parábolas, melodia da faixa
13.
8- O ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Preparar
bem o espaço celebrativo, de modo que seja acolhedor, aconchegante.
2. Os
castiçais com as velas, a cruz processional, as flores sejam preferivelmente
colocados ao lado, deixando a mesa livre para que apareçam os sinais
sacramentais do pão e do vinho. A toalha, caindo somente nas laterais, sem
esconder totalmente a frente do altar, pode ser colocada para a celebração da
Eucaristia, dando ênfase ao banquete que o Senhor nos prepara. “Durante o dia,
o altar pode permanecer desnudo ou com um ‘trilho’ na cor litúrgica do tempo”
(Guia Litúrgico Pastoral, páginas 105-106).
9. AÇÃO RITUAL
Enquanto as
pessoas vão chegando, cantar o refrão meditativo: Irmãos, vinde à oração,
irmãos, vinde à oração.
A oração
cristã é diálogo “vis a vi” com o Criador. Nele contemplamos nos olhos aqueles
e aquelas que nos devemos tornar. Ao fazer memória da face de Jesus, em cuja
boca filial ressoa o “Pai Nosso”, manifestamos aquilo, que, de fato, a criação
inteira é, por vocação: filha bem amada de Deus.
Valorizar os momentos de
silêncio, na celebração. Toda oração brota de um silêncio.
Ritos Iniciais
1. A primeira
realidade que afirma a presença da divindade é a assembléia reunida. Ela é o
primeiro sinal da presença de Deus. A mais antiga saudação presidencial,
preservada nos ritos iniciais, comunica este fato. A Instrução Geral do Missal Romano
nos diz: “pela saudação, expressa à comunidade reunida a presença do Senhor”. A
dinâmica desta saudação é muito significativa: primeiramente saúda-se o altar
com o beijo, pois o altar é Cristo. Em seguida, este beijo se abre em forma de
saudação à assembléia, que também é Cristo. Por isso, mais do que nunca, urge
abandonar os comentários, saudações convencionais (bom dia, olá irmãos e irmãs,
etc...) sobretudo antes da saudação inicial. Há uma pedagogia inerente aos
gestos e palavras que inclui a ordem em que se apresentam.
2. Para
solenizar este rito, sugerimos cantá-lo conforme melodia proposta no site www.calbh.com.br. Lembremo-nos, ainda, que
o sinal da cruz consta apenas do seguinte texto. Em nome do Pai e do Filho e do
Espírito Santo. Amém. Sem acréscimos, por mais bonitos que, subjetivamente,
possam parecer.
3. A opção
“d”, do Missal Romano para a saudação presidencial é muito oportuna para
iluminar o sentido litúrgico deste domingo:
“O Deus da esperança, que nos cumula de toda
a alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco”
(Romanos 15,13).
4. Em seguida,
dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido
litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono ou outro
ministro devidamente preparado (Missal Romano página 390).
5. O sentido
litúrgico pode ser proposto, através das seguintes palavras, ou outras
semelhantes:
Domingo da oração de Jesus. Rezando junto
com o Senhor, recebemos dele um ensinamento sobre a oração. Celebramos a Páscoa
de Jesus Cristo que se manifesta em todas as pessoas e grupos que vivem a lição
do Pai nosso.
6. O Ato
penitencial é um rito preparatório para a mesa da Palavra e da Eucaristia.
Dito, de outra maneira, diante da bondade de Deus, entramos com humildade no
ambiente do seu mistério, reconhecendo a nossa condição de pecadores ao
reconhecer a misericórdia de Deus.
7. Para o
convite ‘a penitencia, sugerimos a fórmula 1 do Missal Romano, pãgina 390 Irmãos e irmãs, reconheçamos as nossas culpas para
celebrarmos dignamente os santos mistérios.
Após um
momento de silencio, quem preside sugerimos a invocação do numero 5 do Missal
Romano página 394.
Senhor, que sois a plenitude da verdade e da
graça, tende piedade de nós.
Cristo, que vos tornastes pobre para nos
enriquecer, tende piedade de nós
Senhor, que viestes para fazer de nós um
povo santo, tende piedade de nós.
8. O Hino de
Louvor (Glória) deve ser cantado solenemente por toda a assembleia. Deve-se
estar atento na escolha dos cantos para o momento do glória. Ideal seria cantar
o texto mesmo, tal como nos foi transmitido desde a antiguidade, que se
encontra no Missal Romano, ou, pelo menos, o mesmo texto em linguagem mais
adaptada para o nosso meio e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e
outros compositores (como já existe!). Evitem-se, portanto, os “glórinhas”
trinitários! O hino de louvor (glória) não de caráter Trinitário e sim
Cristológico. Cantar com vibração.
9. Na Oração
do Dia supliquemos a Deus nosso amparo, que nos ajudem a usar dos bens deste
mundo de maneira fraterna para que possamos abraçar os bens eternos.
