sexta-feira, 4 de setembro de 2015

23º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

06 de setembro de 2015

Leituras

         Isaias 35,4-7a
         Salmo 145/146,7.8-10
         Tiago 2,1-5
         Marcos 7,31-37 

“ELE TEM FEITO BEM TODAS AS COISAS”


1- PONTO DE PARTIDA

Domingo da cura do surdo-mudo. Domingo passado falávamos sobre as tradições humanas, que podem ser mudadas. Apenas a lei do Deus da Aliança é imutável. A lei que nos liberta da formalidade ritual e do tradicionalismo será guardada pela nossa capacidade de escutá-la atentamente.

Jesus tocou os ouvidos e a boca do surdo-mudo e disse: “Effata”. O termo é hebraico e, traduzido, significa “abre-te”. O Domingo de hoje traz presente a triste realidade da surdez, isto é, daqueles que se “fazem surdos” e daqueles que “se calam” ou são silenciados pelos interesses dos que se sentem prejudicados pela voz ou pelos gritos do povo que reclama por participação e por dignidade. “Surdo e mudo” evidencia as resistências e as dificuldades para aceitar e propor uma nova realidade de vida.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos

Primeira leitura – Isaias 35,4-7. Os quatro versículos da primeira leitura deste domingo formam um conjunto homogêneo com todo o capítulo 35 de Isaias. Embora sendo um capítulo curto, através de suas imagens e metáforas, traz uma mensagem cheia de alegria e felicidade.

Todo o trecho vibra de explosões de alegria e júbilo, pela manifestação de Deus. Reanima os desesperançados, fortalece os fracos, porque Deus vem mesmo. Ele não falha, promete e cumpre. Vem com poder, em favor do seu povo. Ele vai dar saúde aos doentes, vai fazer botar água no deserto, transformando-o num jardim.

O versículo 4 é um convite ao encorajamento, dirigido a pessoas medrosas e sem esperança. Certamente pessoas que sofreram muito e por isso não conseguem mais ter motivos de esperança. Essas pessoas que viveram na mesma época que o Profeta Isaias, estavam tristes, desanimadas, diante do prolongamento do exílio babilônico e de tantos sofrimentos. Estas palavras têm o objetivo de reanimar quem estava sem esperança, com a promessa da próxima intervenção de Deus que vai trazer libertação e salvação. O Profeta, em nome de Deus, anuncia que Deus mesmo, em pessoa, vem restabelecer a justiça e dar a cada um a sua recompensa. Na segunda parte do versículo 4 tem uma ameaça dirigida ao Império da Babilônia: “Vede, é vosso Deus, é a vingança que vem, é a recompensa de Deus; é ele que vem para vos salvar.”

Nos versículos de 5 a 6 narra que a chegada de Deus vai trazer consigo uma total transformação da natureza. Tudo o que tiver defeitos será corrigido. Cegos, surdos, mudos, os que andam mancando recuperarão suas faculdades, serão restabelecidos em sua saúde perfeita. Javé é o Deus da vida, e quando e onde Ele chega, a vida desabrocha e se realiza em plenitude. Na resposta que Jesus dá aos discípulos de João (Mateus 11,5) recorre a este texto para mostrar o seu caráter de Messias. “És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” (Lucas 7,20). Curando mancos, dando vista aos cegos, fazendo ouvir e falar surdos e mudos, Jesus diz assim: o Deus que prometeu intervir para libertar seu povo de todos os males já está no meio de vocês. Deus com seu Reino chegou. No Evangelho deste domingo lemos a cura do surdo-mudo. E o povo entusiasmado exclama: “Ele fez bem todas as coisas. Fez os surdos ouvir e os mudos falar” (Marcos 7,37). Para Jesus as curas não têm um fim em si mesmas mas para despertar a fé para algo de muito mais importante que é o Reino.

Nos versículos de 6-7a, aparece a metáfora da restauração da saúde. O Profeta salta para outra, muito cara aos hebreus: o das águas que jorram no deserto. A escassez de água é uma realidade muita sentida na Palestina. E como a água é absolutamente indispensável à vida, nada melhor do que esta imagem para representar o Deus da Vida: aquele que fez jorrar água no deserto e correr torrentes na estepe. E assim Deus manifesta seu poder fazendo desabrochar vida, onde antes só havia sinais de morte. O poder de Deus faz desabrochar a vida, onde antes só havia sinais de morte

Salmo responsorial 145/146,7.8-10. Este Salmo abre o terceiro Hallel (Salmos 145-150), recitado de manhã pelos judeus (cf. Salmos 113-118 e 136). Para os judeus começa aqui o louvor da manhã, terceiro louvor do povo de Deus (112-117; 135; 145-150).

