quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM - Ano A

26 de janeiro de 2014

Leituras

Isaias 8,23b-9,3
Salmo 26/27,1.4.13-14
1Coríntios 1,10-13.17
Mateus 4,12-23

“O POVO QUE VIVIA NAS TREVAS VIU UMA GRANDE LUZ”


1- PONTO DE PARTIDA

Domingo do chamado dos primeiros discípulos. Jesus é a luz do mundo. Neste 3º Domingo do Tempo Comum, Jesus se apresenta como luz que brilha nas trevas. Rompe todo tipo de escuridão que afasta o ser humano da verdadeira felicidade: o seguimento de Jesus Cristo.

Hoje vemos cumprir-se o anúncio feito na noite do Natal: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz!” Acompanhemos Jesus no início de sua missão, chamando os seus primeiros discípulos, curando a multidão.

Jesus é a luz que tira todo cristão da escuridão. Todos nós necessitamos da luz; onde quer que estejamos, a luz é uma necessidade básica. Em Deus vemos e contemplamos a luz, em Deus aprendemos a brilhar. Todo cristão é convidado a expandir a luz, através da doação na comunidade.
           
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
                       
Primeira leitura – Isaias 8,23b-9,3.  A vocação de Isaias aconteceu no ano 740 antes de Cristo, quando os pequenos reinos, entre eles os Estados de Israel e Judá, estavam ameaçados pela expansão do Império Assírio. No meio da ameaça e da desgraça iminente, Deus faz surgir o profeta Isaias. Quando tudo parece levar ao desespero, aparece o profeta anunciando luz para quem vivia nas trevas. Nasce nova esperança para o povo de Israel, oprimido pelos assírios.

Cerca de 700 anos antes de Jesus nascer, as tribos de Zabulon e Neftali, na Galiléia, caíram sob o domínio da Assíria. O luto, a escravidão, a deportação fizeram com que aquela região ficasse conhecida como “terra da sombra e da morte”. Escutando o que o profeta anuncia para aquele povo, acolhamos em nossa vida, hoje a palavra do Senhor para dissipar as trevas do nosso coração e da nossa sociedade.

A região de que se trata corresponde mais ou menos à região em que se combatem atualmente judeus de Israel e os árabes da Síria e Palestina, isto é, a região ao redor do Lago de Tiberíades e as Colinas do Golan setentrional. Este fato histórico insere-se na história sagrada do povo de Deus do Primeiro Testamento como uma página triste. Aconteceu durante a guerra siro-efraimita de 736-734 antes de Cristo.

A região da Transjorânia setentrional e da Galiléia, herança das tribos de zabulon e Neftali, caiu nas mãos dos pagãos e voltou às trevas do paganismo (cf. Isaias 8,22; 9,1). “Galiléia” vem do hebraico “galil” que significa “distrito, região”. Chama-se “distrito das nações (pagãs)” porque caiu nas mãos da Assíria. Até no tempo de Jesus a região tinha má fama (cf. 7,41-52).

É preciso entender que o profeta não era pessimista e não compartilhava a opinião dos derrotados que viviam perda de terreno o início do fim. Para Isaias, os planos de Deus não desaparecem devido as falhas humanas. Onde começou a desgraça, Deus iniciará a salvação.

Baseando-se naquilo que sabe da atuação de Jesus histórico, pode-se dizer que ela é a realização desta profecia. Antes de tudo porque Jesus é a luz do mundo. Mas também porque geograficamente a terra de da Galiléia era de uma maneira toda especial a terra de Jesus. Ai Ele passou a sua vida oculta, revelou-se a seus primeiros discípulos e realizou a primeira parte de sua vida pública.

Salmo responsorial 26/27,1.4.13-14(+1). É um salmo de confiança em Deus com elementos de súplica. Uma pessoa, refugiada no Templo de Jerusalém, tem plena confiança de que Deus a declarará inocente. As expressões “de quem terei medo?”, “frente a quem tremerei?” (versículo 1), “meu coração não tremerá” e “ainda assim estarei confiante” (versículo 3) comprovam que estamos diante de um salmo de confiança individual. O Senhor é luz, salvação, fortaleza. Esta confiança vence o medo humano. Esta confiança pode entoar a súplica. Uma voz interna o convida a buscar a presença de Deus, e seu único temor é que Deus o rejeite, pois somente Nele está a sua salvação. O final resume toda a atitude do salmo: esperança. A “terra dos vivos” é a terra prometida, onde se realiza a vida verdadeira, perto de Deus.

