quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

1º DOMINGO DA QUARESMA - ANO C

14 de fevereiro de 2016

Leituras

         Deuteronômio 26,4-10
         Salmo 90/91,1-2.10-15
         Romanos 10,6-13
         Lucas 4,1-11

 “NÃO TENTARÁS O SENHOR TEU DEUS”


1- PONTO DE PARTIDA

Domingo do deserto de Jesus. No início de nossa caminhada quaresmal, o Espírito nos conduz, com Jesus, ao deserto onde nos robustece para o enfrentamento das tentações – falsas seduções, comodismo, sede de poder – que nos deixam insensíveis e descomprometidos com a dura realidade dos que sofrem, particularmente aqueles que são vítimas de uma economia voltada para os poderosos.

Invoquemos o Senhor, de todo o coração, para que seu Espírito nos conduza em nossos desertos e nos liberte de qualquer tentação.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos bíblicos

Primeira leitura – Deuteronômio 26,4-10. O Deuteronômio é um dos livros mais expressivos do Primeiro Testamento. Todo o livro está impregnado da bondade de Deus, manifestada nos fatos históricos da libertação do Egito e a travessia do deserto. Todo o livro é elaborado a partir do esquema da Aliança e dominado pela teologia da Aliança.

O texto da celebração de hoje é extraído de Deuteronômio 26 que é a conclusão do segundo discurso de Moisés.  Inclui dois testos litúrgicos que descrevem a oferta das primícias (versículos 1-11) e dos dízimos (12-15) e uma conclusão. A lei da oferta das primícias encontra-se em Êxodo 23,19; Levítico 23,10-14 e Deuteronômio 18,4. Nestes trechos é dada apenas a lei da oferta das primícias, ao passo que em Deuteronômio aparece todo o ritual e até as palavras que devem ser pronunciadas por ocasião da oferta. Especialistas afirmam que temos aqui uma fórmula de profissão de fé, já em uso, e que teria sido colocada aqui pelo redator do Deuteronômio para servir de fórmula litúrgica da oferta das primícias.

O texto de Deuteronômio 26, 4-10 descreve o ritual de oferenda que o povo da Bíblia fazia com os primeiros frutos da terra: trigo, vinho novo, óleo e lã. É o reconhecimento da proteção de Deus como Senhor de tudo. Esta é a mais antiga profissão de fé israelita. Conhecida como “credo histórico”, centra-se na ação de Deus através dos acontecimentos e é ação de graças ao Senhor que tudo nos deu, inclusive a terra. O “credo” está inserido num ato litúrgico, realizado uma vez por ano, no tempo da colheita.

Do versículo 5 ao 9 temos uma rápida síntese  dos acontecimentos que vão desde o iniciador do povo, no caso Jacó, até a libertação, a posse a o uso da terra. São os acontecimentos mais marcantes e que mais são recordados ao longo da Bíblia. Não é de admirar que se transformem na expressão da fé no Deus que conduziu tais acontecimentos. São o credo do povo da Bíblia.

Nos versículos 6-8, em rápidos traços, menciona a escravidão do Egito, o clamor do povo a Deus e a libertação. Lembra o esquema do livro dos Juízes: pecado, opressão, súplica, libertação.

A insistência, no versículo 10, de que os frutos da terra são um dom de Deus provavelmente tem uma intenção antipoliteísta, de condenação das divindades cananeias, especialmente Baal, que era considerado o doador das chuvas e da fertilidade da terra. O fiel hebreu, ao ofertar as primícias de seus produtos, professa solenemente que Javé é o seu libertador, o Senhor da história e também o doador da terra e de seus frutos.

A fé do israelita está ancorada na história. A expressão dessa fé é gratuidade e ação de graças. A fé não se expressa em verdades ou idéias abstratas, mas conta o que Deus fez e continua fazendo para seu povo. Crer é lembrar, tornar presentes as ações de Deus, fazer memória da aliança na história.

Salmo responsorial 90/91,1-2.10-15.  O Salmo 90(91) assemelha-se aos salmos de confiança individual. Porém, visto que não é o salmista quem expressa confiança em Deus, e sim outra pessoa, vamos considerá-lo um salmo sapiencial. De fato, transmite a sabedoria da vida: quem se refugia em Deus não precisa temer nada.

A introdução nos versículos 1-2 parece indicar um sacerdote do Templo de Jerusalém que se dirige a um fiel, convidando-o à confiança em Deus. O Templo é lugar da presença divina e, por isso, é o refúgio mai seguro da pessoa humana: direito de asilo em seu sentido pleno.

