19 de maio de 2018
Leituras
Gênesis 11,1-9. O Senhor confundiu a
linguagem de todo o mundo.
Salmo 103/104,1-2.24.35.27-28.29-30. Todos
eles, ó Senhor, de vós esperam.
Romanos 8,22-27. Fomos batizados num
único Espírito.
João 7,37-39. Jesus falava do Espírito
que deviam receber.
“SE ALGUÉM TEM SEDE, VENHA A MIM E BEBA”
1- PONTO DE PARTIDA
Pentecostes é
a festa da plenitude da Páscoa. O espírito profético de Jesus torna-se o grande
dom da Igreja, tornando-a comunidade da proclamação
e do testemunho para todas as nações.
Bendizemos ao
Pai porque o Espírito Santo abriu e revelou a todos os povos, raças e nações o
mistério que estava escondido desde sempre e reuniu todos na alegria da libertação.
Somos hoje revestidos da força do alto, isto é, deste Espírito para sermos
testemunhas alegres e corajosas do Cristo ressuscitado e também para rompermos
a falta de comunicação que gera desentendimentos e divisões. Há muitos sinais
de Sua ação, renovando a face da terra.
Celebramos a
Páscoa de Jesus Cristo presente em pessoas, grupos e comunidades que vivem
fielmente uma aliança de amor com Deus e que se entregam à ação vigorosa do seu
Espírito.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os textos
Primeira leitura – Gênesis 11,1-9. Os
homens dispersos por toda a terra depois do dilúvio, procuram a unidade na
construção de uma cidade. Querem também edificar uma “torre” que atinja os céus
e “tornar-se famosos” (versículos 1-4). Como na história do Éden e de Caim, a
intervenção de Deus o pecado fica descoberto o pecado de arrogância do homem
(versículos 5-6). A impossibilidade de comunicar provoca a “dispersão” dos
homens por toda a terra (versículos 7-8). O nome da cidade de Babel, associada
com o hebraico balál, “confundir”, torna-se o símbolo da confusão e da desunião
entre os povos (versículo 9).
A proliferação
do pecado primordial alcança o ápice na história de Babel, a cidade símbolo da
impiedade e da violência dos grandes impérios da Mesopotâmia. O projeto
original de Deus Criador era que todos os homens possuíssem a terra, cada um
segundo a sua família, nação e língua. Ao invés, o projeto dos construtores dos
grandes impérios põe em prática a planificação das línguas e das culturas.
A torre em
forma de templo, que recorda os zigurates
mesopotâmicos, é símbolo da hybris do
homem que quer ser como Deus. Uma empresa titânica que desafia é a raiz das
divisões entre os homens e os povos. O que impede a comunicação entre as
pessoas e as nações não é a diversidade das línguas e das culturas, mas a
prepotência que transforma as diversidades em discriminações e barreiras.
Salmo responsorial – Salmo 103/104,1-2.24.35.27-28.29-30.
O início do Salmo está no singular. Não que seja um Salmo individualista. O
termo “minha alma” não representa uma pessoa, mas o “eu Israel”, isto é, o “eu
povo”.
Este Salmo
segue a mesma ordem do universo que Genesis capítulo1. O Espírito de Deus está
na origem de todos os seres e da vida. Esse Espírito renova a face da terra,
isto é, renova todas as criaturas.
Uma “alegria”
esfuziante (versículos 31b-34) canta a grandeza de Deus que reluz na beleza da
Criação (versículos 1.24a), autêntico espelho da Sua glória (versículo 31a).
Aquele que fez com “sabedoria” todas as coisas (versículo 24) continua a cuidar
das Suas criaturas dando com abundância tudo o que serve para alimentar a vida:
o alimento no tempo oportuno (versículos 27-28), e o “Espírito” que renova tudo
o que o cansaço do caminho desgasta (versículo 30).