Se a confiança refere-se ao presente, a esperança olha para o futuro: o horizonte deste futuro pode ser imediato, pode ser próximo e remoto. Por isso o cristão pode, rezando este salmo, expressar sua confiança presente: cumpre-se assim a expectativa dos antigos; além disso, pode expressar sua esperança, que olha para a consumação. O Templo do Senhor é a sua presença terrestre apoiando a confiança, e sua plenitude celeste dilatando a esperança. O mesmo acontece com a terra da vida: é a Igreja presente, como imagem e preparação; é sobretudo, a pátria celeste.

O rosto de Deus. Como é o rosto de Deus neste salmo? Basta olhar as expressões de total confiança do inocente perseguido: o Senhor é luz, salvação, fortaleza. Toma partido do inocente perseguido, abrigando-o no Templo (ocultando-o na cabana, escondendo-o no segredo de sua tenda, elevando-o sobre uma rocha, fazendo-o erguer a cabeça sobre os inimigos que o cercam). É bem forte o rosto de Deus como luz e salvação.

Jesus é a expressão desse Deus no qual podemos confiar plenamente. São muitas as passagens do Novo Testamento em que se pede às pessoas que confiem nele. Basta ver como os doente, os pobres e excluídos tinham total confiança em Jesus.

Firmamos nossa confiança em Deus. Ele vai fazer justiça rapidamente. Ele é luz, salvação, fortaleza e aliado do inocente perseguido que procura justiça. A grande experiência que provocou este Salmo foi o acontecimento do Êxodo, pois aí que o Senhor, ouvindo o clamor dos hebreus, libertou-os, educou-os para a esperança e a confiança no Aliado que não falha.

Segunda leitura – 1Coríntios 1,10-13.17. Muitas vezes as comunidades cristãs primitivas são tidas como impecáveis e exemplares dos ideais cristãos. Mas tanto nos Atos dos Apóstolos, como nas Cartas de São Paulo, São Tiago e nos demais escritos do Novo Testamento constatamos que nem aquelas comunidades originais estavam isentas de interpretações erradas da doutrina cristã, de heresias, de contrastes sociais, de brigas, ciúmes e desunião, tampouco como as nossas igrejas e comunidades nacionais, diocesanas e paroquiais.

As primeiras informações sobre a comunidade de Corinto falam de divisões. Os fiéis dividiam-se em grupos, conforme o pregador que tinha mais cartaz. As facções da Igreja de Corinto formavam-se em torno de Paulo, de Apolo, de Pedro e... de Cristo (versículo 12). Trata-se, com certeza de cristãos que conheceram pessoalmente um ou outro destes quatro personagens, aderiram à sua mensagem e talvez tenham sido mesmo batizados por eles.

Provavelmente os grupos dentro da comunidade eram frutos de uma rivalidade muito bem intencionada, de entusiasmo e de fervor. Mas Paulo percebeu os perigos de subjetivismo e individualismo que se escondiam por trás desta superfície.

Tratavam os pregadores da fé cristã, e até o próprio Cristo, como costumavam tratar os filósofos ambulantes, tão numerosos no mundo Greco-romano daquele tempo. Bem depressa procurou Paulo dissolver a facção criada em torno de sua pessoa, afirmando nada ter a ver com o fato, pois ele não tinha batizado ninguém (versículos 14-16).

Para cortar pela raiz essas facções, Paulo distingue o Mestre Jesus do sei ministro: somente o Mestre foi crucificado, e, portanto, só Ele mereceu o título de  Salvador e Mestre; somente o Mestre instituiu o Batismo em Seu nome (versículo 13). O discípulo, pelo contrário, é apenas um mensageiro e um missionário da cruz (versículo 17). Se a base da comunidade não é a fé na pregação da cruz de Cristo, já não se trata de uma comunidade cristã.

De fato, produzimos as divisões, quando damos maior preferência ao ministro, a uma liderança leiga do que ao Mestre Jesus, quando preferimos o rito do que a mensagem. Paulo coloca de novo no ministro no seu lugar de simples de simples missionário de Jesus Cristo (1Coríntios 4,1-5), e o rito batismal numa estreita dependência em relação à Palavra de Deus, Palavra da evangelização.

Nesta fórmula final, combinam-se os dois lados da moeda. O cristão acredita no Cristo crucificado, e não na pregação do pregador O pregador não prega a si mesmo, mas o Cristo crucificado. Se o termo final da fé não for a pessoa de Cristo, mas a pregação ou a pessoa do pregador, a obediência da fé não passaria de uma tomada de posição em favor ou contra uma maneira de pregar o Cristo, ou de culto da personalidade do pregador. Se o termo final da pregação não for a fé em Cristo mas a admiração pela maneira de pregá-lo e a simpatia pelo pregador, ela seria a negação das salvação de Deus.

A fé que une os cristãos é a fé em Cristo crucificado. A pregação que conduz à fé é a pregação de Cristo crucificado. Claro que a unidade da fé em Cristo e da pregação de Cristo não excluem uma rica pluriformidade teológica, isto é, uma diversidade na unidade.

