18 de outubro de 2015
Leituras
Isaias 53,10-11
Salmo 32/33,4-5.18-20.22
Hebreus 4,14-16
Marcos 10,35-45
“QUEM QUISER SER GRANDE SEJA VOSSO
SERVO”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
serviço. Na celebração de hoje o Senhor nos convida para uma conversa pessoal e
nos revela a sua missão: ser sinal de compaixão e solidariedade no mundo.
Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na sua caminhada para
Jerusalém e em todas as pessoas que assumem o Evangelho e o serviço missionário
desinteressado e sem querer lugar de destaque.
Hoje Jesus,
como Servo sofredor, nos propõe o serviço, a doação e a vida em comunidade como
um dom gratuito de Deus. “Sofrer pelo outro é ser responsável por ele,
suportá-lo estar em seu lugar, consumir-se por ele”. Jesus Cristo, na
Eucaristia, é a força que consolida dia a dia o empenho missionário e solidário
da Igreja.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – Isaias 53,1-11. Para
o domingo das missões a liturgia escolheu um curto trecho do profeta Isaias,
extraído do conhecidíssimo quarto cântico do Servo de Javé. O cântico todo abrange Isaias 52,13-53,12.
Este poema é o mais longo dos quatro.
O versículo 10
começa afirmando que todo este sofrimento e castigo não era obra do acaso ou de
uma fatalidade histórica, mas desígnio de Deus. O servo assume livremente,
aceita conscientemente esse plano de Deus. E justamente esta aceitação livre
vai fazer que o seu gesto seja extremamente fecundo: “terá uma posteridade
duradoura”
A morte do
Servo tem o caráter de um “sacrifício expiatório”. Aqui o texto hebraico usa a
palavra “asham” que é um termo técnico para apontar o sacrifício de reparação
oferecido pelo pecado (cf. Levítico 5,15). O animal era sacrificado no lugar do
pecador e para torná-lo puro e santo diante de Deus. Os sofrimentos e a morte
do Servo têm o caráter de um verdadeiro sacrifício expiatório. Para que este
sacrifício seja eficaz deve ser aceito por Deus. Ora, o Servo oferece-se a si
mesmo voluntariamente, porque sabe que faz parte do plano de Deus. E sendo do
plano de Deus, é aceito e é eficaz. E é por isto que o versículo 10 termina
afirmando: “e a vontade do Senhor será por ele realizada”.
O versículo 11
supõe uma correção: o verbo “ver” deve ter como objetivo “a luz”. “Por causa da
angústia da sua alma verá a luz, e de seu conhecimento há de saciar-se”. O
sentido da frase é de retorno à vida, ou de alcançar uma plenitude de vida que
vai enchê-lo de alegria e felicidade. É certo que não se fala expressamente de
ressurreição, mas os pensamentos expressos apontam para isto. Temos que levar
em conta que na época em que o poema é escrito (século VI antes de Cristo) a
ressurreição é ainda impensável. O único texto do Primeiro Testamento que
expressa a palavra Ressurreição é o Segundo Livro dos Macabeus 7,9 e 12,43-44.
O Servo com
seu sofrimento “justificará a muitos”. O servo não tem apenas uma missão de
salvar o povo eleito, isto é, o povo de Israel. Mas ele justificará uma
multidão pecadora. O termo hebraico “rabbim”, muitos, ou multidão, parece que
abre propositalmente o leque dos beneficiados com o sacrifício do Servo. O
contexto todo indica um sentido universalista: esses “muitos” são todos os
pecadores.
O sentido
missionário é bem evidente. Os sofrimentos e a morte do servo inocente, aceitos
livremente, são a fonte de perpétua salvação para toda a humanidade. Graças ao
sacrifício voluntário do Servo, todos os povos, raças e nações têm ingresso à
vida e à salvação.
Salmo responsorial 32/33,4-5.18-20.22. Trata-se
de um hino de louvor. Esse tipo de Salmo é marcado pelo louvor a Deus,
salientando um ou mais aspectos de sua presença e ação no mundo. O Salmo começa
fazendo uma motivação genética sobre a Palavra do Senhor: “palavra, obra,
justiça, amor”. Deus olha para as pessoas que respeita e põe em prática o seu
projeto e confia no seu amor. O salmista nos convida a colocar nossa esperança
em Deus que é a nossa proteção. O Salmo finaliza com uma súplica pedindo que o
olhar de Deus esteja sobre as nossas vidas e colocar Nele a nossa esperança.
O rosto de Deus
neste Salmo é muito interessante. Há duas características fortes de Deus: Ele é
o Criador e o Senhor da história. Não é somente o Deus de Israel, mas de toda a
humanidade. O versículo 5 resume isso de forma clara: “Ele ama a justiça e o
direito, e seu amor enche a terra”. Este salmo nos apresenta o Deus que deseja
justiça e direito no mundo inteiro, e não somente em Israel. Podemos afirmar,
então, que estamos diante de Deus, o aliado da humanidade. Ele quer, com todos
os seres humanos, construir um mundo de justiça. Deseja que o mundo inteiro O
tema e experimente o seu amor.