O rosto de
Deus neste Salmo tem seu eixo central em “amor e compaixão” e fornecem um
retrato grandioso de Deus. Ele é mais uma vez o aliado fiel. Mai ainda: mesmo
que o povo não lhe seja fiel e peque, ele permanece fiel e perdoa. Compaixão é
a mais preciosa qualidade de um pai. É também a maior característica de Deus. é
o aliado compassivo que caminha com seu povo dando-lhe o hálito da vida e
perdoando, pois foi ele quem nos criou.
De Jesus se
diz que “amou até o fim”, isto é, até as ultimas conseqüências (João 13,1), a
compaixão é a sua característica principal diante do sofrimento ou clamor das
pessoas (Mateus 9,36; 14,14; 15,32; 20,34; Marcos 6,34; 8,2; Lucas 7,13).
ENVIAI O VOSSO
ESPÍRITO, SENHOR,
E DA TERRA
TODA A FACE RENOVAI.
Segunda leitura – Romanos 8,22-27. O
Apóstolo Paulo coloca a esperança cristã no horizonte da atuação de Deus que
abraça todas as criaturas. Com a imagem do “parto”, inspirada nos textos dos
profetas, o Apóstolo aponta para todo o mundo um futuro de redenção (versículo
22). A certeza desta esperança faz o cristão discernir em todo sofrimento,
segundo a expressão bíblica (cf. Jeremias 13,21), não a dor da agonia, mas a
dor do “parto” de um mundo novo transfigurado pelo Espírito de Deus. Os
cristãos, que já receberam o “Espírito de Deus”, em sintonia com a expectativa
da Criação, aspiram à ressurreição, que é o cumprimento da sua condição de
“filhos” (versículos 23-25). Uma confirmação desta esperança dos cristãos é a
presença interior do “Espírito” que ampara e orienta a sua oração segundo o
desígnio salvador de Deus (versículos 26-27).
A dupla
“carne” e “espírito” é um dado essencial da antropologia bíblica: indica que o
homem é, antes de tudo, percebido na sua relação para com Deus. Como ser livre,
o homem do poder de ratificar ou não esta relação. Se os cristãos assumem
livremente sua dependência e abre-se à iniciativa de Deus, ele é “espírito” e,
de certa forma, participa dos bens divinos, especialmente do Espírito de Deus.
Ao contrário, se procura realizar-se por seus próprios recursos e recusa
ratificar sua ligação com Deus, ele é “carne”, fraqueza e pecado.
Cristo é, na
verdade o primeiro homem do qual podemos dizer que viveu profundamente uma vida
segundo o espírito. Foi isto que lhe conferiu o direito de difundir o Espírito
sobre todos aqueles que aceitam assumir plenamente sua dependência em relação a
Deus.
Que sentido
têm os sofrimentos que há no mundo? Qual a sua relação com os desígnios do
Criador?
À luz da fé e
da esperança cristã, fundadas na ressurreição de Jesus Cristo, pode dizer-se
que esses sofrimentos, como os do “parto” (cf. versículo 22), antecipam uma
nova vida. Os cristãos que vivem uma relação filial com Deus, graças ao dom do
Espírito Santo, escutam os “gemidos” das criaturas e orientam-nos para o
cumprimento da Sua espera. De fato, também eles sofrem porque sentem as picadas
da doença e da morte que parecem
contradizer as suas esperanças (versículos 23-25).
Mas além dos
gemidos da Criação, os cristãos escutam também os gemidos do Espírito de Deus
(cf. versículo 26) que se tornam oração de intercessão e compromisso na ação.
Evangelho – João 7,37-39. No termo dos
sete dias da festa dos Tabernáculos, quando no átrio do Templo, em Jerusalém,
se cumprem os ritos para implorar as chuvas, Jesus Se apresenta como fonte que
mata a sede a quem crê (versículos 37-38), o qual por sua vez se torna fonte de
água viva (cf. João 4,14). A água é o “Espírito” que Jesus comunica depois de
Sua morte e ressurreição (versículo 39).
