Leituras
Isaias 60,1-6
Salmo 71/72,2.7-8.10.12-13
Efésios 3,2-3a.5-6-7
Mateus 2,1-12
“AJOELHARAM-SE DIANTE DELE E O ADORARAM”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo da
Epifania do Senhor. Ainda dentro dos festejos natalinos, ou melhor, como
prolongamento do Natal, hoje celebramos a importante Solenidade da Epifania. A
palavra “Epifania” de origem grega, significa “manifestação”. Manifestação do
Messias também aos povos pagãos. Trata-se de uma antiqüíssima e das mais importantes
solenidades cristãs, “pois celebra, no Menino nascido de Maria, a manifestação
daquele que é o Filho de Deus, o Messias dos judeus e a Luz das nações.
Podemos
afirmar que Natal e Epifania celebram aspectos diferentes do mesmo mistério.
Enquanto no Natal celebramos a Encarnação do Senhor e seu nascimento no meio do
seu povo, a Epifania celebra a manifestação do Salvador em todos os povos
nações e culturas, e também destaca a caminhada dos magos guiados pela Estrela.
A festa da
Epifania retoma o Natal do Senhor, celebrando a sua humanidade manifestada a
todos os povos. Traz consigo a mística da universalidade da salvação. Como
festa litúrgica, a Epifania assenta raiz na tradição das Igrejas do Oriente,
onde se identificava com a celebração da Natividade de Jesus, firmada no
Ocidente (Roma) no dia 25 de dezembro. Com o passar do tempo, entrou para o
calendário romano sob o título “Epifania” e também “Teofania”. O aspecto
ressaltado, porém, não é mais a natividade, mas a manifestação da divindade de
Cristo a todos os povos. Assim, entra em jogo a figura dos Reis Magos. Como
veremos, a Liturgia da Palavra, a eucologia e demais elementos da prece
litúrgica enfocarão claramente este aspecto.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – Isaias 60,1-6. O
profeta Isaias faz uma meditação sobre o destino de Jerusalém. Ele assiste,
talvez, ao raiar do sol sobre Sião, espetáculo que pode ser visto mesmo nos
dias de hoje para aqueles que visitam a região: enquanto os vales que rodeiam a
cidade de Jerusalém continuam mergulhados nas sombras da noite, os muros da
cidade refletem o brilho do sol nascente que surge luminoso. Transferindo esse
espetáculo para uma visão escatológica, comum entre os profetas de Sião
(Ezequiel 40-48; salmo 86/87), o terceiro Isaias imagina Jerusalém tornando-se
a luz do mundo; já não se trata, porém, do sol: é do próprio Deus que ela
recebe o maravilhoso brilho.
As
características desta nova Jerusalém são, principalmente, na questão da
celebração: a “glória” é a manifestação da presença de Deus no seu templo
(Ezequiel 1,4-28; 43,1-5; Salmo 25/25,8; 62/63,3). Esta “presença” de Deus é
uma característica do culto de Jerusalém-Sião (Deuteronômio 12,5). A
“convocação” de todas as tribos (2Reis 23; deuteronômio 4,9-13; Salmo 121/122,4)
é imposta pela lei, nas principais festas do calendário judaico, e os dons que
as nações apresentam a Jerusalém são finos perfumes destinados à liturgia dois
sacrifícios de incenso, pelos quais o Senhor não escondeu suas preferências
(Malaquias 1,11). Os elementos do culto são restabelecidos em Jerusalém em
torno da glória de Deus, de volta a Sião-Jerusalém, a reunião que se operava
(versículo 4) já não é somente a das tribos, mas de todas as nações (versículo
3). A nova liturgia diz respeito ao mundo inteiro. A participação das nações a esta “assembléia” (Zacarias 14,15-20)
ainda é concebida em função das tribos judaicas e as nações ali têm
especialmente, como papel, trazer os filhos de Jerusalém para dentro dos muros
de sua cidade; um primeiro passo, porém, é vencido em direção a um
universalismo cristão. Foi preciso, porém, que Israel experimentasse a
dispersão entre as nações para a aprovação a este universalismo.
Este texto do
profeta Isaias, leitura inicial da Solenidade da Epifania, refere-se a Jerusalém,
cidade do sol, por Deus iluminada da aurora ao ocaso. O profeta prediz a vinda
do Salvador cuja luz dissipará as trevas.
O texto exala a alegria e a esperança: “os povos caminham à tua luz e os
reis, ao clarão da tua aurora. Teus filhos vêm chegando; ao vê-los, ficarás
radiante, com o coração vibrando”. Todos acorrem a Jerusalém, onde a glória de
Deus vai se manifestar.
Salmo responsorial 71/72,2.7-8.10.11.12-13.