Os anjos, são enviados de Deus para proteger seus fiéis na caminhada do dia-a-dia. O próprio Deus toma a Palavra, respondendo à invocação do ser humano (versículo 2). Deve-se notar os sete verbos com Deus em primeira pessoa, e a formula central: “Eu com ele”. Deus revelou seu nome para ser invocado: e faz questão de ouvir nossos apelos.

O rosto de Deus neste salmo. Javé recebe vários “nomes”: Deus (versículo 2b), Altíssimo e Onipotente (versículo 1). É comparado a um lugar de refúgio e a uma fortaleza (versículos 2a .9a). Tem anjos às suas ordens, e os põe como guardas e guias do refugiado (versículos 11-12). Contudo é nos versículos 14-15 que aparece claramente o rosto de Deus, descrito nas sete ações que realiza em favor do justo: livrar, proteger, responder, estar com ele, glorificar (restabelecer a honra), saciar e fazer ver. Há estreita relação, um compromisso íntimo entre Deus e o justo. O justo se apega a Deus, conhece a força do nome dele e O invoca no momento do aperto.
Os versículos 11-12 são citados pelo diabo ao tentar Jesus (Mateus 4,6 e Lucas 4,10-11). Jesus vence a tentação de pôr Deus a serviço de seus caprichos, ensinando-nos que uma das coisas fundamentais é fazer a vontade do Pai (Mateus 6,10). No tempo de Jesus, o Templo de Jerusalém deixou de ser “amparo do Altíssimo” e “sombra do Onipotente” tornado-se um mercado (João 2,16), uma toca de ladrões (Mateus 21,13; Marcos 11,17; Lucas 19,46). Jesus é o novo Templo em que Deus se encontra (João 1,14; 2,21). Ele jamais traiu a confiança dos que se refugiam Nele, sobretudo os pecadores (Lucas 7,36-50; João 8,1-11), doentes (Mateus 8,1-4); (Marcos 9,14-27) e excluídos (Marcos 10,13-16).

Este Salmo expressa a experiência de um perseguido que se refugiou no Templo e foi encorajado pelo Senhor. Nós o cantamos lembrando de Jesus, assistido pelo Pai em suas provações, e contamos com essa proteção de Deus em nossa vida.

EM MINHAS DORES, Ó SENHOR, PERMANECEI JUNTO A MIM!

Segunda leitura – Romanos 10,8-13. No ano 57, o sucesso da missão de Paulo junto aos pagãos já tinha atingido proporções tão extraordinárias, a ponto do Apóstolo programar uma viagem à Espanha (Romanos 15,17-24) e já pensar no dia em que o Evangelho tiver atingido os limites do mundo.

Na leitura de hoje, Paulo escreve aos romanos sem conhecer pessoalmente a comunidade. Ele apenas tinha informações sobre ela por meio de um casal amigo, Priscila (Prisca) e Áquila. Preparando-se para visitar a comunidade, o apóstolo procura esclarecer falsas interpretações a respeito da fé em Jesus Cristo. Jesus é o Messias, e Deus o ressuscitou. Ele é o Senhor. Se não brotar do coração o que a boca pronuncia, não é profissão de fé, nem se obterá a justiça. Proclamar Jesus e crer de coração é mais do que falar; é assumir na vida para valer, até as últimas conseqüências, o projeto pelo qual Jesus entregou sua vida. Crer de coração significa usar os critérios de Jesus para orientar nossas decisões, confiando em Deus que tudo pode e nunca os engana.

O texto, repetindo o termo deuteronômico de coração, quer indicar a palavra de Cristo como presente como presente no mais profundo do ser humano, “a Palavra de Deus é... mais penetrante do qualquer espada de dois gumes; penetra até dividir alma e espírito, junturas e medulas” (Hebreus 4,12), e de lá saem as decisões que envolvem a pessoa humana (cf. Mateus 15,19).

Evangelho – Lucas 4,1-13.  O Evangelho apresenta-nos Jesus, antes de começar seu ministério, cheio do Espírito Santo, repetindo a experiência de Moisés e do povo no deserto.

A narrativa de hoje é uma síntese das tentações que Jesus sofreu e venceu durante toda vida, para não se desviar do projeto que o Pai lhe confiava. Jesus tem presente a fé e a fidelidade de seu povo ao longo da história e cita, várias vezes, o livro do Deuteronômio. O diabo apresenta e representa um projeto de ação oposto ao do Pai, que separa do Pai.

Lucas seleciona três provas exemplares de tentação, situações fundamentais e até indispensáveis na missão de Jesus. A narração deste evangelista é diferente da de Mateus, que coloca o poder político como ápice das tentações vencidas por Jesus.
1ª) Tentação do Pão (Lucas 4,1-4): dar pão aos famintos faz parte do projeto do Reino, mas não é conseguido por mágica. Jesus mesmo se queixou do “sucesso” obtido pela multiplicação dos pães, quando viu que, em vez de entender o significado do sinal como apelo à partilha, a multidão queria comida de graça. Esta é a tentação da abundância sem esforço.