Evangelho – Mateus 4,12-23.  Estes versículos instauram o primeiro ministério de Cristo na Galiléia. A mensagem e o ministério de João Batista foram para Jesus a ocasião de reconhecer a vontade do Pai. Jesus acaba de ser batizado por ele (Mateus 3,13-17), pois percebe, sem dúvida, que estará mais ao serviço de Deus. Se faz rabino itinerante, retomando a “pequena.chama” deixada por João (versículo 12; cf. Marcos 1,14), mas abandonará a Judéia e o vale do Jordão, tão caros a João, para ir ao encontro das ovelhas perdidas: a população do Norte da Galiléia, e até mesmo os pagãos da Síria (versículo 23; nota própria de Mateus). Ao despertar a consciência do seu papel, Cristo sente-se rabino-pregador, fiel à mensagem de “conversão” do Batista (cf. Mateus 3,2), porém ousando levar esta mensagem propriamente aos pagãos.e aos judeus envolvidos nas trevas do paganismo que, de judeus, só conservam o nome.

Isso tudo, parece ficar claro que João Batista á autor da idéia da “conversão” e da sua relação com o batismo (Marcos 1,4). Quanto a Jesus, retomou a idéia da conversão de João Batista, mas logo a associou ao anúncio do Evangelho do Reino.

A palavra “jazer” nas trevas (versículo 16) é para reforçar ainda mais a impressão de que as regiões sírio-palestinienses estão realmente incrustadas no paganismo.

Jesus começou a sua atividade quando recebeu a notícia da prisão de João Batista e começa a exercer sua missão na Galiléia (versículos 13-16).  É conhecida a distancia que separava os judeus dos samaritanos, Judéia da Samaria. Mas também entre Judéia e Galiléia existiam contrastes e divergências.a maioria das terras da Galiléia era propriedade de estrangeiros. O partido revolucionário e guerrilheiro dos zelotas tinha ia sua sede. Ai morava o am-há-arez, o “povo da roça” que não conhecia a Lei (João 7,49) e que era considerado meio pagão. É nesta “Galiléia dos pagãos” (Isaias 8,23; Mateus 4,15) que resplandece a luz de Cristo e do Reino.

Para se ter uma idéia, a cidade de Cafarnaum, e toda a Galileia do tempo de Jesus, era lugar de refugiados e estrangeiros marginais. É nesse ambiente discriminado que Jesus iniciou sua missão de rabino-itinerante e pregador. Foi justamente esta terra, a menos indicada aos olhos das pessoas, que Deus escolheu para iniciar a obra de salvação e a vinda do Reino do céu.

Vemos neste trecho quem eram os primeiros discípulos de Jesus e como Ele os escolhia. Dois detalhes chamam a nossa atenção.

Primeiro, a classe social onde Jesus foi procurar seus seguidores. São os pescadores do Lago de Genesaré. Eles pertenciam àquela categoria de pessoas que não era muito estimada da parte dos fariseus porque a profissão deles os expunha ao constante perigo de infringir as leis de purificação. Jesus escolheu, portanto, seus discípulos do meio daquele povo de que se dizia: “Este povo, que não conhece a Lei, são uns malditos!” (João 7,49).

Outro detalhe que merece destaque é este, que não são os discípulos que escolhem o mestre, mas que é Jesus quem chama quem Ele quer. Isto vai contrasta com o costume que reinava. Os que queriam aprender mais procuravam um mestre, um rabino. Jesus, porém, chama seus discípulos, como Deus no Primeiro Testamento chama os profetas, ou como um profeta chama seu substituto (cf. Amós 7,15; 1Reis 19,19-21).

Aqui defrontamo-nos com o conteúdo da missão de Jesus, que consiste na “proclamação da Boa-Nova do Reino” (versículo 23). Esta proclamação não se reduz a um programa ou a uma promessa, a uma plataforma ou comício. Ela traz o Reino e o torna presente no meio do povo. A proclamação abarca as palavras e as obras de Jesus. Estas consistem em curar as doenças e enfermidades do povo (versículo 23 é um verdadeiro resumo da atividade de Jesus, que se repete e, 9,3; 10,7-8 e 11,4-5).

O trecho dedicado à vocação dos primeiros discípulos ainda nos informa sobre os colaboradores imediatos de Jesus, chamados a continuar a sua missão. Essa missão é “pescar homens” como eles mesmos foram apanhados por Jesus, fazendo o que Jesus fez, assumindo a sua dupla missão.
   