É um Salmo real, pois tem a pessoa do rei como centro das atenções. Pede-se que
Deus lhe conceda a capacidade de julgar com justiça (versículos 1b-2), de
acordo com o projeto de Deus. Rezados pelo rei presente, eram súplica; rezados
pelo rei futuro, tornavam-se profecia e expectativa. Somente em Cristo o Salmo
atinge o seu pleno sentido. Os cristãos viram em Jesus Cristo um novo
rei capaz de agir conforme a vontade do Pai, único rei do povo.
Jerusalém é
convidada a louvar o “seu Deus”. Os motivos residem na múltipla “palavra”
experimentada por Israel: a que traz a paz nos acontecimentos da história, a
que até faz florescer o deserto para matar a fome do povo e, sobretudo, a que
comunica somente a Israel a Lei do Senhor.
O Salmo afirma
que Deus é o juiz verdadeiro, que faz justiça, isto é, que defende o direito
dos pobres. Esta justiça Deus pode exercer pessoalmente, e também pode
confiá-la a um dos seus escolhidos, em concreto, ao rei da dinastia eleita.
Deste modo o rei participa da justiça divina, que deve exercer unicamente a
serviço do povo.
O rosto de
Deus neste Salmo é muito interessante, pois continua sendo o Deus da Aliança
que, mediante a ação do rei faz justiça ao povo, defendendo os pobres,
protegendo os indigentes, tornando-se o protetor dos abandonados, contra os
opressores e violentos. Eis o rosto de Deus: Rei justiceiro.
O Novo
Testamento viu em Jesus esse novo rei na visita dos magos (Mateus 2,1-12),
capaz de fazer justiça (Mateus 3,15) e provocar o surgimento do Reinado de Deus
(Mateus 4,17). Jesus disse a Pilatos que o Reino Dele não deste mundo (João
18,36), não para afirmar que reinará em outro planeta ou em outra dimensão, mas
para mostrar que tem uma proposta nova de poder e de justiça. É seguindo essa
proposta que chegamos à concretização do Reino de Deus.
O rei
estenderá seu domínio como um soberano sobre reis vassalos: inimigos e
agressores serão derrotados, os outros prestarão homenagem. Esta soberania,
porém, não é anseio de poder, isto é, abuso de poder, e sim um estender o
reinado benéfico da justiça, a favor dos pobres, indigentes e fracos. Será o
salvador universal frente a violência, porque considera preciosa a vida do
pobre.
Neste salmo, acolhamos a
manifestação do Senhor em todas as culturas da terra e peçamos que Ele venha
como rei da justiça e da paz.
EIS QUE VEM O SENHOR SOBERANO,
TENDO EM SUAS MÃOS PODER
E GLÓRIA!
Segunda leitura – Efésios 3,2-3.5-6. Paulo
explica como o mistério de Deus, já apresentado em Efésios 1-2 (cf. 3,3b-4),
foi revelado a ele. Este mistério é revelado através dele aos pagãos. Paulo não
só explica, mas contempla o “mistério” da entrada dos pagãos na Igreja e do ministério (versículo 7) apostólico
que lhe cabia para realizar esta vontade de Deus (cf. Efésios 1,3-14; 1,18-23;
2,1-2; 14,22).
Ele afirma que
o mistério da Igreja, aos olhos de Deus, sua relação com o mundo. Sua essência
é a preparação do acolhimento das pessoas no Reino de Deus e, no coração da
Igreja, o ministério apostólico é o serviço no qual algumas pessoas lembram,
sem cessar, a seus irmãos em Cristo a missão de diálogo com o mundo e o
acolhimento das mentalidades e das culturas humanas.
Paulo indica
essa missão com o nome de “mistério” porque a intenção de Deus era edificar uma
Igreja com esta responsabilidade não aparece desde logo: a eleição de Israel
parecia, pelo contrário, significar que a vontade de Deus era limitada na
promoção de um único povo, isto é, os judeus. Muitos profetas universalistas se
esforçaram, mas o povo estava preso a uma mentalidade particularista.
Essa vontade
universal de Deus, manifestou-se na pessoa de Jesus na atenção que em vida Ele dedicou mesmo
aos pagãos e principalmente no poder que dispõe, desde a sua ressurreição, com
um corpo que coisa alguma poderá limitar, poder de encontrar todas as pessoas e
prende-los no amor.
Entendendo a
Palavra “mistério”, não como algo secreto, mas como o sonho querido por Deus.
Esse desígnio eterno de Deus foi revelado à toda a humanidade. Esse mistério
completou-se em Jesus
Cristo , o Messias prometido pelas Escrituras Sagradas: chamar
a si toda a humanidade, judeus e pagãos. Deus revelou-se no momento presente
pelo Espírito: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo
corpo e associados à mesma promessa em Jesus Cristo.
Evangelho – Mateus 2,1-22. Os magos viram a estrela brilhar e puseram-se
a caminho. A Palavra que escutamos é a estrela a brilhar para iluminar nossa
mente e nosso coração. Somos chamados a acolhê-la e colocá-la em prática ao
seguir pelo caminho.