É um hino de louvor celebrado em lugar público. As pessoas são convidadas a não confiar nos poderosos, apoiando-se no Deus das promessas, da libertação e da Aliança. Os poderosos têm planos, mas seus projetos morrem com eles. Com Deus é diferente: seu projeto é para sempre, e Ele reina sem fim (versículo 10). O projeto dos poderosos e injustos produz: oprimidos, famintos e prisioneiros (versículo 7), “cegos” e “encurvados” (versículo 8), opressão de estrangeiros e exploração dos órfãos e viúvas (versículo 9a). São sete grupos sociais excluídos da vida e explorados pelos poderosos injustos; explorados em seus direitos, liberdade e consciência. Entre esses sete grupos sociais estão os três mais desprotegidos: estrangeiros, órfãos e viúvas (versículo 9a). A opressão e a exploração os despojam dos bens da vida (famintos), alienando-os a ponto de aceitar essa situação passivamente (“cegos”). É o projeto de morte dos poderosos e injustos.

O rosto de Deus neste Salmo é de protetor, que toma as dores dos excluídos. Em tudo e sempre, aliado dos justos, contra os injustos, fiel. Feliz quem Nele se apóia. Portanto, o rosto de Deus é de protetor e aliado fiel que nunca falha.

Os contatos deste Salmo com a vida de Jesus são inúmeros. Basta lembrar seu programa de vida (Lucas 4,18-21) e as conseqüências disso: oprimidos de toda a espécie libertados, famintos que comem até fartar-se, “prisioneiros” libertados, cegos e encurvados curados, o carinho que Jesus teve pelos estrangeiros, viúvas e órfãos, o Reino que anunciou, trouxe para dentro de nossa caminhada e entregou aos pobres (Lucas 6,20ss, Mateus 5, 1-12). Não podemos esquecer a atitude de Jesus contra os poderosos, ensinando o povo a não confiar neles.

Cantemos ao Senhor, porque Ele manifesta sua misericórdia abrindo os olhos aos cegos, erguendo os paralíticos, anunciando aos pobres a Boa-Nova.

R: BENDIZE, Ó MINHA ALMA, AO SENHOR.
     BENDIREI AO SENHOR TODA A VIDA!

Segunda-leitura – Tiago 2,1-5. O apóstolo Tiago nos mostra que a fé em Jesus Cristo ressuscitado, na vida prática, tem exigências: não se concilia com a discriminação entre as pessoas, no trato parcial com ricos e pobres nas assembléias cristãs. Quem dá preferência aos ricos, age mal, é uma oposição à fé no Ressuscitado. A fé liberta da adulação calculista face aos grandes. Não se podem apreciar as pessoas só pelo prestígio social. O que vale é o que as pessoas são diante de Deus. Entretanto, diante de Deus somos todos iguais, como criaturas e como pecadores. Deus não olha para o exterior, mas sonda o coração (1Samuel 16,7).

Os profetas já haviam condenado um culto que não se completava numa visão social equilibrada (Amós 2,6-7; Isaias 1,23; Ezequiel 22,7): o Deus que o povo louva ama os pobres com um amor de preferência (Oséias 14,4; Jeremias 5,28; 7,6; portanto, o culto deve ressoar esse amor). Tiago condena uma atitude que não respeita o espírito de pobreza da comunidade de Jerusalém (Atos 2,44; 4,34-5,11).

O trato privilegiado dos ricos, a negligência para com os pobres, não são atitudes cristãs, porque a Igreja é de todos, tanto para os pobres como para os ricos. O cristão, que assim procede, é mau juiz, pois se deixa levar pela prevenção e pelos partidarismos, traindo sua vocação e missão.

            Tal conduta de favorecimento aos ricos e de restrições aos pobres, não é um dos principais escândalos para os de fora? Conviria questionar: será que não se aplicam estes padrões de vida na existência de nossas comunidades cristãs como algo de natural e normal? Não estaremos sendo inconseqüentes e, portanto, maus juízes? E não estaremos duvidando a quem servir: a Deus ou ao mundo? Se, temos fé, vivemos como não a tivéssemos.

