sábado, 18 de janeiro de 2014

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM

19 de janeiro de 2014

Leituras 
Isaias 49,3.5-6. Farei de ti a luz das nações.
Salmo 39/40,2-4.7-10. Esperando, esperei no Senhor.
1Coríntios 1,1-3.Chamados a ser santos.
João 1,29-34: Eu vi e dou testemunho: este é o Filho de Deus.
  
"EIS O CORDEIRO DE DEUS, QUE TIRA O PECADO DO MUNDO"


1- PONTO DE PARTIDA   

Domingo do testemunho de João Batista. No Tempo Comum, fazemos a leitura contínua da Sagrada Escritura, por meio da qual revivemos, ao longo dos diversos domingos, os inesgotáveis aspectos do Mistério Pascal de Cristo. Este domingo é denominado testemunho de João Batista, pois, é uma continuidade do batismo do Senhor e João Batista dá seu testemunho sobre Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!"

Concluído o Tempo do Natal, iniciamos uma seqüência de "domingos comuns", nos quais os evangelhos descrevem a vida pública de Jesus, depois de seu batismo no rio Jordão. No Brasil, o Primeiro Domingo Comum é substituído pela festa do Batismo do Senhor. No Segundo Domingo, João Batista apresenta Jesus a seus discípulos, chamando-o de Cordeiro de Deus. Esses domingos recebem sua força ou sua espiritualidade de duas fontes: dos tempos fortes e dos próprios domingos. Assim, o Tempo Comum é vivido como prolongamento do respectivo tempo forte. Nesta primeira parte do Tempo Comum, partimos da vida que nasceu do Natal, manifestou-se na Epifania e, para produzir frutos, necessita da ação do Espírito Santo, o qual age no Batismo de Jesus. Batizados com o Espírito Santo, como Igreja, produzimos bons frutos.

Terminado o Tempo do Natal, com a festa do Batismo do Senhor, até Quarta-Feira de Cinzas, no dia 05 de março, temos a intercalação de nove domingos do Tempo Comum para acompanharmos e vivermos o mistério da revelação do Senhor ao seu povo. O batismo de Jesus foi celebrado no dia 12 de janeiro. Por isso o 2º Domingo do Tempo Comum, celebrado hoje, está ainda no contexto da festa do Batismo do Senhor, isto é, o Mistério que hoje celebramos é prolongamento da manifestação de Jesus como Salvador da humanidade.

A Palavra de Deus deste domingo está centrada, a partir de diversos ângulos, no testemunho sobre Jesus Cristo. O profeta Isaías anuncia o Servo, Israel, como "luz das nações" e portador de sua salvação, em primeiro lugar ao povo eleito e depois a todas as nações. João Batista, ao ver Jesus, proclama que a profecia se cumpriu: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (João 1,29). João dá testemunho que "Este é o Filho de Deus" (João 1,34). Soma-se ao testemunho do Batista a confissão de Paulo, "chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo" (1 Coríntios 1,1).

Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na luta de todas as pessoas e grupos que dão testemunho de vida nova e que continuam a missão de Jesus de tirar o pecado do mundo.

Com o Salmo 65/66, somos chamados a adorar o Senhor com todo o universo:

TODA A TERRA TE ADORE,/ Ó SENHOR DO UNIVERSO,
OS LOUVORES DO TEU NOME/ CANTE O POVO EM SEUS VERSOS!
        
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos

Primeira leitura - Isaias 49,3.5-6 . No exílio da Babilônia, o profeta Isaias releu a vida do seu povo, desacreditado e ridicularizado por todos. Compôs uma série de poemas, conhecidos como cantos do "servo sofredor", onde o povo é chamado de servidor de Deus. Neste treco do "segundo canto", podemos ver como ele apresenta a missão do servo e o que o Senhor nos diz por meio dele.

Na primeira parte da narração (versículos 1b-3) descreve como Deus predestinou e preparou o Servo para a sua missão. Desde que foi concebido no seio materno, ele estava nas mãos de Deus, como uma espada afiada ou uma flecha penetrante, isto é, com todo preparo que se exige para uma missão eficiente. O profeta revela que foi chamado por Deus desde a sua concepção, do mesmo que Jeremias (versículos 1 e 5; cf. Jeremias 1,5). Como a de Ezequiel em sua missão é levantar a espada (versículo 2; cf. Ezequiel 21,14-22). Como um novo Jacó, deverá lutar sem tréguas, durante a noite (versículo 3; cf. Gênesis 32,23-33). Mesmo nos momentos de abatimento, ele deve permanecer solidário com seus predecessores, os profetas de Israel (versículo 4; cf. Jeremias 15,10; 20,9 e Isaias 49,4).