Conforme Deuteronômio 8,1-6, a fome, durante os quarenta anos de caminhada no deserto, foi para educar o povo a reconhecer o valor de tudo que “sai da boca de Deus”. A vida digna não se reduz apenas ao alimento, mas a um conjunto de direitos: moradia, escola, saúde, vestimentas, lazer etc. Não só o “leite”, mas também o “mel” para todos, conforme a promessa do Senhor. A vida boa para todos depende das normas que orientam a partilha e impedem a acumulação, como foi ensinado no uso do maná. Acumular gera podridão (cf. Êxodo 16,19-20) para uns e fome para outros. A tentação é usar a filiação divina em proveito próprio, em vez de colocar o projeto do Pai acima dos interesses particulares. O título de “Filho de Deus” não outorga autoridade nem poder para isso, mas traz responsabilidade perante a humanidade e a história.

O número quarenta é simbólico, indicando um período de preparação e maturação, e remonta aos anos de uma geração. É um prazo que nos remete a Moisés e Êxodo 34, 28, ao período de quarenta anos do povo caminhando no deserto (cf. Números 14, 34) e aos quarenta dias de caminhada de Elias até a montanha do Senhor, em 1 Reis 19, 8.

2°) Tentação de poder e riqueza (Lucas 4,5-8): O diabo, talvez uma referência ao culto imperial romano, gaba-se de dispor do poder político sobre o mundo e dele usufruir à vontade. Ele oferece o poder de Jesus, para que seja um messias temporal. O poder e a riqueza são contrários ao plano do Pai, porque se constroem com roubo e acumulação. Riqueza e poder de alguns à custa da miséria e escravidão de multidões.

Somente ao Senhor pertence o poder. Em Jeremias 27, 5, assim diz o Deus de Israel: “Eu criei a terra, a humanidade e os animais sobre a face da terra, com meu grande poder e com braço estendido; e a dou a quem eu quero”. A proposta do diabo é que Jesus proste-se diante dele. Dessa sugestão descobrimos o quanto riqueza, ambição, ganância e poder sobre os outros são diabólicos. Jesus responde, citando Deuteronômio 6, 13. Jesus não receberá o poder do diabo. A glória e poder virão do Pai, a quem entregou sua vida de partilha e fraternidade.

3°) Tentação do sucesso (Lucas 4, 9-12): na terceira prova, o diabo pela novamente ao titulo de Filho de Deus que Jesus recebeu no batismo e cita o Salmo 91; no qual Deus promete proteger o justo. A tentação é colocar Deus a serviço do próprio capricho e da vaidade pessoal. Jesus cita Deuteronômio 6,16. Pôr o Pai à prova é pedir-lhe ou exigir milagres em beneficio próprio, como em Massa e Meriba (cf. Ex 17,1-7; Números 20, 12-13: Salmo 95, 8). Isto significa tentar a Deus, desviar a sua atuação a favor do povo para satisfazer o desejo de brilhar e fazer sucesso. É manipular Deus e enganar as pessoas que o seguem.

Lucas apresenta esta tentação como a última, coincidindo seu final em Jerusalém, onde a Paixão será a derradeira investida do diabo. Realça a vitória inicial de Jesus e faz dela sinal do triunfo definitivo da ressurreição.

3. DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

Atualmente, com o cristianismo espalhado pelo mundo todo, chamamos
Jesus até de “Rei dos reis”. Mas o poder dele não se confunde com a autoridade das nações ricas e poderosas, nem se regula pelas leis de mercado, pelo uso da fama, pela quantidade de tempos lotados, de mais ou menos programas televisivos, barulho, gritos e cantos alucinados. Sua força, influência e a força de seus seguidores mostram-se pela fidelidade total ao projeto do Pai.

Jesus realizou muitos milagres a favor da vida: fez cegos enxergarem, surdos ouvirem, paralíticos andarem; mas o importante no milagre era seu significado dentro do projeto de Deus. No momento de maior necessidade, abandonado na cruz, Jesus não fez milagre algum em benefício próprio. O maior milagre de todos foi sua própria vida entregue por amor.

Hoje, Jesus nos convida a realizar sinais para que o mundo creia. É fácil atrair multidões com promessas de soluções imediatas e mágicas. O grande milagre, porém, que somos chamados a realizar, com a graça de Deus, é o milagre do serviço, da construção da paz, da solidariedade, da restituição da esperança e servir a Deus e não ao dinheiro.