Nesta narração
Mateus quer apresentar Jesus a todos os que lerem o seu Evangelho. Mas também
quer antecipar ao drama que se desenrolará no decorrer do seu Evangelho e que
culminará na Cruz. Jesus, este Menino “nascido em Belém”, no tempo do rei
Herodes (versículo 1) é o rei dos judeus (versículo 2), o Messias (versículo 4),
rejeitado pelo seu próprio povo e aceito pelos pagãos.
Realizando a
previsão de Isaias 60,1-9 e salmo 71,10-11.15, ofereceram como representantes
dos povos pagãos os seus tesouros de ouro e incenso. O Evangelho mostra que a
profecia se cumpre: “Chegou a luz, apareceu a glória do Senhor” – “a glória do
Senhor manifestou-se”.
A narrativa da
adoração dos magos narrada por Mateus submete-se ainda a outra conjuntura.
Mateus escreve para os cristãos da Palestina; antigos judeus passados para o
Cristianismo, eles sentem necessidade de firmar sua nova fé pela convicção de
que se mantêm fiéis ao dinamismo das profecias antigas. A primeira preocupação
do evangelista é mostrar-lhes que o nascimento de Cristo atrai para si os venturosos
da dinastia real.
Como explicar,
então, que os judeus, em geral, não se tornam cristãos? Para responder a tal
pergunta que os cristãos formulam, Mateus inclui em seu texto o episódio de
Herodes. Nele observamos que são antes os pagãos que se preocupam com o
nascimento do Messias, e vêm à sua “procura” (tema importante da dinâmica da
fé; cf. Lucas 2,41-51). Em compensação, aqueles que, por profissão, deveriam
estar a par deste nascimento, - os escribas e os sacerdotes – esses que sabem,
efetivamente, onde o Messias deve nascer e têm a sua ciência “em dia”, esses
não possuem a fé e não se dão ao trabalho de ver a criança. Herodes pretende
ir, mas todos nós sabemos quais eram as suas intenções. A marca principal do
quadro de Mateus consiste, pois, numa oposição entre a recusa dos judeus e a fé
dos pagãos. Diante do espetáculo daqueles pagãos que adoram o Menino Jesus,
lembra-se então Mateus da profecia de Isaias 60,6 (os presentes). Mateus
preocupa-se em justificar essa recusa dos judeus e a ascensão dos pagãos à fé
cristã. Após a ressurreição Mateus focaliza novamente os sacerdotes que recusam
crer (Mateus 28,11-15) e opõe-lhes a missão dos apóstolos às narrações (Mateus
28,16-20).
O
recém-nascido rei dos judeus e Messias é perseguido pelos representantes de seu
povo e adorado pelos representantes dos povos pagãos. Herodes manda matar as
criancinhas. Esse massacre dos meninos mostra o fim de Jesus na Cruz.
A questão da
estrela tenta-se resolver seja pela coincidência da conjunção de Júpter e
Saturno na constelação de Peixes. Deus serviu-se desse astro que ele mesmo
criou para manifestar a sua glória.
Os versículos
iniciais do capítulo 2 de Mateus, assim como em Lucas nos domingos precedentes,
remetem à infância de Jesus e o fazem sob um enfoque catequético, não como uma
crônica ou um relato histórico.
Três elementos
ressaltam nessa narrativa: a cidade Belém, os magos e a estrela. Belém,
diferente da cidade de Jerusalém – cidade grande e bela –, é uma localidade
simples, pobre. Foi ela a escolhida para, primeiramente, acolher o Filho Eterno
de Deus, prefigurando que os corações simples, destituídos de falsas riquezas,
são aqueles que têm condições de acolher a Palavra de Deus e colocá-la em prática. Os magos
repetiram a Herodes o que dissera o profeta: “Belém, terra de Judá, de modo
algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um
chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.
Os magos não
são mágicos, como por muito tempo se divulgou, mas são sábios, estudiosos,
pertencentes a outros povos e nações estrangeiras. Neste trio estão
simbolizadas todas as nações, todas as “gentes”. É a síntese do mundo,
mostrando que Jesus veio para que “todos tenham vida e vida em abundancia”
(João 10,10). Os magos têm um encontro pessoal com Jesus: “vieram por um
caminho, porém voltaram por outro para não reencontrarem Herodes”. Este queria
a morte, a destruição do Salvador; os magos, contudo, optaram pela vida e
retornaram à sua terra por outro trajeto.