A palavra de
Cristo associa três temas: o da sede, o da água e o da Palavra, que constituem
uma antiga tríade, isto é, um conjunto de três coisas. O judeu não se
surpreende com isso: para ele, a sede (lugar de um acontecimento) da sede (beber)
não é o ventre, mas a língua, que é a sede da Palavra. Portanto, sede de água e
sede de Palavra são frequentemente tomadas uma pela outra, a água designando o
dom de Deus na Sua Palavra, e a sede de água a fé.
Portanto, João
vê em Cristo aquele que realiza as promessas de fecundidade escatológicas contidas
na celebração das festas judaicas. Mas realiza-as para além das mais otimistas
expectativas: não é somente a água de uma felicidade física, mas a água de uma
participação, pela fé, da vida divina e do dom do Espírito.
A sede é o
símbolo da necessidade humana de viver. Por sua vez, a água que sacia
representa a vida. Jesus promete para a mulher Samaritana, à qual pede de
beber, uma “água viva que jorra para a vida eterna” (cf. João 4,14). A Sua
Palavra é a água viva que sacia o cristão. Mas só por meio do Espírito é que a
Palavra de Jesus se torna uma realidade interior que faz viver e se comunica.
Há, pois, para
o cristão, uma ligação muito estreita entre o conhecimento de Deus, o
conhecimento de Cristo e a acolhida do dom do Espírito. Ao entrar na Igreja
pelo Batismo, o cristão é introduzido na grande torrente que jorrou do coração
de Deus e que Ele tudo conduz por Jesus Cristo e no Espírito Santo. Eis o que é
conhecer. Toda a vida do cristão deve ser polarizada por este conhecimento que
o salva e o faz, com Cristo, salvador da humanidade: um conhecimento que não
depende do saber humano, mas que a fé em Cristo crucificado e sabedoria de
Deus.
A celebração
eucarística é o lugar privilegiado do conhecimento de Deus, porque ela introduz
aqueles que reúnem na ação de graças (Anáfora) de Cristo, no Seu sacrifício, na
Sua obediência ao Pai, em suma, no seu próprio conhecimento do Pai.
Mas para que
ela seja o lugar privilegiado, a celebração eucarística deve conferir o seu
papel à liturgia da Palavra. A proclamação das Escrituras Sagradas e, ligado a
ela, a homilia do presidente, devem permitir a cada um dos participantes
assumir, no hoje de sua vida e da vida da sociedade, aquilo que foi uma vez por
todas o Sacrifício Redentor de Cristo e Seu conhecimento do Pai.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
O dom do
Espírito Santo caracteriza a experiência cristã. Prometido no Antigo Testamento
como realidade unida à chegada do Messias, Ele desce sobre Jesus no momento do
seu Batismo no Jordão e permanece sobre Ele. Por isso Jesus pode fazer
mergulhar os cristãos no Espírito Santo para eliminar o pecado do mundo. Jesus
ressuscitado dá aos seus discípulos o Espírito Santo para o perdão dos pecados,
efusão profeticamente prefigurada pelo sinal que acompanha a morte de Jesus: do
seu Lado aberto pela lança sai “sangue e água”, o Espírito que dá a vida (cf.
João 19,34 e João 7,39).
O Espírito,
fonte de vida, lança os cristãos para a missão como (permuta) troca de dons. Os
que se deixam guiar pelo Espírito, que é um dinamismo de amor, são sinal e
instrumento de unidade e de concórdia entre as pessoas. Em vez de confusão de
Babel (primeira leitura) vem a comunicação, em vez da dispersão temos o
encontro. Esta perspectiva está presente na oração de abertura da celebração
litúrgica, onde se pede a Deus “pela ação do seu Espírito, os povos dispersos
se reúnam de novo e todas as línguas proclamem numa só fé a glória do seu nome”
(Oração do dia).