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

Jesus começa sua missão justamente no meio do povo desprezado e pisado, na “Galiléia dos que não são judeus”, junto aos excluídos pelo sistema e pela religião. Chama trabalhadores pobres para participarem de sua missão. Faz-se presente junto aos doentes, considerados pecadores, na época. Sua presença é luz para o povo. Ele chama para ajudá-lo na missão Pedro, Tiago e João, pescadores dedicados a um trabalho cheio de hostilidade e nada vantajoso.

A pessoa humana, desde sua origem, vai descobrindo muitas coisas, mas por si entra na luz. Vive num país de sombras. A escuridão de sua origem e a escuridão de seu destino oprimem-no com angústias e até com desespero. As trevas envolvem e até esmagam a pessoa humana. A experiência de séculos foi dizendo que o ser humano, por si só, não pode sair desse enredo, por mais que avancem o progresso e as ciências.

Existe, porém, alguém que ama o ser humano, que pensa nele e, porque  o ama, lhe fala:  Deus. É este quem toma a iniciativa; antecipa-se a dar sinais de si mesmo, ao abrir o diálogo com o ser humano. É o primeiro passo na fé. Por isso veio uma luz intensa que brilhou nas trevas das pessoas. Veio alguém que desde toda a eternidade existia na Luz.

Na Bíblia a luz é símbolo da vida, assim como as trevas são símbolo do pecado e da morte. Deus é comparado à luz.  “O Senhor é minha luz e minha salvação.” Jesus mesmo disse: “Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas” (João 12,46). Depois de proclamar os pobres como bem-aventurados, no Sermão da Montanha, Jesus disse: “Vós sois a luz do mundo” (Mateus 5,14).

Converter-se a Jesus e entrar no Reino de Deus é passar das trevas à luz. Indica mudança radical de nossa vida, uma inversão na escala de valores que o mundo propõe e de nossas preocupações cotidianas. É a morte do egoísmo, do individualismo, da ganância, de uma vida sem sentido, para nascer, vir à luz, para uma vida marcada pelo amor de Deus e aos irmãos, tarefa para a vida inteira. Nunca estamos preparados ou prontos. Somos um povo que segue o caminho de Jesus, que se constrói a cada dia de nossa vida.

Devemos dar atenção especial à segunda leitura, a qual nos fala da divisão que havia na Igreja de Corinto e da advertência que Paulo faz a essa Igreja. Converter-se é estar unido, pertencer à Igreja como comunidade eclesial e não a este ou àquele determinado grupo. Todos nós somos chamados a ser discípulos missionários de Cristo, por isso não podemos seguir determinadas idéias ou pensamentos. Assim como Paulo escreve à Igreja de Corinto, hoje fala a cada um de nós, dizendo que o seguidor de Cristo não é alguém ligado apenas àquilo que gosta, mas aquele que faz opção pela pessoa de Cristo, muitas vezes sacrifica-se, abrindo mão de suas idéias em vista de um bem maior. Ora, se pelo batismo  nos tornamos filhos e filhas do mesmo Pai, irmãos de Jesus Cristo, fazemos parte da mesma comunidade, porque ainda existem determinados grupos, dentro da mesma Igreja, que ficam isolados devido a certas “convicções”?

Estamos compromissados com o mesmo Deus porque Ele manifestou seu amor por nós. Nossa resposta deve ser uma de fé: Creio! Dessa forma, assumimos um compromisso que envolve e penetra toda a nossa vida e a vida da comunidade à qual pertencemos.

Na celebração litúrgica, esta palavra nos chama de novo para o caminho de conversão na comunidade concreta, a serviço do Reino. Nesta celebração, peçamos que o Pai nos ilumine, como iluminou Jesus, fazendo-o passar da morte para a vida.

4- PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

Jesus entoa um canto novo

A primeira parte do Tempo Comum ainda respira os “ares” da Natividade e Epifania do Senhor. As notas festivas do Salmo 95 “Cantai ao Senhor Deus um canto novo” (cf. Antífona de Abertura) nos recordam a Noite de Natal onde o mesmo texto é entoado como Salmo Responsorial.

O canto novo ao qual se refere o Salmista e vários outros textos líricos da Bíblia não se refere a uma peça musical, mas é imagem da vida nova em Cristo, fruto da comunhão com o Senhor, conforme a súplica da Oração depois da Comunhão: “Concedei-nos, Deus todo poderoso, que, tendo recebido a graça de uma nova vida (...).”

Nesta celebração do terceiro domingo do Tempo Comum, acompanhamos Jesus nos inícios de seu itinerário ministerial, no qual Ele explicitará em que consiste a vida de Deus. Ao cuidar dos que encontra pelo caminho, curando suas enfermidades, realiza e publica a vida divina que traz consigo.