O Novo Testamento
vê Jesus como a Palavra criadora do Pai (João 1,1-18) e como rei universal. A
Paixão segundo João O apresenta como réu do mundo inteiro, um rei que dá a vida
para que a humanidade possa viver plenamente. A própria ação de Jesus não se
limita ao povo judeu mas abriu-se para outras raças e culturas, a ponto de
Jesus encontrar mais fé fora do que dentro de Israel (Lucas 7,9).
Na celebração
de hoje agradeçamos ao Senhor o seu amor que se revela na criação do mundo e na
caminhada da libertação do seu povo e em nossa vida:
SOBRE NÓS
VENHA, SENHOR, A VOSSA GRAÇA,
POIS EM VÓS NÓS ESPERAMOS !
Segunda leitura – Hebreus 4,14-16. O
texto de hoje ressalta a figura de Cristo, como sumo e eterno Sacerdote da Nova
Aliança – um dos temas centrais da Revelação. Cristo Sacerdote está junto a
Deus e está presente nos homens (em toda a humanidade) porque se tornou um
deles (2,7), solidarizando-se com eles e infundindo-lhes conforto e segurança,
porque passou pela provação/tentação (2,18) e cumpriu a missão do Pai através
da obediência e da dor, chegando assim à perfeição. Daí a breve e comovente
exortação à confiança.
O versículo 14
é uma conclusão de um tratado sobre o sacerdócio de Cristo e demonstra a
superioridade do Pontífice cristão sobre o sacerdócio dos levitas. Diferente do
sacerdócio levítico, Jesus é apontado como o “grande Sacerdote” (cf. 13,20) que
penetrou nos céus para expiar os pecados sendo o nosso mediador. Quem escreveu
a carta aos Hebreus não tinha uma concepção orgânica do céu como lugar preciso
(cf. 9,11). “Céus” para ele é uma espécie de corpo intermediário, além do qual
está o trono de Deus.
A carta aos
hebreus aqui nos apresenta um fato consolador: o Salvador não é apenas um ente
celeste, distante, capaz de inspirar desânimo nos fiéis. Pelo contrário, nosso
Pontífice pode compadecer-se de nossas enfermidades (5,2); 7,28) porque também
foi tentado como qualquer um de nós. À primeira vista, pareceria não haver grande
diferença entre nós e Ele, mas, bem logo, o autor acrescenta uma expressão –
“exceto o pecado” – a qual interpõe uma distancia infinita. A carta aos hebreus
acentua um cuidado especial afirmando a ausência total do pecado no Sumo
Sacerdote que se sacrifica (4,15; cf. 7,26; 9,14), embora, no contexto
anterior, tenha acentuado que a humanidade do Sumo Sacerdote está sujeita a
perigos, a tentações, como nós.
Fica certo de
que nosso estado não é desesperador (versículo 16), nós podemos e devemos
dirigir-nos a Deus, cujo trono – graças a Jesus – não insinua mais receio ou
medo, antes, é manancial de graça. “Alcançar misericórdia” e “achar graça” são
expressões equivalentes. A certeza e a segurança dadas pela fé nos transformam.
Dupla é a
argumentação do autor: de um lado, Cristo representa a humanidade porque se fez
homem (versículos 15-16); de outro lado, sendo Filho de Deus, sentado à direita
do Pai, é igualmente representativo do mundo divino (versículo 1). Portanto,
ele é um mediador perfeito.
Cristo representa
a humanidade porque assumiu sua condição: conheceu seus fracassos, sofreu seus
limites, padeceu suas tentações. Mas transfigurou esta fraqueza para realizar
seu sacerdócio. Por que os fiéis, por sua vez, não gozariam deste privilégio?
Ele, assumindo
a nossa condição humana e sendo solidário conosco, é o único mediador entre
Deus e seu povo. Solidarizando-se com as fraquezas de seu povo, Ele supera as
mediações antigas, isto é, o sacerdócio judeu. Com toda razão a assembléia pode
cantar: “Sobre nós venha, Senhor, a vossa graça, pois em vós nós esperamos”
(Salmo responsorial).
A conclusão da
leitura é um convite: avancemos com segurança para o “trono da graça”
(versículo 16; cf. Hebreus 10,22), isto é, para um rei de bondade que concede a graça até mesmo ao culpado e
oferece sua benevolência aos que a suplicam (cf. Ester 4,11; 5,1-2).
Evangelho – Marcos 10,35-45. Jesus
continua caminhando. Aproxima-se da meta final, Jerusalém. É seguido pelos
discípulos e por outros seguidores não-israelitas. Em meio ao tumulto da viagem
e às repetidas insistências de Jesus em que o seguimento de seus passos não
visa ao poder e às honras, os dois irmãos, Tiago e João, aproveitam para pedir
os primeiros lugares no Reino: “quando estiveres na glória, deixa-nos sentar um
à tua direita e outro à tua esquerda” (versículo 37).