Realeza, divindade e paixão. Os
presentes trazidos para o Menino Jesus nos oferecem uma indicação da
globalidade da missão de Jesus. Será realmente verdadeiro rei para os pobres e
pequenos, daí merecer o ouro como
presente. Revelará o Pai, tornando-se Um com Ele, de tal forma que pode
afirmar: quem me vê, vê o Pai. Por isso, merecerá também todo o louvor,
simbolizado no incenso. Porém, tudo
isso acontecerá passando necessariamente pela entrega total de sua vida pela
humanidade, por meio de sua paixão e morte. Nesse sentido é que entendemos a mirra – perfume que será utilizado no
sepultamento de Jesus (João 19,39) – como um dos três presentes recebidos dos
magos. Ouro (realeza) incenso (divindade) e mirra (paixão): síntese do reinado
de Jesus, isto é, Rei, Deus e Homem. Nos três presentes está um resumo da vida
de Cristo.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Hoje celebramos
a manifestação do Messias para além das fronteiras judaicas, isto é, para os
povos pagãos. E como ele se manifesta? Os pagãos o chamam de “Rei dos judeus”,
a quem eles querem adorar. Mas como é seu “reinado”? Totalmente oposto à imagem
dos poderes oficiais. Não nascido na capital, mas na periferia (em Belém). O
inverso da tirania do rei Herodes. O “poder alternativo nascido em Belém
(Jesus)”: é este que os magos reconhecem e reverenciam.
O Evangelho de
hoje nos manifesta que “o verdadeiro rei dos judeus não é o
violento(assassino), prepotente e politiqueiro Herodes, estrangeiro idumeu,
lacaio do poder romano opressor. E a sede deste poder não está em Jerusalém,
onde o poder religioso (chefes dos sacerdotes e escribas do povo) contemporiza
com Herodes, servindo-lhe de suporte ideológico. Herodes e a cidade inteira se
agitam com o anúncio de novo rei”.
O verdadeiro
rei é um recém-nascido na periferia da capital. Daí é que “vai ser o verdadeiro líder alternativo, o chefe-pastor,
aquele que vai defender o povo (ovelhas) da ganância dos exploradores (lobos)”.
E “o
verdadeiro adorador é aquele que – no meio dessa sociedade conflituosa –
descobre que a salvação não pode vir pela ação violenta do poderoso tirano, nem
pela falsa religião patrocinada pelos líderes religiosos serviçais do
prepotente Herodes. A salvação vem por meio do Pequeno da periferia de
Jerusalém. Os magos são os primeiros a intuir isso, e seu desejo é adorar esse novo poder que nasce do
pobre. Eles são guiados por uma estrela,
que exprime as intuições mais puras e os anseios mais profundos da humanidade
sedenta de paz, justiça, fraternidade”.
É o “menino da
periferia” que os pagãos reconhecem como o Rei que faz justiça, prostram-se
diante dele e oferecem-lhe presentes. Com isso reconhecem “a nova maneira de
exercer a realeza e o poder. Aderem ao projeto de Deus que salva as pessoas a
partir do pequeno e do pobre, e não a partir dos poderosos e violentos como
Herodes”. Símbolo de todos os que aceitam o poder de Deus manifestado no menino
Jesus, os magos “em primeiro lugar doam-se a serviço do Salvador (=
prostram-se) e, em seguida, põem à disposição de Jesus o melhor do que possuem,
seus dons”.
Os
magos, depois, voltaram por outro caminho. Não passaram por Herodes. Quer
dizer, romperam de uma vez por todas com Herodes e Jerusalém. Com isso o
Evangelho quer dizer que, de agora em diante, “o caminho da salvação não passa
por Jerusalém, menos ainda tem algo a ver com o aparato político-repressor do
despótico Herodes [...]. Esse episódio nos recorda que é grave engano supor que
a salvação e a vida venham dos poderosos. Ao se aliar com eles, a Igreja se
torna cúmplice de seus projetos de morte. Os magos, ao tomar rumo novo, apontam
para a novidade que nos espera e desafia no caminho da evangelização”.
O divino Pobre na periferia, em meio aos
pobres e solidário com eles: esta é a Estrela a ser seguida, a verdadeira Luz
para todas as nações, o projeto de Deus para todos sobre este minúsculo planeta
Terra. Somente seguindo esta Estrela (não a prepotência violenta e opressora
dos Herodes de todos os tempos!) é que a cidade será reconstruída e os povos
terão convivência pacífica. Somente assim, seguindo a lógica de Deus que nasce
na periferia do mundo, é que nosso futuro terá um sabor de céu, tal como
pedimos no início da celebração: “Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho às
nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas que já vos
conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu” (Oração do dia).
A festa da
Epifania faz-nos sentir peregrinos na fé, junto com toda a humanidade que
enfrenta o cansaço do caminho; que vive a busca contínua de um sentido para
vida e para suas contradições. Hoje somos convocados a uma comunhão universal
com todos os povos.
A Estrela
indica um caminho alternativo, um caminho que não passa pelo conhecimento dos
grandes, dos Herodes da vida, mas pelo discernimento dos pequenos e fracos, o
caminho quem nos leva ao Menino de Belém.
E você para
onde vai?
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
Na dinâmica do
Ano Litúrgico, a Epifania do Senhor é uma grande solenidade. Sua liturgia
retoma o tema da luz que, no mistério de Cristo, deve brilhar sobre toda a
humanidade, na visão universalista de Isaías e que São Paulo confirma na II
leitura de hoje. É então o mistério pascal brilhando no ciclo natalino com sua
poderosa força de iluminação e de redenção, como rezamos no Prefácio de hoje:
“Quando Cristo se manifestou em nossa carne mortal, vós nos recriastes na luz
de sua divindade”.
