13 de setembro de 2015
Leituras
Isaias 50,5-9
Salmo 114/115,1-6.8-9
Tiago 2,14-18
Marcos
8,27-35
“SE ALGUÉM QUER ME SEGUIR, RENUNCIE A SI
MESMO, TOME A SUA CRUZ E ME SIGA”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
Messias e Servo Sofredor. Hoje Ele se revela a nós como o Messias Servo Sofredor.
Celebrando a memória da paixão e da ressurreição do Senhor em nossa caminhada,
renovamos nossa profissão de fé e acolhemos o convite à renúncia e ao
seguimento radical do Mestre nos caminhos que o conduzem à imolação e à
revelação total como Messias Servo e Sofredor.
Celebrando a
memória da paixão e da ressurreição do Senhor em nossa caminhada, renovamos
nossa profissão de fé e acolhemos o convite à renúncia e ao seguimento radical
do Mestre nos caminhos que o conduzem à imolação e à revelação total como
Messias Servo Sofredor.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – Isaias 50,5-9a. Este
trecho da primeira leitura de hoje está em consonância com o Evangelho desse
domingo, em que Cristo ,
após a profissão de fé de Pedro, revela que Ele terá que sofrer muito, ser
rejeitado e condenado à morte pelos chefes do povo.
O trecho de
Isaias, proposto para a leitura de hoje, é o terceiro dos conhecidos 4 poemas
do Servo de javé (Isaias 42,1-4; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12). E seu tema
central é o sofrimento que o Servo terá que suportar, não um sofrimento
qualquer, mas um sofrimento infligido por seus adversários.
O Servo mantém
uma atitude constante e dócil de escuta: “cada manhã ele desperta meus ouvidos
para que escute como discípulo”. O versículo 5 insiste nesta atitude de escuta
da mensagem divina. Não reluta, nem foge como Jonas, mesmo diante das
circunstâncias mais duras e antipáticas de sua missão. O Servo aceita a vocação
com a pesada carga de ultrajes e sofrimentos, sem um movimento de revolta.
Nos versículos
de 6 a 7
aparecem os ultrajes a que é submetido o Servo: espancamentos, arrancamento da
barba e escarros no rosto. Eles exprimem sofrimentos físicos e profunda
humilhação. A barba, para os orientais, era o símbolo da dignidade social.
Arrancá-la, além de sofrimento físico, é um grande vexame. E escarrar no rosto
constituía o máximo da injúria (cf. Números 12,14; Jó 30,10). O Servo não só
não reage violentamente, mas nem se quer desvia o rosto. Enfrenta as afrontas e
ultrajes com tranqüilidade e firmeza. Não se sente intimamente abalado ou
desamparado porque tem toda a sua confiança no Senhor, e tem certeza que Ele
virá em seu auxílio.
Nos versículos
de 8 a 9, a esperança do triunfo
final é alimentada pela certeza da assistência divina. O Servo está tão seguro
desta proteção que pode desafiar seus adversários. O Servo tem a absoluta
certeza que o Senhor irá declará-lo inocente. Ninguém conseguirá provar que o
Servo é culpado. E por isso seus sofrimentos deverão encontrar outra
explicação. Esta aparece no quarto poema do Servo (Isaias 53,4-6.10).
O Canto
encerra-se com uma nota de triunfo. O Servo, protegido por Deus, ganha a causa.
Seus adversários não só não conseguem o seu plano contra o Servo, mas eles
mesmos, é que são condenados.
Assim, quando
Cristo anuncia que vai ter que sofrer muito, ser rejeitado e condenado à morte
pelos chefes do povo, está aplicando a si mesmo esta passagem do livro de
Isaias.
Salmo responsorial – 114/115, 114/115,1-6.8-9.
O Salmo 114/116 é um hino de ação de graças. O Salmo começa com uma
dedicação de amor a Deus: “Eu amo o Senhor, porque ele me ouve...”. É uma
declaração espontânea e sincera de amor ao Senhor que “ouviu a voz da súplica”
(versículo 1; cf. 2). “Morte “ e “angústia do além” (versículo 3) tinham-se
apresentado ao orante como adversários fortes e vencedores, tendo por objetivo
eliminá-lo. Agora que o perigo foi ultrapassado (versículo 8), torna-se
espontâneo para ele louvar e dar graças a Deus (versículos 5-6), “andando” à
luz dos Seus preceitos (versículo 9).
O Salmo é uma
ação de graças a um Deus que sempre liberta. O Salmista orante agradece a Deus,
porque o livrou de todas as desgraças: preso nas cordas da morte e nos laços do
abismo, invadido pela angústia e tristeza, chegou à beira da morte.
