22 de junho de 2014
Leituras
Jeremias 20,10-13
Salmo 68/69,8-10.14.17.33-35
Romanos
5,12-15
Mateus 10,26-33
“O QUE VOS DIGO NA ESCURIDÃO, DIZEI-O À
LUZ DO DIA”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
caminho da cruz. Neste 12º Domingo do Tempo Comum, o Senhor nos convida a
assumir o caminho do amor. Mesmo sabendo que esse caminho passa necessariamente
pela prova da cruz, temos em Jesus a promessa de vida e salvação.
“Do seu povo
ele é a força, salvação do seu ungido. Salva, Senhor, teu povo, socorre os teus
queridos”, Salmo 26/27
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – Jeremias 20,10-13. Jeremias
paga com a perseguição e a prisão no Templo de Jerusalém (cf. Jeremias 20,2) a
sua missão profética. Numa das suas “confissões” dirige a Deus o seu desabafo
de profeta perseguido (cf. Jeremias 20,7-9) expõe o seu desconforto e a sua
esperança, mistura de sentimentos em que, não obstante os projetos dos
adversários (versículo 10), prevalece a confiança no Senhor (versículo 11). O
Senhor investiga em detalhes os “rins e o coração” das pessoas e não deixará
que o inimigo prevaleça (versículo 12); o profeta torna-se por isso cantor do
Deus libertador (versículo 13).
A experiência
do profeta bíblico não se pode comparar à de um mensageiro que refere uma
palavra que não lhe pertence. Ele está, ao invés, dentro da história do povo,
ao qual anuncia com a vida a vontade de Deus. “Tu me seduziste, Senhor, e eu
deixei-me seduzir” (Jeremias 20,7). Jeremias vive até o fim a paixão tal como a
dificuldade e o desalento que lhe vêm do acolhimento ou da rejeição da vontade
do Senhor. Já Moisés, na narração do Êxodo, e depois os grandes profetas de
Israel até Jesus, profeta por excelência, e os cristãos, partilham com Jeremias
a condição de quem anuncia uma palavra muitas vezes recusada; eles próprios
tornam-se profetas rejeitados, ícones visíveis de tudo o que acontece na
Palavra. Certamente levam ao desencorajamento “as palavras ofensivas da
multidão”, as “denúncias” fundadas em acusações falsas (versículo 10), como
aconteceu com Jesus (cf. Mateus 26,59) e com os Seus discípulos (Evangelho de
hoje). Mas o cristão experimenta, juntamente com o sofrimento, a proximidade do
Senhor (cf. versículo 11), sabendo que a “causa” que ele defende é a de Deus,
cujo triunfo é certo (versículos 12-13).
Salmo responsorial 68/69,8-10.14.17.33-35. É
um salmo sapiencial com elementos de ação de graças e súplica individual. Um
inocente foi acusado de coisas graves, corre o risco de vida e por isso clama:
“Salva-me” (versículo 2a), “responde-me” (versículo 17). “Olhos e ouvidos” de
Deus significam em termos humanos o caráter pessoal de sua relação com as
criaturas.
O rosto de
Deus neste salmo. É um rosto muito bonito e difícil de mostrar em poucas
palavras. O inocente apela para a bondade, amor e compaixão de Javé (versículo
17), características próprias do Deus da Aliança. O inocente, portanto, vive
numa sociedade opressora, mentirosa e exploradora, um novo Egito, e pede que
Javé, o Deus da Aliança, provoque em favor dele (e dos pobres e indigentes) um
novo êxodo de liberdade e de vida. É interessante, ainda, observar os nomes
dados a Deus neste salmo. Eles pretendem abraçar toda a história do povo,
mostrando que Deus é sempre o “aliado
fiel”, aquele que ouve os sofredores
e nunca rejeita os seus cativos (versículo 34).
