01 de janeiro de 2015
Leituras
Números 6,22-27
Salmo 66/67,2-3.5-6. 8
Gálatas,4,4-7
Lucas 2,16-21
“OS PASTORES VOLTARAM, GLORIFICANDO E
LOUVANDO A DEUS”
1- PONTO DE PARTIDA
Solenidade da
Santa Mãe de Deus e Oitava do Natal. Hoje o Menino que nasceu em Belém recebe
um nome. Na Oitava do natal celebramos a Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria.
Festa da Maternidade divina e veneração àquela que é Mãe de Deus e da Igreja.
Maria é protagonista indiscutível do mistério do nascimento do Senhor. É a
primeira festa de Maria do Ocidente. Os evangelhos destacam a adoração dos
pastores com a figura central de Maria, a mãe do Menino, e a circuncisão ao
“oitavo dia”.
Estamos
vivenciando as festas natalinas, com a celebração da manifestação do Senhor em
nossa vida e na história da humanidade. Na celebração de hoje nossa atenção se
volta para o mistério da Mãe do Senhor sob o título de “Mãe de Deus”.
Hoje é Dia
Mundial da Paz. Em um comunicado, o Vaticano informou o lema que o Papa
Francisco escolheu para este ano. “Não mais escravos, mas irmãos”. A proposta é
promover ações contra o tráfico de seres humanos.
Em várias
ocasiões, Francisco classificou esta prática como uma praga do século XXI,
convocando especialistas para discutir a questão e elaborar ações de combate ao
tráfico humano. De acordo com o texto divulgado pela Santa Sé, a realidade da
escravidão não é algo do passado, mas um flagelo social muito presente. “a
escravidão tem muitos rostos abomináveis: o tráfico de seres humanos, o tráfico
de imigrantes e a prostituição, a escravidão no trabalho, a exploração do homem
pelo homem (...). Os indivíduos e os grupos especulam sobre esta escravidão,
beneficiando-se dos conflitos no mundo, do contexto de crise econômica e da
corrupção.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – Números 6,22-27. Como
primeira leitura na Oitava do Natal e Ano Novo, a Igreja escolheu a bênção
sacerdotal do Primeiro Testamento, com que se encerravam as grandes celebrações
litúrgicas no Templo de Jerusalém. Entre estas, a celebração do Ano Novo era
uma das mais importantes. Mais tarde encerravam-se as reuniões semanais nas
sinagogas com esta bênção de Araão, que só podia ser pronunciada por um
sacerdote. A bênção consiste em três súplicas, em que se invoca o nome de Deus
para assegurar ao Povo de Deus a proteção, a benevolência e a paz de Deus. A
bênção é destinada a todo o povo de Deus na sua totalidade e não em primeiro
lugar o indivíduo ou sua família. De fato, ela é uma atualização da fórmula da
Aliança que se encontra por toda a parte no Primeiro e Novo Testamento: “Eu
serei o seu Deus e vocês serão o meu povo”. Por isso, esta bênção aarônica pode
ser considerada como a origem de todas as bênçãos da liturgia cristã.
A bênção está
escrita em três versos. A primeira parte de cada verso invoca a ação pessoal do
Senhor sobre o povo: “abençoe” (versículo 24a), “faça brilhar sua face”
(versículo 25a) e “volte seu olhar” (versículo 26a). A cada um dos atos do
Senhor segue uma conseqüência da bênção invocada: “guardará” (versículo 24b),
“compadecerá” (versículo 25b) e “dará a paz” (versículo 26b).
Dizer que Deus
nos mostrará a sua face é um modo de dizer que Ele terá especial cuidado
conosco. É nos sentirmos diante do olhar de Deus. Abençoado é aquele que
aprende a pautar sua vida pela vontade de Deus. Que trabalha, perdoa, acolhe,
partilha e promove a paz entre os povos. “Voltar (para ti) o seu olhar” é
também expressão do amor divino em gestos de ajuda aos necessitados, logo o
povo terá a paz, que é sinal de integridade, perfeição, felicidade e harmonia,
levando a pessoa a uma vida plena e livre. Recordemos que Jesus é chamado o
Príncipe da Paz. Ele é a paz. Veio trazer a paz.
Não devemos
manipular a Deus pedindo bênçãos para conquistar vantagens pessoas. Abençoado é
aquele que vive diante do olhar de Deus.
Cristo será,
um dia, a verdadeira bênção, não somente porque, graças a Ele, a humanidade
poderá alcançar as bênçãos divinas (Efésios 1,3; Atos 3,26) mas, antes de tudo,
porque vai integrar a humanidade este Espírito de Deus que é fonte de
verdadeira comunhão da pessoa humana com Deus e plenitude das buscas
empreendidas pela pessoa para obter a felicidade.