A realidade do Reinado de Deus
O emblemático anúncio de Jesus: “O Reino de Deus está próximo, convertei-vos!” (Mateus 4,17) não é só promessa de um acontecimento futuro. Ainda que seja a meta da história (cf. Gaudium et Spes 39), o Reino de deus tem sua face revelada no rosto de Jesus perambulando no mundo e cuidando das pessoas. Participando da vida d’Ele, como Simão Pedro, André e Tiago no Evangelho de hoje, a Igreja se torna sinal desse Reinado no meio de uma humanidade às vezes dividida e de um mundo ferido (cf. Lúmen Gentium 5).

Esta é a forma de ver santificado em nós o nome de Deus, conforme suplicamos no Pai Nosso em toda a Oração Eucarística: uma vez que o Reino de Deus vem a nós, em nós e por nós, o mundo amadurece na semelhança com seu Criador.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Na celebração eucarística, após a narração da instituição da Eucaristia, quem preside proclama: “Eis o mistério da fé”. Sobre o altar está o grande mistério, o sacramento da fé, da Aliança como o Pai, através de Cristo e no Espírito Santo. O conteúdo e realidade principal da nossa fé é Jesus Cristo na Palavra, no Verbo que Deus nos comunica; é em seu Corpo e Sangue que se realiza a nova e eterna Aliança. Ele é a Palavra de Vida, o Pão da Vida. Quem o aceitar, quem comer dele, terá a vida eterna (João 6,54).

Somos chamados a ser luz no mundo escuro em que vivemos. Os chamados que têm coragem de dar uma resposta afirmativa a Deus devem dar testemunho da esperança em suas comunidades. Quando aceitamos o convite, assim como Pedro, Tiago e João, começamos a trabalhar pela conversão do mundo, pois a evangelização é luz, é o empenho de cada um de nós em libertar a humanidade das trevas do pecado.

“O Senhor e minha luz e salvação”, assim reza o salmo deste domingo. Deus nunca nos abandona. Apenas pede que sejamos fiéis e respondamos a seu apelo de ir ao encontro dos que ainda vivem nas trevas do erro e do pecado.

6- ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Cada pessoa que chega deve sentir-se de fato na Casa aconchegante de Deus. Por isso, é de suma importância que todos sejam bem acolhidos, num espaço também acolhedor. Não de Maneira formal, artificial, como acontece muitas vezes em ambientes de prestação de serviços públicos. Mas de maneira profundamente humana, carinhosa, afetuosa, divinamente humana. Acolher na celebração é uma forma de oração!

3. Ao anunciar os cantos, cuidado com alguns possíveis “cacoetes”. Por exemplo, “vamos acolher o celebrante com o canto tal”, ou “vamos cantar o número tal”. Primeiro: a finalidade do canto inicial não é acolher o celebrante, mas fazer com que a comunidade, cantando, já faça a experiência de ser acolhida por Deus em sua casa. Segundo: celebrante é toda a assembléia, e a pessoa que normalmente costumamos chamar de “celebrante” é o presidente da assembléia celebrante. Terceiro: nunca se canta o “número” e sim o canto, que tem letra e música próprias para o momento celebrativo.

4. Lembrar que no dia 25, celebramos a festa da Conversão do Apóstolo São Paulo, no dia 28, Santo Tomás de Aquino, presbítero e doutor da Igreja.
           
7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo do Tempo Comum, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 3º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

“Não tem sentido, por exemplo, escolher os cantos de uma celebração em função de alguns que se apegam a um repertório tradicionalista, ou ainda de outros que cantam somente as músicas próprias de seu “grupo ou movimento”, nem de outros que querem cantar exclusivamente cantos ligados à realidade sócio-política, ou cantos concentrados em certos temas, se isto vai provocar rejeição da parte da assembléia” (A música Litúrgica no Brasil, estudos da CNBB, página 78).

A escolha dos cantos para as celebrações seja feita com critérios válidos. Não se devem escolher os cantos para uma celebração porque “são bonitos animados e agradáveis”, ou porque “são fáceis”, mas porque são litúrgicos. Que o texto seja de inspiração bíblica, que cumpram a sua função ministerial e que se relacionam com a festa ou o tempo. Que a música seja a expressão da oração e da fé desta comunidade; que combinem com a letra e com a função litúrgica de cada canto.

1. Canto de abertura. Cantai ao Senhor Deus um canto novo (Salmo 96/95,1.6). Sem dúvida, o canto de abertura mais adequado para esse dia é o Salmo 96/95, somos chamados a elevar ao Senhor um canto novo com toda a terra porque só Ele é Deus. “Canto novo ao Senhor que é Deus”, CD: Liturgia VI, melodia da faixa 1, exceto o refrão.