Uma coisa está fora de qualquer discussão: Deus escolheu os pobres para herdeiros do reino (versículo 5) em vez de enriquecê-los materialmente. Se Deus age assim, nós não podemos continuar insensatos. Devemos imitar esse Deus que tem predileção pelos pobres, sofredores e doentes. Deus, em sua misericórdia, não nega a ninguém o seu amor, muito menos aos pobres e desamparados. Aliás, aquilo que o mundo julga loucura, Deus escolheu para confundir os fortes (1Coríntios 1,27), uma vez que tais pessoas, com a infelicidade, compreendem melhor a necessidade da salvação, tornando-se mais propensa à misericórdia de Deus (cf. Mateus 13,22; Marcos 10,23; 1Timóteo 6,9s) e mais livres para amar a Deus (cf. Mateus 5,3ss; 19,16-30). É a esses que Jesus dedicava de preferência seu amor e sua mensagem: “Bem-Aventurados os pobres porque deles é o Reino de Deus” (Lucas 6,20).
Tiago dessa forma é fiel testemunha do Senhor Jesus. Nem por isso os ricos ficam excluídos da salvação. A preferência especial pelos pobres e abandonados, nos evangelhos, é do começo ao fim. Logo, devem ser tidos como ricos na fé; com efeito, a verdadeira riqueza da pessoa humana é sua eleição da parte de Deus, é a fé, a herança eterna (Mateus 5,3; 2Coríntios 6,10; 8,9; Apocalipse 2,9). Em virtude disso, sejam honrados e amados! Se Deus ama os pobres, porque nós também não os amamos?

Evangelho – Marcos 7,31-37. Jesus se encontra em Tiro nas fronteiras do Líbano, na época um pais pagão, para uma nova missão, e aí realiza um milagre em favor de um surdo-mudo. O milagre anuncia a chegada da salvação.

A estatística evangélica dos milagres concretos de Jesus – não contando com os frequentes sumários ou resumos em que se incluem milagres sem os especificar – soma 35, dos quais 30 se encontram em Mateus, Marcos e Lucas e cinco em João. Dos sinóticos é Marcos quem dá maior realce aos milagres do Senhor, dos quais menciona 20, intercalando-os funcionalmente, como ilustração dos ensinamentos de Jesus, como vimos em outra ocasião.

Marcos sem dúvida integrou este milagre num ritual de “iniciação batismal” já existente. A atitude de Cristo levantando os olhos para o céu antes de curar o mudo (versículo 34) só é mencionada no relato da multiplicação dos pães (Marcos 6,41). Este é um sinal do caráter litúrgico desse episódio.

Os mais antigos rituais batismais já previam um rito sobre os sentidos (olhos em Atos 9,18; nariz e ouvidos na Tradição de Hipólito de Roma n.20; etc.). Comparem com o Ritual da Iniciação Cristã (RICA), na pagina 86 e também no Ritual do Batismo de Crianças página 51 e página 70.

Se admitimos que, para a mentalidade judaica, a saliva é uma espécie sopro solidificado, ela poderia significar o dom do Espírito característico de uma nova criação (Gênesis 2,7; 7,22; Sabedoria 15,15-16). Marcos sem dúvida conserva a palavra aramaica pronunciada por Cristo Éffata (versículo 34), porque a tradição ritual a mantinha.

O considerável número das curas de surdos e de mudos operadas por Cristo é sinal de inauguração da era messiânica, isto é, a chegada do Reino (Lucas 1,64-67; 11,14-28; Mateus 9,32-34; 12,22-24; Marcos 7,31-37; 9,16-28). No termo dos evangelhos, o envio dos apóstolos em missão, para levar a Palavra ao mundo, apresenta-se também sob a forma de uma vocação profética, pois uma língua nova lhes é dada (Mateus 10,19-20; Romanos 10,14-18), como se, por sua vez, tivessem que sair do silêncio, da mudez.

O surdo-mudo é levado por pessoas anônimas até Jesus. Elas lamentavam sua deficiência, compadecem-se e intercederam para que Jesus “pusesse a mão sobre ele”. Não pediram para que fosse curado. O gesto de Jesus seria suficiente para mudar a situação. Os discípulos, enraizados ao modo judaico, mantiveram-se fechados em relação aos pagãos. Não aparecem na cena. Jesus age prontamente. Separa-se da multidão com o surdo-mudo, toca-lhes os ouvidos e depois a língua com sua saliva e o homem ficou curado. Jesus o proíbe de divulgar o fato, no entanto, quanto mais o proibiam, mais ele propagava o ocorrido.
O Evangelho de Marcos trabalha com o chamado “segredo messiânico”: Jesus fazia milagres e pedia que não contassem a ninguém. Os teólogos dizem que esse é um modo de acentuar que a missão de Jesus só seria bem compreendida depois da ressurreição: ai sim, daria para entender que a missão era maior e que os milagres eram sinais do rumo que Deus queria dar à história humana. Sensacionalismo e fama não eram os objetivos de Jesus. Também não devem ser os nossos. O que deve aparecer e motivar as pessoas é o projeto de Deus. Se temos dons de liderança precisamos usá-los, mas não é por nossa causa, ou por qualquer obra destacada que realizamos, que outros devem se empolgar. O entusiasmo tem que ser dirigido ao projeto de Deus, no qual cada um fará as pequenas ou grandes realizações que estiverem ao seu alcance.

