13 de julho de 2014
Salmo 64/65,10-14
Romanos 8,18-23
Mateus 13,1-23
“O SEMEADOR SAIU A SEMEAR”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
semeador. Este 15º Domingo do Tempo Comum é conhecido como o Domingo do
semeador. Uma avaliação da eficácia do anúncio missionário. A Palavra de Deus
é, em si, sempre boa e eficaz.
A atividade de
semear é uma ação humana que implica certeza e confiança. É todo um processo de
trabalho cuidadoso, desde preparar a terra, escolher a semente lançá-la no
tempo certo, regar e esperar que germine, cresça, amadureça até que produza os
frutos desejados.
Reunimo-nos em
volta da pessoa de Jesus para escutar sua Palavra. Ele é o próprio Semeador.
Como a terra acolhe a semente, acolhamos sua Palavra no mais profundo de nossa
vida. Nosso coração é terreno fértil que acolhe a mensagem de vida e liberdade
semeada por Jesus. Celebremos a Páscoa de Jesus Cristo, a qual se manifesta nas
comunidades que vivem a Palavra de Deus e nos corações que se deixam
transformar por ela.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – Isaias 55,10-11. É
impressionante como no profeta Isaias, junto ao povo que voltava do cativeiro,
no meio da destruição e da miséria, anuncia e conta a força da Palavra de Deus.
Os profetas eram porta-vozes de Deus que transmitiam aos seus contemporâneos a
Palavra de Deus.
A leitura de
hoje nos mostra que a Palavra poderosa do Criador é comparada à chuva que
produz seu efeito com infalibilidade. A comparação é bastante expressiva para
os países áridos do Oriente e para qualquer região seca do mundo. Depois das
primeiras chuvas da primavera (de março até abril) o tão morto deserto de Judá
fica novamente verde (cf. Isaias 41,18ss!) como as regiões secas do Brasil no
tempo da chuva. Mas a comparação da Palavra de Deus como fenômenos
meteorológicos traz presente somente no leitor moderno a associação com a lei
da natureza; o antigo Israel viu em ambos, na distribuição seja das chuvas seja
da Palavra de Deus, eventos possíveis, mas incertos que procedem de Deus. A
atuação da Palavra de Deus na história é certamente muito importante.
Nos textos de
Isaias 40,6-8 e 55,10-11 afirma-se a transcendência absoluta da Palavra de
Deus. Ela é totalmente independente. Não existem forças humanas ou
sobre-humanas que possam impedir a ação de Deus e a execução do plano divino de
salvação. Diante da força da Palavra os ídolos não representam nada. Sem ela o
ser humano não move mão nem pé. A Palavra de Deus é eficaz, independente da
aceitação ou rejeição do ser humano, para seu bem ou para seu mal.
A “Palavra de
Deus” e sua eterna vontade, que no tempo oportuno sai de seu silêncio majestoso
e realiza sua missão (55,11), como a chuva caindo do céu faz frutificar a terra
(cf. Deuteronômio 32,2; Isaias 9,7; 45,8; 2Coríntios 9,10; Sabedoria 18,14-15;
João 1,1-4).
Salmo responsorial – Salmo 64/65,10-14.
É uma ação de graças coletiva. O Profeta Isaias exalta a eficácia da Palavra de
Deus e o Salmo 64/65 como Deus a Palavra que faz a terra produzir frutos. Este
Salmo é um hino a Deus por sua misericórdia no Templo, por seu poder criador,
por seus dons nos campos. Entre os “sinais” pode-se colocar o governo pacífico
e rítmico do ciclo agrícola. A terra se abre para receber a chuva como bênção
de Deus: assim, Deus aparece como protagonista desta atividade simples e
prodigiosa.
A bênção de
Deus se traduz em abundância, e a própria terra parece sentir o prazer do dom
divino, unindo-se ao canto de louvor. Em linguagem poética fala como Deus
prepara a terra, e como os vales se vestem de espigas, as colinas se enfeitam
de alegria, os campos dão gritos de alegria e cantam.
O rosto de
Deus. Um Deus ligado à história, à vida e a caminhada do povo (versículo 10). É
o Senhor da natureza (versículos 10-14), providenciando para que o ciclo dela
siga seu curso, de modo que nada falte ao ser humano. O rosto de Deus aparece
como agricultor que cuida do ser humano e da natureza.
Além de
mostrar Jesus louvando e agradecendo, os evangelhos O apresentam assumindo o
rosto do Pai deste salmo. Por exemplo, Ele ouviu as súplicas (Marcos 10,47),
perdoou pecados (João 8,1-11), reuniu o povo, ensinou a partilhar (Marcos
6,34-44), é a esperança de todos (3,7-12), é a Palavra criadora do mundo (João
1,1), é o Senhor da história e da natureza (Marcos 4,35-41).