Salmo responsorial 66/67,2-3.5-6.8. Este
Salmo mistura vários tipos: súplica coletiva (versículo 2-3), hino de louvor
(versículos 4.6) e ação de graças coletiva (versículos 5.7-8). Nós o
consideramos ação de graças coletiva. O Povo agradece a Deus após a festa da
Colheita, e aprende que Ele é o Senhor do mundo. Começa pedindo a bênção.
Iluminar ou fazer brilhar a face é mostrar-se afável, benévolo. O caminho é a
conduta de Deus, seu modo regular de agir; é simplesmente a salvação. Este
caminho se torna claro na bênção para todos os que querem ver e aceitar. O
Salmo insiste no horizonte universal do governo divino e do louvor humano.
A bênção
contida na primeira leitura é tornada oração. É alargada a todos os povos
através do salmo. Criado como ação de graças pelas colheitas, ressoa hoje em
nossos lábios como louvor àquele Deus de piedade, cuja “bênção”, faz germinar
na nossa terra o verdadeiro fruto bendito: Jesus, pão da vida.
O rosto de Deus
no Salmo. É novamente o Deus da Aliança, mas isso não é exclusividade ou
privilégio de Israel. Ele é o Deus de todos os povos. Julga-os com justiça e
retidão. Todos os povos o celebram, e o resultado disso é a vida que brota da
terra. A bênção é, na Bíblia, sinônimo de fecundidade. Além disso, trata de um
Deus ligado profundamente a duas coisas: a justiça e a terra que produz. A terra, produzindo (para todos), ofereceu a
Israel a possibilidade de descobrir que Deus é Senhor do mundo e dos povos, sem
imperialismos, sem dominação de um povo sobre o outro. Todos os povos se
encontrarão em torno do único Deus, celebrando-O e usufruindo sua bênção,
traduzida na fecundidade da terra.
No Novo
Testamento, além de recordar o que já se disse dos outros salmos de ação de
graças coletiva, é bom ver como Jesus se relacionou com o que não pertenciam ao
povo de Deus, isto é, o Povo de Israel, e como eles tiveram fé em Jesus,
tratando-O carinhosamente (por exemplo, Lucas 7,1-10; João 4,1-42).
Entoando o
Salmo, peçamos que o Senhor nos abençoe em Cristo. Que ele
conduza nossos passos no caminho da paz com sua bênção.
QUE DEUS NOS
DÊ A SUA GRAÇA E SUA BÊNÇÃO.
Segunda leitura – Gálatas 4,4-7. O
apóstolo Paulo afirma que Ele veio como filho de mãe humana. O pensamento desta
passagem é dominado por duas frases semelhantes: “Deus enviou seu Filho” e
“Deus enviou o Espírito de Seu Filho”. Na primeira parte da passagem
(versículos 4-5) Paulo afirma que a vinda do Filho de Deus ao mundo marca a
plenitude dos tempos. Na segunda parte (versículos 6-7), que todos os cristãos
– sejam eles convertidos do judaismo, seja do paganismo – participam desta
plenitude pelo dom do Espírito Santo. Os cristãos devem esta participação na
plenitude pelo fato de que o Filho de Deus se solidarizou com todas as pessoas
até o pleno esvaziamento de Si mesmo.
A Encarnação
não é, portanto, a plena realização da plenitude dos tempos. É, antes, a
inauguração da mesma. O Filho de Deus solidariza-se com os homens, para que
eles, adotados como filhos de Deus e equipados com o Espírito do Filho de Deus,
levassem os tempos à sua plenitude. E isto se faz, solidarizando-se com os
semelhantes, libertando-os de toda a espécie de escravidão e discriminação, e
levando-os à dignidade humana natural e sobrenatural e fazendo-os herdeiros dos
bens divinos, do mesmo modo como Cristo o fez a respeito deles, isto é, pelo
esvaziamento de si mesmo (cf. Filipenses 2,6-11).
Ele nasceu
submisso à lei, como sua Mãe, para que nos tornássemos filhos do mesmo Pai.
Tornando-nos filhos, Deus enviou-nos o Espírito de seu Filho para que possamos
clamar: Paizinho! A partir do mistério da Encarnação não somos escravos, mas
filhos e filhas e também herdeiros.
Evangelho – Lucas 2,16-21. O Evangelho apresentado na liturgia de hoje é
uma continuação do Evangelho da liturgia do Natal do Senhor. Depois de receber
a visita do anjo, os pastores vão apressadamente a Belém, ansiosos para
responder à Boa-Nova da salvação. Lá encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado
na manjedoura. Viram o Menino, o Salvador, o Cristo Senhor. Não se contiveram,
contaram o que haviam visto e escutado sobre o Menino. Todos ficavam
maravilhados com o que ouviam. Diante de tão grande mistério, há busca,
glorificação e anúncio por parte dos pastores; escuta e meditação da parte de
Maria, a Mãe do Deus encarnado na história humana.