O cristão que vive estes últimos tempos torna-se, assim, de algum modo, profeta, especialista da Palavra, familiar de Deus. Deve ainda poder ouvir essa Palavra e proclamá-la: para tanto, ele tem necessidade dos ouvidos e dos lábios da fé.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

A Palavra de Deus deste 23º Domingo traz presente uma daquelas cenas que nós, por vezes, contemplamos nas miseráveis periferias urbanas, de um grande hospital da rede pública. Ali se encontram crianças e idosos, jovens e adultos – famintos, maltrapilhos, enfermos de espécie, cegos, surdos, mudos, aleijados, desempregados, desalentados com as possibilidades de vida humana. É o deserto, a terra será e estéril. São as Decápoles do terceiro ou quarto mundo.

A visão luminosa do profeta Isaias renova-se no hoje da nossa história, pois o Senhor quer a criação funcionando bem em tudo e em cada pessoa. Deus põe mãos à obra através de sua Palavra: “A terra seca mudará em planície fértil, e o deserto se encherá de fontes”. O cortejo dos desconfiados e miseráveis de corpos mutilados se transforma em cortejo festivo de gente liberta. Esta utopia culmina no gesto de Jesus de curar o surdo-mudo. Diante da nova criação, a multidão que estava distante do lugar do prodígio, sem poder conter o entusiasmo, exclama: “Jesus faz bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”. Completam-se os tempos messiânicos prometidos pelo profeta: instauram-se novos tempos em que os surdos são curados e os mudos falam; estabelecem-se assim novas relações de diálogo entre pessoas e culturas.

A Igreja hoje tem a missão profética de gritar: “Sejam fortes! Não tenham medo. Vejam o Deus de vocês: ele vem para vingar, ele traz um prêmio divino, ele vem para salvar”. Assim reanimará e apontará os caminhos e os sinais que recriam e alimentam a esperança do povo. Mas, para que a surdez e a cegueira sejam vencidas e brotem como fontes de água viva no deserto do mundo moderno é necessário que as comunidades cristãs tenham coragem de romper a dura crosta da desumanidade e façam circular com largueza a Boa-Nova da vida, da paz e da misericórdia.

As múltiplas iniciativas eclesiais, promotoras da caridade e da justiça social, são instâncias que podem renovar o gesto quase batismal e a Palavra milagrosa de Jesus: “Abre-te” em favor dos excluídos, dos condenados ao silêncio e obrigados unicamente à execução submissa de tarefas. Abre-te à escuta! Abre-te à compreensão profunda das pessoas e de suas dificuldades.

Com seu gesto e sua Palavra, Jesus manifesta que a solidariedade realiza maravilhas. O surdo-mudo personifica o individuo impossibilitado de relacionar-se com os outros. “Não pode ouvir o que lhe é comunicado nem transmitir o que não ouviu.” Por conseqüência dessa situação, vive isolado em seu mundo. Os surdos-mudos de hoje podem ser aqueles a quem nunca chegou a Palavra de Deus ou aqueles bom católicos que não aderiram à Boa-Nova da salvação.

Surdos e mudos podem ser também quem, a exemplo dos discípulos, nas Decápoles da vida moderna, não lê nem se abre aos novos sinais dos tempos. A sociedade plural de nossos dias abre as portas ao relacionamento alicerçado no respeito, no diálogo e na compreensão. “É surdo e mudo aquele que não se relaciona como os outros, que se fecha em si mesmo na persuasão de já possuir toda a verdade e de já não ter mais nada a aprender”.

Tocado pelo Mestre, o cristão abres seus ouvidos à escuta da Palavra de Deus e, mesmo frente às resistências, não se cala diante da urgência de anunciar a Boa-Nova da vida.