O Pentecostes,
enquanto quinquagésimo dia é o cume e o selo do Tempo Pascal. O dom do Espírito
feito por Jesus ressuscitado leva a cumprimento as promessas de Deus, mas é
também primícias, penhor e garantia do cumprimento da esperança dos cristãos e
do mundo. Também perante o escândalo do mal e do sofrimento absurdo, quantos
receberam as primícias do Espírito Santo colocam-se à escuta dos gemidos que
preludiam o nascimento do mundo novo (segunda leitura).
O Espírito do
Senhor nos liberta de todas as formas de opressões, de pecado, para vivermos
fraternalmente como irmãos e irmãs. Como os discípulos, o Espírito Santo nos
plenifica da presença de Deus, capacitando-nos para sermos anunciadores da Boa
Nova de Jesus. O Espírito age em nós e em toda a criação, que geme em dores de
parto (Romanos 8,22), aguardando a manifestação plena da salvação.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
“A Páscoa é já
o dom do Espírito Santo. Pentecostes é a manifestação da Páscoa a todos os
povos, nações e culturas. Ficaram cheios do Espírito Santo e proclamavam as
maravilhas de Deus. A Eucaristia é Pentecostes” (Diretório Homilético, n. 55 e
56).
É fundamental
lembrar que em cada celebração eucarística, o Espírito Santo faz acontecer um
novo Pentecostes na comunidade reunida, o mesmo espírito transforma o pão e o
vinho e une os cristãos num único corpo (epiclese de comunhão).
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Como os
discípulos, estamos reunidos no Dia do Senhor para celebrarmos o mistério da
Eucaristia na comunidade reunida em Nome do Senhor.
Já no início,
suplicamos que o Senhor: Fazei que todas as nações dispersas pela terra, na
diversidade de suas línguas, se unam no louvor do vosso nome (Oração do Dia).
O Senhor
Ressuscitado se coloca em nosso meio e nos convida: “Se alguém tem sede, venha
a mim e beba”. Jesus Se apresenta como fonte que mata a sede de quem crê e se
declara como a fonte de água viva que mata nossa sede e nos conduz à vida
eterna.
É no Espírito
Santo que professamos nossa fé no Senhor Jesus. Do Espírito do Senhor recebemos
diversos dons, embora sejamos muitos membros, formamos um só corpo, pois todos
nós bebemos de um único Espirito (segunda leitura da Missa do Dia). Do Espírito
do Senhor recebemos o dom de se comunicar para não cairmos numa situação de
Babel.
Renascidos
pela água e pelo Espírito, nos tornamos comunidade de fé, presença e
prolongamento do Cristo ressuscitado na realidade bem concreta, sobretudo lá
onde se faz necessário, pois assim como em Jesus, o Espírito Santo é derramado
sobre nós e nos envia para anunciar a Boa Nova aos pobres; para proclamar a
liberdade aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os
oprimidos e para proclamar um ano da graça do Senhor.
Que hoje se
cumpra em nós esta palavra da Sagrada Escritura e nos faça
discípulos-missionários sem fronteiras.
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. O Círio
Pascal deve estar presente, junto à Mesa da Palavra na celebração de hoje. É
importante que o Círio seja aceso no início da celebração, após o canto de
abertura, enquanto a assembléia entoa um refrão pascal. Ele é o sinal do Cristo
ressuscitado que nos transmite o Seu Espírito, Senhor de nossas vidas. Ver
outras opções em Ação Ritual.
2. Dar
destaque à água batismal. Onde há pia
batismal, ela deve ser o ponto de referência para a realização de ritos como
aspersão, renovação de promessas, compromissos. Onde não há pia batismal,
preparar alguma vasilha de cerâmica, de preferência junto do Círio Pascal.
3. O Tempo
Pascal termina com a oração das vésperas e das completas do dia de hoje. Depois
dessas orações, convém guardar o Círio Pascal, com veneração e respeito, no
batistério, para nele acender as velas dos batizandos e também pode ser aceso
nos funerais. No final da celebração eucarística, tem o rito próprio para
apagar o Círio Pascal. Guardar o Círio Pascal, indicando o encerramento do
Tempo Pascal.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Pascal, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia desta
Solenidade de Pentecostes. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano
Litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos
esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja Corpo de Cristo e não de
um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.