No “oitavo dia”,
seus pais, judeus praticantes, cumprem a lei religiosa a respeito da
circuncisão. A circuncisão era o rito mediante o qual se começava a fazer parte
do povo eleito (cf. Gênesis 17,2-17), recebendo um nome que exprimia a missão
que o novo membro assumia no conjunto do povo da Aliança.
Os hebreus
praticavam a circuncisão para manifestar seu engajamento na Aliança com Deus,
em vista da realização das promessas. A circuncisão era o sinal do modo de
pertencer ao povo eleito; engajava os hebreus no mesmo destino e no mesmo
estilo de vida. Para Jesus, a circuncisão manifesta a sua pertença ao povo judaico.
Melhor do que ninguém, Jesus ensinará que somente a circuncisão do coração dá
sentido à circuncisão da carne. Sua verdadeira circuncisão realizará na sua
paixão aceita por amor (Colossenses 2,11-15).
O Messias
recebe seu nome de salvação no momento da sua circuncisão. Ora, as tradições
judaicas viam, no sangue derramado nesta operação (hoje fimose), o próprio
sangue da Aliança. O sangue de Cristo será, ao pé da letra, o sangue da Nova
Aliança, capaz de integrar todas as pessoas nos privilégios das promessas.
Situando o
indivíduo numa relação particular em relação a Deus e à comunidade judaica, a
circuncisão completava-se normalmente pela imposição de um nome que trazia
presente essa situação. Abraão, João e Jesus receberam seu nome ao mesmo tempo
que eram circuncidados (Gênesis 17,2-11; Lucas 1,59; 2,21)
O nome Jesus
significa Javé é (ou dá) salvação. Como salvador Jesus vem trazer a plena
realização das promessas feitas por Deus. As ações salvadoras eram explicadas
pelas palavras dos profetas. Finalmente, quando chegou a plenitude dos tempos,
Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, para
resgatar os que estavam sob o jugo da Lei.
Pelo fato de
nos mergulhar no mistério da morte de Cristo, o batismo nos dispensa da circuncisão
da carne, pois essa foi realizada, uma vez por todas, na cruz (Colossenses
2,11-15), mas não nos dispensa da circuncisão do coração e nos ajuda, pelo
contrário, a renovar, através dela, todo o nosso ser pela fé, na ação de Deus
sobre nós.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Mais um ano
chega ao fim. Temos muitos motivos para agradecer, louvar e quem sabe também
lamentar, ou até rever algumas ações. Um novo ano inicia-se. São muitos os
anseios, os desejos. Algumas perguntas persistem: Como vai ser este novo ano? O
que vai acontecer de bom no mundo? No Brasil? Há sempre expectativas a respeito
do que vai acontecer a nós como indivíduos e como comunidade humana. A nossa
esperança é que venha um tempo de paz e de prosperidade. Por que não? A nossa
esperança foi renovada. Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher. Maria,
a mãe de Jesus, após conceber em seu ventre o Filho de Deus, Salvador da
humanidade, o entrega a todos. Apresenta-o aos pastores, aos magos, ao templo
de Jerusalém. Entrega-o também a nós. A maior “benção” que Deus nos concedeu
foi o seu próprio Filho.
Ano novo, vida
nova! É bom saber que para os cristãos, o novo ano litúrgico já começou, há um
mês, no primeiro domingo de Advento. Celebrar Ano novo no 1º de janeiro não é
próprio da Igreja; mas os cristãos participam desta celebração como cidadãos da
sociedade civil. Tomam parte da celebração do Ano-Novo civil com uma festa de
Maria, Mãe do Deus Salvador, Jesus Cristo. Querem felicitar de modo especial a
Mãe da família dos cristãos – pois, ao visitarmos hoje a casa dos nossos
amigos, devemos cumprimentar primeiro a dona da casa. Porque a Igreja marca
este dia com uma festa de Maria, Mãe de Deus? É um voto de paz e bênção para a
sociedade, para o mundo! Pois o Filho de Maria é uma bênção para toda a
humanidade e o será também neste novo ano civil, que hoje se inicia.