Nos versículos 5-6 que é a última parte, o Servo conta como Deus o salvou de sua angústia e preocupação em ter faltado na sua missão, porque seu comportamento não tinha sido tão transparente da glória de Deus, como se esperava conforme versículo 3a. Reatando o diálogo e devolvendo a palavra a Deus, Ele assegura que, apesar dos pesares, nem tudo está perdido. Pelo contrário! Continua em vigor a sua predestinação para sua missão (versículo 5). E ele a executará de tal modo que o resplendor da ação de Deus nele iluminará todas as nações e fará repercutir a salvação até os confins da terra (versículo 6).

A passagem analisada encerra lições importantíssimas para nós hoje. Primeiro, que o êxito ou a falta de êxito não é o critério último de uma missão divina bem cumprida, mas a fidelidade à missão divina, a confiança inabalável em Deus e a disponibilidade diante de novos apelos. Também no caso de Jesus Cristo, parecia que sua missão não deu em nada, devido o escândalo da cruz, nem junto ao seu próprio povo. Mas, como Deus se glorificará a Si mesmo através do comportamento do Servo (versículo 3), cuja luz e salvação repercutirão no mundo inteiro, assim aconteceu a Jesus: na sua ressurreição Deus confirmou a sua vocação e missão  e as fez resplandecer como luz para todas as nações, e transbordar em salvação sem fronteiras.

A Igreja primitiva encontrará os traços de Cristo no retrato deste profeta (comparar o versículo 3 e Mateus 3,17; o versículo 6b e Lucas 2,32). Contudo, nem por isso estará terminada, com ele, a função profética realizada em Cristo.

O profeta do Primeiro Testamento pudera ver, no acontecimento presente (no caso, a intervenção de Ciro na história de Israel), as possibilidades de comunhão e de Aliança entre Deus e as pessoas. Cristo mereceu o título de profeta, porque revelou, por sua vez a salvação de Deus em sua própria pessoa e em face dos acontecimentos.

Por seu lado, a Igreja é profética, no sentido de que ela situa os acontecimentos do mundo atual na perspectiva do Reino que se aproxima. Defende a sua liberdade de crítica em relação a todo sistema social, revolucionário ou conservador, e aplica-lhe seu critério de apreciação para descobrir nele a capacidade de preparar a unidade fundamental da humanidade em Jesus Cristo.

Lugar da proclamação profética da Palavra, a Eucaristia é, na Igreja, a instituição que, por excelência, deveria reunir aqueles mesmos que atacam da maneira mais enérgica certas outras instituições eclesiais, e convencer a cada um de sua missão profética no mundo.

Salmo responsorial 39/40,2-4.7-10  O Salmo 39/40 começa com a ação de graças, contando sua libertação: a pessoa humana pôs sua esperança em Deus, Deus respondeu "salvando da cova", isto é, do grave perigo da morte. É um salmo de ação de graças, inspirado numa pessoa que passou por grave situação e clamou por Deus. Ela foi ouvida e agora vem agradecer, provavelmente no Templo de Jerusalém, cercada por muitos peregrinos, curiosos em saber como tudo aconteceu.

A conseqüência da libertação é, para o salmista, um canto de ação de graças: é o próprio Deus que põe em sua boca, porque lhe permitiu viver e louvar esse Deus libertador. O salmo mostra Deus que ouve o clamor e liberta, fazendo a pessoa cantar a ação de graças.

Além da obediência sincera aos mandamentos da Aliança, Deus quer a resposta do louvor, em forma pública, para ensinamento dos outros. O salmista protesta diante de Deus por ter cumprido seu ofício perante a "assembléia": neste louvor, a pessoa humana se torna portadora da revelação para a sua comunidade.

O rosto de Deus no salmo 39/40. Um Deus que inclina o ouvido, isto é, se aproxima (versículo 2), faz subir, coloca o fiel em pé sobre a rocha e firma seus passos (versículo 3), provocando nele a ação de graças (versículo 4). Um Deus que quer a prática da justiça em lugar de sacrifícios (versículos 7-9), pois Ele próprio é justo, fiel, salvador, amoroso e verdadeiro (versículos 10-11).

A Carta aos Hebreus 10,7, aplica a Jesus este salmo que cumpriu plenamente a vontade de Deus entregando sua vida por nós na cruz. Nos evangelhos, encontramos como Jesus realizou a vontade do Pai.

Cantando este Salmo, peçamos ao Senhor a força do seu Espírito, para que sejamos capazes de compreender a nossa vocação e possamos ser fiéis cumpridores de sua vontade.

Segunda leitura - 1Coríntios 1,1-3. Nós começamos a leitura contínua da primeira carta aos coríntios, que se estenderá até o 7º Domingo do Tempo Comum. Depois de ter passado cerca de dezoito meses convivendo com a comunidade de Corinto,Paulo escreve uma carta para responder questões  e solucionar alguns problemas dos quais ele tomou conhecimento.

A primeira Carta aos Coríntios, lida no decorrer dos domingos depois da Epifania, foi redigida no ano 57, aproximadamente. Ele enfrenta os grandes problemas da vida cristã no meio do mundo pagão e da sociedade particularmente decadente de Corinto.

