07 de fevereiro de
2016
Leituras
Salmo 137/138,1-5.7c.8
1Coríntios 15,1-11
Lucas 5,1-11.
“NÃO TENHAS MEDO! DE HOJE EM DIANTE, TU
SERÁS PESCADOR DE HOMENS”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
discipulado. Domingo Dia do Senhor, dia do encontro da comunidade para celebrar
a Páscoa de Cristo, acontecendo na vida do povo. Neste domingo acompanhamos
Jesus que está na Galiléia desenvolvendo seu ministério. Até então, Lucas
apresenta Jesus atuando sozinho (cf. capítulos 3 e 4). Neste 5º Domingo do
Tempo Comum, recordamos o acontecimento da pesca milagrosa e a vocação dos
primeiros discípulos, celebramos nossa vocação ao discipulado.
Hoje somos
convocados a estar às margens do lago de Genesaré e ouvimos a revelação de
Deus, realizada em Jesus de Nazaré, através da palavra anunciada e da pesca
milagrosa. A partir dessa experiência, a exemplo de Pedro, somos convidados a
ter uma consciência, mais profunda dos nossos limites e a um ato de fé na
Palavra de Jesus que nos convida
superarmos nossos medos e a segui-lo ser reservas. Adoremos o Senhor que
nos criou e que nos chama a viver na sua intimidade
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – Isaias 6,1-2a.3-8-. Isaias 6,1-8 ressalta a aparição divina e a
missão do profeta, sob forma apocalíptica. Deus lhe aparece como em trono
deslumbrante de glória, tendo por escolta de honra os Serafins. A revelação
(Teofania) não é ficção ou visão alucinatória, pois aconteceu no ano da morte
do rei Ozias (= Azarias, 2Reis 15), lá pelo ano de 742 antes de Cristo.
O Templo de
Jerusalém era símbolo da presença real de Deus junto a seu povo (Levítico
26,11). Os Serafins são anjos, seres misteriosos e celestes sob forma humana,
que servem a Deus em atitude de respeito e adoração (rosto velado; cf. Êxodo
3,6; 1Reis 19,13). “Serafim” etmologicamente diz purificação pelo fogo
(“saraf”) ou ainda aquele que é nobre (árabe “sarufa”; cf. xerif). No antigo
Oriente encontra-se com freqüência representações destes seres com asas: seriam
os guardiães do fogo celeste queimando tudo que não é santo. Também, as
serpentes em Números 21,6-9 e Deuteronômio são chamadas “serafins” no tempo de
Isaias no templo a serpente de bronze (“saraf”; cf. 2Reis 18,4).
Os Serafins
(versículo 3), em coro, proclamavam um hino de louvor ao Senhor santíssimo e transcendente. Quanto ao triságio, trata-se de um semitismo,
sem que se deva admitir aí uma revelação da Trindade (cf. Jeremias 7,4; 22,20;
Ezequiel 21,32). “Santo” exprime em grau absoluto pureza, perfeição interior,
não contaminação, transcendência, distinguindo a Deus das criaturas. É a
qualidade de Deus que mais tocou Isaias.
O Deus Santo é noção fundamental na teologia de Isaias, convicto de que,
em razão de seus pecados, Israel não escapará do juízo e castigo. Diante do
Deus Santo, Isaias sentiu-se imperfeito (versículo 5), limitado, - ele e o povo.
“A terra está
cheia de sua glória”, penetrada da santidade divina; “glória” (“kabod”) é
esplendor da santidade pessoal de Deus, que na antiga aliança era
característica da divindade, ou ainda a revelação de sua presença no mundo.
“Kabod” seria uma moldura luminosa que envolve a essência divina.
No versículo 4
prossegue o estilo imaginativo: com a proclamação da santidade divina,
estremeceram as portas e o Templo encheu-se da fumaça da glória de Deus (cf.
Apocalipse 15,8). São figuras que expressam a transcendência e imanência de
Deus, o qual, para não misturar-se plenamente, se encobre com uma nuvem de
fumaça, justamente para que o profeta recobre confiança e não desfaleça frente
a presença do Senhor.
O profeta ficou espantado diante da majestade
de Deus (versículo 5) e sua primeira reação foi a de um condenado – “Ai de mim...
estou perdido” – porque tivera uma visão: a do “Rei, o Senhor dos exércitos”.
Para um israelita ver a Deus equivalia a morrer (Êxodo 33,20; cf. Gênesis
32,31; Judite 13,22). O confronto com Deus levou Isaias a reconhecer-se
pecador, em solidariedade com seu povo, também pecador; Isaias teria desejado
inserir-se no coro dos Serafins para anunciar a santidade de Deus, mas sentiu
seu estado de “lábios impuros”, como os lábios do povo. Insondável
é o abismo entre o Deus Santo e a pessoa humana pecadora! Fácil é confessar
nossos pecados se nos espelharmos em Deus. Difícil é nos compararmos aos irmãos.