Jesus Cristo
entrou na nossa vida e transformou a nossa sorte e nosso destino em uma
história divino-humana, capacitando-nos para uma vida livre. Deste “mergulho” fundo
e solidário de Jesus na nossa condição humana, até a morte (e morte numa
cruz!), resultou enfim a definitiva vitória do amor, da solidariedade, da vida
sobre este nosso chão: Ressurreição e dom do Espírito! E daí resultou também
que nós, humanos, pelo batismo fomos elevados à dignidade de filhos e filhas de
Deus (cf. João 1,12), membros do corpo de Cristo (cf. 1Coríntios 12,12-31),
participantes da vida divina, comensais do banquete celeste, “herdeiros da vida
eterna” (Tito 3,4). Pelo dom do Espírito, fomos transformados em “geração
escolhida, sacerdócio régio, gente santa, povo de conquista”, para proclamar as
obras admiráveis daquele que nos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa
(cf. 1Pedro 2,4-9; Apocalipse 1,5b-6;5,6-10;20,4-6). Família de Deus, Corpo de
Cristo, Igreja, novo e verdadeiro “povo sacerdotal! Deus nos amou e, deste
amor, resultou para nós a paz, que no fundo é sinônimo de vida”.
Os tempos
serão melhores, a vida vencerá a morte. A paz, sinônimo de vida, será
assegurada pelo esforço de todos. Um esforço solidário e fraterno. Um esforço
feito em mutirão.
Sejamos cristãos comprometidos na luta contra todo tipo de
mal que fere a vida. Já existem muitos grupos, organizações, engajados nesse
compromisso, podemos nos engajar neles ou criar iniciativas bem concretas que
respondam às necessidades da nossa realidade. Caminhamos certos da graça e da
benção de Deus (Salmo 67).
Deus
solidariza-se com os pobres pastores e excluídos, representados aqui pelos
pastores. Isso aparece muito bem no Evangelho. Note-se que os pastores são os
primeiros a receber o aviso do nascimento do Salvador. Isto significa que é por
eles que Deus faz a opção. Quem eram os pastores? Nada da imagem romântica dos
pastores dos nossos presépios! Eles eram, na época, “malvistos pelo fato de não
respeitarem as propriedades dos outros, invadindo-as com seus rebanhos, e
cobrando preços exorbitantes pelos produtos dos rebanhos”. Pessoas desprezadas
e excluídas pela sociedade! É a essas pessoas que o anúncio é dirigido e são elas
que vão “às pressas” à Belém.
E o que
encontram? Nada de extraordinário, nada de “glamour”: um casal (Maria e José) e
um bebê deitado numa manjedoura. Já é suficiente para compreenderem que ali
está o Salvador deles, aquele bebê deitado na manjedoura é o sinal concreto da
solidariedade de Deus para com os pastores. Jesus escolheu a linguagem da
manjedoura para dizer-lhes que de fato Ele é o Deus-conosco. Com o anúncio do
anjo ainda ecoando em seus ouvidos, os representantes de todos os excluídos (os
pastores) “reconhecem que Deus fala a mesma linguagem deles: o Salvador nasceu
como qualquer um deles e de seus filhos”. Nasceu excluído para os excluídos.
Interessante que eles, então, saíram dali anunciando a salvação divina, isto é,
assimilaram a mensagem e agora evangelizam sem medo. Assim também deve ser a
nossa atitude de discípulos e discípulas missionários.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
No silêncio e na surpresa da noite
Uma antiga
antífona da Igreja, ricamente traduzida para o Ofício Divino das Comunidades,
diz assim: “Quando um profundo silêncio envolvia, / e tudo aquietava no meio da
noite / a nós chegou a tua Palavra, / cumprindo teu plano de salvar teu povo”.
Essa antífona, tirada do livro da Sabedoria, referia-se, naquele livro, ao anjo
exterminador que na surpresa da noite ceifou a vida dos primogênitos do Egito.
Na liturgia do Natal ela ganha colorido novo: Deus não envia mais o anjo
exterminador, mas envia seu Filho para dar sua vida, no silêncio e na surpresa
da noite. Uma bênção que ressoou no silêncio da noite escura, lá onde não se
esperava secretamente no seio da humanidade, que contemplava e meditava, pelos
olhos da Virgem Mãe, tão grande acontecimento. A única realidade que este Anjo
(Jesus, no sentido de ser O Mensageiro) extermina, é a morte!
Nesta celebração, depois de ouvirmos
ressoar a Palavra do Senhor, que é para nós o próprio Cristo que encontra
manjedoura em nós, devemos, como Maria, silenciar. Contemplando aquele que,
para nós, é a benção, a orientação da nossa história, a poderosa voz de Deus,
que ressoa no profundo silêncio da noite, concedendo vida e salvação para
todos.
A redignificação do Humano
Ao nascer de mulher, o Verbo
redignifica ambos os gêneros: mulher e homem. Leão Magno dedicou muitas
homilias ao acontecimento que celebramos no natal e grande parte de nossa
eucologia, para esse tempo, está inspirada em suas palavras e reflexões litúrgico-teológicas.