Rito da Palavra
1. Na liturgia
da Palavra, Deus se mostra como o Totalmente Outro que se dá a conhecer,
mediante a história de seu povo. O refrão meditativo “Pai, que meus
pensamentos”, da comunidade Taizé, orienta a comunidade para reconhecer o verbo
da Vida na proclamação das Escrituras. A melodia pode ser aprendida em www.calbh.com.br (partitura à p. 76).
2. Cada vez
mais se tem abandonado o hábito de fazer “procissão com a Bíblia”, já que a
importância e a dignidade do Evangeliário foram recuperadas. A procissão,
portanto, é reservada para o livro dos Evangelhos. Procissão que pode ser
solenizada com incenso, velas e dança. Para esta celebração, seria muito
oportuno a procissão com o Evangeliário.
3. Há
comunidades cristãs que, até hoje, fazem artisticamente sem Evangeliário.
Semana após semana, alguém da comunidade com dotes artísticos copia o texto a
ser proclamado, ornando-o ao estilo das iluminuras da antiguidade, de acordo
com a narração da face de Cristo ou outro tema peculiar ao Evangelho. Está é
uma forma muito admirável de envolver os artistas da comunidade e outros
grupos. Por exemplo, porque não envolver as crianças da catequese (aquelas que
sabem ler e escrever bem), para que copiem, a cada semana a página do Evangelho
a ser proclamado na celebração. Neste caso, seria recomendado ensinar-lhes a
arte da caligrafia e do desenho litúrgicos (ícones), caso venham a ornar o
texto com tais figuras. A capa do Evangeliário pode ser feita com duas tábuas, trazendo na
capa um ícone da face de Cristo, lembrando que o Evangelho deve assumir a face
humana – a nossa face...assim iremos nos tornando Cristo Jesus. A seguir um
exemplo de Evangeliário em placas de prata, de Cláudio Pastro.
Rito da Eucaristia
1. Na Oração
sobre o pão e o vinho suplicamos a Deus que o mistério da Eucaristia nos
santifique na vida presente e nos conduza à vida eterna.
2. Quanto ao
prefácio: se não for cantado, quem preside procure proclamá-lo com ênfase, mas
ao mesmo tempo calmamente, de forma serena e orante. Frase por frase. Cada
frase é importante, anunciadora do mistério que hoje celebramos. Basta prestar
bem atenção nelas! A boa proclamação do Prefácio, como abertura solene da
grande oração eucarística (bem proclamada também), tem um profundo sentido
evangelizador, pois, por seu conteúdo e, sobre tudo, por ser oração, toca fundo
no coração da assembléia.
3. Sugerimos o
Prefácio dos Domingos do Tempo Comum V, página 432 do Missal Romano que contempla
os dons de Deus no mistério da Criação com a Oração Eucarística III. Seguindo
esta lógica, cujo embolismo reza: “Vos criastes o universo e dispusestes os
dias e as estações. Formastes o homem e a mulher ‘a vossa imagem, e a eles
submetestes toda a criação. Libertastes os fies do pecado e lhes destes o poder
de vos louvar, por Cristo, Senhor nosso. O grifo no texto identifica
aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e
que pode ser aproveitado na celebração, ao modo de mistagogia. Recorde-se que
para prefácios móveis, usam-se apenas as Orações Eucarísticas I, II e III. As
demais não podem ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo para a
unidade teológica e literária da eucologia.
4. Valorizar a
oração do Pai Nosso como oração dominical dos filhos e filhas de Deus, os
irmanados em Jesus.
5. O silêncio
após a comunhão: concluída a comunhão eucarística, reservar um breve momento de
silêncio.
Ritos Finais
1. Na Oração
depois da comunhão suplicamos que a Deus que a Eucaristia, memorial da Paixão
do Cristo, dom inefável e caridade de Deus nos traga a salvação.
2. Na bênção
em nome da Santíssima Trindade levem-se em conta as possibilidades que o Missal
Romano oferece (bênçãos solenes, na oração sobre o povo). Ela expressa que a
ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões,
também políticas e sociais. Ver a bênção final do Tempo Comum IV do Missal
Romano.
3. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Orai sem
cessar. Ouvi e praticai sempre a Palavra do Senhor.
Ide em paz e que o Senhor vos
acompanhe.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A oração
cristã segue o modelo do mistério da Encarnação: abarca o céu e a terra, Deus e
a pessoa humana, as preocupações eternas e os interesses temporais. Tudo isto
não pode ser separado como não podemos separar a humanidade da divindade em
Jesus. A oração desta forma não aliena das verdadeiras urgências humanas, nem a
preocupação por estas urgências nos faz esquecer de Deus. Se Jesus colocou tudo
isto dentro da oração que nos ensinou a rezar significa que sempre devemos
encarnar nossa oração nos dois pilares, naquele de Deus e naquele do mundo.
Fiéis à terra e fiéis ao céu: eis o imperativo da oração integral.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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