14 de fevereiro de 2016
Leituras
Deuteronômio 26,4-10
Salmo 90/91,1-2.10-15
Romanos 10,6-13
Lucas 4,1-11
“NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
deserto de Jesus. No início de nossa caminhada quaresmal, o Espírito nos
conduz, com Jesus, ao deserto onde nos robustece para o enfrentamento das
tentações – falsas seduções, comodismo, sede de poder – que nos deixam
insensíveis e descomprometidos com a dura realidade dos que sofrem,
particularmente aqueles que são vítimas de uma economia voltada para os
poderosos.
Invoquemos o
Senhor, de todo o coração, para que seu Espírito nos conduza em nossos desertos
e nos liberte de qualquer tentação.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os textos bíblicos
Primeira leitura – Deuteronômio 26,4-10.
O Deuteronômio é um dos livros mais expressivos do Primeiro Testamento. Todo o
livro está impregnado da bondade de Deus, manifestada nos fatos históricos da
libertação do Egito e a travessia do deserto. Todo o livro é elaborado a partir
do esquema da Aliança e dominado pela teologia da Aliança.
O texto da
celebração de hoje é extraído de Deuteronômio 26 que é a conclusão do segundo
discurso de Moisés. Inclui dois testos
litúrgicos que descrevem a oferta das primícias (versículos 1-11) e dos dízimos
(12-15) e uma conclusão. A lei da oferta das primícias encontra-se em Êxodo
23,19; Levítico 23,10-14 e Deuteronômio 18,4. Nestes trechos é dada apenas a
lei da oferta das primícias, ao passo que em Deuteronômio aparece todo o ritual
e até as palavras que devem ser pronunciadas por ocasião da oferta.
Especialistas afirmam que temos aqui uma fórmula de profissão de fé, já em uso,
e que teria sido colocada aqui pelo redator do Deuteronômio para servir de
fórmula litúrgica da oferta das primícias.
O texto de Deuteronômio
26, 4-10 descreve o ritual de oferenda que o povo da Bíblia fazia com os
primeiros frutos da terra: trigo, vinho novo, óleo e lã. É o reconhecimento da
proteção de Deus como Senhor de tudo. Esta é a mais antiga profissão de fé
israelita. Conhecida como “credo histórico”, centra-se na ação de Deus através
dos acontecimentos e é ação de graças ao Senhor que tudo nos deu, inclusive a
terra. O “credo” está inserido num ato litúrgico, realizado uma vez por ano, no
tempo da colheita.
Do versículo 5
ao 9 temos uma rápida síntese dos
acontecimentos que vão desde o iniciador do povo, no caso Jacó, até a
libertação, a posse a o uso da terra. São os acontecimentos mais marcantes e
que mais são recordados ao longo da Bíblia. Não é de admirar que se transformem
na expressão da fé no Deus que conduziu tais acontecimentos. São o credo do
povo da Bíblia.
Nos versículos
6-8, em rápidos traços, menciona a escravidão do Egito, o clamor do povo a Deus
e a libertação. Lembra o esquema do livro dos Juízes: pecado, opressão,
súplica, libertação.
A insistência,
no versículo 10, de que os frutos da terra são um dom de Deus provavelmente tem
uma intenção antipoliteísta, de condenação das divindades cananeias,
especialmente Baal, que era considerado o doador das chuvas e da fertilidade da
terra. O fiel hebreu, ao ofertar as primícias de seus produtos, professa
solenemente que Javé é o seu libertador, o Senhor da história e também o doador
da terra e de seus frutos.
A fé do
israelita está ancorada na história. A expressão dessa fé é gratuidade e ação
de graças. A fé não se expressa em verdades ou idéias abstratas, mas conta o
que Deus fez e continua fazendo para seu povo. Crer é lembrar, tornar presentes
as ações de Deus, fazer memória da aliança na história.
Salmo responsorial 90/91,1-2.10-15. O Salmo 90(91) assemelha-se aos salmos de
confiança individual. Porém, visto que não é o salmista quem expressa confiança
em Deus, e sim outra pessoa, vamos considerá-lo um salmo sapiencial. De fato,
transmite a sabedoria da vida: quem se refugia em Deus não precisa temer nada.
A introdução
nos versículos 1-2 parece indicar um sacerdote do Templo de Jerusalém que se
dirige a um fiel, convidando-o à confiança em Deus. O Templo é lugar da
presença divina e, por isso, é o refúgio mai seguro da pessoa humana: direito
de asilo em seu sentido pleno.
Os anjos, são
enviados de Deus para proteger seus fiéis na caminhada do dia-a-dia. O próprio
Deus toma a Palavra, respondendo à invocação do ser humano (versículo 2).