O cabeçalho das cartas paulinas encerra três elementos: O(s) remetente(s); o(s) destinatário(s) e a saudação.

"Paulo chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus". Nos cabeçalhos de suas cartas, Paulo acrescenta quase sempre a seu nome alguma referência ao seu ministério, usando o título seja de apóstolo, seja servo de Cristo (cf. Filipenses 1,1) ou combinando os dois (cf. Romanos 1,1).  De início, Paulo valoriza seu papel de apóstolo (versículo 1). Paulo é apóstolo por encargo de Jesus Ressuscitado, o que somente confirma a origem de sua vocação. As palavras que dirá não são palavras suas, mas Palavra de Deus lealmente transmitida. A origem da sua vocação ao apostolado encerra ainda outras, muito importantes. Ela não se fundamenta na iniciativa própria: "Pela graça de Deus, sou o que sou" (1 Coríntios 15,10).

"A Igreja de Deus que está em Corinto". A palavra "Igreja" vem do grego e significa "assembléia"; "convocação"; "reunião". Os cidadãos da cidade de Corinto que abraçaram a fé em Jesus Cristo pela pregação do apóstolo foram, em última análise, "convocados" por Deus a se reunir para formarem uma unidade nova, uma comunidade, em que estão unidos entre si graças a nova relação com Deus em Jesus Cristo.

Apesar dos seus defeitos, os cristãos de Corinto têm também títulos nobres que devem levar em conta na maneira de resolver seus problemas. O primeiro desses títulos é a "santidade" (versículo 2). A Igreja sucede, por este lado, ao antigo Israel que deveria afastar-se dos costumes pagãos para manter-se em santa assembléia diante de Deus (Êxodo 19,6-15; cf. 1 Coríntios 6,2-4; 6,11): a santidade obriga, pois, os cristãos de Corinto a recusarem a imoralidade de sua sociedade e a se tornarem os representantes da transcendência divina no coração do mundo pagão. "Aos que foram santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos com todos os que, em qualquer lugar, invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo deles e nosso". Esses são os destinatários da carta.

O segundo título que os cristãos devem considerar na solução das suas dificuldades é a solidariedade para com aqueles que pelo mundo invocam o nome do Senhor (versículo 2)

A esta comunidade, convocada em Cristo à santidade, Paulo deseja: "Graças a vós e paz da parte de Deus, nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo". A saudação das cartas gregas daquele tempo e também a saudação no mundo greco-romano, mais ou menos equivalente ao nosso "Bom dia", era: "Chaire", "chairein". Cf. 2João 10: "Se alguém vier a vós sem trazer esta doutrina, não o recebais em vossa casa,  nem lhe digais: Chairein". A saudação judaica na vida de cada dia e no início das cartas era: "Shalom! Paz!" (cf. Mateus 10,13). São Paulo dirigindo-se  nas suas cartas às comunidades mistas de cristãos convertidos do judaísmo e do paganismo, não queria ofender ninguém e falar uma linguagem compreensível para todos. Por isso criou uma nova saudação conservando a palavra "paz" da saudação judaica e mudando a palavra "chairen" da saudação grega na palavra cristã homofônica "charis", "graça", que evoca toda a obra da salvação gratuita de Deus em Jesus Cristo (cf. já em 1 Coríntios 1,4: "a graça de Deus que vos foi dada em Cristo Jesus"! As cartas de Paulo não começam com uma simples saudação, mas com uma espécie de bênção formulada em um estilo litúrgico. Neste voto "graça" evoca  a atitude graciosa de Deus para com as pessoas e especialmente para com a comunidade cristã, revelada na salvação de Jesus; e "paz", o conjunto dos bens e das bênçãos que os cristãos e a comunidade cristã ganham graças a esta graça divina, isto é, o bem-estar messiânico-escatológico. Hoje, a celebração eucarística começa com esta saudação.

Evangelho - João 1,29-34.  Todo o primeiro capítulo do Evangelho de João é uma introdução ao resto do Evangelho. Como no trailer de um filme os principais atores são apresentados no papel que desempenham, assim João deu à introdução de seu Evangelho a forma de uma apresentação dos principais personagens e grupos de pessoas cujo papel posterior já é sugerido. Neste "trailer" Jaó Batista desempenha o papel de apresentador. Por meio dele conhecemos Jesus e também os que crerão Nele (João 1,35-41), como os judeus que O rejeitarão (João 1,19-28).

O Evangelho de João apresenta Jesus como a realização das expectativas mais profundas da pessoa humana. Para mostrar isso desde o início, ele acumula no primeiro capítulo uma multidão de títulos messiânicos atribuídos a Jesus. João nos dá esta lista: Logos (versículos 1.14); Deus (versículos 1c.18b); a Vida e a Luz (versículo 4; cf. 5.9); o Unigênito (versículos 14d.18b); o Filho (versículo 18); o Cordeiro de Deus (versículos 29.36); o Filho de Deus (versículos 34.49); o eleito de Deus (versículo 34); o Messias (versículo 41); cf. 45); o Rei de Israel (versículo 49); o Filho do Homem (versículo 51. São doze os títulos só no primeiro capítulo.