Na Eucaristia, uma oferenda maior
Diferente dos
magos, a Igreja não apresenta a Deus dons simbólicos, mas o dom por excelência,
Jesus Cristo, imolado e recebido nos dons sacramentais e eucarísticos do pão e
do vinho. Mas também, no mesmo ofertório, a Igreja se associa a Cristo,
tornando-se também ela oferenda viva de amor a Deus.
Podemos dizer
que toda a vida cristã, na liturgia, é convidada a ser epifania do amor de
Cristo, isto é, manifestação visível de sua compaixão e de sua sensibilidade
fraterna, sobretudo, para com os mais pobres, excluídos e marginalizados.
Aliás, na oração do Pai Nosso, quando nos preparamos para a comunhão
eucarística, deveríamos nos deslocar, espiritualmente, para as periferias do
mundo e de nosso coração. Isso fazendo, libertar-nos-íamos dos apegos de nosso
ego, para aí então nos unirmos mais vivamente aos nossos irmãos sofredores.
Finalmente,
podemos ter certeza: Na celebração do mistério pascal, a estrela de nossa fé
nos mostra ao mesmo tempo não só o “lugar” do nascimento de Jesus e o de sua
morte e ressurreição, mas também, e, principalmente, o “lugar” de sua
glorificação eterna, junto do Pai, glória que nos é prometida como seus
co-herdeiros. Ainda como afirma o abade Santo Elfredo, “Belém, a “casa do pão”,
é a santa Igreja, na qual se serve o corpo de Cristo, o pão verdadeiro. A
manjedoura de Belém é altar da Igreja,
onde as ovelhas de Cristo se alimentaram”.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
“A festa da
Epifania é a grande convocação que Deus faz, a fim de que todas as nações e
raças encontrem forças para tornar humano e fraterno o nosso mundo. Essa é, no
fundo, a expectativa de Deus que transparece em toda a Bíblia. Mas é em Jesus
que ela toma corpo e forma, aparecendo como proposta oferecida a todos. Contudo,
a ganância e o desejo de poder – presente no Herodes do tempo de Jesus e nos
Herodes de todos os tempos – tentam sufocar essa esperança. Porém, os homens de
boa vontade têm uma ‘estrela’, não cessam de ‘sonhar’ um caminho alternativo,
que não passa pelos poderosos, mas nasce do menino-pastor. Essa caminhada é
cheia de dificuldades, mas é Deus quem a ilumina, gerando força e vida nova.”
Na eucaristia que celebramos,
louvamos hoje a Deus por ter-nos revelado em seu Filho feito menino
da periferia a verdadeira “luz para iluminar todos os povos no caminho da
salvação”. Louvamos a Deus porque, assim, nos sentimos recriados “na luz eterna
de sua divindade” (cf. Prefácio da Epifania do Senhor).
Louvamos a Deus porque, vítima mortal
da ambição e da febre de poder dos poderosos, esse mesmo Jesus hoje se mostra a
nós Ressuscitado, Vencedor dos poderes de morte. Além do mistério da sua
manifestação em Belém, celebramos hoje o mistério de sua presença pascal: ele,
entregando-se humildemente por nós, alimenta-nos e nos dá coragem para também
nos doarmos.
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. É válido
pensar em integrar nas celebrações as nossas ricas manifestações
religioso-culturais dos “reisados”. Fazê-lo, no entanto, de tal maneira que não
ofusquem o essencial (o mistério que se celebra na Palavra e no altar).
2. Valorizar
hoje: presépio, flores, luzes, estrelas, vestes brancas ou coloridas e dança litúrgica,
pois estamos no Tempo do Natal.
3. A
celebração do Natal e da Epifania não é comemoração de um aniversário. É, antes
de tudo, um “sacramento” (presença “hoje” da Luz que nasceu e brilhou
definitivamente na Páscoa). Por isso, pedagogicamente, é bom evitar qualquer
identificação simples do Natal com aniversário. Evite-se cantar parabéns a
Jesus.
7-
MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada Domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo do Natal, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste Tempo
do Natal. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra
proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia
é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral
ou de um movimento.
A função do
canto de abertura, inserido nos ritos iniciais, cumpre antes de tudo o papel de
criar comunhão. Seu mérito é de convocar a assembleia e, pela fusão das vozes,
juntar os corações no encontro com o Ressuscitado, na certeza de que onde dois
ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles (Mateus
18,20).
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, “inseri-la no mistério celebrado” (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico I da CNBB nos oferece uma ótima opção, que muitos
estão gravados no CD: Liturgia V. Outra opção é o Ofício Divino das
Comunidades.