O trecho do
Evangelho lido hoje vem em seguida do terceiro anúncio da paixão. Os três
anúncios da Paixão (Marcos 8,31; 9,31; 10,32-34) revelam que a verdadeira
missão de Jesus não corresponde às expectativas messiânicas tradicionais que
eram triunfalistas e hostis à idéia de sofrimento.
Em meio ao
tumulto da viagem e às repetidas insistências de Jesus em que o seguimento de
seus passos não visa ao poder e às honras, os dois irmãos, Tiago e João, aproveitaram
para solicitar os primeiros lugares na nova sociedade – o Reino: “quando
estiveres na glória, deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda”
(versículo 37). Jesus repreende sua ignorância e resistência em aceitar suas
palavras: “Vocês não sabem o que estão pedindo”, e propõe-lhes a alternativa de
passar pelo sacrifício como Ele: “Por acaso vocês podem beber o cálice que eu
vou beber?”
No diálogo com
os filhos de Zebedeu, Cristo apresenta sua paixão a partir de dois temas, que o
evangelista Marcos é o único a associar: o
cálice e o batismo. Trata-se de dois temas que revelam bem a consciência de
Jesus sobre o seu papel: no Primeiro Testamento, o cálice indica o julgamento
de Deus sobre os pecadores (Oséias 5,10; Naum 1,6; Sofonias 3,8; Jeremias 6,11;
7,20; 42,18; 44,6; Isaias 51,15-22): este cálice deve ser bebido até a última
gota (Jeremias 25,28; Ezequiel 23,31-34). Ora, o cálice também tem valor
sacrifical (Números 4,14; 7,23; 19,25; Zacarias 9,15). Por aí vemos que Jesus
visa sofrer o julgamento dos pecadores e quer fazê-lo de maneira sacrifical
(cf. Isaias 53,10). Embora isolado, rejeitado pelo mundo do pecado, tem vontade
de morrer por causa deste mundo e de pagar com sua morte sacrifical a hipoteca
que a incredulidade faz pesar sobre a humanidade, impedindo-a de reconhecer a
vontade de Deus.
Contudo, beber
este cálice e ser batizado com este batismo, tornam-se papéis reservados a uma
só pessoa: o Servo sofredor, o Redentor. Jamais os dois discípulos Tiago e João
poderão juntar-se a Jesus neste papel único e incomunicável. Os dois discípulos
não são servos sofredores e salvadores ao mesmo título que Jesus. É a entrega
de um sacrifical de um Homem-Deus.
A palavra de
Jesus não visa apenas o sofrimento em geral, mas também a economia sacramental:
com efeito, é por ela que o cristão se associa à Paixão de Jesus, morrendo com
Ele pelo batismo e vivendo dos frutos de sua Ressurreição na Eucaristia.
No versículo
41 entram em cena os outros dez discípulos. Vendo o perigo de serem desprezados
pelo pedido dos colegas Tiago e João, mostram-se indignados. O cálice e o
batismo podem, de fato, ser interpretados como símbolos do martírio e, pois,
das últimas conseqüências da paixão e morte, às quais pode levar o seguimento
de Jesus
Ser discípulo
de Jesus é viver o mesmo martírio do Mestre (versículo 38) e, como Ele, ser
obediente ao Pai: “É Deus quem dará esses lugares àqueles para os quais ele
preparou” (versículo 40). A resposta positiva dos irmãos revela a consciência
de que eles também deverão “beber do cálice” e passar pelo “batismo da morte”.
A ambição de Tiago e João gerou descontentamento entre os demais. O poder não
assumido como serviço divide e discrimina. Jesus faz outra proposta dizendo que
os critérios serão outros: “quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá
tornar-se o servo de todos” (versículo 44). As relações não serão mais de
dominação, opressão e submissão, mas de serviço solidário. Não haverá mais
chefes, nem grandes, nem servos, nem escravos. “Mas, entre vós, não deve ser
assim...” A dimensão do poder-serviço
torna todos servidores uns dos outros.
Neste momento
da vida pública de Jesus, os apóstolos têm consciência de que Ele será, muito
mais do que um Messias nacionalista, o próprio Filho do homem, ao qual Deus
deve confiar o julgamento e a condenação dos pagãos (Daniel 7,9-27). Ora, a
profecia de Daniel (Daniel 7,9-10) descreve o Filho do homem cercado por um
tribunal que se senta em
tronos. Os apóstolos imaginam que eles próprios farão parte
deste tribunal, e o pedido de João e Tiago confirma isso. Eles perceberam que
Jesus seria entregue aos pagãos (versículo 33; é a única vez que estes são
mencionados nos relatos da paixão), mas esperam que o julgamento do Filho do
homem castigue os pagãos pelos seus crimes.
Jesus
manifesta a consciência que tem de seu papel: Ele é o Messias e Filho do Homem
e também o Servo sofredor imolado pela multidão (versículo 45; cf. Isaias
53,11-12).