Sobre o mistério do natal, escreve: “A festa de hoje renova, para nós, o sagrado
início do nascimento de Jesus, nascido da Virgem Maria. E, enquanto adoramos o
nascimento de nosso Salvador, celebramos também o nosso nascimento.
Efetivamente, a geração de Cristo é a origem do povo cristão; o Natal da cabeça
é também o Natal do Corpo”.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Hoje temos muitos motivos para
celebrar: final de ano, inicio de um novo, oitava do Natal, solenidade da Mãe
de Deus e Dia Mundial da Paz.
Ao celebrar, a comunidade de
fé liga esses fatos, até porque a própria liturgia tem como centro o mistério
de Cristo. Maria esta intimamente ligada ao mistério do Filho, e sua missão
esta unida à dele, desde o seu nascimento até a cruz e ressurreição. A reforma
litúrgica, com a restauração do calendário geral, “permitiu que nele fosse
inserida de maneira mais orgânica, e com uma ligação mais íntima, a memória da
mãe no ciclo dos mistérios do Filho” (Marialis Cultus, n.2), encíclica de Paulo
VI. O Filho que nasceu de Maria é “chamado Admirável, Deus, Príncipe da Paz,
Pai do mundo novo, e o seu reino não terá fim”, reza uma das antífonas de
entrada.
A plenitude dos tempos, trazida por
Jesus (segunda leitura), vem a nós como uma benção de Deus que contem uma
proposta de paz (primeira leitura). O dom da filiação nos torna acolhedores da
proposta divina. Os pastores, Maria, José, Paulo, nos dão o exemplo de
capacidade de acolher e de dar ao mundo a Luz Eterna, o Príncipe da Paz, o
Salvador da humanidade, Jesus Cristo. A todos nós, cristãos, filhos e filhas de
Deus, no Filho nascido em Belém, ressuscitado em Jerusalém, vivo no seu Corpo
que somos todos nós, cuja imagem maior é a Eucaristia, não resta senão honrar a
“dignidade” a que fomos elevados, levando adiante a missão de Jesus Cristo,
vivendo a Justiça, o Amor e a Paz.
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Nossa
comunidade é uma família. Quando se reúne em assembléia para ouvir a Palavra e
celebrar a ceia do Senhor, torna-se ela mesma lugar privilegiado da presença do
Senhor (Templo vivo do Espírito).
2. A festa do
Natal do Senhor tem uma profunda e importante ligação com a Páscoa, podendo até
dizer que as duas são inseparáveis. Neste pequeno tempo litúrgico se celebra o
Nascimento de Jesus, sua entrega total até a morte na cruz e sua vitória sobre
o mal e a morte. Com o Natal, damos início ao “Ciclo da nossa fé cristã”, onde
celebramos o Nascimento do Senhor e recordamos a sua paixão, morte e
ressurreição. Ao mesmo tempo, com a Epifania (manifestação) o Natal é um dos
dois pólos do Ano Litúrgico. O Natal é a Santa Páscoa em germe. Pois a
Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo a carne, é o início da Páscoa.
Encarnação e Ressurreição são inseparáveis.
3. Ao anunciar
os cantos, cuidado com alguns possíveis “cacoetes”. Por exemplo, “vamos acolher
o celebrante com o canto tal”, ou “vamos cantar o número tal”. Primeiro: a finalidade do canto inicial
não é acolher o presidente, mas fazer com que a comunidade, cantando, já faça a
experiência de ser acolhida por Deus em sua casa. Segundo: celebrante é toda a assembléia, e a pessoa que normalmente
costumamos chamar de “celebrante” é o presidente
da assembléia celebrante. Terceiro:
nunca se canta o “número” e sim o canto, que tem letra e música próprias para o
momento celebrativo.
4. Valorizar hoje:
presépio, flores, luzes, estrelas, vestes brancas ou coloridas e dança litúrgica,
pois é uma “festa natalina”, isto é, Oitava do Natal.
5.
As leituras sejam bem proclamadas. Neste Tempo do Natal, o Verbo feito gente
habita entre nós.
6. Usar a mensagem
de paz do papa Francisco.
7-
MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada Domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo do Natal, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa,
para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente
cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste Tempo do Natal. Os
cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra proclamada e
com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma
celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de
um movimento.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembleia, “inseri-la no mistério celebrado” (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico I da CNBB nos oferece uma ótima opção, que muitos
estão gravados no CD: Liturgia V. Outra opção é o Ofício Divino das Comunidades.
1. Canto de abertura. “Hoje surgiu uma luz para o mundo” (Lucas
1,33). Sem dúvida, o canto de abertura mais adequado pra esse dia é:
“Nasceu-nos, hoje, um Menino”, Salmo 98, CD: Liturgia V, melodia da faixa 6.