Seria interessante fazer a lista de todos esses títulos e usá-la uma ou outra vez como ladainha ou confissão de fé, para que o povo conheça melhor o Cristo. Em todos estes títulos Jesus é apresentado como a revelação perfeita da realidade divina e, também, da realidade terrestre e humana.

A leitura de hoje apresenta Jesus como aquele que "tira o pecado do mundo" e "batiza no Espírito Santo". Jesus realiza a primeira parte de Sua missão por Sua morte na cruz, a segunda por Sua ressurreição.  obra salvadora abrange estas duas partes: dá o perdão do pecado e dá a força para não mais pecar. Tira, pois, o pecado do mundo neste sentido que, pelo Espírito Santo, ativo nos cristãos, renova a face da terra.

No novo cordeiro "tira o pecado", que oprime a humanidade inteira. É "o" pecado. O Cordeiro elimina o pecado, que é a morte, dando o espírito, que é a vida. O pecado já existe antes de Jesus começar sua atividade. Sua missão é eliminá-lo.

A expressão "que tira o pecado do mundo" está em paralelo com "o que batizará com o Espírito Santo".  Esse batismo será o meio de tirá-lo. Tirar o pecado do mundo supõe ação sobre os indivíduos. A ação do Messias é dar ao ser humano a possibilidade de sair do domínio do pecado. Jesus é o caminho para passar das trevas para a luz, livrando o ser humano da opressão e inserindo-o, pelo novo nascimento, na ordem do alto.

A expressão "o Cordeiro de Deus" anuncia ao mesmo tempo o "mistério pascal", isto é, a sua morte e a sua ressurreição. Ele é o Servo Sofredor e a nova Páscoa, isto é, o êxodo que Deus realizará. "É o Cordeiro festivo (Páscoa) e libertador (êxodo). Em outras passagens do Novo Testamento Jesus é comparado ao cordeiro pascal. Quem providencia o cordeiro para a nova Páscoa libertadora é o próprio Deus.

De João 1,29 a João 2,11, nos achamos diante de uma espécie de tratado de iniciação à fé que vale igualmente como uma reflexão doutrinal sobre o catecumenato ou sobre o eclodir de uma vocação.

De fato, o texto gira em torno da palavra "ver". É necessário "ver" os acontecimentos e as pessoas que nos cercam. É necessário aprender a conhecer as pessoas como elas são: elas estão presentes entre nós e nós não as "vemos", ou nós nos iludimos sobre o que elas são (João 1,31; 2,9). Não no sentido bisbilhotar a vida das pessoas e fazer fofocas, mas de descobrir a presença de Deus nelas. Vemos as pessoas, mas não as olhamos com atenção e carinho.

O Evangelho nos ensina de maneira bem clara que a primeira condição de toda busca da fé é o senso de "observação" das pessoas e das coisas: "Quanto a ti, quem és tu? Que dizes de ti mesmo? " (João 1,19.22). Uma vez levantada esta pergunta, sua resposta só nos é completamente dada ao término de uma lenta "conversão do olhar", alcançado graças ao auxílio de Deus.
  
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
       
Em nosso contexto cultural, marcado pela busca do homem em ser dono do seu destino, soa pouco familiar a expressão "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo". Falar de Cordeiro de Deus no ambiente cultural judaico-cristão é, sem dúvida, uma linguagem bem familiar; porém fora dele perde sua força, requerendo um esforço de inculturação da linguagem.

Será que a humanidade tem o seu destino nas mãos? Ampliamos o conhecimento e o domínio técnico-científico em muitas áreas. As soluções encontradas satisfazem muitas das nossas necessidades. Por outro lado, em outras tantas situações, temos o conhecimento das forças que ameaçam a qualidade de vida, a convivência fraterna e solidária, as relações de trabalho, as relações internacionais, o ecossistema e a destruição do planeta. Constatamos os problemas ou "o pecado", mas não temos os meios e as forças para eliminá-los.

O pecado se faz realidade onipresente entre nós e dentro de cada um. O mal está no meio de nós, embora nas conversas de rua e nos meios de comunicação não o chamem de pecado, mas de corrupção, falta de ética, violência e outros tantos nomes. Situações que se caracterizam como verdadeiras "estruturas de pecado" (cf. João Paulo II, Solicitude social, cap. V). Estruturas que são um conjunto de fatores que levam a um sentido contrário ao bem comum universal e se tornam, para as pessoas e as instituições, um obstáculo difícil de superar. Na análise da carta encíclica Solicitude social, n. 37, são destacadas duas estruturas: a avidez exclusiva do lucro e a se de poder. Para melhor caracterizar esses comportamentos pode-se juntar a expressão "a qualquer preço".