Já vimos, em
outros salmos de súplica individual, que Jesus não se omite diante do clamor
dos pobres, inocentes e injustiçados. Este salmo é citado duas vezes na vida de
Jesus (João 2,17 e Mateus 27,34.48). E sabemos que Jesus ouviu o clamor de
todos.
São João
aplica o versículo 21 deste salmo a Cristo morto na cruz (João 19,36),
reconhecendo a proteção do Pai sobre o corpo já morto do seu Filho. Esta
proteção não é tardia; pelo contrário, prova que o pode de Deus supera a morte.
Cantando hoje
este salmo expressemos diante do Senhor a nossa confiança e peçamos que Ele
mesmo venha ao encontro de nossas fraquezas e nos ajude a cumprir em nossa vida
a sua Palavra.
HUMILDES,
BUSCAI A DEUS E ALEGRAI-VOS:
O VOSSO
CORAÇÃO REVIVERÁ!
Segunda leitura – Romanos 5,12-15. Depois
de ter falado do amor de Deus pelo homem (cf. Romanos 5,1-11), Paulo desenvolve
um paralelismo entre a figura de Adão e a de Cristo. O amor de Cristo redime o
ser humano da culpa de Adão, por cuja transgressão o “pecado” e a “morte”
entraram no mundo (versículos 12,14), embora antes da Lei de Moisés o pecado
não fosse tido como tal (versículo 13). O paralelismo revela a superioridade
absoluta do que aconteceu com Cristo: por causa de um só homem, a “graça de
Deus” alcança todos os homens (versículo 15).
A Lei de
Moisés, a Torá, dom do Senhor a Israel,tornou manifesta a questão de pecado
daqueles que desrespeitavam os seus preceitos (versículo 13). Porém, já muito
antes, desde o início, o homem viveu sob o signo do “pecado”, que entraram no
mundo a partir de Adão, e foram ratificados pelo pecado dos descendentes
(versículo 12).
São Paulo
relaciona o dom da graça recebido por meio de Cristo, com o próprio início da
vida humana. Melhor, Adão é “figura Daquele que havia de vir” (versículo 14),
ou seja, remete para o outro Adão, para o homem novo que veio inverter a
História através do dom da salvação. Que a culpa de um homem caísse sobre os
seus descendentes era considerado normal em Israel (é a opinião dos discípulos
de Jesus perante o cego de nascença (cf. João 9,2), mas que a justiça de “um só
homem” se derramasse tão abundantemente que pudesse justificar o homem perante
Deus, foi tornado possível só pela morte de Jesus na Cruz, oferenda infinita de
amor que continua a produzir o seu efeito em cada criatura humana (versículo
15).
São Paulo faz
uma bonita comparação entre Adão e Jesus, contrapondo as conseqüências do
pecado do primeiro homem e a salvação operado por Jesus. O projeto de Deus foi
manchado pelo pecado do homem que, desobedecendo e se afastando de Deus, obteve
a morte. Jesus, sendo inteiramente obediente ao Pai, aceitou cumprir a sua
vontade até a morte. Assim pela obediência de seu Filho, o Pai tornou a
humanidade participante de sua vida.
Evangelho – Mateus 10,26-33. Encontramos
nesta passagem, parte do discurso missionário, “quatro” breves sentenças que
provavelmente foram pronunciadas em circunstâncias diferentes e tiveram
existência independente antes de serem agrupadas neste conjunto (versículos
26-27.28.29-31.32-33). Elas estão estreitamente unidas pelo tema da coragem e
do destemor na confissão do nome de Jesus diante dos homens, tema esse expresso
injunção, repetida três vezes, “não tenhais medo” (versículos 26, 28 e 31). Não
se trata do medo qualquer, mas do medo que poderia se apoderar do cristão no
momento em que ele deve professar a sua fé; sua tentação poderia ser a do
silêncio ou mesmo a da negação do Cristo.