O rosto de
Deus neste salmo é muito interessante. “Todos os homens são mentirosos”, mas em
Deus pode-se confiar, pois Ele escuta quando as pessoas o invocam (pode-se notar quanta insistência se fala de Deus neste
salmo. Por que pode se confiar Nele? Porque ouve a voz suplicante (versículo
2), inclina o ouvido (versículo 2), salva (versículo 6) e liberta (versículo
8). É o mesmo esquema do êxodo: o povo
clama, Deus escuta e liberta. E o Deus deste salmo é o mesmo do êxodo e da
Aliança. O salmista afirma que “Deus é justo e clemente, o nosso Deus é
compassivo. Deus protege os simples” (versículos 5-6a).
Jesus
libertou, perdoou e curou todos os doentes que encontrou, vencendo até a
própria morte. E por causa disso muitos aprenderam a amar Javé e Jesus.
Na celebração
deste domingo, cantemos louvores ao Pai que em Jesus Cristo nos
liberta da morte e dá vitória a todos os que enfrentam as ameaças do mundo.
ANDAREI NA
PRESENÇA DE DEUS,
JUNTO A ELE NA
TERRA DOS VIVOS.
Segunda leitura – Tiago 2,14-18. O
texto da liturgia de hoje aborda a intenção central da carta de Tiago: o
problema da relação entre fé e obras.
A fé sem as obras não conta, é morta, não salva ninguém (versículos 17 e 26). É
como árvore seca: não produz fruto. Já em 1,19-27 a apóstolo disse que não
basta escutar a Palavra sem praticá-la e, em 2,1-13, ficou estabelecido que não
se pode crer em Cristo e ao mesmo tempo discriminar pessoas.
Tiago não nega
a fé, mas a supõe. Contudo, sem as correspondentes obras, a fé não traz nenhum
proveito no plano da salvação, é ortodoxia teórica e convicção platônica. A fé
teologal – adesão total a Deus – por natureza tende as realizar-se. Um fiel que
não vive de acordo com a sua convicção, que não enquadra sua existência nos
moldes do dom divino, não combina com a pregação de Jesus: “Nem todo aquele que
me diz: Senhor, Senhor, entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade
do Pai que está nos céus” (Mateus 7,21). Inclusive, quem não pratica a sua fé,
é réu de castigo maior (Lucas 12,47).
Tiago ilustra
sua doutrina com uma parábola (versículos 15 a 16): o exemplo aduzido é chocante,
desmascara o absurdo e a vaidade de semelhante fé. A saudação de despedida e o
conselho, na aparência fraterna (“ide em paz... aquecei-vos... fartai-vos”),
são hipócritas, a negação do amor (2,8), o oposto da fé, uma mentira
fraudulenta, porque, embora se conheça a obrigação de quem crê e se a reconheça
exteriormente, nada é feito para colocá-la em prática. Diante
disso, Tiago penetra no âmago da questão, denunciando o egoísmo, a presunção, a
hipocrisia face ao mandamento por excelência.
Evangelho – Marcos 8,27-35. O Evangelho
de Marcos é dividido em duas partes. A primeira, no capítulo 8, versículo 30,
tem como objetivo levar ao reconhecimento de que Jesus é o Messias (cf. Marcos
1,1). A partir do versículo 31, do capítulo 8, inicia-se a segunda parte que
tem a finalidade de explicar que tipo de Messias é Jesus.
Segundo
Marcos, Jesus escolheu de propósito este região pagã, romanizada para que os
discípulos tomassem consciência da sua missão messiânica, porque assim estavam
longe do fanatismo das multidões da Galiléia que identificavam o Messias como
um revolucionário, um libertador nacionalista e terreno. E pediu silêncio para
evitar falsas interpretações, porque os discípulos e menos ainda o povo
compreendiam as verdadeiras dimensões do messianismo de Jesus.
A imposição de
um severo silêncio (versículo 30) torna-se muito compreensível porque Jesus não
podia revelar publicamente, durante sua vida terrena e de maneira total, o
mistério da sua identidade, antes de ter demonstrado, por sua morte e
ressurreição, o sentido real de todos os seus títulos.
Após Jesus
fazer o anúncio da sua paixão, Pedro começou a repreendê-lo. Ele não compreende
que a missão traz consigo o sofrimento e a morte de Jesus. Pedro ainda está
preso a um messianismo terrestre e por isso recusará o primeiro ensinamento
sobre o Messias sofredor e advertirá mais uma vez Jesus, para que abandone o
seu caminho.