O versículo 45
é um dos mais importantes do Evangelho de Marcos, pois praticamente é o único
dos relatos sinóticos a apresentar Jesus como um resgate.
Portanto, este
Evangelho encara a Paixão de Jesus e sua Ressurreição em sua repercussão na
própria vida cristã: é “preciso” beber o cálice para poder sentar nos tronos,
fazer-se batizar na provação para julgar a terra, servir para ser chefe.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Jesus nos
mostra hoje o lado cada vez mais exigente e radical do seguimento. Quem deseja chegar com Ele a Jerusalém e
compartilhar da sua vida terá que realizar profundas mudanças no seu modo de
agir e de pensar. O mistério da cruz é extremamente exigente, como é exigente
deixar tudo e partir em missão, confiante de que o Deus da vida fará germinar
novas sementes no campo das culturas.
É comovente o
fato de que Jesus nunca reclamou para si títulos e honrarias. Foge quando
querem aclamá-lo rei. Só aceitou ser chamado rei frente a Pilatos na hora da
condenação (João 19,37). Busca só fazer a vontade do Pai, servindo a
todos. Para os discípulos, apesar da
longa convivência com o Mestre, é difícil assimilar o projeto da cruz.
Observando as manifestações de nosso tempo, estranhamente parece que preferimos
um Cristo glorioso, poderoso, milagreiro, capaz de solucionar de imediato as
preocupações humanas. Como é difícil aprender a lição do quanto as provações
(sacrifícios e cruzes) da vida aproximam Jesus de nós, humanos, e nós Dele.
A atitude dos
irmãos Tiago e João, de solicitarem a Jesus ocupar lugares de prestígio no
Reino, é interpretada por muitos como ambição desmedida e incompreensão do
sentido do seguimento. Para outros, expressa amizade, familiaridade e desejo de
acompanhar o Mestre no caminho do sofrimento até a glória. Mas Jesus é claro:
“Vocês não sabem o que estão pedindo”. A maioria dos intérpretes afirma que os
dois não tinham entendido o sentido evangélico da autoridade. Jesus aproveita a
ocasião para criticar o modo como é exercida a autoridade e para propor o ideal
evangélico.
Jesus critica
a autoridade como poder dominação e de exploração: “Aqueles que se dizem governadores
das nações têm poder sobre elas, e os seus dirigentes têm poder sobre elas”. O
mal está no fato de indivíduos se fazerem superiores aos demais, destruindo as
relações de igualdade, de fraternidade e de participação. As ciências modernas
afirmam com clareza que por causa das relações sociais assimétricas é
impossível viver sem o exercício do poder.
Certos tipos
de poder são necessários para servir. Sem o poder que vem do conhecimento da
medicina, um médico não pode salvar vidas; sem o poder do jornal que proclama
suas idéias, um jornalista não consegue defender a justiça com a mesma
eficiência; pais sem autoridade não conseguem educar e proteger os filhos; o
padre que não impõe sua autoridade-serviço, não faz a comunidade caminhar na
unidade, o professor que não impõe respeito impede o aprendizado dos alunos...
Todavia, a fronteira entre o poder-dominação é muito frágil. O próprio serviço
corre o risco de ser contaminado pelos vícios que procura sanar.
Jesus responde
aos dois discípulos que não tem privilégios para oferecer. O que possui é uma
missão a cumprir, que exige sacrifício e despojamento. “Quem de vocês quer ser
grande, deve tornar-se o servo de todos.” O
ideal evangélico do poder é o serviço. A relação de dominação é
substituída pela relação fraterna. Na comunidade, tem autoridade o irmão que
serve, que é solidário, que não mede esforços para ajudar os semelhantes. É a
partir da menoridade (do serviço) que se abrem os horizontes da autoridade. Não
se trata de poder autoritário, repressivo, coercitivo, de força, mas de um
poder de outra natureza: do serviço e do
amor. Poder que não se impõe, porém se propõe, porém se propõe e espera ser
aceito e acolhido pela liberdade.
Há alguns
sinais que indicam como estamos exercendo o poder. O poder-serviço gera
alegria. “Amar os outros, doar-nos e liderar com autoridade nos forçam a
quebrar nossos muros de egoísmo e ir ao encontro das pessoas”. Quando negamos
as nossas próprias necessidades e vontades e nos doamos aos outros, crescemos.
A finalidade da
missão não é conseguir um lugar no céu para os missionários nem a conversão de
toda a humanidade para a Igreja Católica. O serviço missionário visa a
recapitulação da humanidade no projeto de Jesus Cristo, que é o Reino de Deus.
É serviço solidário que se faz presente nos lugares da fraternidade perdida, da
imagem de Deus desfigurada, da esperança roubada dos pobres. Ao anunciar a Boa
Nova do Reino, a presença missionária produz sinais de justiça e imagem de
esperança.