A motivação
desta coragem em proclamar a fé é múltipla. Mateus menciona em primeiro lugar a
certeza de que a Boa-Nova, até o presente, encoberta e oculta, triunfará e se
tornará pública. A segunda razão deste destemor é o fato de que a “vida”
(versículo 28) pode inclusive ser alcançada mediante a perseguição e a morte,
pois ela não depende dos homens, mas de Deus. Um terceiro motivo desta firmeza
é a confiança na Providência de Deus: Se Ele cuida de todos os seres, mesmo os
menos valiosos (os pardais), com muito mais razão vela sobre aqueles que
confessam o nome de Jesus. Finalmente, a razão máxima deste destemor está na
promessa do Senhor de confessar diante do Pai, por ocasião do juízo final,
aqueles que o tiverem confessado diante dos homens.
Os versículos
24-25 afirmam que o discípulo não é superior ao mestre, nem o servo superior ao
seu senhor. O cristão não pode pretender, por acaso, a uma sorte menos dolorosa
que aquela a que foi submetido o seu Mestre. A sorte dos discípulos será
semelhante à do Cristo.
Nos versículos
28-29, a morte dos discípulos é encarada não apenas como algo provisório, mas
como algo providencial. Ela não tem mais a última palavra. O poder dos
perseguidores é limitado. O seu ódio não pode ultrapassar as fronteiras da vida
terrena. Eles não tiram a vida de ninguém, matam somente o corpo. Os cristãos
podem ser mortos, mas apenas fisicamente. Somente Deus tem o poder de salvar pó
perder o homem. Somente em suas mãos está o destino das pessoas e da
humanidade.
Os versículos
29-31 se referem à Providência divina presente a tudo e a todos. Se os pássaros
os mais comuns (os pardais) não morrem sem o consentimento do Pai celeste,
assim também os discípulos que vale3m “mais do que muitos passarinhos” não
serão entregues à morte pelo Evangelho sem que Deus o consinta.
Os versículos
finais (32-33) estabelecem uma relação entre a fidelidade do cristão em relação
ao Cristo aqui na terra e a fidelidade do Cristo em relação ao cristão por
ocasião do juízo final. Quem for file ao Cristo e solidarizar-se com Ele poderá
comparecer confiante diante do tribunal divino. Ali o próprio Cristo se
declarará solidário dele e seu defensor junto do Pai. Quem, pelo contrário,
negar o Cristo sobre a terra, o Cristo o negará diante do Pai. Aos tímidos e
covardes está reservada a segunda morte. Assim a sorte eterna, salvação ou
condenação, se decide no tempo pela tomada de posição em favor ou contra
Cristo.
O objetivo
principal desta passagem é despertar coragem nos discípulos m meio à
perseguição. Pelo que tudo indica, a comunidade de Mateus, pelos anos 80-85
depois de Cristo, não desfrutava uma existência tranqüila.Estava cercada de
elementos hostis, como mostra Mateus 8,18—9,15 e especialmente Mateus 10,17-25
onde o evangelista se refere aos cristãos conduzidos aos tribunais, açoitados nas
sinagogas, processados diante de governadores e reis, odiados por todos por
causa do nome de Cristo.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
O Evangelho
continua o sermão missionário de Jesus. O discípulo associa-se à missão
apostólica de Cristo. As recomendações do Mestre aos apóstolos são dirigidas
aos cristãos de todos os tempos. Observemos que, no Evangelho, Jesus repete por
três vezes: “Não tenham medo”.
Quem não tem
medo? O medo impede o pregador de ser criativo e espontâneo. O medo inibe e
bloqueia o fluxo natural da vida. Ele não permiti agir e fazer que conduz à
realização da vida. No medo, as pessoas se calam diante da verdade, mentem e
buscam alternativas, como amizades comprometedoras ou atitudes pietistas e
evasivas.
Frente a
realidade em que vivemos, muitos são tomados pelo medo. Diante de um ambiente
pouco favorável à fé, “as vezes, até hostil, a tentação mais freqüente é
calar-se, refugiando-se no silêncio cauteloso. Com medo não se pode construir
nada de positivo para o Reino de Deus. Como batizados, todos participamos da
missão profético de Cristo. Inibir-se por medo ou por comodidade é ser infiel à
missão evangelizadora que nos foi confiada.