Deve-se notar os sete verbos com Deus em primeira pessoa, e a formula central:
“Eu com ele”. Deus revelou seu nome para ser invocado: e faz questão de ouvir
nossos apelos.
O rosto de
Deus neste salmo. Javé recebe vários “nomes”: Deus (versículo 2b), Altíssimo e
Onipotente (versículo 1). É comparado a um lugar de refúgio e a uma fortaleza
(versículos 2a .9a). Tem anjos às suas ordens, e os põe como guardas e guias do
refugiado (versículos 11-12). Contudo é nos versículos 14-15 que aparece
claramente o rosto de Deus, descrito nas sete ações que realiza em favor do
justo: livrar, proteger, responder, estar com ele, glorificar (restabelecer a
honra), saciar e fazer ver. Há estreita relação, um compromisso íntimo entre
Deus e o justo. O justo se apega a Deus, conhece a força do nome dele e O
invoca no momento do aperto.
Os versículos
11-12 são citados pelo diabo ao tentar Jesus (Mateus 4,6 e Lucas 4,10-11).
Jesus vence a tentação de pôr Deus a serviço de seus caprichos, ensinando-nos
que uma das coisas fundamentais é fazer a vontade do Pai (Mateus 6,10). No
tempo de Jesus, o Templo de Jerusalém deixou de ser “amparo do Altíssimo” e
“sombra do Onipotente” tornado-se um mercado (João 2,16), uma toca de ladrões
(Mateus 21,13; Marcos 11,17; Lucas 19,46). Jesus é o novo Templo em que Deus se
encontra (João 1,14; 2,21). Ele jamais traiu a confiança dos que se refugiam
Nele, sobretudo os pecadores (Lucas 7,36-50; João 8,1-11), doentes (Mateus
8,1-4); (Marcos 9,14-27) e excluídos (Marcos 10,13-16).
Este Salmo
expressa a experiência de um perseguido que se refugiou no Templo e foi
encorajado pelo Senhor. Nós o cantamos lembrando de Jesus, assistido pelo Pai
em suas provações, e contamos com essa proteção de Deus em nossa vida.
EM MINHAS
DORES, Ó SENHOR, PERMANECEI JUNTO A MIM!
Segunda leitura – Romanos 10,8-13. No
ano 57, o sucesso da missão de Paulo junto aos pagãos já tinha atingido
proporções tão extraordinárias, a ponto do Apóstolo programar uma viagem à
Espanha (Romanos 15,17-24) e já pensar no dia em que o Evangelho tiver atingido
os limites do mundo.
Na leitura de
hoje, Paulo escreve aos romanos sem conhecer pessoalmente a comunidade. Ele
apenas tinha informações sobre ela por meio de um casal amigo, Priscila
(Prisca) e Áquila. Preparando-se para visitar a comunidade, o apóstolo procura
esclarecer falsas interpretações a respeito da fé em Jesus Cristo. Jesus
é o Messias, e Deus o ressuscitou. Ele é o Senhor. Se não brotar do coração o
que a boca pronuncia, não é profissão de fé, nem se obterá a justiça. Proclamar
Jesus e crer de coração é mais do que falar; é assumir na vida para valer, até
as últimas conseqüências, o projeto pelo qual Jesus entregou sua vida. Crer de
coração significa usar os critérios de Jesus para orientar nossas decisões,
confiando em Deus que tudo pode e nunca os engana.
O texto,
repetindo o termo deuteronômico de coração, quer indicar a palavra de Cristo
como presente como presente no mais profundo do ser humano, “a Palavra de Deus
é... mais penetrante do qualquer espada de dois gumes; penetra até dividir alma
e espírito, junturas e medulas” (Hebreus 4,12), e de lá saem as decisões que
envolvem a pessoa humana (cf. Mateus 15,19).
Evangelho – Lucas 4,1-13. O Evangelho apresenta-nos Jesus, antes de
começar seu ministério, cheio do Espírito Santo, repetindo a experiência de
Moisés e do povo no deserto.
A narrativa de
hoje é uma síntese das tentações que Jesus sofreu e venceu durante toda vida,
para não se desviar do projeto que o Pai lhe confiava. Jesus tem presente a fé
e a fidelidade de seu povo ao longo da história e cita, várias vezes, o livro
do Deuteronômio. O diabo apresenta e representa um projeto de ação oposto ao do
Pai, que separa do Pai.
Lucas
seleciona três provas exemplares de tentação, situações fundamentais e até
indispensáveis na missão de Jesus. A narração deste evangelista é diferente da
de Mateus, que coloca o poder político como ápice das tentações vencidas por
Jesus.
1ª) Tentação do Pão (Lucas 4,1-4): dar pão
aos famintos faz parte do projeto do Reino, mas não é conseguido por mágica.