1. Canto de abertura. “O Espírito do Senhor encheu o universo... (Sabedoria
1,7/ O Espírito derramou em nós o amor de Deus (Romanos 5,5; 10,11) “O Espírito
do Senhor, o universo todo encheu”, Salmo 68/67, CD Liturgia X, melodia da faixa 18.
O Salmo 68/67
mostra um Deus companheiro que defende a causa do órfão, da viúva e de todos os
oprimidos da terra. Celebrando a manifestação do Senhor nas lutas das antigas
tribos de Israel e nas procissões do templo, adoremos a Ele presente e atuante
na caminhada do nosso povo que luta por moradia, terra e comida. “Se Deus é por
nós, quem será contra nós? (Romanos 8,31). É cantado na liturgia cristã como
canto de abertura. A ligação da Ascensão com Pentecostes é muito significativa:
se Jesus não subir o Espírito não desce. Por isso o Salmo 68/67 é cantado como
canto de comunhão na festa da Ascensão do Senhor. O refrão indica poeticamente
em que consiste Pentecostes e seu significado para a Igreja: Iluminar o mundo
com a Páscoa de Jesus Cristo. Outra opção é o canto “O amor de Deus foi
derramado em nossos corações”, CD: Liturgia XVI, melodia da faixa 13.
2. Refrão para o acendimento do Círio
Pascal. “Cristo-Luz, ó Luz, ó Luz bendita...”, CD Festas Litúrgicas I, faixa 9; “Salve Luz eterna, és tu
Jesus...”, Hinário Litúrgico II da CNBB, página 292.
3. Canto para o momento da aspersão com
a água batismal. “Eu vi, eu vi, a água manar...”, CD Tríduo Pascal II,
faixa 12; “Banhados em Cristo, somos uma nova criatura...”, Hinário Litúrgico
II da CNBB, página 196; “Jesus o seu batismo na Páscoa completou, passou as
grandes águas o mar atravessou, abrindo o caminho, teu povo libertou” (bis).
Mesma melodia do Salmo 23 “Os filhos dos hebreus, com ramos de palmeira”,
cantado no Domingo de Ramos.
4. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD
Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico
III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso
e outros compositores.
5. Salmo responsorial 103/104. Deus
dá força e vida às criaturas pelo Espírito.
“Enviai o vosso Espírito Senhor...” CD Liturgia XVI, melodia da faixa 14.
6. Aclamação ao Evangelho. “Vem,
Espírito Santo...”, CD Liturgia XVI, melodia da faixa 15. O canto de aclamação
ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical, página 521.
7. Apresentação dos dons. O
canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração, no dia de Pentecostes.
Levando pão e vinho em procissão, a nossa vida também sobe para o altar.
“Suscitai, ó Senhor Deus, suscitai vosso poder”, CD: Liturgia XVI, melodia da
faixa 17. “Eis a procissão do rei, nosso Deus,...”, CD: Liturgia X, melodia da
faixa 20.
8. Canto de comunhão. “Quem tem
sede, venha a mim e beba” (João 7,37). “No deserto da vida quando a sede me vem”,
CD: Festas Litúrgicas II, melodia da faixa 9.
O canto de
comunhão deve retomar o sentido do Evangelho da Solenidade de Pentecostes onde
contemplamos a presença do Espírito Santo que conduz a Igreja para a missão.
Esta é a sua função ministerial. A liturgia de cada Domingo, principalmente de
hoje oferece para realçar a relação entre “a Mesa da Palavra” e “a Mesa
Eucarística”, mediante o simbolismo do pão e do vinho Corpo e Sangue do Senhor.
O Canto de Comunhão sugere esta ligação importante.