Na celebração
litúrgica, a vocação missionária e servidora da Igreja se torna visível na
atuação dos diversos ministros e ministras, sejam eles ordenados ou não. É
importante que cada um, cada uma, desempenhe sua função numa atitude de
serviço, como Jesus quando reunia as multidões ao redor de si, quando ungia os
doentes, quando repartia o pão com os famintos. O documento do concílio
Vaticano II (n.7) lembra que na Igreja, quando alguém realiza um serviço, como
proclamar a Palavra de Deus, por exemplo, o próprio Cristo se faz presente por meio
de sua ação. Então, no exercício dos diversos ministérios, é preciso fazer esta
afirmação. Isto significa que quando dominamos e queremos destaque,
privilégios, desfiguramos a ação de Cristo que “não veio para ser servido, mas
para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (Marcos 10,45).
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
Celebrando a
Eucaristia, já participamos da liturgia celeste, onde reina Cristo à direita de
Deus (cf. SC n. 8). Não precisamos então pedir para estarmos à sui direita ou à
sua esquerda, pois mergulhados em seu Mistério Pascal
participamos já de sua realeza eterna, embora ainda por caminhos do mundo. E
mais: renovados pelos mistérios que celebramos, sempre nos é dado colher os
frutos da graça para servirmos de todo o coração.
Devemos fazer
tudo para que nossas celebrações fujam dos esquemas de ostentações, das
tentações dos privilégios e busquem ser, antes de tudo, momentos de profunda
comunhão e do sentir solidário, pulsando num só coração e em louvor uníssono ao
deus da vida. Assim, iluminados pela Palavra de Deus, e quando entramos na
dinâmica da salvação do Mistério de Cristo, percebemos mais claramente que “dom
recebido” deve sempre traduzir em “dom oferecido”, sem a tentadora sede de
privilégios ou de favores.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Hoje, Jesus é
quem nos acolhe, dirige-nos sua Palavra, intercede ao Pai por nós e nos serve
na ceia em que Ele
mesmo se dá como Pão da vida. E Eucaristia é o mais eloqüente sinal do serviço
de Jesus Cristo. A maior “prestação de serviço”, liturgia, aconteceu na hora da
morte de Jesus na cruz. Vindo à missa a gente aprende a viver bem com Jesus e
com os outros. O próprio Jesus Cristo é o maior presente para a humanidade.
Liturgia é Deus mesmo “prestando serviço” a todos nós. A “liturgia” é coisa de
Deus e nós somos servos e servas dessa “Divina Liturgia”. Portanto nenhum
movimento e nenhuma pastoral, deve manipular a “divina liturgia” e impor a sua
espiritualidade e seus cantos. O próprio Jesus mandou realizar o rito: “Fazei isto
em minha memória” (Lucas 22,19b). Memória: trazer o sacrifício não apenas no
rito, mas também na nossa vida.
Na celebração
da Eucaristia, o mesmo Espírito Santo que transforma os dons em Corpo e Sangue
do Senhor, converte os desanimados e divididos numa comunidade de esperança,
fonte de unidade e de salvação para muitos, Sempre, em cada liturgia
eucarística, o Espírito de Deus nos leva a experimentar o que são a
solidariedade e o serviço, o amor e a entrega, o sacrifício e o compromisso em
favor dos outros.
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Neste
domingo, Dia Mundial das Missões, em que Jesus nos revela a autoridade que brota do
servir, a equipe de liturgia, como um serviço importante para a comunidade de
fé, prepara a celebração dando particular atenção aos diferentes serviços e
ministérios da ação litúrgica, procurando envolver a todos e cuidando que cada
um desempenhe sua função, fazendo para o bem da comunidade aquilo que lhe cabe.
2. Aos
diferentes serviços e ministérios da ação litúrgica, procurar envolver a todos
e cuidando que cada um desempenhe sua função, fazendo para o bem da comunidade
aquilo que lhe cabe.
3. Valorizar
as crianças que participam da Infância Missionária (caso existam na
comunidade). Elas podem participar da procissão de entrada, da procissão das
oferendas ou das preces da comunidade.
4. Dia 19
celebramos a memória de São Paulo da Cruz, místico e pregador popular sob forma
de missão. O ponto central de sua missão era a Paixão de Cristo. Dia 24,
celebramos a de Santo Antônio Maria Claret grande missionário de Cuba, fundou a
Congregação dos Missionários do Coração Imaculado de Maria, isto é, os padres
Claretianos.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 28º
Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico,
com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um
movimento ou de uma pastoral.
Evitar
correria e barulho dos instrumentos, agitação antes da celebração. O clima
orante no início da celebração favorece que as pessoas clamem por uma palavra
de sabedoria.
1. Canto de abertura. Procurar
sem cessar a face de Deus (Salmo 104/105,3-4) “Exulte de alegria quem busca a
Deus”, articulado com o mesmo Salmo 129/130, CD: Liturgia VII, melodia da faixa 14.