Outra possibilidade é também “Nasceu a flor formosa da tribo de Jessé” Hinário
Litúrgico I, pagina 79. “Tu és a glória de Jerusalém”, CD: Festas Litúrgicas I,
melodia da faixa 1. Como canto de abertura não podemos deixar de entoar, um
desses cantos que nos introduzem no mistério a ser celebrado.
2. Ato penitencial. Muito
oportuno a primeira fórmula do Missal Romano, página 395.
3. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da
Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por
Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de
Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo,
exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
4. Salmo responsorial 66/67. Pedido
de bênção. “Que Deus nos dê a sua
graça e sua bênção”. Outra possibilidade é este mesmo Salmo que está musicado
no CD: Liturgia V, melodia da faixa 11.
O Salmo
responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura.
Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura
para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e o salmo
Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser
Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
5. Canto ritual do Aleluia. A
multiforme Palavra de Deus (Hebreus 1,1-2). “De muitos modos, Deus outrora nos
falou pelos profetas...”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 4. O canto
de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário
Dominical.
A aclamação ao
Evangelho é um grito do povo reunido, expressando seu consentimento, aplauso e
voto. É um louvor vibrante ao Cristo, que nos vem relatar Deus e seu Reino no
meio das pessoas. Ele é cantado enquanto todos se preparam para ouvir o
Evangelho (todos se levantam, quem está presidindo vai até ao Ambão).
6. Apresentação dos dons. O
canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração na Oitava do Natal. “Nas
terras do Oriente, surgiu dos céus uma luz”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 10.
A Igreja
também oferece outras opções como: “Celebremos com alegria”, Hinário Litúrgico
I, página 63; “Belém é aqui, aqui é Natal”, Hinário Litúrgico I, página 62. Sem
dúvida estes cantos são os mais apropriados para este momento por ser uma festa
natalina.
7. O canto do Santo. Um lembrete
importante: para o canto do Santo, se for o caso, sempre anunciá-lo antes do
diálogo inicial da Oração Eucarística. Nunca quando o presidente da celebração
termina o Prefácio convidando a cantar. Se o (a) comentarista comunica neste
momento o número do canto no livro, quebra todo o ritmo e a beleza da ligação
imediata do Prefácio como o canto do Santo.
8. Canto de comunhão. Jesus
Cristo, ontem, hoje e sempre (Hebreus 13,8). A melhor opção para o canto de
comunhão nesta festa natalina é o canto: “Cristãos, vinde todos, com alegres
cantos” (Adeste Fidelis), CD, Liturgia V, melodia da faixa 4.
A Igreja
oferece outras opções como: “Nasceu em Belém e Belém quer dizer: a casa do
pão”, Hinário Litúrgico I, página 80; O Verbo se fez carne e habitou entre
nós..., João 1,14 e estrofes do Salmo 147, “Louva Jerusalém, louva o Senhor teu
Deus...”, Hinário Litúrgico I, página 35;
“Da cepa brotou a rama”, Isaias 11, CD Liturgia V, faixa 10. Estes cantos retomam
o Evangelho na comunhão de maneira autentica.
O fato de a
Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a
profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia, Eucarística e
evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um
compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e
do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hebreus 7,27).
8. Canto de louvor a Deus após a
comunhão. Após a comunhão, reservar um momento de silêncio. Depois,
pode-se cantar o Magnificat que é o canto de Maria. “O senhor fez em mim maravilhas”.
9- Canto final. “Cristãos Vinde todos com
alegres cantos” (Adeste Fideles) e convidar a todos a se aproximarem do mesmo,
símbolo do Natal (se não foi cantado como canto de comunhão). Fazer um gesto de
adoração se colocando de joelhos. Se a equipe de liturgia e a equipe de canto
não conhecer este canto, temos outras opções como: “Vinde cristãos, vinde á
porfia”, Hinário Litúrgico I, página 90; “Belém é aqui, aqui é Natal”, Hinário
Litúrgico I, página 62.
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Uma
orientação para o Tempo do Natal: Usar o recurso da iluminação na igreja e
também no presépio, com foco de luz sobre a imagem do Menino na manjedoura. Evite-se,
no máximo, o uso de pisca-piscas, tanto no presépio como em árvores de Natal
dentro do espaço da celebração como em muitas comunidades se faz! É que o show de pisca-piscas durante a missa
transforma-se em “ruído”, “rouba a cena”, pois distrai as pessoas do verdadeiro
centro de atenção, que é o mistério celebrado na mesa da Palavra e na mesa da Eucaristia.
. São símbolos da onda consumista das festas natalinas e de final de ano que
invade as mentes e os corações das pessoas já desde o mês de outubro. Não se
deixem influenciar por esta onda consumista que queima etapas e deturpa o
Mistério do Natal. Evitem-se também músicas comercias de Natal.