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Tudo no
espaço celebrativo da festa de hoje deve lembrar a Páscoa, os cinqüenta dias em
que celebramos a ressurreição do Senhor. Por isso, preparar bem o local onde
ficará o Círio Pascal, enfeitar a pia batismal, usar a cor vermelha no Ambão,
fazer uma ornamentação que destaque o Altar (sem poluir). No livro A Arte
Floral a Serviço da Liturgia, de Jeanne Emard, São Paulo, Paulinas, 1999,
páginas 49-51, há uma sugestão de arranjo próprio para a festa de hoje.
9. AÇÃO RITUAL
O Espírito
Santo é o dom do Ressuscitado – crucificado – à sua Igreja. A Solenidade de
Pentecostes é a celebração da plenitude da Páscoa. Como dom de Cristo, o
Espírito Santo nos leva a participar de sua vida divina e nos qualifica para o
culto de Deus e para o serviço aos irmãos.
Ritos Iniciais
1. Solenizar a
procissão de entrada: cruz processional, incenso, sete velas ou tochas e o
Evangeliário. Não esquecer de valoriza as pessoas que exercem algum ministério
ou serviço na comunidade. Elas receberam do Espírito a missão de testemunhar a
ressurreição de Jesus Cristo. Todos os ministros que vão exercer algum
ministério litúrgico usem as vestes festivas. O presidente da celebração use os
paramentos vermelho.
2. Após o
canto de abertura, fazer um pequeno lucernário, solenizando o acendimento do
Círio Pascal: uma pessoa acende o Círio e diz: “Bendita sejas, Deus da Vida, pela ressurreição de Jesus Cristo e por
essa luz radiante!”. Ou outros refrões que revela o sentido pascal: “Salve, luz eterna és tu, Jesus!/ Teu clarão
é a fé que nos conduz! (Hinário II, pág. 292). “Cristo-Luz, ó Luz bendita,/
Vinde nos iluminar!/ Luz do mundo, Luz da Vida,/ Ensinai-nos a amar! (CD: Festas Litúrgicas I) e a seguir, incensa o Círio pascal e a
comunidade reunida. O acendimento do Círio Pascal pode ser solenizado também
antes da procissão de entrada se a comunidade preferir.
3. Se a
comunidade tiver dificuldade para fazer este pequeno lucernário, a procissão de
entrada pode ter à frente o Círio Pascal aceso. Neste caso, não se usa cruz
processional, que permanece em seu lugar de costume.
O sentido
litúrgico, após a saudação pode ser feito com palavras semelhantes a estas:
Domingo de Pentecostes. Celebramos a Páscoa
do Senhor que atinge sua plenitude no derramamento do Espírito. Pentecostes,
como celebração do Dom do Espírito Santo, confirma na vida da Igreja a virtude
da vida nova alcançada na Páscoa de Jesus. A morte e ressurreição do Senhor e o
derramamento do Espírito Santo são faces de um único mistério que na Eucaristia
se fazem sempre presentes e operantes. Pelo Espírito somos levados à vida que
nos foi dada na Páscoa do Senhor.
4. Fazer o Ato
penitencial da fórmula 2 do Missal Romano na página 392:
De coração contrito e humilde, aproximemo-nos do Deus justo e santo,
para que tenha piedade de nós, pecadores.
Tende compaixão de nós, Senhor.
Porque somos pecadores.
Manifestai, Senhor, a vossa misericórdia.
E dai-nos a vossa salvação.
5. Também é
oportuno substituir o ato penitencial pela aspersão. Se for realizado o ato
penitencial, hoje a aspersão da assembléia pode ser após a Profissão de fé.
6. Solenizar o
Hino de louvor (Glória), lembrando que Jesus Cristo, nosso Redentor, foi
introduzido na glória dos céus, à direita do Pai no mistério da Ascensão, e nos
envia o Espírito Santo.O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um
hino cristológico, isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do
amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai
(primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único:
tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão
do Pai. Enquanto a assembléia entoa o Hino de Louvor, pode-se incensar o Ícone da Face do Ressuscitado. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
7. Na Oração
do Dia, suplicamos a Deus que atualize em nossos corações o prodígio de
Pentecostes. Tanto a primeira leitura como a Oração do Dia proclama a realidade
de Pentecostes para o mundo todo
Liturgia da Palavra
1. A
proclamação das leituras seja preparada com esmero. Pentecostes, como festa da
renovação da Aliança em Cristo, não é outra coisa senão o diálogo da Aliança
que faz arder o coração na chama do Espírito.