O Evangelho deste domingo fala sobre a tentação de Jesus no deserto. O que significa tentação? A palavra “tentação” tanto no grego quanto no hebraico tem o sentido de provação; situações difíceis que pedem uma reação imediata. Às vezes elas são mais fortes e constantes, outras vezes elas cessam por um breve período.

O Evangelho nos ensina, quando estamos sob pressão, a lembrar o preceito que Jesus aplicou para si. Ele usava as escrituras de forma respeitosa e encontrava no Primeiro Testamento um princípio a ser praticado. Dessa forma, Ele nos mostra como vencer e a continuar confiando em Deus.
A celebração deste primeiro domingo da Quaresma é um anúncio e uma profecia da Páscoa de Jesus. O Pai vem derramar sobre nós o seu Espírito, para que m nossos desertos saibamos sempre vencer as falsas seduções e toda tendência ao comodismo. O Espírito que conduziu Jesus no deserto venha vigiar e orar em nós, para não cairmos em nenhum tipo de tentação.

Temos vencido as falsas seduções, a religião sensacionalista, o comodismo, a sede de poder e de sucesso? E em que está baseada nossa fé? Em “verdades aprendidas” ou na experiência do que Deus realiza em nossa vida, em nossa comunidade, em nossa história? Comprometemo-nos firmemente com a verdadeira Palavra de Deus?

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

Conversão do Coração

Um dos enfoques que a liturgia quaresmal do Ano C nos apresenta é a conversão do coração que coincide com metanóia (conversão) da mentalidade, já que, para as Escrituras, a coração é a sede da inteligência e do discernimento. A oração sobre as oferendas insiste neste aspecto ao suplicar “que o nosso coração corresponda a estas oferendas com as quais iniciamos disposição e abertura para acolher a Palavra de Deus, deixando que ela nos guie para a Páscoa de Jesus. Ser como o pão e vinho apresentados na abertura da liturgia eucarística, correspondem a, como eles, permitir que a Palavra os habite e os transforme.

Comer e beber o Verbo

Atanásio de Alexandria, em pleno século IV, nos inícios ao surgimento da Quaresma, portanto, elucida a importância de comer a Palavra do Pai em suas Cartas Pascais o que coaduna com a Antífona de Comunhão: “Não só de Pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus”. É preciso que o ser humano se torne Palavra de Deus como falara Inácio de Antioquia por ocasião de sua prisão, para que o Evangelho vença o pecado e a morte. Nesse sentido, tomar parte na refeição do Mistério significa consumir a Palavra de Deus. Orígenes muito bem sintetiza isto ao afirmar que “O Deus Verbo não chamou seu Corpo aquele pão visível que tinha em suas mãos, mas à Palavra em cujo mistério devia partir-se o pão. Nem chamou seu Sangue àquela bebida visível, mas à Palavra, em cujo mistério derramaria esta bebida. De fato, que outra coisa pode ser o Corpo e Sangue do Deus Verbo, senão a Palavra que alimenta e alegra os corações?”.

A Eucaristia como sacramento da vitória pascal

A participação na mesa eucarística, seguindo a lógica das Escrituras e dos Santos Padres nos faz vencer as tentações do caminho, que consistem em reduzir o Reinado de Deus ao nosso governo nos três âmbitos: o fazer, o ter e o ser. A Eucaristia esclarece e realiza em nós o trabalho de Deus (fazer), através do qual participamos do seu reinado, que consiste em partilhar com o cosmos inteiro o que é fruto de Sua Benção (ter-com-os-demais), o que por sua vez manifesta de fato nossa identidade, como ressonância de sua Palavra (ser). O primeiro domingo da Quaresma, portanto, nos indica claramente o horizonte de vitória pascal da qual já participamos, e ao qual, constantemente, devemos converter o coração, isto é, os interesses.    

5. LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Como a assembléia reunida em Cristo, o grande Orante fiel ao Pai, acolhemos a Palavra que sai da boca de Deus e nos dispomos a intensificar o desejo de seguir com fidelidade seus passos, vencendo corajosamente as inúmeras tentações que nos abatem.

Com ele professamos a fé no único Deus como regra de vida. Permanecemos com ele no deserto do mundo, suplicando não tanto que nos livre de provações e dificuldades, mas nos mantém vigilantes, dóceis à ação de seu Espírito e obedientes a sua Palavra.

Agradecidos, renovamos nossa fidelidade ao projeto do Pai, fazendo memória dos grandes feitos a nosso favor, consagrando-nos a ele por inteiro e assumindo solidários a luta pela vida da Amazônia.

Os bens que recebemos da bondade do Senhor, fruto da terra e do trabalho humano, tornam-se, pela nossa bênção e ação de graças a Deus, os sinais sacramentais de sua bondade e promessa de bens maiores e definitivos para todos.

6. ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Um bom ensaio dos cantos previstos para a celebração se faz necessário, para que ela transcorra em clima realmente orante e de fé. A Paulus editou um CD com os cantos próprios da Quaresma e da Campanha da Fraternidade 2016 e para a Missa de cada domingo quaresmal deste ano C. Após o ensaio de cantos uns momentos de silêncio e oração pessoal ajudam a criar um clima alegre e orante para a celebração.

2. Quando lemos e interpretamos as Sagradas Escrituras na Missa é o próprio Cristo que fala (cf. SC,7). A força sacramental da Palavra na liturgia faz acontecer aquilo que anuncia; realiza nossa transformação pascal. Na liturgia da Palavra, Cristo está realmente presente e atuante no Espírito Santo.

3. Daí decorre a exigência de a proclamação expressar uma atitude espiritual de quem está sendo porta-voz de Deus que fala ao seu povo.

4. O bom uso do Lecionário. O ciclo A é ligado com o Batismo. O ciclo B com a Aliança e o Ciclo C, deste ano apresenta o tema da Penitência e da Conversão do coração bem evidenciados (A parábola da “Figueira estéril” no Terceiro Domingo Lucas 13,1-9, A parábola do “Filho pródigo” no Quarto Domingo Lucas 15, 1-3.11-32 e o episódio da “Mulher pecadora” no Quinto Domingo João 8,1-11. Na época em que foi preparado o Lecionário Dominical, diversos peritos julgavam que, para a Quaresma, seria suficiente só o ciclo A, porque seu alcance doutrinal é fundamental. Mas prevaleceu o parecer dos biblistas. Afinal chegou-se a uma decisão equilibrada. Nas comunidades onde há adultos que se preparam para os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma) na noite da Páscoa, deve-se utilizar o ciclo A, o qual, no entanto, quando se julgar oportuno, pode ser usado sempre como indica o próprio Lecionário Dominical, nas páginas 438, 442, 446, 752, 756 e 760. Mas, onde não houver adultos preparando-se para os batismal. sacramentos, poderão ser usados, conforme os anos, os ciclos B e C, porque a linha do ciclo A é fundamentalmente

7. MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo da Quaresma, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são da Quaresma, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

1 Canto de abertura. “Quando meu servo clamar, hei de atendê-lo” (Salmo 90/91,15-16). Na procissão de entrada, entoar um canto que expresse nossa caminhada quaresmal. “Eis, ó meu povo, o tempo favorável da conversão”, CD: CF 2016, melodia da faixa 1.

A Igreja oferece outras opções que expressa a caminhada da Quaresma. “Senhor, Deus de nossos pais, aqui estamos”, CD: CF 2013, melodia da faixa 2. A Igreja oferece também outras opções como o Salmo 94/95: “Ah! Se o povo de Deus no Senhor cresse”, Hinário Litúrgico II da CNBB, página 55; “Dizei aos cativos “Sai”; CD: Liturgia XIII, melodia da faixa 11; “Senhor, eis aqui o teu povo”, CD: Liturgia XIII, melodia da faixa 1, Quaresma Ano A. O canto de abertura deve nos introduzir no mistério celebrado.

2- Salmo responsorial 90/91. Os anjos te levam, para que não firas teu pé.  “Em minhas dores, ó Senhor, permanecei junto a mim”, CD: CF 2013 faixa 15 ou CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 15.

3- Aclamação ao Evangelho. “Não só de pão é que se vive” (Mateus 4,4b). “Jesus Cristo, sois bendito, o ungido de Deus Pai”, CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 12.

5. Apresentação dos dons: O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração na Quaresma. “Todo o povo sofredor o seu pranto esquecerá”, CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 13 ou CD: CF 2013, melodia da faixa 6.

Uma excelente opção é o canto: “O vosso coração de pedra”, CD: Liturgia XIII, Quaresma Ano A, melodia da faixa 5. A partitura está no Hinário Litúrgico II da CNBB, página 275.

6. Canto de comunhão: “Não só de pão vive o homem...” (Mateus 4,4); Proteção junto a Deus (Salmo 90/91,4): “Que a justiça corra como um rio”, CD: CF 2016, melodia da faixa 12.

A Igreja oferece também outras opções: “Agora o tempo se cumpriu”, CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 3. “Ó Pai, teu povo busca vida nova”, CD: CF 2013. Salmo 90/91; “Quando invocar, eu atenderei”, gravado no CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 15 ou CD: CF 2009, melodia da faixa 20 ou CD: CF 2007, melodia da faixa 9. A partitura se encontra no Hinário Litúrgico II da CNBB, página 53. “Quem vive à sombra do Senhor”, CD: Liturgia XIII, melodia da faixa 7.