Jesus mesmo se queixou do “sucesso” obtido pela multiplicação dos pães, quando
viu que, em vez de entender o significado do sinal como apelo à partilha, a
multidão queria comida de graça. Esta é a tentação da abundância sem esforço.
Conforme Deuteronômio
8,1-6, a fome, durante os quarenta anos de
caminhada no deserto, foi para educar o povo a reconhecer o valor de tudo que
“sai da boca de Deus”. A vida digna não se reduz apenas ao alimento, mas a um
conjunto de direitos: moradia, escola, saúde, vestimentas, lazer etc. Não só o
“leite”, mas também o “mel” para todos, conforme a promessa do Senhor. A vida
boa para todos depende das normas que orientam a partilha e impedem a
acumulação, como foi ensinado no uso do maná. Acumular gera podridão (cf. Êxodo
16,19-20) para uns e fome para outros. A tentação é usar a filiação divina em
proveito próprio, em vez de colocar o projeto do Pai acima dos interesses
particulares. O título de “Filho de Deus” não outorga autoridade nem poder para
isso, mas traz responsabilidade perante a humanidade e a história.
O número
quarenta é simbólico, indicando um período de preparação e maturação, e remonta
aos anos de uma geração. É um prazo que nos remete a Moisés e Êxodo 34, 28, ao
período de quarenta anos do povo caminhando no deserto (cf. Números 14, 34) e
aos quarenta dias de caminhada de Elias até a montanha do Senhor, em 1 Reis 19,
8.
2°) Tentação de poder e riqueza (Lucas 4,5-8): O
diabo, talvez uma referência ao culto imperial romano, gaba-se de dispor do
poder político sobre o mundo e dele usufruir à vontade. Ele oferece o poder de
Jesus, para que seja um messias temporal. O poder e a riqueza são contrários ao
plano do Pai, porque se constroem com roubo e acumulação. Riqueza e poder de
alguns à custa da miséria e escravidão de multidões.
Somente ao
Senhor pertence o poder. Em Jeremias 27, 5, assim diz o Deus de Israel: “Eu
criei a terra, a humanidade e os animais sobre a face da terra, com meu grande
poder e com braço estendido; e a dou a quem eu quero”. A proposta do diabo é
que Jesus proste-se diante dele. Dessa sugestão descobrimos o quanto riqueza,
ambição, ganância e poder sobre os outros são diabólicos. Jesus responde,
citando Deuteronômio 6, 13. Jesus não receberá o poder do diabo. A glória e
poder virão do Pai, a quem entregou sua vida de partilha e fraternidade.
3°) Tentação do sucesso (Lucas 4, 9-12): na
terceira prova, o diabo pela novamente ao titulo de Filho de Deus que Jesus
recebeu no batismo e cita o Salmo 91; no qual Deus promete proteger o justo. A
tentação é colocar Deus a serviço do próprio capricho e da vaidade pessoal.
Jesus cita Deuteronômio 6,16. Pôr o Pai à prova é pedir-lhe ou exigir milagres
em beneficio próprio, como em Massa e Meriba (cf. Ex 17,1-7; Números 20, 12-13:
Salmo 95, 8). Isto significa tentar a Deus, desviar a sua atuação a favor do
povo para satisfazer o desejo de brilhar e fazer sucesso. É manipular Deus e
enganar as pessoas que o seguem.
Lucas
apresenta esta tentação como a última, coincidindo seu final em Jerusalém, onde
a Paixão será a derradeira investida do diabo. Realça a vitória inicial de
Jesus e faz dela sinal do triunfo definitivo da ressurreição.
3. DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Atualmente,
com o cristianismo espalhado pelo mundo todo, chamamos
Jesus até de “Rei dos reis”. Mas
o poder dele não se confunde com a autoridade das nações ricas e poderosas, nem
se regula pelas leis de mercado, pelo uso da fama, pela quantidade de tempos
lotados, de mais ou menos programas televisivos, barulho, gritos e cantos
alucinados. Sua força, influência e a força de seus seguidores mostram-se pela
fidelidade total ao projeto do Pai.
Jesus realizou
muitos milagres a favor da vida: fez cegos enxergarem, surdos ouvirem,
paralíticos andarem; mas o importante no milagre era seu significado dentro do
projeto de Deus. No momento de maior necessidade, abandonado na cruz, Jesus não
fez milagre algum em benefício próprio. O maior milagre de todos foi sua
própria vida entregue por amor.
Hoje, Jesus
nos convida a realizar sinais para que o mundo creia. É fácil atrair multidões
com promessas de soluções imediatas e mágicas. O grande milagre, porém, que
somos chamados a realizar, com a graça de Deus, é o milagre do serviço, da
construção da paz, da solidariedade, da restituição da esperança e servir a
Deus e não ao dinheiro.