Diante dessa
idéia errada de Pedro, Jesus corrige a idéia de um falso messianismo. Ele
volta-se para Pedro e lhe disse: “Afasta-te, satanás, pois não sabes as coisas
de Deus, mas as dos homens” (versículo 33). “Afasta-te satanás”, Jesus estava
vencendo mais uma vez a tentação de um falso messianismo de sofrimento e de
morte. Cristo amadurecia conscientemente na sua idéia messiânica. Enquanto
Pedro (satanás: adversário), os discípulos e os homens (seus inimigos) se
alinham contra o plano salvador de Deus, Jesus escolheu seguir a vontade de
Deus.
Jesus diz “se
alguém me quer seguir...” porque está dirigindo-se a pessoas livres e não
obriga ninguém, mas se alguém se decidir é para valer. Não convida só os
discípulos, mas todos para segui-lo.
Duas condições
básicas, segundo Marcos, são necessárias para o seguimento de Jesus: renunciar
a si mesmo e tomar a cruz. Portanto, renunciar quer dizer arriscar a própria
vida por amor dos bens escatológicos que já estão ao alcance das mãos. Tomar sua cruz aqui significa arrepender-se
e entregar-se totalmente a Deus; arriscar a própria vida na sua Palavra;
assumir os sofrimentos e as dificuldades da vida que terminam na ressurreição;
realizar, então, o plano de Deus, isto é, caminhar cada dia no cumprimento dos
próprios deveres buscando realizar o próprio ideal nos acontecimentos;
acompanhar o Cristo na caminhada da fé sem procurar desculpas e justificativas.
Este é o verdadeiro martírio, isto é, testemunha. Depois de assumir tudo isso,
o discípulo, então, segue o Mestre.
O versículo 35
explica e completa o versículo anterior. Salvar a alma (tèn psychèn auto sósai)
significa salvar a vida, a própria pessoa (corresponde a néfesh: ser vivo,
pessoa); portanto, significa que há uma fase escatológica da existência humana
que nenhum sacrifício se torna excessivo para alcançá-la. Perder a vida por
amor a Cristo e por causa do Evangelho quer dizer em Marcos a presença e a
identificação de Cristo com a proclamação evangélica, a Boa-Nova da salvação
messiânica.
Para testar o
quanto o grupo dos discípulos tinha assimilado e compreendido seus
ensinamentos, sua pessoa e sua missão, Jesus lança uma pergunta: “Quem dizem os
homens que eu sou? Isto é, o que pensam a meu respeito aqueles que não fazem
parte do nosso grupo?” A diversidade de pareceres reflete que a opinião
pública, apesar de perceber que Jesus é uma pessoa notável, não tem clareza
sobre sua identidade. Ele não é reconhecido como o Messias, Servo Sofredor. E
Jesus pergunta: “E vocês, quem dizem que eu sou?” em contraste com o que falam
os outros, Pedro, em seu nome e do grupo, responde: “Tu és o Messias”. Ele faz
um ato de fé à messianidade de Jesus. Com esse ato de fé, Pedro corrige as
distorções a respeito de Jesus.
Todavia, é
ainda uma profissão de fé inicial, frágil e incipiente, embora autêntica, ponto
de partida para o seguimento de Jesus. A confissão plena de fé, o
reconhecimento total da identidade de Jesus, só acontecerá depois da
ressurreição. Para evitar mal-entendidos, Jesus proíbe severamente que falem em
público de sua identidade como Messias.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
A Palavra de
Deus, hoje dirigida a nós, coloca-nos diante de uma opção: seguir a lógica da
Cruz, do Messias Servo Sofredor, ou a lógica do messias segundo os critérios
humanos. O discernimento entre a lógica da cruz (do Servo Sofredor) e da
cultura dominante nem sempre é fácil, especialmente num ambiente de grande
esperança nacionalista: um ungido virá para restabelecer o reinado definitivo
do Deus de Israel, derrotando os agressores, isto é, os romanos. Seria um
Messias que resgatasse a dinastia de Davi e libertasse Israel do Império
Romano.
Jesus quer
abrir os olhos e iluminar a estrada do seguimento. A profissão de fé de Pedro e
a anúncio da cruz e dos critérios para o seguimento radical são abertos pela
cura de um cego anônimo, fora do povoado (8,22-26). Cegos eram os discípulos
que “tinham olhos e não enxergavam”. Jesus os leva para o povoado de Cesaréia
de Filipe para ajudá-los a enxergar. Assim como o cego anônimo que tem visão
distorcida, Pedro, confessando que Jesus era o Messias, o Ungido (Cristo), é
como o homem de visão deficiente. Reconhece em Jesus o Messias, mas um Messias
sem a cruz. Pedro não aceita a cruz e repreende Jesus (8,32). Jesus reage e
chama Pedro de satanás (aquele que devia do caminho de Deus, opositor) (8,33).
Como Pedro, muita gente não queria a cruz, ou melhor, como os discípulos, não
entendiam e temiam a cruz.