O canto de comunhão deve retomar o Evangelho. No primeiro domingo da Quaresma, mergulhamos no deserto de Jesus. A exemplo do Divino Mestre, devemos resistir a toda e qualquer tentação, isto é, provação. Devido o espírito de confiança que anima a liturgia de hoje e certos, da proteção dele, sugerimos que cantemos na comunhão o Salmo 91(90): “Quando invocar, eu atenderei, na aflição com ele estarei” Vamos também com Ele pregar o Evangelho de Deus. Podemos também cantar Marcos 1,15 “Agora o tempo se cumpriu, o Reino já chegou”, como estão indicados acima.

8. O ESPAÇO CELEBRATIVO


1. Se há um elemento, que, sem palavras, cumpre a função mistagógica, isto é, de conduzir para dentro do mistério celebrado, este é o Espaço Sagrado. Por isso, devemos dedicar-lhe todo o nosso cuidado.
2. Como tempo preparatório para a páscoa anual, a quaresma nos convida a uma intensa revisão de vida. Os elementos simbólicos festivos serão reservados. O espaço celebrativo expressa essa “reserva simbólica” através da retirada das flores, do despojamento e austeridade que convém a este tempo. Também a cor roxa da estola (ou casula) e das toalhas ajudará a sinalizar o tom penitencial característico desse tempo.

3. A cruz é elemento importante em qualquer tempo, mas na quaresma é, sem dúvida, um sinal marcante da paixão de Cristo e da paixão do mundo. Para que esse sinal seja devidamente enfocado, sugerimos um incensário aos pés da cruz. As brasas sejam alimentadas de forma constante e discretamente, sem excessos. Colocar junto à cruz algumas pedras e um cacto saindo das pedras e galhos secos para lembrar a dureza do deserto.

4. Para o tempo quaresmal, já é de praxe, o uso da cor roxa nas vestes, velas e paramentos. Mas temos que ir além. Redescobrir, a cada vez, o sentido da chamada “reserva simbólica”: Durante este tempo (a quaresma) é proibido ornar o altar com flores, cantar o aleluia ou o hino de louvor, o canto de louvor a Deus após a comunhão, com exceção das solenidades e festas.

5. Isso nos ajuda a preparar o espaço celebrativo levando em conta o tempo quaresmal. O ambiente deve estar “despojado a austero”. Isso vale também para outros tempos litúrgicos. Devemos “fazer uma limpeza” de tudo o que é supérfluo no espaço celebrativo, como cartazes, folhagens, fitas, adornos, faixas, muitas imagens, etc. Os exageros de enfeites causam uma verdadeira “poluição visual”, e é preciso achar um lugar “para pousar o olhar e contemplar”. Por outro lado, devemos valorizar e destacar o que é realmente essencial para a celebração do Mistério de Cristo, isto é, o altar, a mesa da Palavra, a cadeira presidencial e a pia batismal. Durante a Quaresma outros símbolos fortes são importantes, como a cruz, a cor roxa e outros próprios para cada celebração.

6. A equipe procure caracterizar o ambiente e organizar toda a celebração dentro de uma certa sobriedade (cor roxa, sem flores, sem glória, sem aleluia e sem o canto de louvor a Deus após a comunhão. Isso não quer dizer que o ambiente seja de tristeza. A fé cristã une numa mesma celebração “a dor e a alegria, a luta e a festa”. Na Quaresma se retoma o silêncio, as celebrações são mais silenciosas, sóbrias, simples, austera. Não se enfeita o espaço celebrativo com flores. Os instrumentos apenas acompanham o canto. Não deve ter baterias e instrumentos de percussão fazendo aquele barulho como se fosse uma boate. É o silêncio que predomina. O espaço da celebração, a partir desta quarta-feira, deve ser organizado e permanecer por toda a Quaresma.

7. O cartaz da Campanha da Fraternidade e outras gravuras afins sejam colocados no mural ou noutro espaço cuja finalidade é informar os fiéis dos acontecimentos comunitários. Não é oportuno afixá-lo, por exemplo, na Mesa do Altar ou na Mesa da Palavra. Caso seja apresentado na procissão de abertura, ou na homilia, deve ser reconduzido a um lugar oportuno.

9- O ROXO NA LITURGIA DA QUARESMA

O roxo, simbolicamente, recorda-nos tudo aquilo que não queremos ver. Quando levamos uma pancada, dizemos: “ficou roxo”. Entramos no deserto para ver o roxo da vida, aquelas coisas que nos negamos a olhar e a enfrentar. Tudo aquilo que causa desconforto, mas ao mesmo tempo “grita” aos nossos ouvidos: o que não funciona bem na vida, o que precisa ser mudado, o que me impede de alcançar a meta, ou mesmo de caminhar e fazer a travessia. Nós somos a comunidade dos que desejam o roxo. Queremos olhar, corajosamente, para nossos pecados, nossos demônios, nossos infernos. Sem reconhecê-los, como poderíamos exorcizá-los? E fazemos tempo e espaço para isso. Colorimos tudo isso de roxo, até que tome forma de flor, flor de quaresmeira que proclama a proximidade da páscoa, mesclando os desconfortos da vida com a alegria que pode surgir da coragem de se enfrentar os vazios, as lutas, as feridas e os problemas da vida.