É a absolutização de comportamentos de indivíduos, instituições, nações e blocos com todas as conseqüências possíveis. Atitudes se expandem e tornam-se fontes de outros pecados, condicionando o comportamento humano.

Métodos e conhecimentos humanos mostram-se insuficientes para eliminar ou tirar "o pecado do mundo" ou "as estruturas de pecado". Faz-se necessário voltar o olhar na direção daquele que passou à nossa frente, que existia antes de nós e que oferece mais do que água.

Pedir socorro e solicitar ajuda é a confissão da fragilidade e da impossibilidade de sair com as próprias forças da situação adversa. É momento de abrir-se para aquele que traz a vida nova, o espírito da vida. A mudança de mentalidade e de atitude passa pelo comportamento de cada homem naquilo que diz respeito a si mesmo e nas relações com o próximo, com as comunidades humanas, mesmo as mais distantes, e com a natureza. Uma mudança de mentalidade e de atitude para o pleno desenvolvimento do homem todo e de todos os homens.

O êxodo testemunha que a mudança da terra da escravidão não foi somente uma mudança de local geográfico. Aconteceu uma ruptura com o modo de vida e da mentalidade de exploração. Transformação que proporcionou um novo modelo de vida marcado pela liberdade e pela felicidade. A ruptura da escravidão e a passagem para a terra prometida concretizaram-se com resistências e recuos. O projeto se realizou pela condução firme do Deus libertador.

João Batista viu e deu testemunho, apontando para o Salvador. Permanece a urgência de, a partir da nossa fé, dar testemunho de Deus como indivíduos e como comunidade eclesial que segue a Jesus Cristo. Testemunhamos, com nossa vida renovada com o Espírito Santo, que Jesus venceu o pecado em nossa vida; que Cristo é a luz do mundo; que servimos e construímos o Reino de Deus e que ele é a esperança no futuro, a fé no homem e a transformação social pelo amor.

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

Pensar a imagem do cordeiro na tradição bíblica, em especial no Antigo Testamento, faz-nos lembrar da páscoa judaica. A páscoa do povo de Israel está ligada de forma direta à libertação do povo da opressão no Egito.

A ordem do Senhor, de que comessem a páscoa com os rins cingidos, sandálias nos pés e bastão na mão (cf. Ex 12,11) é, como diria Giraudo, sinal profético do que aconteceria logo após a ceia, isto é, a travessia do mar.

Quando o povo comeu do cordeiro, ungiu os umbrais das portas com o sangue, prefigurou-se a aliança do Senhor com o povo escolhido. Em outras palavras, é a celebração da libertação da casa da escravidão.
Ao mesmo tempo em que a páscoa é sinal profético de um futuro já imediato, a travessia do mar, é também prefiguração de um futuro longínquo, ou seja, a celebração anual da páscoa, como memorial (zikkarón) do evento fundador da economia da salvação.

O fato de João Batista apontar a Jesus como Cordeiro de Deus tem muito a nos dizer. Jesus é aquele que se dá em favor da humanidade, em uma entrega despojada.

Na última ceia de Jesus com seus discípulos, ele dá de comer de seu próprio corpo e de beber de seu sangue. É o sinal profético de sua morte e ressurreição que viria a acontecer logo em seguida.

Apresentar a Jesus como o cordeiro é, em última instância, dizer que a aliança, em Cristo, se plenifica: "Este é o cálice do meu sangue, o sangue da nova e eterna aliança". Já não é preciso sacrificar o cordeiro porque o Filho de Deus se entrega para a salvação de todos.

A morte-ressurreição do Senhor é o evento chave da compreensão da fé cristã. Nas palavras de Giraudo, é o evento fundador da economia da salvação neotestamentária.

Na eucaristia celebramos o memorial da morte-ressurreição de Jesus já prefigurada na última ceia do cenáculo. Quando Jesus come e bebe da ceia junto aos discípulos, já experimentam e assumem a morte-ressurreição que viria a seguir. Assim também nós, ao participar da eucaristia, somos reapresentados ao calvário e ao túmulo vazio, lugar da morte e ressurreição de Cristo, e não sem razão, lugar de nossa morte-ressurreição.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

O Cordeiro de Deus, anunciado pelo Batista, é o Reino novo que veio estar entre nós. A Eucaristia do pão e do vinho é a continuação, no tempo, desta revelação: "Deus está conosco". Participar desta mesa é sinal de nossa adesão à realidade do Reino que vem e que nos permite dele participar.

Reconhecemos na Oração da Coleta que Deus governa o céu e a terra e pedimos: "escutai com bondade as preces do vosso povo e daí ao nosso tempo a vossa paz". O Senhor é a vida que se fez carne para viver entre nós. Ao repetirmos, na celebração eucarística, "Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo", solicitamos que o Filho Deus chegue com a sua salvação para nós e até os confins da terra.