Cantando este
Salmo neste domingo, peçamos que o Senhor tenha misericórdia de nós e nos enche
de alegria com a Sua Palavra vivificadora.
A SEMENTE CAIU
EM TERRA BOA E DEU FRUTO.
Segunda leitura – Romanos 8,18-23. O Apóstolo Paulo escrevendo a carta aos
Romanos, apresenta a relação entre o mistério cristão e a criação. A criação
anseia pela manifestação dos filhos de Deus. Existir para o ser humano é
sofrer. No seu sofrimento reconhece o gemido da criação ainda não libertada.
Talvez por isso mesmo, trata de reprimir este gemido pelo mito da transformação
tecnológica! Mas não é sufocando a natureza e a criação que o ser humano se
realiza e sim, intermediando, como sacerdote, seu pleno desabrochamento. No ser
humano, a criação deve participar da realidade divina, da “liberdade dos filhos
de Deus” (romanos 8,23.21). O sofrimento solidário do ser humano e da natureza
são as dores do parto da nova criação – Romanos 8,18-19 cf. Romanos 5,2-5;
2Coríntios 4,17; Colossenses 3,3-4; 1João 3,2; Romanos 8,2-23 cf. Gênesis 3,17;
Oséias 4,1-3; 2Pedro 3,11-13; Apocalipse 21,1; 2Coríntios 5,2-5.
O Apóstolo Paulo, em suas cartas, acentua o
papel da esperança cristã. A seqüência em que ele normalmente menciona as três
virtudes teológicas é a seguinte: fé, caridade, esperança (Colossenses 1,4-5;
1Tessalonicenses 1,3; 5,8; 2Tessalonicenses 1,3; Efésios 1,15-18). Ele sugere
que a esperança arrasta em seu movimento a fé e a caridade.
A segunda
leitura desta liturgia continua o tema da verificação pelo Espírito, a vida
nova em Cristo (cf. Domingo passado). No contexto imediatamente anterior, Paulo
acaba de dizer que recebemos o Espírito do Cristo, que clama em nós: “Aba,
Pai”; o Espírito que nos transforma em filhos adotivos de Deus, isto é, filhos
escolhidos, e co-herdeiros em Cristo, chamados para a glória com Ele (Romanos
8,14-17). Mas ainda não se revelou em nós esta glória, embora o Espírito já nos
seja dado como primícia, isto é, primeiro fruto. Por isso, nós e toda a criação
estamos desejando por esta plenitude, como uma mulher em dores de parto (cf.
João 16,21): o filho está aí, mas até que ele se manifeste, ela tem que passar
pelo trabalho de parto ou a cesaria. Esta é a situação nossa e de nosso mundo,
que é solidário conosco.
Evangelho – Mateus 13,1-23. Jesus,
através das parábolas de Mateus (sermão parabólico, sete parábolas), nos fala
do Reinado de Deus. Ele se apresenta como um pregador que proclama o início do
Reinado de Deus, exigindo dos ouvintes aceitação e obediência. Mateus
contextualiza o capitulo 13 em meio às hostilidades das lideranças
político-religiosas contra Jesus (capítulo 12) e à situação de desânimo das
comunidades da Síria e do Norte da Palestina, diante das dificuldades
encontradas no anúncio da Boa-Nova do Reino provindas das resistências dos
judeus ortodoxos. Em meio aos conflitos, os cristãos cedem à tentação do
relaxamento e do abandono das práticas cristãs.
O tema comum da primeira leitura e do
Evangelho de hoje é: “A Palavra, a semente”. Em Isaias 55,10-11, a Palavra de
Deus comparada com a chuva e a neve que não voltam ao céu sem ter fecundado e
feito germinar as sementes, as plantas... No Evangelho 13,1-23, não a chuva,
mas a própria Palavra é comparada com a semente. Através de ambas as imagens,
porém, transparece uma realidade comum: não somos nós que fazemos crescer a
Palavra. O crescimento da Palavra é obra de Deus.
A parábola é
pronunciada para uma grande multidão, na beira do Mar da Galiléia (na
realidade, uma lagoa). É uma descrição narrativa de um semeador e do resultado
da semeação. É uma pintura, que olhamos, sem necessitar de explicação. Jesus
também não compara com nada. Jesus apresenta-Se como o semeador escatológico,
que constata que nem toda a sua semeadura caiu em boa terra – mas a que
encontrou terra boa, produz muito fruto. Pois semeadura é a Palavra de Deus,
que produz seu efeito (cf. Isaias 55,10-11, primeira leitura).