Nos quadros dos novos relacionamentos, da nova aliança fundada na presença e na ação libertadora de Jesus Cristo, não há espaço para fazer diferença e discriminação entre pessoas. Privilegiar uns por seu status social menosprezando a outros por sua condição de pobres é trair a fidelidade de Deus que sempre beneficiou “os pobres deste mundo para que fossem ricos na fé e herdeiros do Reino”.

No entender do Apóstolo Tiago, no âmbito da nova aliança, a comunidade cristã foi constituída para ser sinal de esperança para os pobres. Quando em suas assembléias litúrgicas ela cede ao favoritismo dos ricos em detrimento dos pobres, além de enfraquecer o testemunho e as razões de sua fé, ofusca a glória de Deus.

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO        

Palavra e Eucaristia, um só ato de culto.

O concílio Vaticano II, há quase 50 anos, convidou os católicos a valorizar e escutar a Palavra de Deus. Antes do Concílio, na celebração da Eucaristia, a Palavra de Deus ocupava um lugar secundário. A Constituição Sacrosanctum Concilium devolveu à Eucaristia e às outras celebrações , o régio lugar que lhe cabe, ao afirmar: “Na celebração litúrgica é máxima a importância da Sagrada Escritura. [...] é de sua inspiração que surgiram as preces, orações e hinos litúrgicos...; é necessário que se promova aquele suave e vivo afeto pela Sagrada Escritura... (SC, nº 8). Além do uso da Palavra de Deus na liturgia, devemos também valorizar os cursos bíblicos, círculos bíblicos e, de modo especial, os grupos de “Leitura Orante da Palavra de Deus”,  que se multiplicam em nossas comunidades. A leitura pessoal da Palavra de Deus também não pode ser esquecida.

O Concílio Vaticano II deixou clara a notável unidade existente entre a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística. Palavra e Eucaristia, dois pães que não podemos deixar de receber, para não vivermos desnutridos e fragilizados. Lemos na Sacrosanctum Concilium: “Estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de algum modo, a missa – a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística – que formam um só ato de culto. Por isso, o sagrado Concílio exorta [...] sobre o dever de ouvir a missa inteira, especialmente nos domingos e festas de preceito” (SC nº 56). E é necessário perder o receio de se reconhecer na Palavra a mesma importância que a Eucaristia, afirma o falecido liturgista Lucien Deiss.

Escutar a Deus e aos outros

Jesus continua curando a humanidade hoje através da Igreja, pela pregação e celebração dos sacramentos. Os gestos sacramentais são bem semelhantes aos utilizados por Jesus: imposição das mãos, unção com o óleo dos enfermos e o crisma, sinais de que Deus continua agindo no mundo. A cura de hoje nos recorda o Batismo, quando o ministro toca os ouvidos e a boda do “novo cristão”, realizando o rito do “effata”. Como cristãos, precisamos ter ouvidos para escutar e lábios para falar. Para escutar a Deus e aos outros, sem fazer “ouvidos de mercador” nem à Palavra libertadora nem ao próximo. Não queremos formar uma comunidade de surdos e mudos, indiferentes à graça de Deus. Com os ouvidos sintonizados na mesma freqüência da Palavra de Deus e a língua desatada, sejamos fiéis discípulos missionários daquele que a todos acolhe, especialmente aos pobres e deserdados deste mundo (cf. Segunda Leitura – Tiago 2,1-5). Sem distinção de pessoas, a assembléia celebrante, consciente de que toda discriminação social ou racial é contra o projeto de libertação de Jesus Cristo, não se faz surda aos mistérios, mas abe escuta e sentir com fé cada gesto e cada palavra da Eucaristia.
           
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Jesus vem ao nosso encontro, abre nossos ouvidos e desamarra nossa língua para que sejamos capazes de acolher sem resistência a sua Palavra e seguir no caminho da lealdade, da bondade e da solidariedade com os irmãos, para o louvor e a glória de Deus. Hoje Jesus renova em cada um de nós o gesto batismal: “Éfeta isto é, abre-te, a fim de proclamares o que ouviste, para o louvor e a glória de Deus”. O “Éfeta”, como gesto batismal, cura-nos da surdez para a escuta atenta da Palavra de Deus e sublinha nossa condição de escolhidos e enviados para dar continuidade aos gestos de Jesus, “que faz bem todas as coisas”. Faz os surdos ouvirem e os mudos falarem.

A Eucaristia é a epifania da comunhão. É comunhão fraterna, cultivada com uma
“espiritualidade de comunhão” que nos leva a sentimentos de recíproca abertura, de afeto, de compreensão e de perdão.