1. Canto de abertura. Manifestação
do Senhor dos senhores a todos os povos (Salmo 71/72,2). Sem dúvida, o canto de
abertura mais adequado para esse dia é o Salmo 71/72: “Eis que veio o Senhor
dos senhores”, CD Liturgia V, melodia da faixa 12. Outra ótima possibilidade é:
“Nasceu a flor formosa da tribo de Jessé” Hinário Litúrgico I, pagina 79, ou
também o Salmo 2, “Reis e nações, CD Liturgia V, melodia da faixa 1. Como canto
de abertura, não podemos deixar de entoar um desses cantos que nos introduzem
no mistério a ser celebrado.
2- Acendimento do Círio Pascal. “Salve-Cristo,
ó Luz da bendita...”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 9.
3. O Ato penitencial. Muito
oportuno a primeira fórmula do Missal Romano, página 396.
4. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da
Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por
Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de
Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo,
exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
5. Salmo responsorial 71/72. Adoração
universal. “Eis que vem o Senhor
soberano, tendo em suas mãos poder e glória!”; CD Liturgia V, melodia da faixa
13.
O Salmo
responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura.
Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura
para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e o salmo
Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser
Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
6. Aclamação ao Evangelho. “Nós
vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mateus 2,2). “Aleluia... pois
nós vimos sua estrela a brilhar ”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 14. O canto
de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical
página 98.
Esta aclamação
é quase sempre “ALELUIA” (menos nas missas da Quaresma por seu um tempo
penitencial). É uma aclamação pascal a Cristo que é o Verbo de Deus. É um
vibrante viva Deus. Os versos que acompanham o refrão devem ser tirados do
Lecionário.
7. Apresentação dos dons. O
canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração na Epifania do Senhor. Sem
dúvida este canto é o mais apropriado para este momento por ser uma festa
natalina. “Nas terras do Oriente, surgiu dos céus uma luz”, CD: Liturgia V,
melodia da faixa 10. Se não for cantado na comunhão pode ser “Cristãos, vinde
todos”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 4.
8. Canto de comunhão. A estrela,
os dons e a adoração (Mateus 2,2). Sem
dúvida, o canto de comunhão mais adequado pra esse dia é Adeste Fidelis:
“Cristãos, vinde todos, com alegres cantos”, CD: Liturgia V, melodia da faixa
4. Não deixar de cantar principalmente a estrofe número 5: “A estrela do Oriente,
conduziu os Magos/ e a este Mistério envolve em luz./ Tal claridade,
também, seguiremos”.
Outra ótima
opção é o Salmo 2: “Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos com presentes,
adorar o Senhor”, Hinário Litúrgico I, página 6-7. Se a equipe de canto não
conhecer, a Igreja oferece outros dois cantos: “Nasceu em Belém e Belém quer
dizer: a casa do pão”, Hinário Litúrgico I, página 80; “Vimos sua estrela, no
Oriente CD: Liturgia V, melodia da faixa 15. Estes cantos retomam o Evangelho
na comunhão de maneira autentica.
O fato de a
Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a
profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia, Eucarística e
evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um
compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e
do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hebreus 7,27).
9- Canto final. “Cristãos, vinde todos, com
alegres cantos”, CD: Liturgia V, melodia
da faixa 4; “Vinde Cristãos, vinde à porfia..., Hinário Litúrgico I, página 90.
Durante o canto final, a equipe de celebração e a assembléia se aproximam do
presépio e se ajoelham para um gesto de adoração como fizeram os Magos.
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Uma
orientação para o Tempo do Natal: Usar o recurso da iluminação na igreja e
também no presépio, com foco de luz sobre a imagem do Menino na manjedoura. Evite-se,
no máximo, o uso de pisca-piscas, tanto no presépio como em árvores de Natal
dentro do espaço da celebração como em muitas comunidades se faz! É que o show de pisca-piscas durante a missa
transforma-se em “ruído”, “rouba a cena”, pois distrai as pessoas do verdadeiro
centro de atenção, que é o mistério celebrado na mesa da Palavra e na mesa da Eucaristia.
. São símbolos da onda consumista das festas natalinas e de final de ano que
invade as mentes e os corações das pessoas já desde o mês de outubro. Não se
deixem influenciar por esta onda consumista que queima etapas e deturpa o
Mistério do Natal. Evitem-se também músicas comercias de Natal.
9. AÇÃO RITUAL
Há um canto
pascal que diz: “Deus nos salva em Jesus”. Na celebração da sua Epifania como
Filho de Deus apresentado às nações todas, a universalidade do amor de Deus se
torna evidente. Seu desígnio de tornar toda a sua criação participante de sua
vida se cumpre. Eis o motivo de nosso júbilo.
Para criar um
clima orante, antes celebração, a comunidade pode cantar um refrão meditativo
que fale da Luz. Sugerimos: “Ó Luz do
Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser permanece em nós”.
Ritos Iniciais
1. Antes da
procissão de entrada, algumas pessoas entram com incensários. Elas percorrem
todo o templo, não só o corredor central, e depois depositam os incensários
próximos ao altar e ao ambão.