A parábola
propriamente dita se interessa, antes de tudo, pela sorte reservada à semente
em quatro terrenos diferentes. As cenas estão dispostas de maneira progressiva
e otimista, para culminar na visão do extraordinário rendimento da semente.
“A que tem,
será dado mais e terá abundancia; e a quem não tem, será tirado o que tem”. O
que significa ter e não ter? Jesus explica a falta de fé, especialmente, do
povo de Israel do Seu tempo. O que eles não têm, é a fé; por isso, também não
têm condições de conhecer os mistérios do Reino. O que eles têm, é a Escritura
Sagrada, a Lei e os Profetas, e as promessas de Deus aos seus pais; mas isto
será tirado deles.
A liturgia de
hoje nos descreve as condições de pregação da Igreja dos primeiros tempos e de
sempre. A sua mensagem é, certamente, a Palavra divina, que é eficaz e fecunda
como a chuva que fertiliza o chão (primeira leitura destacado pelo salmo
responsorial). Mas o ouvinte tem que colaborar com Deus. Deus não força
ninguém, Ele Se deixa acolher. Se alguém não O acolhe, ou mal acolhe, de modo
superficial... nada feito, não cria vínculo com Deus. Aí esta o mistério da
liberdade do ser humano. A falta de fé era um problema sério para as primeiras
gerações de cristãos e também para os cristãos de hoje.
Ainda que os
primeiros resultados falam em fracasso, a eficácia da Palavra de Deus está
assegurada, pois a terra fértil compensa com vantagem a esterilidade das outras
três parcelas: caminho, os terrenos pedregosos e o terreno entre os espinhos.
O semeador
(Deus, Cristo, o apóstolo) espalha generosamente a semente, confiando no êxito
final. Contudo, o protagonista da parábola não é o semeador, mas a “semente”,
tal como o terreno que cai. O núcleo da proclamação evangélica deste domingo é
a eficácia da Palavra.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Estamos diante
de uma parábola que tem por objetivo avaliar a acolhida da Boa-Nova do Reino. A
semente lançada à terra pelo semeador é a Palavra de Deus. O semeador é o
próprio Jesus, que avalia positivamente a eficácia da palavra do Reino. O
semeador espalha generosamente a semente confiando sempre numa prodigiosa
colheita.
Jesus nos fala
em parábolas para revelar o que acontece com a Palavra de Deus na história, na
comunidade eclesial. Ele tem presente a palavra do profeta: “Como a chuva que
cai e rega a terra, assim a Palavra de Deus não volta sem produzir seu fruto”
(Is 55,10-11).
Uma leitura
superficial pode dar a impressão de aparente fracasso. A eficácia da semente
está assegurada apenas por uma das partes. Três partes refletem que a semente
caiu em terreno estéril: o caminho, a terra pedregosa e repleta de inço. As
possíveis perdas são compensadas pela abundância da terra fértil.
No subsolo das
palavras da parábola, esconde-se uma realidade vivida pela comunidade cristã.
Em meio às hostilidades, perseguições e deserções de muitos convertidos, a
comunidade se pergunta pela eficácia da Boa-Nova do Reino: “Hoje, entre nós,
não é diferente. Basta lembrarmos a catequese: quantos jovens perseveram depois
da Primeira Comunhão Eucarística ou da celebração da Crisma? Depois de uma
missão popular que arrastou multidões, quantas pessoas participam assiduamente
e se comprometem com as comunidades? No ‘quarto dia’ de muitos de nossos
movimentos eclesiais, quantos perseveram de fato? Há quem se interrogue: que anúncio
do Evangelho é esse, se, após tantos anos de evangelização, apenas uma minoria
participa da Igreja? Que força tem nosso anúncio missionário, se o povo está
aderindo a outras confissões? Que compromissos suscitam nossas catequeses e
nossas celebrações?”
As
resistências, os conflitos e as perseguições são superadas pelo dinamismo da
boa semente que encontra acolhida. A instauração e a ação dos valores do Reino
de Deus estão sempre submetidas aos riscos do insucesso e do fracasso. Por
isso, quem adere à Boa-Nova de Jesus terá que viver fiel e criativamente em
meio ao conflito suscitado pelos opositores dos valores do Reino (os tipos de
terrenos adversos à boa semente). A Palavra não produz frutos nos corações
endurecidos e fechados; é pouco fecunda nos corações vazios e superficiais; seu
dinamismo é anestesiado pelas preocupações materiais exageradas.