Jesus entra no deserto com a gente, ele fez o seu trajeto, a sua passagem, mas continua a fazê-lo em cada um de nós e em nossa comunidade. Quando tempos medo de enfrentar os nossos “roxos”, ele nos encoraja. Quando nos sentimos sós no caminho e na travessia, ele se mostra presente ao nosso lado. Quando sentimos falta das flores, ele nos incentiva a procurar o jardim... O caminho da quaresma foi primeiro trilhado por ele na sua paixão, nos enfrentamentos da sua missão, no momento em que assumiu e transformou o medo, a tristeza e a dor em vida nova.

10. AÇÃO RITUAL

Iniciamos o tempo da quaresma entrando no deserto para enfrentar as tentações e o pecado que desfiguram as feições divinas em nós. Jesus nos inicia neste caminho: com ele fazemos a travessia rumo à páscoa, à ressurreição.

Fazer a experiência do vazio, da reserva simbólica (ausência de flores, cantos como o glória e os aleluias, moderação nos instrumentos musicais). A pedagogia da liturgia, em sua simplicidade e despojamento manifestados na Quaresma, há de nos ensinar, por si, a adentrar no mistério da Quaresma.

A regra da reserva simbólica vale para todos. A liturgia nos ensina a reservar os elementos festivos para a festa da Páscoa. Assim, os grupos são chamados a serem mais moderados na execução dos instrumentos, evitando “solos instrumentais”, deixando de tocar algum instrumento, ou mesmo cantando algo “à capela” (sem acompanhamentos musicais). É tempo também de escutar, de ser “obediente”, de aguçar o discipulado: uma boa forma de manifestar isso seria assumir o repertório da CNBB para as celebrações.

Ritos Iniciais

1. É costume antigo da Igreja, marcar com o sinal da cruz, neste domingo, as pessoas aceitas para receber o Batismo na Vigília Pascal. Depois quem preside convida a todos a saudar a Trindade: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo e a saudação como de costume.

Seria muito oportuno a saudação inicial de 2Tessalonicensses 3,5:

“O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco”.

2. Em seguida quem preside, ou o diácono ou um leigo ou leiga preparado, dar o sentido da celebração com estas palavras ou outras semelhantes:

Domingo do deserto de Jesus. Neste Domingo estamos com Jesus no deserto. Invoquemos o Senhor, de todo coração, para que o seu Espírito nos conduza em nossos desertos e nos liberte de qualquer tentação.

3. O presbítero motiva os fiéis à penitencia com a Fórmula 2 do Missal Romano página 391:

No início desta celebração eucarística, peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs.

4. Reunida em torno da cruz, a comunidade pode fazer, de joelhos ou inclinada, o Ato Penitencial e ser motivada a expressar o desejo de viver a Quaresma, indicando aspectos nos quais é chamada à conversão. Sugerimos a Fórmula 3, própria para a Quaresma da página 397 do Missal Romano.

Senhor, que fazeis passar da morte para a vida quem houve a vossa Palavra...

5. Na Quaresma não se canta o Hino de Louvor.

6. Na Oração do Dia suplicamos ao Pai, que nos concede acompanhar e conhecer Jesus Cristo de perto e mais profundamente para que possamos e corresponder ao seu amor.

Rito da Palavra

1. Dar especial atenção a todo o rito da Palavra, especialmente ao Evangelho, à homilia e à profissão de fé assumida como renovação diante das tentações e como expressão de nossa fidelidade ao Deus da vida, sustentados por “toda Palavra que sai de sua boca”. Inspirados na segunda leitura da Carta aos Romanos, abrir a Liturgia da Palavra, com o refrão: “Perto de nós está tua Palavra. Que esteja na boca, no coração, na vida do teu povo!”.

2. Convém caprichar, ao máximo, na proclamação da Palavra de Deus (leituras, canto do salmo, evangelho). Proclamá-la de tal maneira que a assembléia sinta que é realmente Deus que está falando para o seu povo. Isso requer que a equipe de liturgia com os leitores e o salmista façam um bom ensaio e, mais que ensaio, uma verdadeira vivência da Palavra.

3. Destacar o Evangeliário. Depois da procissão de entrada deve permanecer sobre a Mesa do Altar até o procissão para a Mesa da Palavra como é costume no Rito Romano. 