O Evangelho
deste domingo fala sobre a tentação de Jesus no deserto. O que significa
tentação? A palavra “tentação” tanto no grego quanto no hebraico tem o sentido
de provação; situações difíceis que pedem uma reação imediata. Às vezes elas
são mais fortes e constantes, outras vezes elas cessam por um breve período.
O Evangelho
nos ensina, quando estamos sob pressão, a lembrar o preceito que Jesus aplicou
para si. Ele usava as escrituras de forma respeitosa e encontrava no Primeiro
Testamento um princípio a ser praticado. Dessa forma, Ele nos mostra como
vencer e a continuar confiando em Deus.
A celebração
deste primeiro domingo da Quaresma é um anúncio e uma profecia da Páscoa de
Jesus. O Pai vem derramar sobre nós o seu Espírito, para que m nossos desertos
saibamos sempre vencer as falsas seduções e toda tendência ao comodismo. O
Espírito que conduziu Jesus no deserto venha vigiar e orar em nós, para não
cairmos em nenhum tipo de tentação.
Temos vencido
as falsas seduções, a religião sensacionalista, o comodismo, a sede de poder e
de sucesso? E em que está baseada nossa fé? Em “verdades aprendidas” ou na
experiência do que Deus realiza em nossa vida, em nossa comunidade, em nossa
história? Comprometemo-nos firmemente com a verdadeira Palavra de Deus?
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
Conversão do Coração
Um dos
enfoques que a liturgia quaresmal do Ano C nos apresenta é a conversão do
coração que coincide com metanóia (conversão)
da mentalidade, já que, para as Escrituras, a coração é a sede da inteligência
e do discernimento. A oração sobre as oferendas insiste neste aspecto ao
suplicar “que o nosso coração corresponda a estas oferendas com as quais
iniciamos disposição e abertura para acolher a Palavra de Deus, deixando que
ela nos guie para a Páscoa de Jesus. Ser como o pão e vinho apresentados na
abertura da liturgia eucarística, correspondem a, como eles, permitir que a
Palavra os habite e os transforme.
Comer e beber o Verbo
Atanásio de
Alexandria, em pleno século IV, nos inícios ao surgimento da Quaresma,
portanto, elucida a importância de comer a Palavra do Pai em suas Cartas Pascais
o que coaduna com a Antífona de Comunhão: “Não só de Pão vive o homem, mas de
toda a Palavra que sai da boca de Deus”. É preciso que o ser humano se torne
Palavra de Deus como falara Inácio de Antioquia por ocasião de sua prisão, para
que o Evangelho vença o pecado e a morte. Nesse sentido, tomar parte na
refeição do Mistério significa consumir a Palavra de Deus. Orígenes muito bem
sintetiza isto ao afirmar que “O Deus Verbo não chamou seu Corpo aquele pão
visível que tinha em suas mãos, mas à Palavra em cujo mistério devia partir-se
o pão. Nem chamou seu Sangue àquela bebida visível, mas à Palavra, em cujo
mistério derramaria esta bebida. De fato, que outra coisa pode ser o Corpo e
Sangue do Deus Verbo, senão a Palavra que alimenta e alegra os corações?”.
A Eucaristia como
sacramento da vitória pascal
A participação
na mesa eucarística, seguindo a lógica das Escrituras e dos Santos Padres nos
faz vencer as tentações do caminho, que consistem em reduzir o Reinado de Deus
ao nosso governo nos três âmbitos: o fazer, o ter e o ser. A Eucaristia
esclarece e realiza em nós o trabalho de Deus (fazer), através do qual
participamos do seu reinado, que consiste em partilhar com o cosmos inteiro o
que é fruto de Sua Benção (ter-com-os-demais), o que por sua vez manifesta de
fato nossa identidade, como ressonância de sua Palavra (ser). O primeiro
domingo da Quaresma, portanto, nos indica claramente o horizonte de vitória
pascal da qual já participamos, e ao qual, constantemente, devemos converter o
coração, isto é, os interesses.
5. LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Como a
assembléia reunida em Cristo, o grande Orante fiel ao Pai, acolhemos a Palavra
que sai da boca de Deus e nos dispomos a intensificar o desejo de seguir com
fidelidade seus passos, vencendo corajosamente as inúmeras tentações que nos
abatem.
Com ele
professamos a fé no único Deus como regra de vida. Permanecemos com ele no
deserto do mundo, suplicando não tanto que nos livre de provações e
dificuldades, mas nos mantém vigilantes, dóceis à ação de seu Espírito e
obedientes a sua Palavra.