Observemos que
o foco das atenções concentra-se na semente e na qualidade do terreno. A
eficácia da proclamação da Palavra (semente) pode ser condicionada, em boa
parte, pela aceitação do ouvinte (terra), ou seja, na perspectiva da salvação,
Deus toma a iniciativa, oferecendo seus dons, porém, respeitando a liberdade
das pessoas e da comunidade, aguarda uma resposta favorável. O que dificulta o anúncio
e a acolhida da semente da Boa-Nova é a falta de compromisso de fé e de
coerência que ela exige. Pensemos nas inúmeras realidades de nossa sociedade
que se opõem à dignidade da vida embasada nos valores do Evangelho.
Jesus,
estrategicamente, utiliza a experiência de um esperto agricultor que confia na
fertilidade de seu pequeno terreno. Começa falando do Reino de Deus, o compara
a uma desastrosa semeadura e, ao concluir, o equipara a uma colheita que
superou as expectativas. As cifras de cem, sessenta e trinta por um revelam a
plenitude do Reino de Deus. A palavra acolhida por um pequeno grupo de
discípulos é fecunda e ultrapassa todas as previsões.
A parábola é
providencial para nosso tempo. Na perspectiva do evangelista Mateus, a Igreja,
hoje, quer que suas comunidades sejam felizes e acreditem mais em si mesmas e
no fermento do Reino. Alcançar grandes resultados é a tentação imediata. A
agricultura extensiva enche mais fácil os olhos do que um pequeno roçado, mas
quem alimenta o povo é a pequena agricultura familiar. A Boa-Nova do Reino de
Deus é uma pequena semente que condensa em si um dinamismo incalculável.
Lembremos o que o apóstolo Paulo afirma: “Deus escolheu o que é loucura no
mundo, para confundir os sábios; e Deus escolheu o que é fraqueza no mundo,
para confundir o que é forte” (1Cor 1,27).
A missão da
Igreja é semear, inserindo-se em todos os setores em que atuam as pessoas e ser
aí fermento de transformação, apesar da incredulidade e das rejeições. A
parábola do semeador é uma exortação à comunidade de fé, em vista de sua
perseverança e do bom testemunho (da produtividade) dos convertidos ao
seguimento de Jesus e à proposta do Reino. Contudo, cada um e cada comunidade
devem se perguntar que tipo de terreno são: beira de caminho, pedregoso, cheio
de pestes daninhas ou terra boa?
Para o Papa
Bento XVI, “é condição indispensável (para a Igreja missionária) o conhecimento
profundo e vivencial da Palavra: que ela se converta em seu alimento para que,
por experiência própria, veja que as palavras de Jesus são espírito e vida
[...]. É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda a vida na
rocha da Palavra de Deus” (Documento de Aparecida, 247).
Nesta
celebração, deixemos que o Senhor quebre nossas resistências e
superficialidades e finque em nós as raízes de sua santa Palavra.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
Para nós,
cristãos, é impossível imaginar uma celebração sem a Palavra de Deus. De outra
forma não seria uma celebração cristã. A Palavra de Deus é o próprio Verbo
encarnado: Deus que se fez humano, plantado no chão da nossa vida como a
semente jogada na terra pelo semeador. O mesmo acontece na celebração: o
semeador jogou sua Semente para todo lato. Pensando em termos celebrativos, a
semente caiu no terreno da música, dos gestos, dos símbolos, dos movimentos,
das cores e perfumes, do som do violão e do atabaque, dos ministérios e da
assembleia. Tudo aquilo que constitui a celebração é terreno onde Jesus, a
Semente de Deus, encontrou lugar para ser deitada.
Não é apenas
como se cada coisa falasse dele, como faz um jornal que transmite uma notícia.
É bem mais! Cada elemento da celebração deixa perceber sua presença forte e
atuante em nosso meio, plantado no coração da nossa reunião festiva, onde
fazemos sua memória, vendo crescer os frutos da salvação e florir vida e
alegria para todos. O canto é ressonância do seu Espírito. O incenso é seu
perfume impregnado em nossa alma. Os gestos simbólicos, seu toque amoroso,
curativo e compassivo. A beleza das flores, seu jardim reaberto aos homens e
mulheres redimidos. A luz que na noite brilha, seu amor vitorioso sobre o
madeiro da cruz... Por estes sinais entramos em comunhão com ele mesmo, vivendo
da sua vida e deixando que ele exista em nós. A celebração é terreno onde caiu
a semente e produziu muitos frutos. Basta colher o que essa terra nos dá.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Neste domingo,
reunimo-nos junto a Jesus, Semeador generoso, que lança na terra de nossa vida
a semente fecunda de sua Palavra. Como outrora aos discípulos, hoje, ele revela
as Escrituras e parte o pão para nós (cf. Oração Eucarística para diversas
circunstâncias III).