Diante da fé
autentica, porém frágil e incipiente dos discípulos, Jesus não rompe com eles
nem desiste de iniciá-los no mistério do Servo Sofredor. Começa a falar abertamente
sobre a cruz e sobre a identidade e o futuro do Messias. Lembrando Isaias
(primeira leitura), Ele diz que vai ser submetido a duras provas por seus
adversários, até a morte, mas depois de três dias vencerá, isto é, ressuscitará
(8,31).
Ao mesmo tempo
em que critica a incompreensão (cegueira) dos discípulos, Jesus corrige e
aponta as atitudes de quem deseja segui-lo de forma radical: negar a si mesmo,
carregar a cruz, perder a vida por causa de Jesus e do Evangelho e não
envergonhar-se Dele e de sua Palavra. É a partir da cruz que se pode entender e
reconhecer: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus” (Marcos 15,39).
Jesus proíbe
severamente que eles falassem a alguém a respeito dele (8,30). Qual seria o
motiva da ordem do silêncio? O povo não tinha condições de aceitar um condenado
à cruz como o Messias, pois havia assimilado a imagem distorcida do Messias
glorioso: rei, doutor, juiz, sacerdote. Ninguém lembrava do Messias Servidor e
Sofredor anunciado pelo profeta Isaias. Uma realidade só compreensível por quem
decidisse caminhar com Jesus na mesma estrada do compromisso com os pequenos
tendo em vista a realização do Reino. Só esses seriam capazes de aceitar o
Crucificado como o Messias. Só a convivência e a prática poderiam abrir o entendimento
da mensagem sobre a cruz.
Para andar na
estrada com Jesus em direção a Jerusalém, o seguidor (a) terá de confessar sua
fé, fazendo-a frutificar em
ações. A fé é um dom precioso, a base da salvação, o dom da
vida nova e a garantia da vida eterna. Entretanto, esse dom, essa vida nova se
expressa e se sustenta pela prática das obras, por excelência, de amor, de
justiça, de fraternidade, de caridade e de paz. São essas obras que tornam
visível e acreditável a profissão de fé e, por isso, atestam a autenticidade do
seguimento de Jesus Cristo.
A fé traduzida
em obras de solidariedade também se insere na lógica da cruz. Sua realização
não deve servir como suporte para as ambições pessoais, para a afirmação
própria ou de um grupo, para impor-se perante os outros. As obras da fé
requerem a renúncia de si mesmo, a negação de toda vontade de poder, de êxito e
de publicidade. As obras da fé devem adotar meios pobres, modestos, sóbrios,
não excessivamente vistosos, caracterizando-se pela simplicidade evangélica. A
fé desemboca necessariamente na prática das obras de caridade, as quais se
alimentam da fé professada e celebrada.
Na celebração,
esta palavra é dirigida à comunidade reunida. A fé dos discípulos e de Pedro é
a nossa fé inicial, fraca, mas destinada a crescer pela força da Páscoa do
Senhor. Temos sempre de vencer a tentação do sucesso, do triunfo a qualquer
preço. E podemos aprender a viver de um jeito mais pascal os sofrimentos que se
impõem sobre nós. Podemos crescer em nossos fracassos e crises.
4- A PALAVRA SE FAZ
CELEBRAÇÃO
Ícone do Mistério
Pascal
Embora a
imagem da cruz recorde algo como sofrimento e morte, seu uso na tradição cristã
não se limita a estes aspectos, embora os englobe e transfigure. Na verdade, a
compreensão mais antiga da cruz não tem a ver primeiramente com estes
significados, mas com a idéia de encontro entre o céu e a terra (divino e
humano), tempo e espaço que se cruzam, e outras realidades mais. Hoje, a cruz
traz presente a totalidade do Mistério Pascal de Jesus, que obviamente não
consta só de sofrimento e morte. É, portanto, anúncio da resposta de Jesus à
pergunta sobre sua identidade messiânica: o Filho do Homem deve sofrer, morrer
e ressuscitar (cf. evangelho).
Neste sentido
e seguimento a lógica do evangelho deste domingo, a cruz revela o pensamento de
Deus acerca do cosmo e da história humana. Por isso é motivo de nos gloriarmos
somente nela, conforme canta o versículo da (aclamação ao evangelho deste
domingo) e de enxergar o mundo nela pregado.
A resposta da cruz
Então,
conforme o costume antigo no que diz respeito às primeiras imagens de Cristo, o
que se “informa” com a cruz é o significado da palavra, ação e pessoa de Jesus.