4. Como os sacramentos de “iniciação cristã” devem ser celebrados nas solenidades pascais e sua preparação imediata é a própria Quaresma, realiza-se habitualmente o rito de eleição no primeiro domingo da Quaresma. Depois da Profissão de fé, faz-se o Rito de acolhida, através do qual a comunidade acolhe as pessoas que irão receber o Batismo. A última preparação dos “eleitos” coincida com o tempo quaresmal (Ritual da Iniciação Cristã dos Adultos pág. 63, nº 139).

5. Integrar a renovação das promessas batismais com as preces, tornando presentes as tentações de hoje. Como sugestão poderia ser:

Pres: Irmãos e irmãs, neste primeiro domingo da Quaresma Jesus nos ensina a renunciar tudo o que não é do seu Reino.
Façamos também nossas renúncias dizendo:

            Todos: Queremos renunciar

·         A busca do dinheiro a qualquer preço
·         A busca do prestígio
·         A corrupção e a mentira
·         O consumismo exagerado
·         O apego exagerado aos bens desse mundo
·         A religião como mercado
·         A bebida alcoólica e a droga
·         O culto ao nosso corpo
·         O supérfluo e desnecessário
·         O imperialismo e a ganância
·         O autoritarismo e o machismo
·         A pornografia e a prostituição
·         As armas e a violência
·         O desperdício de alimentos
·         A insensibilidade para com as pessoas injustiçadas

Rito da Eucaristia

1. O pão e vinho são sinais trazidos do seio do mundo, para que sejam “fecundados” pela graça de Deus e se tornem morada do Mistério e todos que deles participarem possam ser beneficiados pela presença de Deus. Assim, pão e vinho consagrados se tornam imagem do mundo e da humanidade redimida, imagem da própria Igreja – Corpo de Cristo, como entendia Santo Agostinho.

2. Aqui se nota a importância de se manter sempre vivo o costume da procissão dos dons feita por membros da comunidade de fé. Seria significativo esta procissão ser feitas por jovens. Embora já não se traga o pão para a celebração, das casas, como em outras épocas, é salutar que não se perca o sentido de apresentar o mundo e a humanidade nos sinais do pão e vinho, frutos do suor e trabalho humanos a ser submetidos ao trabalho divino (= consagrar/ santificar/ eucaristizar). Cantar a glória do Reino teu por toda a terra. 

3. Na Oração sobre o pão e o vinho, peçamos a Deus que a nossa vida se coadune com os dons pelos quais celebramos o início da caminhada para o sacrifício pascal.

4. É tempo de usar os Prefácios do Tempo da Quaresma, que são muito bonitos e trazem uma boa síntese teológica desse tempo litúrgico. Neste Primeiro Domingo da Quaresma há o Prefácio próprio que se harmoniza perfeitamente com o Evangelho. Nesse caso, as orações possíveis são as três primeiras. As demais não admitem um prefácio diferente. No Prefácio próprio para este Domingo, contemplamos Jesus no jejuando quarenta dias no deserto, consagrando a observância quaresmal.

Ritos Finais

1. Na Oração depois da comunhão, suplicamos a Deus que refeitos em nossa fé, esperança e amor, procuremos viver do Cristo, palavra viva da boca de Deus.

2. Recordar aos membros da comunidade os exercícios quaresmais: jejum, esmola e oração, mostrando também o que a comunidade oferece aos seus membros para realizar tais exercícios: obras sociais, momentos de oração, confissões e orientação espiritual, para um acompanhamento e esclarecimentos a respeito do jejum. Jejum dos passos: evitar freqüentar lugares inconvenientes a um bom cristão. (segunda semana).

3. Concluir com a bênção final solene, própria da Quaresma (Missal Romano, páginas 521 a 522), ou também a oração sobre o povo, número 6, página 531:

Ó Deus, fazei que o vosso povo se volte para vós de todo o coração, pois se protegeis mesmo quando erra, com mais amor o guardais quando vos serve.

4. As palavras do rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

11- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Celebrar a quaresma é, antes de tudo, experimentar a presença e comunicação da graça salvadora através das celebrações litúrgicas. É tornar presente, festejar as muitas libertações de Deus na história. É renovar a profissão de fé no Deus libertador que o povo eleito fez durante a escravidão do Egito “...nós clamamos ao Senhor, Deus de nossos pais, e o Senhor ouviu a nossa voz e viu nossa opressão, nosso cansaço e nossa angústia, e o Senhor nos libertou do Egito...” (Dt 26,4-10). A primeira auto-definição de Deus é: “Eu ouvi o clamor do meu povo e resolvi descer para libertá-lo” (Ex 3,7-8).

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.


Um abraço fraterno a todos
Pe. Benedito Mazeti

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