A audácia e a
coragem são características do seguidor de Jesus Cristo. “Não tenham medo!” O
discípulo não deve temer as tribulações do isolamento, das perseguições, da
calúnia, nem sequer a morte.
Há dois tipos
de pregadores: aqueles que não temem anunciar a Boa-Nova, sendo intrépidas
testemunhas de Cristo, mesmo que isto lhes custe a própria vida – o martírio.
Outros, por medo das intimidações, se omitem na missão de revelar ao mudo a
presença de Jesus. Optar pelo Evangelho e proclamar corajosamente a Jesus
Cristo é tarefa cotidiana. Jesus testemunhará diante do Pai em favor daqueles
que não tiverem medo de anunciá-lo como Senhor da história e da vida humana.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
Domingo Páscoa semanal
Cada domingo
do Tempo Comum celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se prolonga e amadurece
nos(as) batizados(as) e em suas comunidades missionárias, que dão testemunho
firme e corajoso de sua fé diante das dificuldades, sofrimentos e perseguições.
Diante de
tantas situações que suscitam em nós o medo e a vergonha de proclamar a
Boa-Nova de Jesus, rezamos: “Ajudai, Senhor, nossa fraqueza, para que possamos
viver firmes em nossa fé, como os mártires que não hesitaram em morrer por
vosso amor”.
A Palavra de Deus nos dá firmeza
A Palavra de
Deus arranca em nós todo medo que nos inibe e nos reveste de coragem e
confiança no Pai, que cuida com carinho de cada um de nós. A mesma Palavra nos
pede firmeza para sermos comunidade missionária, pronta para o testemunho,
disposta a entregar a vida, como discípulos do Mestre, que doou Sua vida para a
salvação de todos.
Na celebração
eucarística renovamos a missão e somos realimentados e enviados solenemente
para a missão evangelizadora.
Abandonados
aos cuidados do Pai, em meio aos desafios e solicitudes de nosso tempo, os
discípulos rezam: “Vossa misericórdia sustenta a fragilidade humana e nos
dá coragem para sermos testemunhas de
Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso” (Prefácio dos mártires).
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Neste domingo,
celebramos a missão apostólica da Igreja em meio às muitas provações. Lembramos
de Jesus Cristo os inúmeros apóstolos e mártires que, ao longo dos séculos,
foram perseguidos e doaram a sua vida pela causa do Evangelho.
A liturgia
lembra e acolhe o Filho de Deus, enviado ao mundo pelo Pai para evangelizar os
pobres, curar os contritos de coração, anunciar a libertação dos presos e
restituir a vista aos cegos. Por força do Espírito Santo, a missão de Jesus
Cristo se prolonga pela presença e ação evangelizadoras da Igreja.
Cristo Jesus,
Evangelho de Deus, primeiro e maior anunciador da Boa-Nova do Reino, transmitiu
a todos os seus discípulos e, através deles, à comunidade de fé que é a Igreja,
a graça e o mandato de evangelizar. Na liturgia lembramos, acolhemos e
assumimos esse mandato. Todos os batizados estão associados à Igreja peregrina,
que por missão de Cristo e do Espírito Santo é missionária.
O memorial
eucarístico leva a comunidade a mergulhar na missão de Jesus, como enviado do
Pai, e a assumir a sua missão com nova força. A Eucaristia renova a missão
porque renova a fé e os compromissos cristãos na edificação do Reino.
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. O método da
leitura orante auxilia muito na preparação da celebração. Seria bom que os
membros da equipe e toda a assembléia criassem o hábito de praticar a leitura
orante diariamente.