2. Na
procissão de entrada, pode entrar uma família com uma criança nascida a pouco
tempo. Levar também as imagens dos Magos. Nesta celebração não pode faltar o
incenso.
3. A saudação
do presidente pode ser inspirada na Carta de Paulo aos Gálatas 4,4:
O Deus que, na plenitude dos tempos, enviou
o seu Filho nascido de uma mulher, pela ação do Espírito Santo, esteja
convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de
Cristo.
4. E seguida o
presidente da celebração, ou diácono ou mesmo o animador leigo, dá o sentido da
celebração:
Domingo da Epifania do Senhor. Hoje
celebramos a manifestação do Senhor, Luz que ilumina todos os povos, culturas e
nações. Continuamos a alegria da Festa do Natal festejando o dom da graça e da
ternura de Deus a todas as pessoas.
5. Após a saudação,
o sinal da Cruz e a recordação da vida e o sentido litúrgico, pode-se fazer o
acendimento solene do Círio Pascal, tendo em vista, logo em seguida, a bênção
da água e o rito de recordação do Batismo.
a) Alguém se
aproxima do Círio Pascal, acende-o e, em seguida cantar o refrão que está no CD:
Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 9.
CRISTO-LUZ, Ó
LUZ BENDITA,/ VINDE NOS ILUMINAR
LUZ DO MUNDO,
LUZ DA VIDA,/ ENSINAI-NOS A AMAR!
b) Se não
souber o refrão, acende-o com as mãos erguidas, contemplando a chama e se
dirigindo ao alto diz:
Bendito sejas
tu, ó Deus de Israel e de todos os povos!
Tu falaste e a
Verbo se fez carne,
Luz da Luz
vieste iluminar o mundo
Hoje, nos
geras um Filho
E nos dás a
alegria re recordar tua Aliança,
Mediante nosso
mergulho em sua Vida !
És bendito, ó
Deus de Israel e todas as raças!
c) Em seguida
acende as velas do Altar.
6. O Ato
penitencial pode ser feito conforme a primeira fórmula do Missal Romano, página
396:
Senhor, rei da paz, tende piedade de nós.
Cristo, luz nas trevas, tende piedade de nós.
Senhor, imagem do homem novo, tende piedade de nós
7. O Hino de
Louvor (Glória) é, sem dúvida, um dos momentos altos da celebração. Deve ser
cantado solenemente por toda a assembléia. Deve-se estar atento na escolha dos
cantos para o momento do glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos
foi transmitido desde a antiguidade, que se encontra no Missal Romano, ou, pelo
menos, o mesmo texto em linguagem mais adaptada para o nosso meio e também a versão
da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores (como já existe!).
Evitem-se, portanto, os “glórinhas” trinitários! O hino de louvor (glória) não
de caráter Trinitário e sim Cristológico.
Pode ser acompanhado de uma
coreografia feita por um grupo de crianças e ao som de sinos, onde houver.
8. Na oração
do dia contemplamos nosso Deus que revelou o Mistério do Filho às nações, e
suplicamos que todos os cristãos saibam passar da fé à contemplação
Rito da Palavra
1. Dar destaque
especial à Liturgia da Palavra, proclamando bem as leituras, especialmente o
Evangelho. O Evangeliário pode ser acompanhado de tochas e incenso. E a
proclamação deve ser feita de tal maneira que a comunidade viva e experiência
da Encarnação de Jesus o Verbo (Palavra) que se fez carne e habitou entre nós.
Palavra que é o próprio Cristo, recebendo acolhida na assembléia reunida, seu
Corpo.
2. Durante a
aclamação e a proclamação do Evangelho, poderão ser acesas várias velas,
rodeando, com a estrela e o incenso, a mesa da Palavra.
3. Após a
proclamação do santo Evangelho, incensar as imagens dos Magos e em seguida
colocá-las no presépio.
4. Retomando um antigo costume da Igreja,
após a proclamação do Evangelho, antes mesmo da homilia, o diácono ou o
presidente da celebração ou outro ministro idôneo pode fazer o Anúncio das Solenidades
Móveis, a partir da Páscoa, conforme nos apresenta o Diretório da Liturgia 2014,
Ano B na página 39.
O presidente da celebração, ou
outro(a) ministro(a), à mesa da Palavra, pode proclamar ou cantar:
Irmãos caríssimos,
a glória do Senhor se manifestou
e sempre há de se manifestar no meio de nós,
até a sua vinda no fim dos tempos.
Nos ritmos e nas variações do tempo,
recordamos e vivemos os mistérios da salvação.
O centro de todo o ano litúrgico
é o Tríduo do Senhor crucificado, sepultado
e ressuscitado,
que culminará no Domingo de Páscoa,
este ano no dia 5 de abril.
Em cada domingo, Páscoa semanal,
a Igreja torna presente este grande acontecimento,
no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte.