Somente num processo contínuo de conversão passamos “da noite da mentira, das trevas para a luz”. Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida que nos conduz para o Pai. Nesse sentido, a Igreja oferece outra excelente opção: “Vós sois o Caminho, a Verdade e a Vida, o Pão da alegria descido do céu!”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 10. Como canto de abertura, não podemos deixar de entoar um desses dois cantos que nos introduzem no mistério a ser celebrado.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão gravados no CD: Liturgia VI e CD: Cantos de Abertura e Comunhão.

2. Ato penitencial. Sugerimos a fórmula 1 do Missal Romano, página 393, que contempla a Verdade de Deus que ilumina os povos e a Vida que renova o mundo.

3. Hino de louvor“Glória a Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores.

O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembléia. 

4. Salmo responsorial 26/27“Senhor, és minha luz e salvação”; “O Senhor é minha luz e salvação. O Senhor é a proteção de minha vida.”, CD: Liturgia VI, melodia igual a faixa 2.

O Salmo responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura. Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e o salmo Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.

5. Aclamação ao Evangelho. “Jesus pregava a Boa Nova.” “Aleluia! Pois do Reino a Boa Nova Jesus Cristo anunciava...”, CD Liturgia VI, melodia igual a faixa 3. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical, página 735.

Aleluia é uma palavra hebraica “Hallelu-Jah” (“Louvai ao Senhor!”), que tem sua origem na liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na tradição cristã. Mais do que ornamentar a procissão do Evangeliário, sempre foi a expressão de acolhimento solene de Cristo, que vem a nós por sua Palavra viva, sendo assim manifestação da fé presença atuante do Senhor. No caso de uma procissão do Lecionário (ou da Bíblia) já ter sido feita antes da primeira leitura, poderia ser executada uma dança (litúrgica) antes da proclamação do Evangelho, ao ser cantado o Aleluia.

Esta aclamação é sempre “ALELUIA” (menos nas missas da Quaresma por seu um tempo penitencial). É uma aclamação pascal a Cristo que é o Verbo de Deus. É um vibrante viva Deus. Os versos que acompanham o refrão devem ser tirados do Lecionário.

6. Apresentação dos dons.  O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração. Quando partilhamos somos “sal da terra e luz do mundo”. Nesse Domingo é muito oportuno o canto “Brilhe a vossa luz, brilhe para sempre”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 12. Outra opção é o canto “De mãos estendidas”, CD: Liturgia VI, melodia da faixa 4.

7. Canto de comunhão. “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas” (João 8,12). Sem dúvida, o canto de comunhão mais adequado para esse dia é “Houve um tempo em que éramos trevas, hoje andamos à luz de tua luz”, e estrofes do Cântico de Zacarias, Lucas 1,68-79, CD: Liturgia VI, melodia da faixa 5. Veja orientação abaixo.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do 3º Domingo do Tempo Comum, o Domingo de Jesus a luz do mundo e do chamado dos discípulos. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Isto significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é compromisso com o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou no Evangelho, nós o comungamos no pão e no vinho. É de se lamentar que muitas vezes são escolhidos cantos individualistas de acordo com a espiritualidade de certos movimentos, descaracterizando a missionariedade da liturgia. Toda liturgia é uma celebração da Igreja e não existem ritos para cada movimento e nem para cada pastoral. Cantos de adoração ao Santíssimo, cantos de cunho individualista ou cantos temáticos não expressam a densidade desse momento. Tipos de cantos que devem ser evitados numa celebração eclesial: “Eu amo você meu Jesus”; “Ti olhar, ti tocar”; “Fica comigo Jesus”.

8. Desafio para os instrumentistas. É transformar as ondas sonoras do violão, do teclado e dos outros instrumentos na voz de Deus, isto é, em sintonia com o coração de Deus. Muitas vezes os instrumentistas acham que para agradar a Deus e o povo é preciso barulho e agitação. É preciso uma conscientização maior dos instrumentistas de que Deus não gosta do barulho. Assim fala o Senhor: “Afasta de mim o barulho de teus cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas” (Amós 5,23). Deus gosta da brisa leve, da serenidade, da mansidão, do silêncio... Veja o exemplo da experiência que o profeta Elias fez de Deus na brisa suave e não na agitação do furacão, nem do terremoto e nem do fogo (1Reis 19,11-13). É preciso muito cuidado com os instrumentos de percussão. As equipes de canto e as bandas barulhentas, não expressam aquilo que Deus é, mas aquilo que os músicos são. “O barulho não faz bem, o bem não faz barulho” (São José Marello). Nossos cantos devem agradar ao Senhor e não descontentá-Lo, “Hoje seja-lhe agradável o meu canto!” (Salmo 102/103,34). O convite aos cantores e instrumentistas é para homenagear o Senhor e cantar de coração de forma suave: “Instalou diante do altar tocadores de harpa, a fim de tornar doce a melodia de seus cânticos” (Eclesiástico 47,9 se for o texto grego é o versículo 11).

8- ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Valorizar o símbolo da luz. Ladear com velas acesas a mesa da Palavra expressando assim, a Palavra como Luz que ilumina a nossa vida.

2. Preparar o espaço celebrativo. A mesa da Palavra receba também destaque semelhante à mesa eucarística: toalhas, cor litúrgica (verde). Os enfeites não podem ofuscar as duas mesas principais: mesa da Palavra e o Altar.
9. AÇÃO RITUAL

A equipe de acolhida ou a equipe de liturgia pode estar às portas do templo, recebendo as pessoas sem alarde, cumprimentando-as e, desde já, inserindo-as no contexto celebrativo daquele dia, enunciando um versículo bíblico em consonância com o mistério celebrado. Para este domingo, pode ser: “Bem vindo, bem vinda! A luz de Cristo brilha em você.”

A celebração deste domingo, o Terceiro do Tempo Comum, nos recorda Jesus como Luz brilhando em meio às trevas, numa linguagem que recorda as celebrações do Ciclo do Natal. De fato, a Liturgia de hoje fala do “nascimento” do Ministério de Jesus junto ao povo da Galiléia. O canto novo entoado por Jesus começa a se espalhar mediante seu cuidado com os pobres e doentes. É.o início do “encantamento” e da “fama” do Filho de José e de Maria.

Deixar, no início da celebração, o local na penumbra e cantar o refrão “Ó luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser, permanece em nós” de irmã Míria.

Fazer com grande esmero, os ritos iniciais, vivenciando o seu sentido de reunir a comunidade de irmãos, formando o corpo vivo do Senhor.

Ritos Iniciais

1. Levar na procissão de entrada, o Círio Pascal ou outra vela grande e ir acendendo as velas que a assembléia tem nas mãos.

2. Sugerimos na saudação inicial, a fórmula “d”, do Missal Romano que são as palavras conforme a Romanos 15,13:

O Deus da esperança, que nos cumula de toda alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.

3. Após a saudação inicial, apresentar o sentido da celebração, abrindo para a recordação da vida, com acontecimentos que marcaram a semana que passou: fatos tristes e alegres da comunidade, da diocese, do Brasil e do mundo, procurando perceber, na história, a realização da Páscoa do Senhor na vida. Valorizar o testemunho de pessoas ou instituições que apontam para o Cristo, Luz do mundo, libertando as pessoas das trevas. Esse testemunho pode ser dado também durante a homilia.

4. Em seguida, dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono um leigo/a devidamente preparado (Missal Romano página 390). Em seguida propõe o sentido litúrgico:

Domingo do início da missão de Jesus e do chamado dos primeiros discípulos. Hoje vemos cumprir-se a anúncio feito na noite do Natal: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz!” Acompanhemos Jesus no início de Sua missão, chamando os seus primeiros discípulos, curando a multidão.

5. Na recordação da vida, trazer presente os acontecimentos significativos da comunidade, da sociedade e do mundo, mas de forma orante e não como noticiário.

6. Lembrar, no Ato Penitencial, as trevas da divisão que ainda dificultam a caminhada da comunidade. Sugerimos a fórmula 1 do Missal Romano, página 393, que contempla a Verdade de Deus que ilumina os povos e a Vida que renova o mundo. Ou substituir pela aspersão com água.

7. Sugestivo e bastante recomendado para este domingo substituir o Ato Penitencial pela bênção da água e aspersão como recordação do batismo. Esse rito, com sua simplicidade e beleza, ajudará a assembléia, em oração no Dia do Senhor, a perceber, realizando-se em si mesma, pela força da graça batismal que a Eucaristia alimenta, aquele mesmo ofício de Jesus, testemunhado na sua vida pública. A oração de bênção que segue, inspirada no Evangelho e em alguns formulários do Ritual de Bênção, mas aplicada à especificidade dos ritos dominicais:

Senhor Criador e nosso Deus,
Nos deste em Jesus, teu Filho,
A graça de sermos acompanhados por Ti
Pelos caminhos da existência humana,
Nossas Galiléias, nossa terra de missão.
Neste dia que a Ti consagramos,
Reanima em nós a fonte viva da tua graça
E abençoa esta água que sobre nós será aspergida.
Ela recorda a nosso batismo,
Por ela, tu puseste em nós, seres humanos,
O teu santo olhar
Compadecendo-se de nossas dores e curando nossas enfermidades.
Por ela, fomos banhados no Espírito de Cristo
E já não vivemos para nós, mas com Ele e para Ele.
Tudo isso te pedimos, por Cristo, Senhor nosso.
Amém.