2. A celebração
dominical da Ceia do Senhor, como sacramento culminante e fontal da “iniciação
cristã”, permite a assembléia dos batizados aprofundar e fortalecer sua
identidade missionária, configurada pelo batismo na Páscoa de Cristo. Por isso,
cada vez que se come do pão e se bebe do cálice, morte e ressurreição de Cristo
são proclamadas e reverberam no mundo criado, mediante o “corpo eclesial”.
3. Lembrar a
comunidade da festa de São João Batista, no dia 24 de junho, terça-feira.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 12º Domingo do
Tempo Comum, é preciso executá-los com
atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a
comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. O canto de abertura deve nos
introduzir no mistério celebrado.
A função da
equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da
liturgia deste 12º Domingo do Tempo Comum, “cantar a liturgia”, e não “na
liturgia”. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra
proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que a “equipe de
canto” faz parte da equipe de liturgia.
1. Canto de abertura. Deus é a
foça do seu povo. “Do seu povo ele é
a força”, Salmo 26/27,8-9, CD:
Liturgia VI, melodia da faixa 12, exceto o refrão; “Deus é a força de sua
Igreja”, Hinário Litúrgico III da CNBB, páginas 382-392.
Somos uma
Igreja devedora da missão, isto, nascei missionária no Domingo de Páscoa (cf.
João 20,21). Nesse sentido, a Igreja oferece duas opções para o canto de
abertura: “Povo que és peregrino”, Hinário Litúrgico III, da CNBB, página 319;
“Aqui chegando, Senhor”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 3.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD
Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico
III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso
e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de
Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo,
exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
3. Salmo responsorial 68/69. Perseguição
por causa de Deus, mas confiante. “Atendei-me,
ó Senhor, pelo vosso imenso amor!.” CD: Liturgia VI, da faixa 17.
O Salmo
responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura.
Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura
para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e salmo
Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser
Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
4. Aclamação ao Evangelho. Testemunhar
Jesus na força do Espírito (João 15,26b.27a) “Aleluia... O Espírito Santo, a
Verdade, de mim irá testemunhar”, CD: Liturgia VI, melodia da faixa 13. O canto
de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário
Dominical.
5. Apresentação dos dons. Nossa decisão
de entrar no seguimento de Jesus para sermos uma Igreja missionária, deve gerar
na assembleia a partilha. Devemos ser oferenda com nossas oferendas. “Bendito e
louvado seja o Pai nosso criador,”, CD Liturgia VI, faixa 14.
6. Canto de comunhão. (Salmo
145/144,15) Deus dá alimento na hora oportuna / (João 10.11.15) O bom Pastor dá
a vida pelas ovelhas. “Por tua causa nos pisam e maltratam”, CD: Liturgia VI, música
e letra iguais a faixa 16.
As
perseguições não devem nos amedrontar. A Palavra e a Eucaristia nos encorajam
na missão evangelizadora. A Igreja oferece outras duas opções importantes: “Quando
o Espírito de Deus soprou, o mundo inteiro se iluminou”, Hinário Litúrgico III
da CNBB, página 367, “Quem nos separará?”, Romanos 8, CD: Festas Litúrgicas II,
melodia da faixa 19.
O Canto de Comunhão
“Quem quer me seguir, que ele tome sua cruz”, “Salve, ó Cruz libertadora”,
“Ninguém pode se orgulhar a não ser nisto”, gravado pela Paulus, articula-se
com a Liturgia da Palavra, o que permite estabelecer e experimentar a unidade
das duas mesas, considerando a Liturgia um único ato de culto. O canto de
comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do dia. Esta é a sua função
ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na
Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se
dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos
bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade
entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.
8- O ESPAÇO CELEBRATIVO
1. A cruz é
uma peça importante nas celebrações do Mistério Pascal do Senhor. Ela é
entendida pela Instrução Geral do Missal Romano como um elemento que deve
recordar aos fiéis o acontecimento da fé ali celebrado.
2. O
simbolismo da cruz traz presente o anúncio da paixão e ressurreição do Senhor.