São João Crisóstomo lembra aos fiéis de Antioquia a unidade misteriosa existente entre a eucaristia celebrada e a eucaristia vivida, e recomendada. “Não deixem o altar da eucaristia a não ser para ir ao altar dos pobres. Pois o mesmo corpo de Cristo que servimos no memorial de sua paixão e de sua ressurreição é o que temos agora de servir na pessoa dos pobres. O altar é também o símbolo da mesa do festim, da hospitalidade divina para o qual todos os homens são convidados. Enquanto na eucaristia tudo recebemos ao comungar o Corpo e o Sangue de Cristo, no altar dos pobres temos de corresponder, de dividir o dom recebido, temos de fazer a doação de nós mesmos” (cf. Corbon, J. Liturgia da fonte. São Paulo, Paulinas, 1992.pg. 187).

Na celebração da eucaristia, a comunidade renova a certeza de que Jesus “sempre se mostrou cheio de misericórdia pelos pequenos e pobres, pelos doentes e pecadores, colocando-se ao lado dos perseguidos e marginalizados. Com a vida e a Palavra anunciou ao mundo que sois Pai e cuidais de todos como filhos e filhas” (Oração Eucarística para Diversas Circunstâncias: Jesus que passa fazendo o bem).

6. ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Dia 12, memória do Santíssimo Nome de Maria.

2. Setembro é o mês dedicado à Pastoral Bíblica no Brasil. Durante o mês da Bíblia 2015, propõe-se à nossa reflexão “discípulos missionários a partir do Evangelho de Marcos”. A escolha desse evangelista ocorre devido ao “B” da liturgia dominical, que contempla a leitura desse texto.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo do Tempo Comum, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 23º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

1. Canto de abertura. Deus é justo; que ele nos trate conforme sua misericórdia (Salmo 118/119,137.124). “És um Deus justo, ó Senhor”, e estrofes Salmo 85/86 I, CD: Liturgia VII, mesma melodia da faixa 1.

2. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas I.

O Hino de Louvor é chamado de “doxologia maior” em contraposição com a “doxologia menor” que é o “Glória ao Pai...”. Trata-se de um hino antiqüíssimo, iniciando com o louvor dos anjos na noite do Natal do Senhor (Lucas 2,14), desenvolveu-se antigamente no Oriente, como homenagem a Jesus Cristo. Não constitui uma aclamação à Santíssima Trindade, mas um hino Cristológico, isto é, os louvores se concentram no Filho Jesus. É um hino pelo qual, a Igreja reunida no Espírito Santo entoa louvores ao Pai e dirige súplicas ao Filho, Cordeiro e Mediador.

3. Salmo responsorial 145/146. Deus é fiel: faz justiça aos oprimidos e ama os justos. “Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Bendirei ao Senhor toda a vida”! CD: Liturgia IX, melodia igual à faixa 10.

O Salmo responsorial, ao mesmo tempo resposta da Igreja e proclamação da Palavra, tomou importância na reforma litúrgica. Trata-se do texto colocado após a primeira leitura bíblica e retirado da própria Sagrada Escritura, isto é, um Salmo.
Para que cumpra sua função litúrgica, não pode ser reduzido a uma simples leitura. É parte constitutiva da liturgia da Palavra e tem exigências musicais, litúrgicas e pastorais.

4. O canto ritual do Aleluia. “Jesus curava toda enfermidade do povo” (Mateus 4,23) ou “Ele tem feito bem todas as coisas: aos surdos faz ouvir e aos mudos falar” (Marcos 7,37). “Aleluia... Tanta coisa boa fez e benfeito ele fez tudo,”, CD: Liturgia VI, melodia da faixa 10. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical, página 643.
Mais do que qualquer outra aclamação (Amém ou Hosana), o Aleluia é expressão de pura alegria de êxtase. É o júbilo, a que Santo Agostinho se referia como “a voz de pura alegria, sem palavra”. Este júbilo nos ensina que não podemos racionalizar muito o mistério da Palavra. A Palavra deve tocar não nosso intelecto, mas o coração.

O canto ritual do Aleluia (ou aclamação do Evangelho é executado de forma “responsorial”.

- Aleluia (por um solista);
- Aleluia (retomado por toda a assembléia);
- Versículo (por um solista)
- Aleluia (retomado por toda a assembléia).

Esta forma responsorial só é completa, quando o versículo bíblico é cantado, pois, caso contrário, a resposta não tem seu verdadeiro efeito.