8. Introduzir o Hino de Louvor (Glória), lembrando as “luzes” que existem na comunidade.

9. Na oração inicial peçamos a Deus que Ele renove o Seu chamado a cada um de nós e nos ajude num processo contínuo de conversão, para que em Seu Nome, possamos frutificar em boas obras.

Rito da Palavra

1. Após a homilia, seria sugestivo e oportuno, um rito de bênção sobre os enfermos, recordando o cuidado e carinho de Deus manifestados em Jesus. Segundo o Ritual de Bênçãos “é antiqüíssimo o costume dos ministros da Igreja abençoar os enfermos e tem origem no modo de agir de Cristo e dos Apóstolos.” (Ritual de Bênçãos n. 290). Para esta celebração pode-se, inclusive, promover solidariamente na comunidade a ação de buscar as pessoas que geralmente não conseguem estar, normal e assiduamente, na celebração. Dentro da Missa, veja como proceder. Todos os que padecem de alguma enfermidade, psíquica ou física podem celebrar esta bênção.
2. Após a homilia, faz-se a Profissão de Fé, normalmente e logo depois se procede as preces que podem ser estas ou outras semelhantes:

a) Deus de bondade, que em Cristo assumistes as nossas enfermidades, orientai os nossos governantes para que assumam o cuidado pela saúde e felicidade do povo que representam;

R: SENHOR, SOCORREI-NOS.

b) Deus de bondade, que em Jesus de Nazaré cuidais das pessoas e da criação inteira, olhai com bondade para o nosso povo e concedei-lhe a saúde e a paz;

c) Deus de bondade, vós que carinhosamente amparais os doentes e os auxiliais na recuperação da saúde, compadecei-vos hoje dos nossos irmãos e irmãos que buscam consolo e proteção nas suas fragilidades;

3. Depois das preces, quem preside convida aos que, na assembléia, desejam receber a imposição das mãos e a bênção por ocasião de alguma enfermidade. Depois de impor as mãos sobre todos os que desejarem, reza a seguinte oração:

Senhor, nosso Deus,
Que enviastes vosso Filho ao mundo
Para cuidar de nossas enfermidades
E levar sobre si nossas dores,
Nós vos suplicamos,
Por estes vossos filhos e filhas enfermos,
Para que,
Com paciência fortalecida
E a esperança renovada,
Superem a doença por vossa bênção
E voltem a desfrutar de saúde por vossa ajuda.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.

4. Se a assembléia for muito numerosa, pode fazer somente esta oração de bênção sem a imposição das mãos.

5. Depois disso segue a Missa como de costume.

Lembrete importante:

É bom lembrar que não se trata de uma Missa “de cura e libertação” como gostam de chamar por aí alguns padres e leigos de alguns movimentos. Mas da possibilidade de, criativa e respeitosamente, inserir no ritual da Missa uma bênção sobre os enfermos, de todas as espécies, uma vez que a Liturgia da Palavra orienta também para esta ação. Este ritual é de benefício não somente dos enfermos, mas de toda a assembléia que participa e se confraterniza na dor e no consolo da bênção com seus irmãos e irmãs enfermos.

Rito da Eucaristia
1. Na oração sobre os dons do pão e do vinho suplicamos a Deus que acolha com bondade as nossas oferendas e que elas nos tragam a salvação.

2. Se for escolhida as Orações Eucarísticas I, II e III, quer admitem troca de Prefácio, sugerimos o Prefácio do Tempo Comum I, em que contemplamos o Cristo Luz: “Por ele nos chamastes das travas à vossa luz”...

3. Na apresentação do pão e do vinho consagrados, isto é, antes da comunhão, também chamado de convite à comunhão, sugerimos que se use o versículo bíblico do Evangelho de João: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida. Eis o Cordeiro de Deus...”

Ritos Finais

1. Os ritos iniciais remetem aos ritos finais, pois neles somos convocados para estar com o Senhor e sermos enviados em missão (cf. Marcos 3,14), para sermos sacramento de unidade e da salvação de todo o ser humano (cf. Lumem Gentium 1).

2. A celebração eucarística nos concede a graça de uma nova vida. Na oração após a comunhão suplicamos a Deus que nos ajude a gloriar-se dos seus dons.

3. As palavras do rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Anunciai a todos que Jesus Cristo é a luz do mundo. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

4. É comum além, de entrar em procissão no início da celebração guiados pela cruz, também retirar-se do espaço sagrado em procissão, igualmente guiados pela cruz.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em Jesus Cristo, o mundo, as coisas e as pessoas adquiriram novo sentido, novo rumo e uma nova esperança. Porém Ele exige de nós um empenho, um trabalho, conosco mesmo. Convida-nos a uma mudança total de nosso modo de ser, de pensar e3 de agir, para que possamos também ser luzes para o mundo assim como Ele foi.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
Pe. Benedito Mazeti

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