A cruz processional, a mesma que será usada na procissão de abertura, esteja na
entrada da Igreja, por onde todos passam. É uma forma de trazer presente o
mistério que será celerado. Ela pode ficar aí até o início da celebração,
ladeada de velas e flores, de forma que chame a atenção de todos os que vão
chegando para a celebração.
3. A cruz é
símbolo da fraqueza humana fortalecida pela graça de Deus. Nela ficou exposta
toda a fragilidade e se manifestou a misericórdia de Deus ao ressuscitar seu Filho
Jesus Cristo.
4. Conforme o
Evangelho, a cruz dos cristãos (referência à vida gasta em favor do próximo)
deve ser assumida, carregada pelo caminho da vida à maneira de Jesus. Cláudio
Pastro diz que ela é sinal da nossa vitória. Por isso “Uma procissão atrás da
Cruz, traz presente a Igreja peregrina que segue a Cristo e caminha sob sua
bandeira” Algumas sugestões práticas para a celebração:
a) No
santuário (comumente chamado de presbitério), deve haver uma cruz apenas, que
leva o nome de cruz do altar. Trata-se da única cruz exposta neste espaço.
Portanto, se houver uma cruz suspensa ou fixa, a cruz processional depois da
celebração, é deposta em lugar à parte, pois se permacecer no espaço, cria-se
duplicação simbólico; se não houver, a cruz processional é fixada em lugar de
referência para a comunidade que celebra, em harmonia com o Altar (não sobre
ele).
b) Quando se
trata de cruz processional, a seus pés dependendo do mistério celebrado naquele
domingo, pode-se dispor um pequeno arranjo floral, o que lhe confere
importância no contexto litúrgico. Importante, entretanto, que não concorra com
as peças elementares e fundamentais do espaço: Cadeira presidencial, Ambão e
Altar. Antes, deve estar em harmonia com elas.
9- PARA A
ESPIRITUALIDADE PRESBITERAL
O presbítero é
homem configurado à cruz do Senhor pela sua doação e dedicação à edificação da
Igreja, o Corpo de Cristo. Sua missão de ajudar cada fiel e toda a comunidade a
compreender a necessidade da missão e a tenacidade na busca pela ressurreição, torna-o
mais profundamente ministro do Mistério da fé. Ele realiza esse intento pela
homilia, pelo acompanhamento espiritual dos que lhe acorrem, pela solidariedade
com os que sofrem, pela oração em favor do povo de Deus.
10. AÇÃO RITUAL
Ritos Iniciais
1. A cruz
processional abre a procissão e a conduz. Pode ir acompanhada de velas acesas
que a ladeiam, o que seria significativo, particularmente para este domingo em
que se fala da identidade dos cristãos e de Jesus na missão da Igreja.
2. Fazer bem
devagar e com unção o sinal da cruz no início da celebração.
3. A saudação
presidencial, já predispondo a comunidade, pode ser a fórmula “c” do Missal
Romano (2Ts 3,5). Depois disso é que se propõe o sentido litúrgico e não antes
do canto de entrada.
O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco.
4. Em seguida,
dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido
litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono ou outro
ministro devidamente preparado (Missal Romano página 390).
5. O sentido
litúrgico pode ser proposto, através das seguintes palavras, ou outras
semelhantes:
Domingo do testemunho. Pela palavra de
Jesus, somos libertos de todo medo que toma conta da nossa vida e revestidos de
coragem e confiança em Deus qye cuida com carinho de todos nós.
6. Em seguida fazer a recordação
da vida. Onde for possível, pode-se trazer fotos ou lembrar nomes de mártires
do passado e do de nosso tempo, que deram testemunho de Jesus na sua missão.