O salmo responsorial expressa a intimidade do salmista com o Senhor. Dessa proximidade nasce o louvor e o prazer de fazer a sua vontade. Por isso o salmista confessa: "Boas-Novas de vossa justiça anunciei numa grande assembléia; vós sabeis: não fechei meus lábios".

6- ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Cada pessoa que chega deve sentir-se de fato na Casa aconchegante de Deus. Por isso, é de suma importância que todos sejam bem acolhidos, num espaço também acolhedor. Não de Maneira formal, artificial, como acontece muitas vezes em ambientes de prestação de serviços públicos. Mas de maneira profundamente humana, carinhosa, afetuosa, divinamente humana. Acolher na celebração é uma forma de oração! Valorizar o encontro de irmãos, a acolhida das pessoas e alegria que deverá perpassar toda a celebração.

2. Dia 20, lembramos São Sebastião. Muitas comunidades celebram a festa do mártir que deu a vida por amor a Cristo e à Igreja.

3. O mês de janeiro, para muitos, é um período de férias e descanso. Valorizar este tempo como propício para avaliação da vida e um encontro mais profundo como o Senhor. Não devemos sobrecarregar nossas comunidades com muitos serviços. O descanso também é sagrado.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo do Tempo Comum, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 2º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

A equipe de canto faz parte da assembléia. Não deve ser um grupo que se coloca à frente da assembléia, como se estivesse apresentando um show. A ação litúrgica se dirige ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. Portanto, a equipe de canto deve se colocar entre o presbitério e a assembléia e estar voltada para o altar, para a presidência e para a Mesa da Palavra.

1. Canto de abertura.  Louvor a Deus num horizonte universal (Salmo 66/65,4). Sem dúvida, o canto de abertura mais adequado para esse dia é o Salmo 65/66, somos chamados a adorar o Senhor com todo o universo. "Toda a terra te adore, ó Senhor do universo", CD: Liturgia VI, melodia da faixa 1.

João Batista aponta Cristo como o Cordeiro de Deus que tira o pecado mundo. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida que nos conduz para o Pai. Nesse sentido, a Igreja oferece outra excelente opção: "Vós sois o Caminho, a Verdade e a Vida, o Pão da alegria descido do céu!", CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 10. Como canto de abertura, não podemos deixar de entoar um desses cantos que nos introduzem no mistério a ser celebrado.


A função do canto de abertura, inserido nos ritos iniciais, cumpre antes de tudo o papel de criar comunhão. Seu mérito é de convocar a assembléia e, pela fusão das vozes, juntar os corações no encontro com o Ressuscitado, na certeza de que onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles (Mateus 18,20). Este canto tem que deixar a assembléia num estado de ânimo apropriado para a escuta da Palavra de Deus.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão gravados no CD: Liturgia VI e no CD: Cantos de Abertura e Comunhão.

2. Ato penitencial. Sugerimos a fórmula 1 do Missal Romano, página 393, que contempla a Verdade de Deus que ilumina os povos e a Vida que renova o mundo.

3. Hino de louvor"Glória a Deus nas alturas..." Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores.

O Hino de Louvor (Glória) é, sem dúvida, um dos momentos altos da celebração. Deve ser cantado solenemente por toda a assembléia. Deve-se estar atento na escolha dos cantos para o momento do glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos foi transmitido desde a antiguidade, que se encontra no Missal Romano, ou, pelo menos, o mesmo texto em linguagem mais adaptada para o nosso meio e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores (como já existe!). Evitem-se, portanto, os "glórinhas" trinitários! O hino de louvor (glória) não de caráter Trinitário e sim Cristológico.  Pode ser acompanhado de uma coreografia feita por um grupo de crianças e ao som de sinos, onde houver.

4. Salmo responsorial 39/40A alegria de assumir a vocação de Deus. "Eu disse: Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade!" CD Liturgia VI, melodia da faixa 2.

Para a Liturgia da Palavra ser mais rica e proveitosa, há séculos um salmo tem sido cantado como prolongamento meditativo e orante da Palavra proclamada. Ele reaviva o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, estreita os laços de amor e fidelidade. A tradicional execução do Salmo responsorial é dialogal: o povo responde com um refrão aos versos do Salmo, cantados um ou uma salmista. Deve ser cantado da mesa da Palavra.

5. Aclamação ao Evangelho. O Verbo habitou entre nós, filhos de Deus (João 1,14a.12a) "Aleluia, pois o Verbo se fez carne", CD Liturgia VI melodia da faixa 3. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical, página 250.

A aclamação ao Evangelho é um grito do povo reunido, expressando seu consentimento, aplauso e voto. É um louvor vibrante ao Cristo, que nos vem relatar Deus e seu Reino no meio das pessoas. Ele é cantado enquanto todos se preparam para ouvir o Evangelho (todos se levantam, quem está presidindo vai até ao Ambão).