Assim como a
terra seca e sedenta aspira pela chuva, nós necessitamos do orvalho da Palavra
de Deus que revitaliza nossa fé. A Igreja, com solicitude maternal, pela
celebração da Eucaristia e em todas as suas ações litúrgicas, abre os tesouros
e distribui a seus filhos a abundância da Palavra de Deus: “Para que a mesa da
Palavra de Deus seja preparada, com maior abundância, para os fiéis, abram-se
largamente os tesouros da Bíblia” (Sacrosanctum Concilium, 51). Assim, a mesma
celebração litúrgica, que se sustenta e se apoia principalmente na Palavra de
Deus, converte-se num acontecimento novo e enriquece a Palavra com uma nova
interpretação e eficácia (cf. Elenco das Leituras da Missa, 3).
“A Palavra de
Deus, proposta continuamente na liturgia, é sempre viva e eficaz, pelo poder do
Espírito Santo, e manifesta o amor ativo do Pai, que nunca deixa de ser eficaz
entre os homens” (elenco das Leituras da Missa, 4). Reunida e alimentada pela
Palavra de Deus e pela Eucaristia, a assembleia dos fiéis transforma-se em povo
de deus, Corpo de Cristo.
Na celebração
eucarística, antes mesmo de renovar seu sacrifício, Cristo se faz presente e
age através de sua Palavra (cf. Sacrosanctum Concilium, 7). Entre a Liturgia da
Palavra e a Liturgia Eucarística, há íntima unidade. Em ambas, Cristo está
presente e atua para nossa santificação (cf. Eucharisticum Mysterium, 10). A
Igreja alimenta-se da mesa da Palavra e da mesa da eucaristia. Numa se instrui
e na outra se santifica, pois, na Palavra de deus anuncia-se a aliança divina,
e, na Eucaristia, renova-se esta mesa aliança nova e eterna. Numa se recorda da
história da salvação com palavras, noutra, a mesma história se expressa por
meio dos sinais sacramentais da liturgia (cf. Elenco das Leituras da Missa,
10).
A comunidade
eclesial cresce e se constrói ao escutar a Palavra de Deus e os prodígios que
de muitas formas deus realizou na história da salvação e que se fazem
presentes, de novo, nos sinais da celebração litúrgica. Anunciando e
proclamando a Palavra, a Igreja se reconhece a si mesma como o novo povo. Todos
os cristãos, que pelo Batismo e pela Confirmação no Espírito converteram-se em
mensageiros da Palavra de Deus, depois de receberem a graça de escutar a
Palavra, devem anunciá-la na Igreja e no mundo, ao menos com o testemunho de
sua vida (cf. Elenco das Leituras da Missa, 7).
Na ação
eucarística, fazemos memória de Jesus, a boa semente do Reino, grão escolhido
que, com sua morte e ressurreição, aceitou ser lançado na terra da humanidade
pelo Pai e, pela força do Espírito Santo, foi germinado e vencendo as forças da
morte. Tornou-se, assim, o primeiro fruto maduro do Reino que ele mesmo
anunciou.
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Preparar
bem a celebração. A preparação feita por uma equipe que tenha formação
litúrgica adequada pode assegurar uma celebração mais autêntica do mistério
pascal do Senhor, assim como a ligação como os acontecimentos da vida,
inseridos neste mesmo mistério de Cristo (cf. Doc. da CNBB 43, n. 211).
Garantir que o povo de Deus exerça o direito e o dever de participar segundo a
diversidade de ministérios, funções e ofícios de cada pessoa (Doc. da CNBB 43,
n. 212; Sacrosanctum Concilium, n.14). Preparar a celebração e utilizar de uma
metodologia – um caminho.
2. A leitura
contínua do Evangelho, harmonizada com a primeira leitura, tirado do Primeiro
Testamento, dá a tônica da celebração e apresenta um itinerário de seguimento.
Aí temos a espiritualidade a ser vivida durante a semana e a vida toda.
3. A mesa da
Palavra e a mesa da Eucaristia formam um só ato de culto; portanto, é preciso
manter um equilíbrio de tempo entre as duas. Homilias prolongadas, introduções
antes das leituras parecendo comentários ou pequenas homilias, tudo isso prejudica
o rito eucarístico, que em consequência acaba sendo feito às presas.