Da Páscoa derivam todos os dias santos:
as cinzas, início da Quaresma, no dia 18 de fevereiro:
a ascensão do Senhor, no dia 17 de maio;
a festa de Pentecostes, no dia 24
de maio;
o 1° Domingo do Advento, no dia 29 de novembro.
Também nas festas da Santa Mãe de Deus,
dos Apóstolos, dos Santos
e na Comemoração dos Fiéis Defuntos,
a Igreja, peregrina sobre a terra,
proclama a Páscoa do Senhor.
A Cristo, que era, que é e que há de vir,
Senhor do tempo e da história,
Louvor e glória pelos séculos dos séculos.
Amém.
Pode ser cantado com a mesma música do Anúncio
Natalino, CD: Cristo clarão do Pai, melodia da faixa 5.
5.
No final, canta-se uma aclamação a Cristo: “Jesus Cristo ontem e hoje,/ e por
toda a eternidade,/ e por toda a eternidade”! (Hinário Litúrgico I da CNBB,
página 17).
6.
Se for celebração da Palavra, proceder do mesmo modo a respeito do Anúncio das
Solenidades Móveis de 2015.
7.
Na Profissão de fé (Creio), usar o “Símbolo de Nicéia- Constantinopla” é mais
extenso e mais completo que o “símbolo apostólico” que se costuma usar todos os
domingos. No Natal, como em outros dias festivos, é interessante usar o
primeiro, que fala mais sobre a Encarnação do Filho de Deus: “Creio em um só
Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai, nascido do Pai antes de todos os
séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado
não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por
nós homens e para a nossa salvação, desceu dos céus; e se encarnou pelo
Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem (...)”. Durante as
palavras “e se encarnou”, todos se ajoelham em sinal de adoração.
Rito
da Eucaristia
1. Na oração sobre
as oferendas suplicamos a Deus que olhe com bondade para as oferendas da
Igreja.
2. A única oferta
agradável a Deus na Eucaristia que celebramos é a vida do Filho, à qual se vê
unida à vida da comunidade de fé. O pão e o vinho, nesse sentido, traz presente
a existência da humanidade e do cosmos que é apresentada ao Pai, transformada
em memorial-sacramental da paixão e morte do Senhor Jesus e, finalmente,
entregue a Deus. É o sacrifício de Cristo que oferecemos e nossa união com Ele.
3.
A Oração Eucarística I (ou Cânon romano) é um pouco mais longa, mas tem a
vantagem de oferecer uma parte própria para a Epifania: “Em comunhão com toda a
Igreja, celebramos o dia santo em que o vosso Filho único, convosco eterno em
vossa glória, manifestou-se visivelmente em nossa carne.Veneramos também a
Virgem Maria e seu esposo São José”.
4. Na
celebração da Palavra, onde não houver Missa, após o rito da Palavra, cantar a
Louvação do Natal sugerida no Hinário Litúrgico I, CNBB, página 75.
Ritos Finais
1. Na oração
depois da comunhão suplicamos a Deus que nos guie sempre com a Sua luz para que
possamos viver com amor do mistério celebrado.
2. Dar um
destaque especial à bênção final, que poderá ser cantada. O Missal Romano, na
página 521, oferece uma oração de bênção própria para esta celebração.
3. As palavras do
rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Que Jesus
Cristo o Sol do Oriente que nos veio visitar vos guie no caminho da salvação. Ide
em paz e que o Senhor vos acompanhe.
4. Crianças ou
jovens ou idosos, entregam pequenas estrelas a todos os presentes, com uma
mensagem da liturgia do dia. Pode ser versículos da Liturgia da Palavra.
Entregar no final da celebração, depois da bênção e despedida na saída da
igreja.
5.
No final, seguir em procissão até o presépio e convidar também a assembléia a
se aproximar do mesmo, símbolo do Natal. Fazer um gesto de adoração como
fizeram os Magos colocando-se de joelhos e cantar: “Cristãos Vinde todos com
alegres cantos” (Adeste Fideles); “Vinde Cristãos, vinde à porfia..., Hinário
Litúrgico I, página 90; Belém é aqui, aqui é Natal”, Hinário Litúrgico I,
página 62 “Celebremos com alegria o dia em que Jesus nasceu”, Hinário Litúrgico I, página
63. Nas
regiões onde existe a Folia de Reis, seria bom convidar o grupo para prestar
uma homenagem ao Menino Jesus no presépio, antes da celebração ou após a
celebração.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os magos
vieram adorar o Menino Jesus. O coração do ser humano que mora longe de Deus
vem buscar esse Menino e o rosto de Deus. Continuaremos nossa caminhada.
Sabemos que a luz da fé, nos guiará a um conhecimento sempre maior de Deus. Ao
sairmos desta celebração precisamos levar a convicção de que nós, Igreja de
Cristo, temos a missão de anunciar a todos (muito mais por convicção e ações do
que por discursos) que Deus quer manifestar-se a todos através de Jesus, o
Menino das palhas da manjedoura que é também Imagem do Deus Invisível.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese
que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
Nenhum comentário:
Postar um comentário