6. Apresentação dos dons. O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração. "De mãos estendidas", CD Liturgia VI, melodia da faixa 4.

7. O canto do Santo. Um lembrete importante: para o canto do Santo, se for o caso, sempre anunciá-lo antes do diálogo inicial da Oração Eucarística. Nunca quando o presidente da celebração termina o Prefácio convidando a cantar. Se o (a) comentarista comunica neste momento o número do canto no livro, quebra todo o ritmo e a beleza da ligação imediata do Prefácio como o canto do Santo.

8. Canto de comunhãoO Cordeiro veio ao mundo para tirar o pecado da humanidade (João 1,29). Sem dúvida, o canto de comunhão mais adequado para esse dia é "És, Jesus, o Cordeiro de Deus", CD: Liturgia VI, melodia da faixa 5, articulado com o Cântico de Zacarias, Lucas 1,67-79. Veja orientação abaixo.

O fato de a Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia, Eucarística e evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hebreus 7,27).

Forma de executar o Canto de Comunhão. A forma que a tradição litúrgica oferece para o Canto de Comunhão, a de um refrão tirado do texto do Evangelho do dia alternado por versos de um salmo apropriado, foi mantida no 3º fascículo do Hinário Litúrgico da CNBB, nos cantos de Comunhão dos Anos A, B e C.

9. Canto de louvor a Deus após a comunhão. Este canto é opcional. O que não pode faltar é o sagrado silêncio após a comunhão. Enquanto a assembléia ora uns instantes em silêncio, "pode-se" entoar um salmo ou canto de louvor a Deus.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Gregório Lutz, conhecido liturgista, há pouco tempo lançou um escrito
chamado "Eucaristia, a família de Deus em festa". Nesse opúsculo, ele relata e argumenta de forma bastante clara e simples sobre a dimensão "festiva da Eucaristia". Ele diz que esse caráter festivo pode ser visualizado nas vestes dos convidados, nas toalhas, velas e flores do espaço, que indicam a presença daquele que é festejado e da alegria dos convidados em desfrutarem a sua "hora".

2. Com simplicidade, o espaço sagrado deve manifestar esta alegria de celebrarmos a "Festa de Deus com a humanidade". Toalhas simples, limpas e bonitas, sem muitos brocados e bordados, que transmitam a dignidade do acontecimento. Tudo deve evocar a alegria de vestes dos ministros e ministras não podem chamar mais atenção do que Aquele que deve ser lembrado e que deve transparecer na proclamação dos textos e na oração de ação de graças e suplica.

3. Vemos por aí muito exagero nas vestes - muito brilho, muito glamour, muitos floretes - e nas toalhas e demais alfaias - rendas, brocados, franjas, pregas até na toalha do Altar - que dão às vestes litúrgicas das pessoas e do altar a aparência de "figurino" de teatro, de árvore de Natal ou alegoria. Beleza não é sinônimo de estardalhaço visual, plumas e paetês. Isso fica bem no carnaval. Mas o bom uso das cores, dos tons irá conduzir a feliz certeza da presença de Deus que nos põe em ritmo de festa...

9. AÇÃO RITUAL

Na celebração, recordamos nossa vocação de participantes na Páscoa de Cristo Jesus. Toda nossa vida é lida e construída a partir deste acontecimento. Nossa vida vai sendo assumida como extensão da vida do Crucificado-Ressuscitado que está presente em nosso meio e trabalha - qual servo - conosco em favor do Reinado de Seu Pai.

Um pouco antes da celebração, a comunidade pode cantar um refrão meditativo. Fazer com grande esmero, os ritos iniciais, vivenciando o seu sentido de reunir a comunidade de irmãos, formando o corpo vivo do Senhor.

Ritos Iniciais

1. Seria muito oportuno a saudação inicial de 2Tessalonicensses 3,5:

"O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco".

2. Após a saudação inicial, apresentar o sentido da celebração, abrindo para a recordação da vida, com acontecimentos que marcaram a semana que passou: fatos tristes e alegres da comunidade, da diocese, do Brasil e do mundo, procurando perceber, na história, a realização da Páscoa do Senhor na vida. Valorizar o testemunho de pessoas ou instituições que apontam para o Cordeiro de Deus, libertando as pessoas da cegueira, das drogas e dos vícios, do analfabetismo, das doenças, da tristeza e do abandono. Esse testemunho pode ser dado também durante a homilia.

3. Após a saudação presidencial o diácono, ou um ministro, devidamente preparado, propõe o sentido litúrgico nos seguintes termos:

Domingo do testemunho de João Batista. Neste Domingo continuamos a celebração do Batismo do Senhor, recebendo de João Batista o seu testemunho sobre Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo"!

4. Na recordação da vida, trazer presente os acontecimentos significativos da comunidade, da sociedade e do mundo, mas de forma orante e não como noticiário.

5. Para o Ato penitencial seria muito oportuno a fórmula 1 do Missal Romano, página 393 que contempla a Verdade de Deus que ilumina os povos.