Não é um retrato cruento de seu sofrimento e morte, mas de sua oblação
vitoriosa. Por isso as primeiras cruzes de que temos notícias usadas no culto
cristão traziam o Cristo glorioso, com vestes sacerdotais e coroado, como é
assim entre os orientais até hoje. Por sua vez, retrata a profissão de fé da
Igreja, que Pedro no Evangelho deste domingo parece desconhecer. A cruz,
portanto, recorda a identidade de Jesus, que o Evangelho evidencia. Quando nos
perguntarem quem é Jesus, respondamos com a cruz.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Celebrando a
memória de seu sofrimento, morte e ressurreição, Jesus nos associa à sua cruz
redentora, apesar de nossas cegueiras e fragilidades na prática das obras da
fé. Hoje torna-se cada vez mais pesada a cruz do testemunho autentico de fé e
do seguimento. Em muitos ambientes sociais, é pesada a cruz da identidade da fé
católica; a cruz dos conflitos familiares; a cruz das intrigas entre
lideranças; a cruz da incerteza e da carência de dignas condições de vida; a
cruz da fome, do desemprego, da falta de saúde, da exclusão.
Na ceia
eucarística, tomamos parte na ceia do Cordeiro que, morrendo, destruiu a morte
e, ressurgindo, deu a vida nova a todos. Jesus, Cordeiro conduzido ao
matadouro, é o Messias não-violento. A assembléia que se reúne para celebrar a
eucaristia é, ela mesma, a reunião do povo que por força da fé se empenha nas
causas da não-violência e da concórdia entre as pessoas. É o povo que o Cristo
resgatou quando, por sua morte, destruiu o muro que separava o povo pagão e o
povo judeu e estabeleceu a concórdia (cf. Efésios 2,14-18).
Participar da
mesa do Senhor, comer o pão e beber o cálice, Corpo e Sangue do Senhor,
entregue por nós, é participar do seu destino: do sofrimento, da morte na cruz
e da glória da ressurreição. “O cálice de bênção pelo qual damos graças é a
comunhão no Sangue de Cristo; e o pão que partimos é a comunhão no Corpo do
Senhor” (Antífona de comunhão).
São João
Crisóstomo lembra aos fiéis de Antioquia a unidade misteriosa existente entre a
eucaristia celebrada e a eucaristia vivida, e recomendada. “Não deixem o altar
da eucaristia a não ser para ir ao altar
dos pobres. Pois o mesmo corpo de Cristo que servimos no memorial de sua
paixão e de sua ressurreição é o que temos agora de servir na pessoa dos
pobres. O altar é também o símbolo da mesa do festim, da hospitalidade divina
para o qual todos os homens são convidados. Enquanto na eucaristia tudo
recebemos ao comungar o Corpo e o Sangue de Cristo, no altar dos pobres temos
de corresponder, de dividir o dom recebido, temos de fazer a doação de nós
mesmos” (cf. Corbon, J. Liturgia da fonte. São Paulo, Paulinas, 1992.pg. 187).
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Acolher de
maneira fraterna as pessoas que vão chegando para a celebração.
2. Motivar a
comunidade para o mês de setembro dedicado à Pastoral Bíblica no Brasil. Na
porta de entrada principal da igreja, em uma estante bem ornamentada, colocar o
Livro da Palavra (o Lecionário aberto na leitura do dia ou a Bíblia), de tal
modo que as pessoas, ao chegarem, tomem logo consciência da grande motivação do
mês de setembro.
3. Dia 21,
celebramos a festa do Apóstolo e Evangelista Mateus; dia 22 nos alegremos com a
chegada da Primavera; dia 23 celebramos a memória de São Pio de Pietrelcina,
perfeito seguidor de Cristo; dia 26 celebramos a memória dos santos Cosme e
Damião, médicos e mártires.
4. O
repertório litúrgico para este domingo está no CD: Liturgia IX e CD: Liturgia
VII. No Ofício Divino das Comunidades tem ótimas opções de cantos.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar
ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar
a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com
cada domingo do Tempo Comum, ajudam a
comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que
os cantos são do 24º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve
ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o
ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento.
1. Canto de abertura. Que Deus
nos dê paz, e profetas seguros (Eclesiástico
36,18[15-16]). “Senhor, escuta as preces do servo teu”, articulado com o Salmo
124/125, CD: Liturgia VII, melodia
da faixa 9.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas e também a versão da CNBB
musicado por Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor é chamado de “doxologia maior” em contraposição com a “doxologia menor”
que é o “Glória ao Pai...”. Trata-se de um hino antiqüíssimo, iniciando com o
louvor dos anjos na noite do Natal do Senhor (Lucas 2,14), desenvolveu-se
antigamente no Oriente, como homenagem a Jesus Cristo. Não constitui uma
aclamação à Santíssima Trindade, mas um hino Cristológico, isto é, os louvores
se concentram no Filho Jesus. É um hino pelo qual, a Igreja reunida no Espírito
Santo entoa louvores ao Pai e dirige súplicas ao Filho, Cordeiro e Mediador.