4. “É muito
recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na
mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também
através dos sinais, a comunhão se manifeste mais claramente como participação
do Sacrifício celebrado” (IGMR nº 56 h). Um dos mais graves abusos nas
celebrações da eucaristia é a distribuição da comunhão do sacrário como prática
normal. Assim pecamos contra toda a dinâmica da ceia eucarística, que consta da
preparação das oferendas, da ação de graças sobre os dons trazidos, da fração
do pão consagrado e da sua distribuição àqueles que, com a oblação deste pão,
se oferecem a si mesmos com Jesus ao Pai.
5. Lembrar que
no dia 14 é dia de São Camilo de Lellis declarado pela Igreja patrono dos
enfermos e dos hospitais. Lembrar também que dia 16 é dia de
Nossa Senhora do Carmo.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 15º Domingo do
Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos
deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado.
A equipe de
canto faz parte da assembleia. Não deve ser um grupo que se coloca à frente da
assembleia, como se estivesse apresentando um show. A ação litúrgica se dirige
ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. Portanto, a equipe de canto deve se
colocar entre o presbitério e a assembleia e estar voltada para o altar, para a
presidência e para a Mesa da Palavra.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembleia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados nos CDs Liturgia VI, Cantos de Abertura e Comunhão e Cantos de
Abertura e Comunhão (as mais belas parábolas).
1. Canto de abertura. Inebriar-se
com a visão de Deus (Salmo 16/17,15). “Assim que a tua glória revelar-se,
Senhor, perante a história”, CD: Liturgia VI, melodia da faixa 19.
O canto de
abertura sugerido pelo Hinário III da CNBB, assumindo a antífona de entrada
retirada do Salmo 17/16,15 com os versos do Salmo 33/32, é uma ótima opção. É
sempre importante recuperar a tradição de cantar os salmos nas celebrações, já
que eles contam as maravilhas que Deus realiza por meio da história de seu
povo.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas.” Vejam o CD: Tríduo Pascal I e II e também no CD
Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico
III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso
e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor)
se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e
imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de
Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao
Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas
publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembleia.
3. Salmo responsorial 64/65. Deus
faz frutificar a terra. “A semente caiu em terra boa e deu fruto”, CD: Liturgia
VI, melodia da faixa 21.
O Salmo
responsorial é um dos cantos mais importantes da liturgia da Palavra. É um tipo
de leitura da Bíblia. Por isso, é melhor que não seja cantado por todos, mas
cantado por uma só pessoa: o salmista. A comunidade toda deverá ouvir
atentamente e responder com o refrão. Sendo um canto bíblico, não deverá ser
substituído por outro canto. O salmo nos permite dar uma resposta (por isso
responsorial) à proposta que Deus nos faz na primeira leitura. Por isso ele é
compromisso de vida. Ou como diz o profeta Isaias 55,10-11: “A chuva cai e a
terra responde com frutos”. Deus fala e a comunidade responde na fé, na
esperança e no amor. Além da resposta, o Salmo atualiza a primeira leitura para
a comunidade celebrante.
Onde não for
possível cantá-lo, que se cante pelo menos o refrão. A Missa é, para o povo, o
único lugar onde se descobre a riqueza dos salmos.
Primeira
leitura: Palavra proposta
Salmo responsorial:
Palavra resposta a Deus.
4. Aclamação ao Evangelho. A
Semente da Palavra (Lucas 8,11). “Aleluia, semente é de Deus a Palavra, o
semeador é o Cristo”, CD: Liturgia VI, melodia da faixa 20. O canto de
aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical
página 292.
5. Apresentação dos dons. A
Palavra semeada deve gerar na assembleia a partilha para que ela possa
transformar-se num terreno fértil. Devemos ser oferenda com nossas oferendas.
“Bendito e louvado seja o Pai, nosso Criador”, CD: Liturgia VI, melodia da
faixa 14.
6. Canto de comunhão. “O que foi
semeado em terra é aquele que ouve a Palavra e a entende” (Mateus 13,23).
“Terra boa é aquele que ouviu e a Palavra de Deus praticou”, CD: Liturgia VI,
melodia da faixa 22;
A liturgia
apresenta mais duas opções para o canto de comunhão: “A semente que caiu pela
estrada”, CD: Cantos... As mais Belas Parábolas, melodia da faixa 10; Outra
ótima opção é Efésios 1,3-10: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 17.
O Canto de
Comunhão articulado com a Liturgia da Palavra, o que permite estabelecer e
experimentar a unidade das duas mesas, considerando a Liturgia um único ato de
culto. O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do dia. Esta é a
sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é
dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o
Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes
conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.