Como canto de
abertura da celebração, sugere-se o canto proposto pelas Antífonas do Missal
Romano e ricamente musicadas pelo Hinário Litúrgico III da CNBB. Isso não
significa rigidez. Mas a equipe de liturgia, a equipe de celebração, a equipe
de canto juntamente com o padre têm a liberdade de variar sua escolha, desde
que isso manifeste o Mistério celebrado e seja fiel aos princípios que regem a
escolha de uma música adequada para a celebração. A assembleia litúrgica é o
povo de sacerdotes, que participam do sacerdócio de Cristo. Sugerimos, como
canto de abertura, o “Canta, meu povo, canta o louvor de teu Deus”, CD: Festas
Litúrgicas II, melodia da faixa 15 ou CD: Cantos de Abertura e Comunhão,
melodia da faixa 11.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados no CD Liturgia VI, VII e CD: Cantos de Abertura e Comunhão.
2. Ato penitencial. O Ato
penitencial pode ser cantado. Em consonância com o mistério celebrado pode ser
a fórmula 5 para o Tempo Comum, página 394 do Missal Romano, gravado no CD:
Campanha da Fraternidade 2013, melodia da faixa 4.
3. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas e também a versão da CNBB
musicado por Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor é chamado de “doxologia maior” em contraposição com a “doxologia menor”
que é o “Glória ao Pai...”. Trata-se de um hino antiqüíssimo, iniciando com o
louvor dos anjos na noite do Natal do Senhor (Lucas 2,14), desenvolveu-se
antigamente no Oriente, como homenagem a Jesus Cristo. Não constitui uma aclamação
à Santíssima Trindade, mas um hino Cristológico, isto é, os louvores se
concentram no Filho Jesus. É um hino pelo qual, a Igreja reunida no Espírito
Santo entoa louvores ao Pai e dirige súplicas ao Filho, Cordeiro e Mediador.
4. Salmo responsorial 32/33. Deus
ama e salva o Justo. “Sobre nós
venha, Senhor, a vossa graça, pois em vós nós”, CD: Liturgia IX, melodia da faixa
12.
O Salmo
responsorial, ao mesmo tempo resposta da Igreja e proclamação da Palavra, tomou
importância na reforma litúrgica. Trata-se do texto colocado após a primeira
leitura bíblica e retirado da própria Sagrada Escritura, isto é, um Salmo.
Para que
cumpra sua função litúrgica, não pode ser reduzido a uma simples leitura. É
parte constitutiva da liturgia da Palavra e tem exigências musicais, litúrgicas
e pastorais.
5. O canto ritual do Aleluia. “O
Filho do Homem veio para servir e dar sua vida (Marcos 10,45). “Aleluia...
Jesus Cristo veio servir, Cristo veio dar sua vida. Aleluia”, CD: Liturgia VI,
melodia da faixa 20.
Aleluia é uma
palavra hebraica “Hallelu-Jah” (“Louvai ao Senhor!”), que tem sua origem na
liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na tradição cristã. Mais do que
ornamentar a procissão do Evangeliário, sempre foi a expressão de acolhimento
solene de Cristo, que vem a nós por sua Palavra viva, sendo assim manifestação
da fé presença atuante do Senhor.
Por ser
diferente do Salmo Responsorial, o verso é uma citação do Evangelho que se
segue.
Mais do que
qualquer outra aclamação (Amém ou Hosana), o Aleluia é expressão de pura
alegria de êxtase. É o júbilo, a que Santo Agostinho se referia como “a voz de
pura alegria, sem palavra”. Este júbilo nos ensina que não podemos racionalizar
muito o mistério da Palavra. A Palavra deve tocar não nosso intelecto, mas o
coração.
O canto ritual
do Aleluia (ou aclamação do Evangelho é executado de forma “responsorial”.
- Aleluia (por
um solista);
- Aleluia
(retomado por toda a assembléia);
- Versículo
(por um solista)
- Aleluia
(retomado por toda a assembléia).
Esta forma
responsorial só é completa, quando o versículo bíblico é cantado, pois, caso
contrário, a resposta não tem seu verdadeiro efeito. Por ser diferente do Salmo
Responsorial, o verso é uma citação do Evangelho que se segue.
A aclamação ao
Evangelho deve ser mantida conforme propõe o Lecionário. A melodia se encontra
pelo CD: Liturgia VI.
6. Apresentação dos dons. Momento
de partilha para com as necessidades do culto e da Igreja. O verdadeiro cristão
não quer o destaque na comunidade. A exemplo de Cristo, nós devemos servir e
não ser servidos. Devemos ser oferendas com as nossas oferendas para socorrer
os necessitados. “Bendito seja Deus Pai, do universo criador”, CD: Liturgia
VII, melodia da faixa 12. Outra opção interessante seria o canto: “Sou bom
Pastor, ovelhas guardarei”, Hinário Litúrgico III, página 341 ou CD: Liturgia
X, Tempo Pascal, Ano B, faixa 10.