3. Salmo responsorial 115/116. Deus
ouve e salva seu Servo. “Andarei na presença de Deus, junto a ele, na terra dos
vivos”, CD: Liturgia IX, mesma melodia da faixa 10.
O Salmo
responsorial, ao mesmo tempo resposta da Igreja e proclamação da Palavra, tomou
importância na reforma litúrgica. Trata-se do texto colocado após a primeira
leitura bíblica e retirado da própria Sagrada Escritura, isto é, um Salmo.
Para que
cumpra sua função litúrgica, não pode ser reduzido a uma simples leitura. É
parte constitutiva da liturgia da Palavra e tem exigências musicais, litúrgicas
e pastorais.
4. O canto ritual do Aleluia. “Eu,
por mim, nunca vou querer outro título de glória que a cruz de nosso Senhor
Jesus Cristo” (Gálatas 6,14). “Eu de nada me glorio, a não ser, da cruz de
Cristo”, CD Liturgia VI, mesma melodia da faixa 10.
Mais do que
qualquer outra aclamação (Amém ou Hosana), o Aleluia é expressão de pura
alegria de êxtase. É o júbilo, a que Santo Agostinho se referia como “a voz de
pura alegria, sem palavra”. Este júbilo nos ensina que não podemos racionalizar
muito o mistério da Palavra. A Palavra deve tocar não nosso intelecto, mas o
coração.
O canto ritual
do Aleluia (ou aclamação do Evangelho é executado de forma “responsorial”.
- Aleluia (por
um solista);
- Aleluia
(retomado por toda a assembléia);
- Versículo
(por um solista)
- Aleluia
(retomado por toda a assembléia).
Esta forma
responsorial só é completa, quando o versículo bíblico é cantado, pois, caso
contrário, a resposta não tem seu verdadeiro efeito.
5. Canto após a homilia. É
importante concluir o silêncio que segue a homilia com um canto. “Salve ó cruz
libertadora”, cantar somente o refrão com a 1ª estrofe, CD: Festas Litúrgicas
IV, melodia da faixa 6.
6. Apresentação dos dons. Momento de partilha para com as necessidades
do culto e da Igreja. Devemos ser oferendas com as nossas oferendas para
socorrer os necessitados. “As mesmas mãos que plantaram a semente aqui estão”,
CD: Liturgia VII, melodia da faixa 4.
7. Canto de comunhão. “Se alguém
me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga” (Marcos 8,34b).
“Se alguém me quer seguir, a si tem que negar, tomar a cruz e vir”, articulado
com o Salmo 138/139, CD: Liturgia IX, melodia da faixa 11.
O Evangelho
nos mostra Jesus revelando o mistério da cruz na sua vida para a salvação de
todos. Ele é o Servo Sofredor. A Igreja oferece também outras duas ótimas
opções: “Os sofrimentos do tempo presente...”, Salmo 37/36, Hinário Litúrgico
III, página 364; “Ninguém pode se orgulhar a não ser nisto, nos orgulhamos na
cruz de Jesus Cristo” CD: Tríduo Pascal I, faixa 2. Estes três cantos são os
mais apropriados para retomarem o Evangelho neste domingo.
O canto de
comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do dia. Esta é a sua função
ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na
Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se
dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos
bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade
entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.
O fato de a
Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a
profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia, Eucarística e
evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um
compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e
do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hebreus 7,27).
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Dia 22, nos alegremos com a
chegada da Primavera. É muito importante que fique visível no espaço
celebrativo.
2. O Altar,
portanto, não é em absoluto um móvel, mas sim, um símbolo. E por ser símbolo,
deve ocupar um espaço que lhe seja próprio, ou seja, que nenhum outro objeto
esteja muito próximo do Altar, diminuindo sua importância. Assim, evitem-se
pedestais com flores e grandes arranjos muito próximos do Altar, que podem ser
obstáculos à visibilidade e distrair a atenção dos símbolos do pão e do vinho
que estão sobre ele. Convém lembrar que as flores devem destacar o Altar e não
encobri-lo. Mesmo as velas, preferentemente o Círio Pascal, símbolo da luz do
Cristo ressuscitado, devem estar em pedestais separados do Altar.
3. Desde modo,
durante todo o tempo da Liturgia da Palavra, o Altar permanece sem nada em
cima: nem livros, microfones ou galhetas. O Altar recebe o livro (missal) e os
vasos sagrados, o pão e o vinho, que são trazidos na procissão das oferendas,
para serem apresentados pelo presidente da celebração (cf. IGMR, n. 100).
4. A cruz é
uma peça importante nas celebrações do Mistério Pascal do Senhor. Ela é
entendida pela Instrução Geral do Missal Romano como um elemento que deve
recordar aos fiéis o acontecimento da fé ali celebrado.