2. Em lugar de
destaque, prepare-se um ícone da Virgem Maria com o Menino Jesus.
9- AÇÃO RITUAL
A “Filha de
Sião”, Maria, Mãe de Jesus, é imagem da Igreja. Nós, como ela, estamos
impregnados pelo Verbo da Vida e somos impelidos a dá-lo à luz, cotidianamente.
Assim, a Igreja dá à luz a si mesma, pois está cheia do mesmo Espírito que
gerou, no seio de Maria de Nazaré, Cristo Jesus.
Antes do
início da celebração, uma pessoa (criança, jovem, adulto ou idoso) entra, em
silêncio, com a bandeira da paz e coloca-a perto do Círio Pascal. Enquanto a
bandeira é conduzida, canta-se o refrão: Força da paz cresça sempre, sempre
mais, que reine a paz, acabem as fronteiras, Mir, Mir, Mir. Paz, Paz, Paz.
Força da paz.
Ritos Iniciais
1. Na
procissão de entrada, pode entrar uma família com uma criança nascida a pouco
tempo. A bandeira da paz pode ser também levada na procissão de entrada se não
foi conduzida antes como orientamos acima.
2. Saudar e
apresentar as pessoas que participam pela primeira vez da comunidade ou são
visitantes, dizendo seu nome e de onde vêm. Dar-lhes as boas-vindas.
3. A saudação
do presidente pode ser inspirada na Carta de Paulo aos Gálatas 4,4:
O Deus que, na plenitude dos tempos, enviou
o seu Filho nascido de uma mulher, pela ação do Espírito Santo, esteja
convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de
Cristo.
4. E seguida o
presidente da celebração, ou diácono ou mesmo o animador leigo, dá o sentido da
celebração:
Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. Recordando
nesta Oitava do Natal, o dia em que Jesus recebeu o nome de Salvador e rezando
hoje, pela paz, contemplamos a figura de Maria, que participou do mistério da
vinda do Salvador Jesus Cristo, nascido de Deus.
5. Após a
saudação e o sentido da celebração, sugerimos o rito da Recordação da Vida. Trazer
presente os acontecimentos do ano, da semana, não como reportagem, mas de
maneira orante.
6. Em seguida crianças
ou jovens se aproximam para depositar flores, incenso e vela junto ao ícone de
Nossa Senhora.
7. Hoje é dia
Mundial da Paz. Por isso, com uma motivação adequada, o abraço da paz pode ser dado
no início da celebração. Quem preside lembrar que no mundo inteiro, neste dia,
se reza pela Paz. No final do rito, todos se abraçam desejando a paz e os votos
de feliz ano novo.
8. O Ato
penitencial pode ser feito conforme a primeira fórmula do Missal Romano, página
395:
Senhor, Filho de Deus, que nascendo da
Virgem Maria, vos fizestes nosso irmão, tende piedade de nós.
9. O Hino de
Louvor (Glória) é, sem dúvida, um dos momentos altos desta celebração natalina.
Deve ser cantado solenemente por toda a assembléia. Deve-se estar atento na
escolha dos cantos para o momento do glória. Ideal seria cantar o texto mesmo,
tal como nos foi transmitido desde a antiguidade, que se encontra no Missal
Romano, ou, pelo menos, o mesmo texto em linguagem mais adaptada para o nosso
meio e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores
(como já existe!). Evitem-se, portanto, os “glórinhas” trinitários! O hino de
louvor (glória) não de caráter Trinitário e sim Cristológico. Pode
ser acompanhado de uma coreografia feita por um grupo de crianças e ao som de
sinos, onde houver.
10. Na oração
do dia, suplicamos a Deus que dê à humanidade a salvação eterna e que possamos
contar com a intercessão de Maria que gerou o autor da vida para.
Rito da Palavra
1. Dar destaque
especial à Liturgia da Palavra, proclamando bem as leituras, especialmente o
Evangelho. O Evangeliário pode ser acompanhado de tochas e incenso. E a
proclamação deve ser feita de tal maneira que a comunidade viva e experiência
da Encarnação de Jesus o Verbo (Palavra) que se fez carne e habitou entre nós.
Palavra que é o próprio Cristo, recebendo acolhida na assembléia reunida, seu
Corpo.
2. Antes de
ler, é preciso primeiro mergulhar na Palavra, rezar a Palavra. Pois “na
liturgia da Palavra, Cristo está realmente presente e atuante no Espírito
Santo. Daí decorre a exigência para os leitores, ainda mais para quem proclama
o Evangelho, de ter uma atitude espiritual de quem está sendo porta-voz de Deus
que fala ao seu povo”.
3.