7. Desafio para os instrumentistas. É
transformar as ondas sonoras do violão, do teclado e dos outros instrumentos na
voz de Deus, isto é, em sintonia com o coração de Deus. Muitas vezes os
instrumentistas acham que para agradar a Deus e o povo é preciso barulho e
agitação. É preciso uma conscientização maior dos instrumentistas de que Deus
não gosta do barulho. Assim fala o Senhor: “Afasta de mim o barulho de teus
cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas” (Amós 5,23). Deus gosta da
brisa leve, da serenidade, da mansidão, do silêncio... Veja o exemplo da
experiência que o profeta Elias fez de Deus na brisa suave e não na agitação do furacão, nem do terremoto e nem do
fogo (1Reis 19,11-13). É preciso muito cuidado com os instrumentos de
percussão. As equipes de canto e as bandas barulhentas, não expressam aquilo
que Deus é, mas aquilo que os músicos são. “O barulho não faz bem, o bem não
faz barulho” (São José Marello). Nossos cantos devem agradar ao Senhor e não
descontentá-Lo, “Hoje seja-lhe agradável o meu canto!” (Salmo 102/103,34). O
convite aos cantores e instrumentistas é para homenagear o Senhor e cantar de
coração de forma suave: “Instalou diante do altar tocadores de harpa, a fim de
tornar doce a melodia de seus cânticos” (Eclesiástico 47,9 se for o texto grego
é o versículo 11).
8- O ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Preparar
bem a Mesa da Palavra, enfeitando-a com flores, sementes e velas de acordo com
a cultura e as possibilidades da comunidade. A mesa da Palavra receba também
destaque semelhante à mesa eucarística: toalhas, cor litúrgica (verde). Os
enfeites não podem ofuscar as duas mesas principais: mesa da Palavra e o Altar.
2. “O altar
dentro da Igreja goza da mais alta dignidade, merece toda honra e distinção,
pois nele se realiza o mistério Pascal de Cristo, do qual é o símbolo por
excelência. Pela sua dignidade e valor simbólico, o altar não pode ser um móvel
qualquer ou uma peça sem expressão, mas precisa ser nobre, belo, digno,
plasticamente elegante. Nada se sobrepõe ao altar. Ele pode ser realçado com a
toalha, as velas, a cruz processional, as flores. Todos estes elementos devem
enfatizar a sua nobreza e sobriedade, sem escondê-lo ou dificultar as ações
litúrgicas.
9. AÇÃO RITUAL
Celebramos o
Verbo de Deus, a Palavra que se fez carne, semeada na vida da humanidade para
todos os homens e mulheres, para todos os povos e culturas, para todas as raças
e idades. A salvação é dom irrestrito de Deus, mas precisa encontrar terreno
onde possa florescer e dar frutos.
Ritos Iniciais
1. O canto de
abertura nos além de nos introduzir no mistério celebrado deste domingo, nos
convida a alegrar no Senhor. Neste canto quem preside pode dar destaque para a
primeira estrofe, “Alegrai-vos no Senhor! Quem é bom venha louvar!”. Após o
canto de abertura que nos motiva a alegrar no Senhor, podemos convidar a
assembleia a aplaudir nosso Deus de maneira bem alegre. Não se trata de ficar
batendo palmas durante o canto, e sim depois.
2. A saudação presidencial,
já predispondo a comunidade, pode ser a fórmula “c” do Missal Romano (2Ts 3,5).
Depois disso é que se propõe o sentido litúrgico e não antes do canto de
entrada.
O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de
Deus e a constância de Cristo, esteja convosco.
3. Em seguida,
dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido
litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono ou outro
ministro devidamente preparado (Missal Romano página 390). Pode ser com estas
palavras o sentido litúrgico da celebração ou outras semelhantes:
Domingo do semeador. Reunimo-nos em volta da
pessoa de Jesus para escutar Sua Palavra. Ele é o próprio semeador. Como a
terra acolhe a semente, acolhamos a Sua Palavra no mais profundo de nossa vida.
4. A
recordação da vida pode ser o espaço ideal para manifestar os fatos marcantes
como aniversários, bodas, momentos de dor e de luto, missa de 7º e 30º dia,
etc. A lembrança pelos falecidos pode ser feita na Oração Eucarística (memento
dos mortos) e as demais necessidades manifestadas nas preces.
5. Na oração
do dia, contemplamos a Deus que sempre nos mostra sempre a luz da verdade. É
preciso ser cristão digno desse nome, isto é, testemunhar a fé.
Rito da Palavra
1. Introduzir
a Liturgia da Palavra com um refrão meditativo, solenizando a proclamação da
Palavra de Deus em suas leituras. Pode ser este refrão: “A vossa Palavra,
Senhor, é sinal de interesse por nós”.
2. Em todo o
rito, a Palavra se conjuga com o silêncio.