5. Ela pode
ser processional, e por isso é chamada de cruz litúrgica. Ela ocupa o lugar
próximo do altar quando usada na procissão e por isso é comumente ladeada por
velas.
9. AÇÃO RITUAL
No cotidiano
de um mundo demasiadamente barulhento, a liturgia é o lugar – por excelência –
da experiência como o Mistério de Deus. A liturgia é o lugar da contemplação do
grande Outro. Nesse caso, o silêncio ajuda a comunidade a se preparar com essa
experiência. O Senhor nos convida à escuta. Seria muito oportuno, no início
desta celebração, convidar a assembléia a um instante de silencio litúrgico que
deve haver entre as leituras proclamadas na liturgia da Palavra.
Hoje é o Domingo
do Servo Sofredor. Acolher os irmãos e irmãs que vem tomar parte da celebração
impulsionados pelo Espírito Santo, cada um carregando a cruz de sua vida. Dar
atenção especial às pessoas idosas, aos portadores de deficiência e aos
enfermos da comunidade.
Antes de
iniciar a celebração, deixar a cruz na entrada da Igreja ladeada com duas
velas, para que todos possam perceber o mistério da cruz na celebração deste
Domingo.
Ritos Iniciais
1. Na
procissão de entrada a cruz, como de costume, pode ser trazida à frente,
ladeada por velas. Quando chegar ai santuário (presbitério), ela é depositada
no lugar de costume, e as velas permanecem ladeando-a.
2. A
celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto
de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a
assembléia no Mistério celebrado. Sugerimos como canto de abertura, o “Senhor
escuta as preces do servo teu”, muito oportuno para a celebração de hoje.
3. O sentido
litúrgico, após a saudação do presidente, pode ser feito por quem preside, pelo
diácono ou um ministro devidamente preparado com palavras semelhantes às que
seguem:
Domingo do Messias e Servo Sofredor.
Contemplando a presença do Senhor ressuscitado em nossa caminhada, renovamos a
nossa profissão de fé e recebemos o anúncio de sua paixão. Celebramos a Páscoa
de Jesus Cristo que se manifesta na experiência de sofrimento de nossos irmãos
e irmãs.
4. Em seguida
fazer a “recordação da vida” trazendo os fatos que são as manifestações da
Páscoa do Senhor na vida da comunidade, do país e do mundo, mas de forma orante
e não como noticiário.
5. O Ato
Penitencial pode ser feito com a assembléia de pé, voltada para a cruz.
Enquanto de diz ou canta as estrofes, pode-se queimar incenso a seus pés.
Exemplo:
Senhor, que te
revelas como Filho do Homem, sofrendo as dores da humanidade ferida, piedade de
nós. (coloca-se o incenso)
Todos: SENHOR, TENDE PIEDADE DE NÓS!
Cristo, que
nos revelas o pensar de Deus-Pai, piedade de nós. (coloca-se o incenso)
Todos: CRISTO, TENDE PIEDADE DE NÓS!
Senhor, que
nos deste a vida através de tua oblação vitoriosa na cruz, piedade de nós.
(coloca-se o incenso)
Todos: SENHOR, TENDE PIEDADE DE NÓS!
Deus
todo-poderoso e cheio de misericórdia, tenha compaixão de nós, perdoe os nossos
pecados e nos conduza à vida eterna.
6. Pode-se
substituir a Ato Penitencial pela Aspersão. A configuração a Cristo se dá pelos
sacramentos do Batismo e da Eucaristia. É oportuno, para essa celebração, que
se faça o rito de Aspersão da comunidade.
7. Cada
Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de
louvor (glória).
8. A Oração do
Dia nos convida a sentir o amor de Deus por nós, isto é, fazer experiência de
Deus, e servi-Lo de todo o coração. A oração nos mostra que o amor de Deus é
uma ação constante.
Rito da Palavra
1. Jesus é a
Palavra definitiva de Deus. Sua pessoa nos revela a verdadeira lei, a do amor.
Nesse caso é oportuno o uso do Evangeliário. É importante lembrar que o livro
dos Evangelhos entra na procissão de entrada e é depositado no Altar, até o
momento do canto ritual do Aleluia, quando é levado em procissão, ao Ambão.
2. Após a
homilia, é louvável um momento de silêncio, para que a Palavra proclamada
ressoe no coração da Assembléia. Para encerrar o momento, o refrão meditativo
“Salve ó Cruz libertadora”, somente com a primeira estrofe, ajuda a fazer eco
àquilo que a liturgia deste Domingo nos convida: à configuração à pessoa do
Cristo Senhor. CD: Festas Litúrgicas IV, melodia da faixa 6.