7. Canto de comunhão. A doação
do Filho do Homem até a morte (Marcos 10,45). “Veio o Filho do Homem ao mundo
para dar sua vida por muitos”, articulado com o Salmo 112/113, CD: Liturgia IX,
mesma melodia da faixa 13, exceto o refrão.
O que
orientamos a respeito do canto de abertura, vale também para o canto de
comunhão, não se trata de rigidez. Sugerimos outro canto de comunhão para se
retomar o Evangelho. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Nesse
contexto a Igreja oferece também outra excelente opção: “Um cálice foi
levantado, um pão entre nós partilhado”, CD: Cantos de Abertura e comunhão,
melodia da faixa 19.
O fato de a
Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a
profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia, Eucarística e
evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um
compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e
do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hebreus 7,27).
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. A cruz é
uma peça importante nas celebrações do Mistério Pascal do Senhor. Ela é
entendida pela Instrução Geral do Missal Romano como um elemento que deve
recordar aos fiéis o acontecimento da fé ali celebrado.
2. Ela pode
ser processional, e por isso é chamada de cruz
litúrgica. Ela ocupa o lugar próximo do altar quando usada na procissão e
por isso é comumente ladeada por velas. Neste
domingo ela pode ser colocada próxima à cadeira de quem preside a
celebração, recordando a todos que não existe desfrute da glória sem a cruz,
sem saborear o cálice de Cristo. Neste caso, deve-se observar com atenção as
possibilidades de acordo com a disposição do espaço sagrado, para que as peças
não fiquem “espremidas”.
9- REDESCOBRINDO O MISSAL ROMANO
1. Antes do
Concílio Vaticano II, usava-se uma patena pequena somente para colocar a hóstia
para o padre. As partículas eram colocadas separadas. Dava-se a impressão de
que o padre era um príncipe. A reforma do Concílio pede somente uma patena
maior para colocar a hóstia grande e as partículas juntas. “Para consagrar as
hóstias, é conveniente usar uma única patena de maior dimensão, onde se coloca
tanto o pão para o sacerdote como para os ministros e os fiéis” (Introdução
Geral ao Missal Romano, nº 293).
2. O pão e o
vinho são sinais deixados pelo Senhor. Que sejam reassumidos na celebração para
que todos comam e bebam! Conforme orienta o Missal Romano, que o pão realmente
pareça pão e o vinho seja para todos (IGMR, 246, 282 e 283).
10. AÇÃO RITUAL
A equipe de
acolhida, além de recepcionar as pessoas que vão chegando, deve estar atenta ao
ambiente e ao conjunto da ação litúrgica, a fim de que ela aconteça num clima
orante e agradável.
Ritos Iniciais
1. A
celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto
de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a
assembléia no Mistério celebrado. Para o canto de abertura sugerimos a antífona
do Missal Romano musicado pelo Hinário Litúrgico III da CNBB, página 128
gravado pela Paulus. Outra alternativa é entoar o canto “Procurando a liberdade
caminheiro”do Hinário Litúrgico II da CNBB.
2. Logo após o
beijo do Altar e terminado o canto de abertura, como saudação inicial propomos
a fórmula “C” (2Tessalonicensses 3,5), que propõe a constância de Cristo como
meta da ação do Espírito, seria muito oportuna neste Domingo em que Jesus nos
interpela a partir da participação no seu cálice e no seu batismo, isto é, na
sua morte.
O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco.
3. Sentido
litúrgico, proposto por quem preside ou pelo animador da celebração, após a
saudação, respeitará a lógica ritual que manifesta, pela precedente saudação,
que Deus toma a iniciativa, reúne e constitui o seu povo. Tal sentido da
celebração pode ser proposto com palavras semelhantes às que seguem:
Domingo do serviço. A busca pelo poder e
lugares de prestígio revela que os discípulos ainda não entenderam o
Messianismo de Jesus e as exigências do seguimento. Tal postura, que divide a
comunidade, vai em direção contrária ao caminho de Jesus, que é serviço e
doação de si. Hoje, diante do Evangelho, somos interpelados a dar a razão do
nosso discipulado: como Jesus, estamos para servir ou para sermos servidos pelo
outro, pela comunidade e do próprio Deus?
4. Sugerimos
que a motivação para o Ato Penitencial seja a fórmula 3 da página 392 do Missal
Romano:
Em Jesus Cristo, o Justo, que intercede por
nós e nos reconcilia com o Pai, abramos o nosso espírito ao arrependimento para
sermos menos indignos de aproximar-nos da mesa do Senhor.
5. Seria muito conveniente um ato
penitencial, conforme algum dos formulários propostos pelo Missal Romano. Vale
a pena uma leitura atenta dessas propostas que exaltam a misericórdia de Deus
acima dos nossos pecados. A melhor opção para o Ato penitencial seria a fórmula
5 para o Tempo Comum, página 394 do Missal Romano, gravado no CD: Campanha da
Fraternidade 2013, melodia da faixa 4. Ver acima em Música Ritual.
Senhor, que
sois a plenitude da verdade e da graça, tende piedade de nós.