Agradecidos,
renovamos nossa fidelidade ao projeto do Pai, fazendo memória dos grandes
feitos a nosso favor, consagrando-nos a ele por inteiro e assumindo solidários
a luta pela vida da Amazônia.
Os bens que
recebemos da bondade do Senhor, fruto da terra e do trabalho humano, tornam-se,
pela nossa bênção e ação de graças a Deus, os sinais sacramentais de sua
bondade e promessa de bens maiores e definitivos para todos.
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Um bom
ensaio dos cantos previstos para a celebração se faz necessário, para que ela
transcorra em clima realmente orante e de fé. A Paulus editou um CD com os
cantos próprios da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2016 e para a Missa
de cada domingo quaresmal deste ano C. Após o ensaio de cantos uns momentos de
silêncio e oração pessoal ajudam a criar um clima alegre e orante para a
celebração.
2. Quando
lemos e interpretamos as Sagradas Escrituras na Missa é o próprio Cristo que
fala (cf. SC,7). A força sacramental da Palavra na liturgia faz acontecer
aquilo que anuncia; realiza nossa transformação pascal. Na liturgia da Palavra,
Cristo está realmente presente e atuante no Espírito Santo.
3. Daí decorre
a exigência de a proclamação expressar uma atitude espiritual de quem está
sendo porta-voz de Deus que fala ao seu povo.
4. O bom uso
do Lecionário. O ciclo A é ligado com o Batismo. O ciclo B com a Aliança e o Ciclo
C, deste ano apresenta o tema da Penitência
e da Conversão do coração bem evidenciados (A parábola da “Figueira
estéril” no Terceiro Domingo Lucas 13,1-9, A parábola do “Filho pródigo” no Quarto Domingo
Lucas 15, 1-3.11-32 e o episódio da “Mulher pecadora” no Quinto Domingo João
8,1-11. Na época em que foi preparado o Lecionário Dominical, diversos peritos
julgavam que, para a Quaresma, seria suficiente só o ciclo A, porque seu
alcance doutrinal é fundamental. Mas prevaleceu o parecer dos biblistas. Afinal
chegou-se a uma decisão equilibrada. Nas comunidades onde há adultos que se
preparam para os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma)
na noite da Páscoa, deve-se utilizar o ciclo A, o qual, no entanto, quando se
julgar oportuno, pode ser usado sempre como indica o próprio Lecionário
Dominical, nas páginas 438, 442, 446, 752, 756 e 760. Mas, onde não houver
adultos preparando-se para os batismal.
sacramentos, poderão ser usados, conforme os anos, os ciclos B e C, porque a
linha do ciclo A é fundamentalmente
7. MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados
com atitude espiritual e, condizentes com cada
domingo da Quaresma, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado.
Portanto, não basta só saber que os cantos são da Quaresma, é preciso executá-los com atitude
espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade
tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o
ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento.
1 Canto de abertura. “Quando meu
servo clamar, hei de atendê-lo” (Salmo 90/91,15-16). Na procissão de entrada,
entoar um canto que expresse nossa caminhada quaresmal. “Eis, ó meu povo, o
tempo favorável da conversão”, CD: CF 2016, melodia da faixa 1.
A Igreja
oferece outras opções que expressa a caminhada da Quaresma. “Senhor, Deus de
nossos pais, aqui estamos”, CD: CF 2013, melodia da faixa 2. A Igreja oferece
também outras opções como o Salmo 94/95: “Ah! Se o povo de Deus no Senhor
cresse”, Hinário Litúrgico II da CNBB, página 55; “Dizei aos cativos “Sai”; CD:
Liturgia XIII, melodia da faixa 11; “Senhor, eis aqui o teu povo”, CD: Liturgia
XIII, melodia da faixa 1, Quaresma Ano A. O canto de abertura deve nos
introduzir no mistério celebrado.
2- Salmo responsorial 90/91. Os
anjos te levam, para que não firas teu pé.
“Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto a mim”, CD: CF 2013 faixa
15 ou CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 15.
3- Aclamação ao Evangelho. “Não
só de pão é que se vive” (Mateus 4,4b). “Jesus Cristo, sois bendito, o ungido
de Deus Pai”, CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 12.
5. Apresentação dos dons: O
canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração na Quaresma. “Todo o
povo sofredor o seu pranto esquecerá”, CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 13 ou
CD: CF 2013, melodia da faixa 6.
Uma excelente
opção é o canto: “O vosso coração de pedra”, CD: Liturgia XIII, Quaresma Ano A,
melodia da faixa 5. A partitura está no Hinário Litúrgico II da CNBB, página 275.