6. Cada Domingo é Páscoa semanal, o Hino de Louvor (Glória) deve ser cantado solenemente por toda a assembléia. Deve-se estar atento na escolha dos cantos para o momento do glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos foi transmitido desde a antiguidade, que se encontra no Missal Romano, ou, pelo menos, o mesmo texto em linguagem mais adaptada para o nosso meio e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores (como já existe!). Evitem-se, portanto, os "glórinhas" trinitários! O hino de louvor (glória) não de caráter Trinitário e sim Cristológico.
7. Na oração do dia suplicamos a Deus que escute as preces do povo e lhe dê a paz.

Rito da Palavra

1. Valorize-se o silêncio na Liturgia da Palavra, como momento privilegiado da escuta do Senhor. O salmo responsorial seja verdadeiro momento de diálogo entre o Senhor e sua Esposa, a Igreja. Após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecendo a atitude de acolhida à Palavra de Deus. No silêncio, o Espírito torna fecunda a Palavra no coração da comunidade e de cada pessoa.

2. Substituir as preces pela Ladainha dos títulos de Jesus em João. Podemos chamar de Ladainha do Verbo de Deus:

Senhor, tende piedade de nós. (bis)
Cristo, tende piedade de nós. (bis)
Senhor, tende piedade de nós. (bis)

Jesus, Cordeiro de Deus, tende piedade de nós.
Jesus, Palavra de Deus, tende piedade de nós.
Jesus, Deus verdadeiro, tende piedade de nós.
Jesus, Caminho Verdade e Vida, tende piedade de nós.
Jesus, Luz do mundo, tende piedade de nós.
Jesus, Unigênito do Pai, tende piedade de nós.
Jesus, Eleito de Deus, tende piedade de nós.
Jesus, Messias, tende piedade de nós.
Jesus, Rei da glória, tende piedade de nós.
Jesus, Filho do Deus Vivo, tende piedade de nós.
Jesus, Filho do Homem, tende piedade de nós.
Jesus, Sabedoria eterna, tende piedade de nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouví-nos, Senhor
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Rito da Eucaristia

1. O pão e vinho são sinais trazidos do seio do mundo, para que sejam "fecundados" pela graça de Deus e se tornem morada do Mistério e todos que deles participarem possam ser beneficiados pela presença de Deus. Assim, pão e vinho consagrados se tornam imagem do mundo e da humanidade redimida, imagem da própria Igreja - Corpo de Cristo, como entendia Santo Agostinho.

2. Aqui se nota a importância de se manter sempre vivo o costume da procissão dos dons feita por membros da comunidade de fé. Embora já não se traga o pão para a celebração, das casas, como em outras épocas, é salutar que não se perca o sentido de apresentar o mundo e a humanidade nos sinais do pão e vinho, frutos do suor e trabalho humanos a ser submetidos ao trabalho divino (= consagrar/ santificar/ eucaristizar). Cantar a glória do Reino teu por toda a terra.

3. Na oração sobre o pão e o vinho, suplicamos a Deus que nos dê a graça de participar sempre da Eucaristia para se tornar presente o a nossa redenção.

4. Quanto ao prefácio: quem preside procure proclamá-lo com ênfase, mas ao mesmo tempo calmamente, de forma serena e orante. Frase por frase. Cada frase é importante, anunciadora do mistério que hoje celebramos. Basta prestar bem atenção nelas! A boa proclamação do Prefácio, como abertura solene da grande Oração Eucarística (bem proclamada também), tem um profundo sentido evangelizador, pois, por seu conteúdo e, sobre tudo, por ser oração, toca fundo no coração da assembléia. Isto vale para toda a Oração Eucarística.

5. O prefácio a ser cantado poderia ser o prefácio dos domingos do Tempo Comum I que contempla o Mistério Pascal e o povo de Deus, ou também o prefácio dos domingos do Tempo Comum VIII que contempla a vocação dos filhos de Deus e a força do Espírito Santo.

6. Solenizar a partilha do pão eucaristizado, destacando, na proclamação no canto entoado pelo (a) solista, e acompanhado pela assembléia com o canto profundamente contemplativo e orante do Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo...

7. Na apresentação do pão e do vinho consagrados, antes da comunhão, sugerimos que se use o versículo bíblico conforme a versão latina: "Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro...".

Ritos Finais

1. Na oração após a comunhão suplicamos a Deus para que Seu Espírito de caridade penetre a nossa vida para que vivam em união os que foram saciados com o mesmo pão.

2. As palavras do rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Testemunhais o Senhor com as vossas vidas. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

É para nos lembrar disso que seis vezes em cada Missa se reza: "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, tende piedade de nós, dai-nos a paz". Para conseguirmos isso, para sermos capazes desta missão, nós nos alimentamos com o Corpo e Sangue do Cordeiro imolado e ressuscitado.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
Pe. Benedito Mazeti

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