Na Profissão de fé (Creio), usar o “Símbolo de Nicéia- Constantinopla” é mais
extenso e mais completo que o “símbolo apostólico” que se costuma usar todos os
domingos. No Natal, como em outros dias festivos, é interessante usar o
primeiro, que fala mais sobre a Encarnação do Filho de Deus: “Creio em um só
Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai, nascido do Pai antes de todos os
séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado
não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por
nós homens e para a nossa salvação, desceu dos céus; e se encarnou pelo
Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem (...)”. Durante as
palavras “e se encarnou”, todos se ajoelham em sinal de adoração.
4. Fazer uma prece
especial pelos nossos governantes.
5. Oito dias depois
a criança que nasceu em Belém, recebe o nome de Jesus. Outra possibilidade é substituir
as preces pela Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus que está no Ofício Divino
das Comunidades, página 510.
Rito
da Eucaristia
1. Na oração sobre
as oferendas, suplicamos que na festa da Mãe de Deus que tenhamos a alegria
pelas primícias da salvação, em Maria.
2. Dar maior
destaque ao rito eucarístico: cantar o prefácio escolhido, o Santo, as
aclamações da Prece Eucarística, amém final e o Cordeiro de Deus que acompanha
a fração do Pão.
3. A Oração
Eucarística I (ou Cânon romano) é um pouco mais longa, mas tem a vantagem de
oferecer uma parte própria para o Natal: “Em comunhão com toda a Igreja,
celebramos o dia santo (a noite santa) em que a Virgem Maria deu ao mundo o
Salvador. Veneramos também a mesma Virgem Maria e seu esposo São José”.
4. Antes de iniciar
a Oração Eucarística com o Prefácio, dependendo das circunstâncias, seria muito
bom lembrar (ou fazer a assembléia lembrar-ser) pessoas, grupos, instituições
ou movimentos que estão lutando pela paz, integrando-os na grande ação de
graças, memorial do Mistério Pascal do Senhor. Fazer também de maneira orante
os motivos de ação de graças pelas maravilhas de Deus durante o ano que está
terminando.
5. Na Oração Eucarística,
“compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude orante, pelos
gestos, pelo semblante e pela autenticidade, elevar ao Pai o louvor e a
oferenda pascal de todo o povo sacerdotal, por Cristo, no Espírito”.
6. Na
celebração da Palavra, onde não houver Missa, após o rito da Palavra, cantar a
Louvação do Natal sugerida no Hinário Litúrgico I, CNBB, página 75.
Ritos Finais
1. Na oração
depois da comunhão, suplicamos ao Deus de bondade, que cheios de júbilo,
recebemos o sacramento para a vida eterna e proclamemos com a nossa vida, Maria
Mãe de Deus e da Igreja.
2. Dar um
destaque especial à bênção final, que poderá ser cantada. O Missal Romano, na
página 520, oferece uma oração de bênção própria para esta celebração.
3. Uma
saudação à Virgem Maria, com queima de incenso, é importante no final da
celebração, após a bênção final.
4. As palavras do
rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: A alegria do
Senhor seja a vossa força neste ano de 2015. Levai a todos o Santíssimo Nome de
Jesus. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
5. Onde for
possível, cada pessoa recebe, ao sair, uma flor branca, ou fita branca, como
sinal da paz recebida e que deve ser levada a todos, durante o ano novo que se
inicia.
6. Onde for oportuno
realiza-se no fim da celebração uma procissão com crianças até o presépio, onde
se canta “Cristãos Vinde todos com alegres cantos” (Adeste Fideles) e convidar
a todos a se aproximarem do mesmo, símbolo do Natal. Fazer um gesto de adoração
se colocando de joelhos. Se a equipe de liturgia e a equipe de canto não
conhecer este canto, temos outras opções como: “Vinde cristãos, vinde á
porfia”, Hinário Litúrgico I, página 90; “Belém é aqui, aqui é Natal”, Hinário
Litúrgico I, página 62. Onde houver “Folia de Reis”, convidar para este momento
com seus cantos populares para homenagear o Menino Deus, uma espécie de auto de
Natal (canto, dança após a celebração).
7.
Motivar para que, ao final da celebração, os participantes manifestem uns aos
outros os votos de um santo e abençoado novo ano. Pode cantar o hino: “É bonita
demais a mão de quem conduz a bandeira da paz”. De autoria de Zé Vicente
(Ofício Divino das Comunidades, páginas 393-394).
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a certeza
de que os tempos serão melhores na medida em que nos engajamos na construção de
um mundo melhor, marcado pelo Evangelho, sabemos que estamos começando bem o
ano colocando-nos sob o sinal do Nome de Jesus, isto é, Deus salva. Doce Nome,
vigoroso Nome, realidade das realidades que Deus nos deu na plenitude dos
tempos para que pudéssemos servir a Deus e aos irmãos todos os dias de nossa
vida.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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