7. O ato penitencial
é uma forma de nos reconhecer frágeis e pecadores diante de Deus. É um momento,
não de confissão. Por isso, ao invés de escolher cantos penitenciais
descritivos dos pecados, optar por uma das três formas do Missal: “Confesso a
Deus”, ou “Tende compaixão de nos, Senhor”, em que reconhecemos nossa
fragilidade diante de Deus. Ou algum dos tropos, em que a misericórdia e o amor
de Deus nos leva ao reconhecimento da nossa condição pecadora. Para as duas
primeiras formas, segue-se a conclusão: “Deus todo poderoso tenha compaixão...”
“e o Senhor, tende piedade”. A segunda forma, apenas a conclusão.
8. Cada Domingo é
Páscoa semanal. Cantar com entusiasmo o Hino de louvor.
9. Na oração do
dia somos convocados a amar e venerar a Deus, que nos firma no seu amor.
Rito da Palavra
1. A aclamação
ao evangelho deve ser mantida no seu texto original: ela enfoca e reforça o
aspecto do seguimento de Jesus na cruz.
2. Destacar o
Evangeliário. Depois da procissão de entrada deve permanecer sobre a Mesa do
Altar até a procissão para a Mesa da Palavra como é costume no Rito Romano.
3. Na homilia
lembrar situações difíceis que causam medo e insegurança aos evangelizadores e
aos cristãos em geral. Valorizar testemunho de religiosos, religiosas e leigos
na sua missão e as dificuldades que enfrentam.
Rito da Eucaristia
1. Na oração sobre os dons do pão
e do vinho, oferecemos a Deus um coração que Lhe agrade.
2. A oração eucarística II, com o seu prefácio próprio
está perfeita para esse Domingo. Outra ótima opção seria manter esta mesma
oração eucarística com o Prefácio I para os Domingos do Tempo Comum, o qual
destaca o anúncio das maravilhas de Deus: “ Por ele, vós nos chamastes das
trevas à vossa luz incomparável, fazendo-nos passar do pecado e da morte à
glória se sermos o vosso povo, sacerdócio régio, e nação santa, para anunciar,
por todo o mundo, as vossas maravilhas”.
3. Proclamar
com vibração a ação de graças (Oração Eucarística). Na Oração Eucarística,
“compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude orante, pelos
gestos, pelo semblante e pela autenticidade, elevar ao Pai o louvor e a
oferenda pascal de todo o povo sacerdotal, por Cristo, no Espírito”.
4. Cantar com
vibração o “Amém” conclusivo da Oração Eucarística. Por Cristo, com Cristo...
5. Valorizar o
rito da fração do pão, “gesto realizado por Cristo na última ceia, que no tempo
apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis
pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela
salvação do mundo, formam um só corpo (1Coríntios 10,17” (IGMR, nº 83).
Ritos Finais
1. A oração após a comunhão, nos
mostra que o Corpo e Sangue de Cristo nos renova. Que sempre recebamos como
salvação o que celebramos no sacramento pascal.
2. Destacar o rito da bênção e o
envio missionário da comunidade presente na celebração.
3. Neste domingo é muito oportuno
na bênção final, o número 12 das Orações sobre o povo, Missal Romano página
532. Em seguida acrescentar: Abençoe-vos Deus todo-podroso, Pai e Filho e
Espírito Santo. Amém.
c) Em seguida,
abençoa a assembléia como de costume e a despede.
d) Os
ministros saem em procissão em direção à saída do espaço sagrado ou em direção
à sacristia.
4. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: O que escutai ao pé do ouvido, proclamai-o
sobre os telhados. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
11- CONSIDERAÇÕES FINAIS
“O homem
carrega dentro de si a semente da eternidade” (Gaudium et Spes, n. 18). O
perseguidor não pode alcançar. O perseguidor pode afetar a vida biológica e
nada mais. Mas “perder” ou “salvar” só Deus pode. E Deus pode transformar a
morte do corpo em vida eterna.
Celebremos a
Páscoa semanal do Senhor. Que a força da cruz do Senhor transforme a nossa
vida.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito Mazeti
Assessor diocesano de Liturgia
Bispado de São José do Rio Preto
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