6. Canto de comunhão: “Não só de
pão vive o homem...” (Mateus 4,4); Proteção junto a Deus (Salmo 90/91,4): “Que
a justiça corra como um rio”, CD: CF 2016, melodia da faixa 12.
A Igreja
oferece também outras opções: “Agora o tempo se cumpriu”, CD: Liturgia XIV,
melodia da faixa 3. “Ó Pai, teu povo busca vida nova”, CD: CF 2013. Salmo
90/91; “Quando invocar, eu atenderei”, gravado no CD: Liturgia XIV, melodia da
faixa 15 ou CD: CF 2009, melodia da faixa 20 ou CD: CF 2007, melodia da faixa
9. A partitura se encontra no Hinário Litúrgico II da CNBB, página 53. “Quem
vive à sombra do Senhor”, CD: Liturgia XIII, melodia da faixa 7.
O canto de
comunhão deve retomar o Evangelho. No primeiro domingo da Quaresma, mergulhamos
no deserto de Jesus. A exemplo do Divino Mestre, devemos resistir a toda e
qualquer tentação, isto é, provação. Devido o espírito de confiança que anima a
liturgia de hoje e certos, da proteção dele, sugerimos que cantemos na comunhão
o Salmo 91(90): “Quando invocar, eu atenderei, na aflição com ele estarei”
Vamos também com Ele pregar o Evangelho de Deus. Podemos também cantar Marcos
1,15 “Agora o tempo se cumpriu, o Reino já chegou”, como estão indicados acima.
8. O ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Se há um
elemento, que, sem palavras, cumpre a função mistagógica, isto é, de conduzir
para dentro do mistério celebrado, este é o Espaço Sagrado. Por isso, devemos
dedicar-lhe todo o nosso cuidado.
2. Como tempo
preparatório para a páscoa anual, a quaresma nos convida a uma intensa revisão
de vida. Os elementos simbólicos festivos serão reservados. O espaço
celebrativo expressa essa “reserva simbólica” através da retirada das flores,
do despojamento e austeridade que convém a este tempo. Também a cor roxa da
estola (ou casula) e das toalhas ajudará a sinalizar o tom penitencial
característico desse tempo.
4. Para o
tempo quaresmal, já é de praxe, o uso da cor roxa nas vestes, velas e paramentos.
Mas temos que ir além. Redescobrir, a cada vez, o sentido da chamada “reserva
simbólica”: Durante este tempo (a quaresma) é proibido ornar o altar com
flores, cantar o aleluia ou o hino de louvor, o canto de louvor a Deus após a
comunhão, com exceção das solenidades e festas.
5. Isso nos
ajuda a preparar o espaço celebrativo levando em conta o tempo quaresmal. O
ambiente deve estar “despojado a austero”. Isso vale também para outros tempos
litúrgicos. Devemos “fazer uma limpeza” de tudo o que é supérfluo no espaço
celebrativo, como cartazes, folhagens, fitas, adornos, faixas, muitas imagens,
etc. Os exageros de enfeites causam uma verdadeira “poluição visual”, e é
preciso achar um lugar “para pousar o olhar
e contemplar”. Por outro lado, devemos valorizar e destacar o que é realmente
essencial para a celebração do Mistério de Cristo, isto é, o altar, a mesa da
Palavra, a cadeira presidencial e a pia batismal. Durante a Quaresma outros
símbolos fortes são importantes, como a cruz, a cor roxa e outros próprios para
cada celebração.
7. O cartaz da
Campanha da Fraternidade e outras gravuras afins sejam colocados no mural ou
noutro espaço cuja finalidade é informar os fiéis dos acontecimentos
comunitários. Não é oportuno afixá-lo, por exemplo, na Mesa do Altar ou na Mesa
da Palavra. Caso seja apresentado na procissão de abertura, ou na homilia, deve
ser reconduzido a um lugar oportuno.
9- O ROXO NA LITURGIA DA QUARESMA
O roxo,
simbolicamente, recorda-nos tudo aquilo que não queremos ver. Quando levamos
uma pancada, dizemos: “ficou roxo”. Entramos no deserto para ver o roxo da
vida, aquelas coisas que nos negamos a olhar e a enfrentar. Tudo aquilo que
causa desconforto, mas ao mesmo tempo “grita” aos nossos ouvidos: o que não
funciona bem na vida, o que precisa ser mudado, o que me impede de alcançar a
meta, ou mesmo de caminhar e fazer a travessia. Nós somos a comunidade dos que
desejam o roxo. Queremos olhar, corajosamente, para nossos pecados, nossos
demônios, nossos infernos. Sem reconhecê-los, como poderíamos exorcizá-los? E
fazemos tempo e espaço para isso. Colorimos tudo isso de roxo, até que tome
forma de flor, flor de quaresmeira que proclama a proximidade da páscoa,
mesclando os desconfortos da vida com a alegria que pode surgir da coragem de
se enfrentar os vazios, as lutas, as feridas e os problemas da vida.