Momentos de silêncio após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecem a
atitude de acolhida da Palavra que fertiliza o terreno da assembleia. O
silêncio é o momento em que o Espírito Santo torna fecunda a Palavra no coração
da comunidade. Nem tudo cabe em palavras.
3. Solenizar a
procissão com o Evangeliário e a proclamação do Evangelho, pela presença de
pessoas com velas; onde for possível, a assembleia pode se aproximar da Mesa da
Palavra.
4. Após a
leitura não é preciso mostrar o livro. Por que? Porque quando o(a) leitor(a)
diz “Palavra do Senhor” (para as leituras) ou “Palavra da Salvação” (para o
Evangelho), refere-se à Palavra do Senhor que acabou de ser proclamada e ouvida
pela assembleia e não ao livro em si. Portanto, é o próprio Cristo que nos
fala. É como dizia São Jerônimo: “Cristo está sentado no céu, mas não deixa de
falar na terra”.
Rito da Eucaristia
1. Na oração sobre as oferendas
fazendo eco ao Evangelho, suplicamos a Deus que acolha as nossas oferendas e
que possamos crescer em santidade.
2. Quanto ao
prefácio: se não for cantado, quem preside procure proclamá-lo com ênfase, mas
ao mesmo tempo calmamente, de forma serena e orante. Frase por frase. Cada
frase é importante, anunciadora do mistério que hoje celebramos. Basta prestar
bem atenção nelas! A boa proclamação do Prefácio, como abertura solene da
grande oração eucarística (bem proclamada também), tem um profundo sentido
evangelizador, pois, por seu conteúdo e, sobre tudo, por ser oração, toca fundo
no coração da assembleia.
3. Seria
oportuno para este Domingo o Prefácio Comum VI em que contemplamos Cristo como Palavra
viva, página 461 do Missal Romano. Recorde-se que em caso de prefácio móvel,
somente as orações eucarísticas I, II e III devem ser escolhidas. A segunda
admite troca de Prefácio.
4. Proclamar
com vibração a ação de graças (Oração Eucarística). Na Oração Eucarística,
“compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude orante, pelos
gestos, pelo semblante e pela autenticidade, elevar ao Pai o louvor e a
oferenda pascal de todo o povo sacerdotal, por Cristo, no Espírito”.
5. A comunhão
expressa mais nitidamente o mistério da Eucaristia quando distribuída em “duas
espécies”, como ordenou Jesus na última ceia, “tomai comei, tomai bebei”. Vale
todo esforço e tentativa no sentido de se recuperar a comunhão no Corpo e
Sangue do Senhor para todos, conforme autoriza e incentiva a Igreja. “A
comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas
espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete
eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova
e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete
eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR, nº 240). Pelo
menos aos Domingos, Páscoa semanal dos cristãos, é muito oportuno que a
comunhão seja feita sob as duas espécies para toda a assembleia.
Ritos Finais
1. Na oração depois da comunhão
que também faz eco ao Evangelho, peçamos a Deus que “Cresça em nós a Salvação”
celebrada na Eucaristia.
2. Os ritos
iniciais remetem aos ritos finais, pois neles somos convocados para estar com o
Senhor e sermos enviados em missão (cf. Marcos 3,14), para sermos sacramento de
unidade e da salvação de todo o ser humano (cf. Lumem Gentium 1), mensageiros
de solidariedade, de paz, de justiça, transformação pascal, vida, salvação, aliança
entre todos os povos e culturas.
3. Para
confirmar a missão recebida, recordam-se os compromissos (os avisos,
comunicações), propostos como expressões do envio. Portanto, feitos com
objetividade, clareza e a devida motivação, para maior envolvimento da
comunidade Evitem longos comentários sobre cada aviso.
4. Na bênção
em nome da Santíssima Trindade levem-se em conta as possibilidades que o Missal
Romano oferece (bênçãos solenes, na oração sobre o povo). Ela expressa que a
ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões,
também políticas e sociais. Ver a bênção final do Tempo Comum III do Missal
Romano.
5. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Que a
Palavra do Senhor frutifique as vossas vidas. Ide em paz e que o Senhor vos
acompanhe.
6. É comum
além, de entrar em procissão no início da celebração guiados pela cruz, também
retirar-se do espaço sagrado em procissão, igualmente guiados pela cruz.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um grande tema
deste Domingo é a eficácia da Palavra de Deus dentro da vida humana. Tema que
domina toda a tradição bíblica e continua para nós hoje.
Celebremos a
Páscoa semanal do Senhor. Que a força da cruz do Senhor transforme a nossa
vida.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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