3. Fazer a
profissão de fé diante da cruz semelhante à Vigília Pascal ou da renovação das
promessas batismais. Onde for possível pode ser realizada com a assembléia
portando as acesas as velas recebidas na chegada. Onde não for possível toda a
assembléia ter velas acesas, fazer este rito com catequistas e os outros
ministérios. Estas devem ser acesas nas velas que ladeiam a cruz. Todos se
voltam para a cruz durante a recitação. A renovação da fé poderá ser concluída
com a aspersão da água benta, enquanto todos cantam: “Banhados em Cristo...”,
CD: Tríduo Pascal II, faixa 11; “Eu vi, eu vi, vi foi a água manar...” Hinário
Litúrgico III, página 83.
Rito da Eucaristia
1. Valorizar
nesse dia a procissão das oferendas levadas pelos próprios fiéis, pois “embora
os fiéis já não tragam de casa, como outrora, o pão e o vinho destinados à
liturgia, o rito de levá-los ao altar conserva a mesma força e significado
espiritual” (IGMR, nº 73). A procissão das oferendas, como a procissão de
entrada, deve partir do átrio da Igreja, passando pela nave, com destino ao
presbitério.
2. Na hora da
procissão das oferendas onde houver o costume de levar para a celebração
alimentos, roupas e outros objetos para serem repartidos entre as pessoas
necessitadas, conduzir as ofertas ao altar com o pão e o vinho da eucaristia.
3. Na Oração
sobre o pão e o vinho suplicamos a Deus que acolha com bondade as oferendas dos
servos e servas. E que os dons de cada sirvam para a salvação de todos.
4. Se for
escolhida outra oração eucarística sugerimos o Prefácio Paixão/Ramos, página
231 do Missal Romano o qual destaca que a morte do Senhor apagou os nossos
pecados. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Inocente, Jesus quis
sofrer pelos pecadores. Santíssimo, quis ser condenado a morrer pelos criminosos.
Sua morte apagou nossos pecasos e sua ressurreição nos trouxe vida nova”. Outra
opção é o Prefácio é o Prefácio para os Domingos do Tempo Comum VII o qual
destaca a salvação do mundo pela obediência de Cristo ao Pai. “Amando-o até
o fim, amastes nele nossa humilde condição. E ele, na obediência até à morte,
restaurou o que nossa desobediência fizera perder”. O grifo no texto
identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado
neste Domingo e que pode ser aproveitado na própria, ao modo de mistagogia.
Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou a III Oração
Eucarística. A II admite troca de prefácio. As demais não admitem um prefácio
diferente. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo
para a unidade teológica e literária da eucologia.
5. A liturgia
eucarística é o memorial do Cristo Servo Sofredor. Cantar o prefácio, o
“Santo”, as aclamações, em especial, a aclamação anamnética após a narrativa da
instituição eucarística (“Eis o mistério da fé, anunciamos...” e o amém da
doxologia Por Cristo, com Cristo em Cristo...).
6. No momento
da fração do pão, a assembléia canta o “Cordeiro de Deus”. Jesus é o cordeiro
imolado de modo brutal que não reagiu com violência aos seus inimigos.
7. Também
neste Domingo no momento do convite à comunhão, quando se apresenta o Pão
consagrado e o cálice com o sangue de Cristo, é muito oportuno o texto bíblico
de João 8,12, que é a fórmula “b” do Missal Romano:
“Eu sou a luz do mundo; quem me
segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Eis o Cordeiro de Deus
que tira o pecado do mundo.
Ritos Finais
1. Na oração
pós-comunhão pedimos a Deus que o dom eucarístico penetre toda a nossa vida de
modo que sejamos movidos por seu efeito, e não por nossos impulsos.
2. Na bênção
final o ministro reza em favor da assembléia a Oração n. 17 (Missal Romano,
página 533). Enfatizar a missão de renunciar a si mesmo, tomar a cruz e seguir
a Jesus, o Messias Servo Sofredor.
3. As palavras
do rito de envio devem estar em consonância com o mistério celebrado: “Tome a
sua cruz e entre no seguimento de Jesus”. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ser seguidor
de Jesus crucificado não é fácil. O seguimento suscita dúvidas, incompreensões
e medos. Em primeiro lugar é preciso não se afastar dele. Permanecer unidos a
Ele na oração, nas celebrações, no testemunho, na leitura contínua das
Escrituras. Em segundo lugar é preciso vigiar para não cair na tentação de
busca de prestígio e do poder.
Celebremos a
Páscoa semanal do Senhor valorizando os que assumem a sua missão em nossa
diocese e no mundo inteiro, levando a cruz de Jesus Cristo para que todos
assumam a missão do Servo Sofredor.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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