Jesus entra no
deserto com a gente, ele fez o seu trajeto, a sua passagem, mas continua a
fazê-lo em cada um de nós e em nossa comunidade. Quando tempos medo de
enfrentar os nossos “roxos”, ele nos encoraja. Quando nos sentimos sós no
caminho e na travessia, ele se mostra presente ao nosso lado. Quando sentimos
falta das flores, ele nos incentiva a procurar o jardim... O caminho da
quaresma foi primeiro trilhado por ele na sua paixão, nos enfrentamentos da sua
missão, no momento em que assumiu e transformou o medo, a tristeza e a dor em
vida nova.
10. AÇÃO RITUAL
Iniciamos o
tempo da quaresma entrando no deserto para enfrentar as tentações e o pecado
que desfiguram as feições divinas em nós. Jesus nos inicia neste caminho: com ele
fazemos a travessia rumo à páscoa, à ressurreição.
Fazer a
experiência do vazio, da reserva simbólica (ausência de flores, cantos como o
glória e os aleluias, moderação nos instrumentos musicais). A pedagogia da
liturgia, em sua simplicidade e despojamento manifestados na Quaresma, há de
nos ensinar, por si, a adentrar no mistério da Quaresma.
A regra da
reserva simbólica vale para todos. A liturgia nos ensina a reservar os
elementos festivos para a festa da Páscoa. Assim, os grupos são chamados a
serem mais moderados na execução dos instrumentos, evitando “solos
instrumentais”, deixando de tocar algum instrumento, ou mesmo cantando algo “à
capela” (sem acompanhamentos musicais). É tempo também de escutar, de ser
“obediente”, de aguçar o discipulado: uma boa forma de manifestar isso seria
assumir o repertório da CNBB para as celebrações.
Ritos Iniciais
1. É costume
antigo da Igreja, marcar com o sinal da cruz, neste domingo, as pessoas aceitas
para receber o Batismo na Vigília Pascal. Depois quem preside convida a todos a
saudar a Trindade: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e a saudação
como de costume.
Seria muito
oportuno a saudação inicial de 2Tessalonicensses 3,5:
“O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco”.
2. Em seguida
quem preside, ou o diácono ou um leigo ou leiga preparado, dar o sentido da
celebração com estas palavras ou outras semelhantes:
Domingo do deserto de Jesus. Neste Domingo
estamos com Jesus no deserto. Invoquemos o Senhor, de todo coração, para que o
seu Espírito nos conduza em nossos desertos e nos liberte de qualquer tentação.
3. O
presbítero motiva os fiéis à penitencia com a Fórmula 2 do Missal Romano página
391:
No início desta celebração eucarística,
peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus e
com os irmãos e irmãs.
4. Reunida em
torno da cruz, a comunidade pode fazer, de joelhos ou inclinada, o Ato Penitencial e ser motivada a
expressar o desejo de viver a Quaresma, indicando aspectos nos quais é chamada
à conversão. Sugerimos a Fórmula 3, própria para a Quaresma da página 397 do
Missal Romano.
Senhor, que fazeis passar da morte para a
vida quem houve a vossa Palavra...
5. Na Quaresma
não se canta o Hino de Louvor.
6. Na Oração
do Dia suplicamos ao Pai, que nos concede acompanhar e conhecer Jesus Cristo de
perto e mais profundamente para que possamos e corresponder ao seu amor.
Rito da Palavra
1. Dar
especial atenção a todo o rito da Palavra, especialmente ao Evangelho, à
homilia e à profissão de fé assumida como renovação diante das tentações e como
expressão de nossa fidelidade ao Deus da vida, sustentados por “toda Palavra
que sai de sua boca”. Inspirados na segunda leitura da Carta aos Romanos, abrir
a Liturgia da Palavra, com o refrão: “Perto
de nós está tua Palavra. Que esteja na boca, no coração, na vida do teu povo!”.
2. Convém
caprichar, ao máximo, na proclamação da Palavra de Deus (leituras, canto do
salmo, evangelho). Proclamá-la de tal maneira que a assembléia sinta que é
realmente Deus que está falando para o seu povo. Isso requer que a equipe de
liturgia com os leitores e o salmista façam um bom ensaio e, mais que ensaio,
uma verdadeira vivência da Palavra.
3. Destacar o Evangeliário.
Depois da procissão de entrada deve permanecer sobre a Mesa do Altar até o
procissão para a Mesa da Palavra como é costume no Rito Romano.