Todos: SENHOR, TENDE PIEDADE DE
NÓS!
Ó Cristo, que
vos tornastes pobre para nos enriquecer, tende piedade de nós.
Todos: Ó CRISTO, TENDE PIEDADE DE
NÓS!
Senhor, que
viestes para fazer de nós o vosso povo santo, tende piedade de nós.
Todos: SENHOR, TENDE PIEDADE DE
NÓS!
6. Cada
Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de
louvor (glória).
7. Na Oração
do Dia deste domingo suplicamos que nos dê a graça de estar sempre ao dispor de
Deus e de servi-lo de todo coração.
Rito da Palavra
1. A primeira
Leitura, tirada do profeta Isaias, evocará a Sexta-Feira Santa. Seria bom que a
proclamação fosse bem preparada e realizada com solenidade e boa expressão, sem
pressa.
2. A aclamação
ao Evangelho deve ser mantida conforme propõe o Lecionário Dominical. A melodia
se encontra gravada pelo CD: Liturgia VI. Ver acima em Música Ritual.
Rito da Eucaristia
1. A
preparação dos dons tem uma finalidade prática, expressa na procissão com que o
pão e o vinho são trazidos ao altar. Segundo o costume das refeições judaicas,
bendiz-se a Deus pelo alimento básico, o pão, e pela bebida mais significativa,
o vinho. Evitar chamar este momento de “ofertório”, pois ele acontece após a
narrativa da ceia (consagração).
2. Na Oração
sobre o pão e o vinho somos chamados a servir a Deus com liberdade, ser
renovados pelos mistérios que celebramos em Sua honra. Não devemos esquecer que
toda Liturgia é em honra do Senhor.
3. Na oração
eucarística a solidariedade missionária é alegre e festiva; dar também
expressão alegre e festiva à oração eucarística, cantando o prefácio, o “Santo”
e as diferentes aclamações, em especial a aclamação do amém e do “Eis o
Mistério da fé! Anunciamos, Senhor, a vossa morte...”
4. A Oração
Eucarística II, com seu prefácio, cairá muito bem para este Domingo. Outra
opção seria a Oração Eucarística III com o prefácio para o Domingo do Tempo
Comum IV, que recorda o movimento descendente do Verbo de Deus e ascendente da
humanidade redimida, recordando o batismo, página 431 do Missal Romano.
Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Nascendo na condição humana,
renovou inteiramente a humanidade. Sofrendo a paixão, apagou nossos pecados.
Ressurgindo, glorioso, da morte, trouxe-nos a vida eterna. Subindo triunfante,
ao céu, abriu-nos as portas da eternidade”. Usando este prefácio, o
presidente deve escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. A II admite troca
de prefácio. As demais não admitem um prefácio diferente. As demais não podem
ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo para a unidade teológica e
literária da eucologia. Para este Domingo sugerimos a Oração Eucarística II.
5. Neste
Domingo é muito oportuno apresentar o pão e o vinho para o convite à comunhão
utilizando o Salmo 33,9: “Provai e vede,
como o Senhor é bom, Feliz de quem nele encontra seu refúgio. Eis o Cordeiro de
Deus que tira o pecado do mundo...”
6. Felizes as
comunidades que puderem, neste Domingo, realizar o que anunciou o Evangelho,
através da participação no cálice. Os comungantes recebem a comunhão sob as
duas espécies. Para as comunidades que ainda não têm o costume de comungar em
duas espécies, uma breve explicação ajudará. De acordo com as orientações em
vigor, a comunhão pode ser sob as duas espécies para toda a assembléia. “A
comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas
espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete
eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova
e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete
eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai” (IGMR, nº 240).
Ritos Finais
1. Na oração
pós-comunhão pedimos a Deus que nos ajude a colher os frutos da nossa
participação na Eucaristia e auxiliados pelos bens terrenos, conhecer os bens
eternos.
2. Na bênção e
envio missionário somos todos enviados em missão para revelar a vida cristã é
servir e não buscar prestígio.
3. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o Mistério celebrado: Quem quiser ser grande, seja vosso servo; e
quem quiser ser o primeiro, seja o servidor de todos. Ide em paz e que o Senhor
vos acompanhe.
11- CONSIDERAÇÕES FINAIS
São Francisco
Xavier e um número sem conta de missionários(as) entenderam que a missão cristã
brota da Eucaristia. Ela é fonte de vida nova dentro das estruturas de poder e
morte em que estamos imersos se todos nós, comprometidos, soubermos amar por
ações e em verdade, praticando a justiça e a solidariedade.
Peçamos ao
Senhor que nos ajude a assumir, com vigor e decisão, a nossa vocação
missionária, como servos de um mundo novo enraizado na justiça, na paz e no
amor. Permita Ele que a vida de cada um de nós seja semente dessa realidade
nova, a fim de que as futuras gerações possam colher os frutos da “gloriosa
liberdade dos filhos de Deus”.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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