2. Dar
destaque maior à proclamação do Evangelho, que hoje pode ser cantado e o livro,
incensado.
3. Onde for
possível toda a assembléia acende suas velas no Círio Pascal e nas sete velas
ou tochas, permanecendo com elas acesas até o final do Evangelho
4. Em seguida,
fazem uma procissão Luminosa conduzindo o Evangeliário da mesa do Altar para a
mesa da Palavra, onde permanecem até o final da proclamação do Evangelho.
Depois da proclamação, deixa-se, então as tochas ornando a Mesa da Palavra.
5. No momento
da Profissão de fé, convidar as pessoas que exercem serviços e ministérios na
comunidade para que se aproximem do Círio Pascal ou junto à pia batismal e
renovem sua consagração ao serviço do bem comum na comunidade. Onde for
possível, os servidores juntam suas mãos no Círio e recitam o Creio. Em seguida
fazer a aspersão sobre toda a assembléia com um canto próprio como nos domingos
anteriores.
Liturgia Eucarística
1. Na
procissão das oferendas, seria bom incluir à frente dos dons, a entrada da
Bandeira do Divino, símbolo muito presente em diversas regiões do Brasil. Outra
opção seria levar a Bandeira do Divino na procissão de entrada.
2. O rito da
incensação, retomado durante a apresentação das oferendas, deve ser feito com
calma. Procure-se dar valor na incensação da assembléia Corpo do Senhor,
manifestando assim a presença de Deus no meio da comunidade reunida em oração. O canto da
procissão das oferendas dura enquanto durar a incensação.
3. Na Oração
sobre as Oferendas é o Espírito Santo que nos leva a compreender melhor o Mistério
do sacrifício eucarístico.
4. A Oração
Eucarística III, com o Prefácio próprio da Solenidade, manifestam mais
claramente o mistério da celebração de hoje.
5. Cantar o
Prefácio que realça, neste dia, o mistério do Pentecostes (Missal Romano página
319). Nas celebrações da Palavra, fazer o momento do louvor com a louvação
indicada no Hinário Litúrgico II, página 159.
6. Motivar as
pessoas a partilharem o abraço da paz, pois Deus derramou em nossos corações o
seu Espírito que nos enche de alegria, consolação e paz. Mas essa ação ritual
não deve ofuscar a “fração do pão”.
7. A comunhão
em duas espécies, mandamento do Senhor, é incentivada pelo magistério da Igreja
e permitida pelos documentos. Ela coloca em relevo a comunhão no Espírito Santo
que nos foi dado em Pentecostes
Ritos Finais
1. Na Oração
Depois da Comunhão, peçamos a Deus, que os dons do Espírito Santo cresçam para
edificação da Igreja Corpo de Cristo.
2. Não
esquecer de dar a bênção solene de Pentecostes no final da celebração, conforme
o Missal Romano, página 524.
3. As palavras
do rito de envio estejam em consonância com o mistério celebrado: “Quem tem
sede venha a mim e beba”. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta
eucaristia estamos novamente reunidos, como os discípulos estavam. No meio de
nós está o Senhor ressuscitado, como narra o Evangelho de hoje. Novamente Ele
nos concede o seu Espírito vivificante, para que nos possamos colocar a serviço
do perdão e da reconciliação. Cristãos reconciliados para sermos instrumentos
de reconciliação no mundo.
Celebremos
nossa Páscoa, na pureza e na verdade, aleluia, aleluia.
O objetivo da
Igreja é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas
outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor
o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
Nenhum comentário:
Postar um comentário