4. Como os
sacramentos de “iniciação cristã” devem ser celebrados nas solenidades pascais
e sua preparação imediata é a própria Quaresma, realiza-se habitualmente o rito de eleição no primeiro domingo da
Quaresma. Depois da Profissão de fé, faz-se o Rito de acolhida, através do qual
a comunidade acolhe as pessoas que
irão receber o Batismo. A última preparação dos “eleitos” coincida com o tempo
quaresmal (Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos pág. 63, nº 139).
5. Integrar a
renovação das promessas batismais com as preces, tornando presentes as
tentações de hoje. Como sugestão poderia ser:
Pres: Irmãos e irmãs, neste primeiro
domingo da Quaresma Jesus nos ensina a renunciar tudo o que não é do seu Reino.
Façamos também nossas renúncias
dizendo:
Todos: Queremos renunciar
·
A busca do dinheiro a qualquer preço
·
A busca do prestígio
·
A corrupção e a mentira
·
O consumismo exagerado
·
O apego exagerado aos bens desse mundo
·
A religião como mercado
·
A bebida alcoólica e a droga
·
O culto ao nosso corpo
·
O supérfluo e desnecessário
·
O imperialismo e a ganância
·
O autoritarismo e o machismo
·
A pornografia e a prostituição
·
As armas e a violência
·
O desperdício de alimentos
·
A insensibilidade para com as pessoas injustiçadas
Rito da Eucaristia
1. O pão e
vinho são sinais trazidos do seio do mundo, para que sejam “fecundados” pela
graça de Deus e se tornem morada do Mistério e todos que deles participarem
possam ser beneficiados pela presença de Deus. Assim, pão e vinho consagrados
se tornam imagem do mundo e da humanidade redimida, imagem da própria Igreja –
Corpo de Cristo, como entendia Santo Agostinho.
2. Aqui se
nota a importância de se manter sempre vivo o costume da procissão dos dons
feita por membros da comunidade de fé. Seria significativo esta procissão ser
feitas por jovens. Embora já não se traga o pão para a celebração, das casas,
como em outras épocas, é salutar que não se perca o sentido de apresentar o
mundo e a humanidade nos sinais do pão e vinho, frutos do suor e trabalho
humanos a ser submetidos ao trabalho divino (= consagrar/ santificar/
eucaristizar). Cantar a glória do Reino teu por toda a terra.
3. Na Oração
sobre o pão e o vinho, peçamos a Deus que a nossa vida se coadune com os dons
pelos quais celebramos o início da caminhada para o sacrifício pascal.
4. É tempo de
usar os Prefácios do Tempo da Quaresma, que são muito bonitos e trazem uma boa
síntese teológica desse tempo litúrgico. Neste Primeiro Domingo da Quaresma há
o Prefácio próprio que se harmoniza perfeitamente com o Evangelho. Nesse caso,
as orações possíveis são as três primeiras. As demais não admitem um prefácio
diferente. No Prefácio próprio para este Domingo, contemplamos Jesus no
jejuando quarenta dias no deserto, consagrando a observância quaresmal.
Ritos Finais
1. Na Oração
depois da comunhão, suplicamos a Deus que refeitos em nossa fé, esperança e
amor, procuremos viver do Cristo, palavra viva da boca de Deus.
2. Recordar
aos membros da comunidade os exercícios quaresmais: jejum, esmola e oração,
mostrando também o que a comunidade oferece aos seus membros para realizar tais
exercícios: obras sociais, momentos de oração, confissões e orientação
espiritual, para um acompanhamento e esclarecimentos a respeito do jejum. Jejum
dos passos: evitar freqüentar lugares inconvenientes a um bom cristão. (segunda
semana).
3. Concluir
com a bênção final solene, própria da Quaresma (Missal Romano, páginas 521 a 522), ou também a
oração sobre o povo, número 6, página 531:
Ó Deus, fazei que o vosso povo se volte para
vós de todo o coração, pois se protegeis mesmo quando erra, com mais amor o
guardais quando vos serve.
4. As palavras do rito de envio podem estar em consonância como
mistério celebrado: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Ide em paz e que o Senhor
vos acompanhe.
11- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Celebrar a quaresma é, antes de tudo, experimentar a presença e
comunicação da graça salvadora através das celebrações litúrgicas. É tornar
presente, festejar as muitas libertações de Deus na história. É renovar a
profissão de fé no Deus libertador que o povo eleito fez durante a escravidão
do Egito “...nós clamamos ao Senhor, Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a
nossa voz e viu nossa opressão, nosso cansaço e nossa angústia, e o Senhor nos
libertou do Egito...” (Dt 26,4-10). A primeira auto-definição de Deus é: “Eu
ouvi o clamor do meu povo e resolvi descer para libertá-lo” (Ex 3,7-8).
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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