5. Apresentação dos dons.  Momento de partilha para com as necessidades do culto e da Igreja. Devemos ser oferendas com as nossas oferendas para socorrer os necessitados. “As mesmas mãos que plantaram a semente aqui estão”, CD: Liturgia VII, melodia da faixa 4.

6. Canto de comunhão. “Muito impressionados, diziam: Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”. (Marcos 7,37). “Todas as coisas bem fez o Senhor Jesus”, articulado com o Salmo 138/139, CD: Liturgia IX, melodia da faixa 11.

O Evangelho nos mostra Jesus sempre tendo compaixão dos excluídos da sociedade: surdos, mudos, órfãos, viúvas, estrangeiros, doentes e pecadores. Um Deus que se compadece de todos e quer vida para todos (cf. João 10,10). Outra ótima opção é o famoso canto do compositor Zé Vicente: “Quando o Espírito de Deus soprou, o mundo inteiro se iluminou [...], o cego viu, o surdo escutou”, Hinário Litúrgico III da CNBB, página 367. Este canto é bem conhecido nas comunidades.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do dia. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. A comunidade reunida escuta a Palavra do Senhor que a convida a segui-lo pelas estradas da vida. Por isso a Liturgia da Palavra é Mesa, na qual o próprio Senhor se dá como alimento para seus discípulos, com a mesma dignidade e reverência com a qual Ele se dá na Mesa da Eucaristia, em seu Corpo e Sangue.

2. O ambão, Mesa da Palavra, seja ornado com a mesma dignidade com a qual o Altar é adornado. Um ikebana (flores naturais em pequeno arranjo), ao lado de ambas, revela a dignidade que elas possuem.

3. Os leitores devem estar bem preparados para a proclamação das leituras. Por isso, evite-se, ao máximo, a chamada “pastoral do laço”, em que pessoas são convidas para serem leitores, minutos antes do início da celebração. Que os leitores tenham tempo para preparar bem a Palavra que irão anunciar em assembleia.

4. Motivar a comunidade para o início do mês dedicado à Pastoral Bíblica no Brasil no dia primeiro de setembro. Na porta de entrada principal da igreja, em uma estante bem ornamentada, colocar o Livro da Palavra (o Lecionário aberto na leitura do dia ou a Bíblia), de tal modo que as pessoas, ao chegarem, tomem logo consciência da grande motivação do mês de setembro.

9. AÇÃO RITUAL

Fazer uma acolhida afetuosa, especialmente às pessoas que a comunidade costuma tratar com menos atenção. Ter presente as pessoas surdo-mudas presentes na assembléia.

Valorizar os momentos de silêncio durante a celebração (no início da celebração, após cada leitura e o canto do salmo, após a homilia, após a comunhão...) para que o louvor bote do coração e da vida, não só dos lábios.

Ritos Iniciais

1. A celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a assembléia no Mistério celebrado. Sugerimos como canto de abertura, o “És um Deus justo, ó Senhor”, muito oportuno para a celebração de hoje.

2. O sentido litúrgico, após a saudação do presidente, pode ser feito por quem preside, pelo diácono ou um ministro devidamente preparado com palavras semelhantes às que seguem:

Domingo da cura do surdo-mudo. Testemunhando a cura do surdo-mudo, escutamos como se fosse para nós mesmos a palavra: “Abre-te”. Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta em todas as pessoas e grupos que contribuem para que o povo diga a sua palavra.

3. Em seguida fazer a “recordação da vida” trazendo os fatos que são as manifestações da Páscoa do Senhor na vida da comunidade, do país e do mundo, mas de forma orante e não como noticiário.

4. Para o momento do ato penitencial, sugerimos a motivação da fórmula II da página 391 do Missal Romano que nos convida a aproximar de Deus com simplicidade de coração:

No início desta celebração eucarística, peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs.

5. Após uns momentos de silêncio cantar ou rezar é a formula 4, para os domingos do Tempo Comum na página 394 do Missal Romano, que destaca que a missão de Cristo é a busca de quem está perdido e disperso pela sociedade.

Senhor, que viestes procurar quem estava perdido...
            Cristo, que vistes dar a vida em resgate de muitos...
            Senhor, que congregai na unidade os vossos filhos dispersos...

6. Cada Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de louvor (glória).

7. Na Oração do Dia contemplamos nosso Deus que nos propicia redenção e adoção: que em Cristo tenhamos liberdade e herança eterna.

Rito da Palavra

1. A proclamação das leituras, de certo modo, realiza aquilo que aconteceu com o homem curado por Jesus. Somos, como corpo, aquele sobre quem Jesus pronuncia o seu “abre-te”. Os leitores, movidos por essa convicção, proclamem de modo claro e convincente as leituras desse Domingo.

2. Onde for possível, após a homilia, o presidente convida a recordação do Éfeta. No Rito do Batismo, o padre toca a boca e os ouvidos dos batizandos, para que ouçam e proclamem as maravilhas que Deus realizou em nós. O presidente toca os ouvidos e a boca dos fiéis, e diz: “O Senhor Jesus abra os teus ouvidos e a tua boca para anunciares ao mundo a Boa Notícia do Reino”.

3. Nas preces, seja feita clara menção dos pobres e de seu lugar nas assembléias. A inspiração da segunda leitura deve nos mover, de algum modo, à conversão de nossas atitudes frente aos menos favorecidos.

Rito da Eucaristia

1. A procissão das oferendas, como a procissão de entrada, deve partir do átrio da Igreja, passando pela nave, com destino ao presbitério.

2. A Oração sobre o pão e o vinho nos convida a venerar Deus e ser fielmente unidos pela participação no Mistério.

3. A Oração Eucarística VI – D (ou IV para as diversas circunstâncias) explicitará o Evangelho e as leituras proclamadas, fazendo ligação entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia: Jesus que passa fazendo o bem.

4. Se for escolhida outra oração eucarística sugerimos o Prefácio para os Domingos do Comum V, página 432 do Missal Romano o qual destaca o ser humano, criado para louvar as grandes obras de Deus. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Vós criastes o universo e dispusestes os dias e as estações. Formastes o homem e a mulher à vossa imagem, e a eles submetestes toda a criação. Libertastes os fiéis do pecado e lhes destes o poder de vos louvar, por Cristo, Senhor nosso”   O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na própria, ao modo de mistagogia. Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. A II admite troca de prefácio. As demais não admitem um prefácio diferente. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo para a unidade teológica e literária da eucologia.

5. Quem preside deve realçar bem o gesto da “fração do pão” acompanhado pelo canto do “Cordeiro de Deus”. Para preservar o caráter de ladainha do Cordeiro de Deus, seria interessante que um solista cantasse a primeira parte e a assembleia respondesse o tende piedade de nós e por último o dai-nos a paz. Quando se usa o pão ázimo demora-se mais para terminar a fração do pão. É bom saber que o canto do “Cordeiro de Deus”, deve durar até o término da fração do pão como diz o Missal Romano e não somente cantar três vezes.

6. Neste Domingo no momento do convite à comunhão, quando se apresenta o Pão consagrado e o cálice com o sangue de Cristo, é muito oportuno o texto bíblico de João 8,12, que é a fórmula “b” do Missal Romano:

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”. Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

7. A comunhão expressa mais nitidamente o mistério da Eucaristia quando distribuída em duas espécies, como ordenou Jesus na última ceia, “tomai comei, tomai bebei”. Vale todo esforço e tentativa no sentido de se recuperar a comunhão no Corpo e Sangue do Senhor para todos, conforme autoriza e incentiva a Igreja. “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR, nº 240).

Ritos Finais

1. A oração pós-comunhão faz uma ligação entre a liturgia da Palavra e a liturgia eucarística: Deus nos nutre e fortifica pela Palavra e o Pão: sejamos sempre co-participantes com Cristo.

2. Como bênção final, sugerimos a bênção solene do Tempo Comum nº 5, que invoca a Deus para nos livrar das adversidades; que o nosso coração esteja atento à sua Palavra; que abraçando o bem e a justiça divina possamos andar pelo caminho dos mandamentos de Deus.

3. As palavras do rito de envio devem estar em consonância com o mistério celebrado: “Que o Senhor, abra as vossas bocas e vossos ouvidos para anunciar a Palavra”. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nossos tempos, mais do que nunca, exigem de nós uma renovada certeza de que, “caminhando na estrada de Jesus que fez bem todas as coisas”, proclamarmos um grande “Éfeta”, abrindo mais os ouvidos para o clamor dos pobres, dos doentes, soltando a língua para o anúncio da Boa Nova de Jesus Cristo.

Celebremos a Páscoa semanal do Senhor valorizando os que assumem a sua missão em nossa diocese e no mundo inteiro, levando Jesus Cristo para que todos abram seus ouvidos e bocas para saírem do anonimato.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
           
Pe. Benedito Mazeti


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