Uma vez declarado a situação de pecador, um dos Serafins com uma brasa
purificou-lhe os lábios (versículo 6), expurgando simbolicamente tudo o que
havia de profano e que pudesse afastá-lo da santidade de Deus.
“Quem enviarei
eu? E quem irá por nós? É necessário levar a mensagem divina ao povo eleito.
Para isso é preciso uma pessoa capacitada e generosa, como embaixador de Deus,
para recuperar-lhe esse povo desviado. O motivo último dessa missão é procurar
a glória de Deus em Israel, não apenas no Templo, mas também na vida real diária.
Salmo responsorial – 137/138,1-5.7c-8. O
Salmo 137/138 é uma ação de graças individual e não individualista. A
Eucaristia, isto é, ação de graças sai do coração, e vai se expressando para
fora: nas palavras, no canto, no acompanhamento com instrumentos, no gesto
corporal. Assim o culto é sincero e íntimo. Isto acontece no Templo, símbolo da
presença do Senhor, onde assiste sua corte de “anjos”.
O salmista
mostra que a ação de graças pessoal não basta, o convite se estende aos reis da
terra, que escutam a Palavra de Deus. O motivo do canto se torna mais concreto,
e tem um cunho de advertência para os grandes da terra.
O rosto de
Deus neste salmo é muito interessante. Em primeiro lugar as expressões “amor e
fidelidade” (versículo 2b) e “amor para sempre” (versículo 8a). Amor e
fidelidade são as duas garantias oferecidas por Deus ao aliar-se com o seu
povo. Aqui está o rosto de Deus estampado no Salmo: amor e fidelidade.
O Salmo
expressa o ponto que define e articula o movimento da graça: agradecimento pela
graça recebida – repouso, conclusão -, súplica confiante de graça continuada –
começo, dinamismo -. Deste modo é fácil transportar o salmo para a nossa
“Eucaristia”: nela voltamo-nos para Deus, para dar-lhe graças dignamente, e de
Deus recebemos toda a graça. Rezemos este Salmo com todo nosso corpo, todo o
nosso ser.
Com as
palavras do Salmo, demos graças ao Senhor:
VOU CANTAR-VOS
ANTE OS ANJOS, Ó SENHOR,
E ANTE O VOSSO
TEMPLO VOU PROSTRAR-ME.
Segunda leitura – 1Coríntios 15,1-11. A comunidade cristã de Corinto foi fundada
por Paulo, durante sua permanência na cidade entre os anos 50 e 52. Formada
pela população mais pobre a comunidade estava reproduzindo o mesmo ambiente
vivido na cidade toda. Havia brigas e divisões, Por isso no ano 56, Paulo escreve,
chamando a atenção para a unidade do corpo do Senhor. No texto de hoje ele
parte do núcleo central do Evangelho: a morte e ressurreição de Jesus Cristo.
A comunidade
de Corinto era composta de judeus e pagãos, e ambos tinham dificuldade para
aceitar a ressurreição, principalmente os pagãos (Atos 17,32), pois os judeus
tinham pouco a pouco pressentido esta realidade (cf. Salmo 16,10s; Jó 19,25s;
Ezequiel 37,10) e alguns dos seus sábios a professavam abertamente (Daniel
12,2s; 2Macabeus 7,9 e 12,43-46). Havia confusão em Corinto. Paulo
parte das informações da tradição sobre as aparições históricas do Cristo,
fundamento da pregação apostólica e ponto chave para a compreensão do
Cristianismo.
O versículo 3
empregando palavras do vocabulário técnico da tradição dos judeus (receber,
transmitir; cf. guardar versículo 2 e 11,23). O Apóstolo, como a Igreja,
transmite o que recebeu; atem-se ele assim à tradição dos apóstolos, e insinua
a existência de tradições firmes anteriores ais escritos evangélicos. O Evangelho autêntico é tradição; a
autêntica tradição é Evangelho.
O conteúdo
propriamente dito da tradição recebida por Paulo começa com a afirmação da
morte e ressurreição salvadoras de Cristo segundo as Escrituras. Não que ele
tenha procurado provar essa afirmação pelas Escrituras, mas quer apenas mostrar
a convicção da comunidade primitiva que encontrava em Isaias 53,5-9 (Servo
Sofredor) a base para a compensação da morte e no Salmo 16,10; Jonas 2,1;
Oséias 6,2, da ressurreição de Cristo, dando ênfase ao justo ao justo que Deus
faz ressurgir das cinzas.
“Cristo
morreu” corresponde “ressuscitou”, a “sepultado”, “apareceu”. Observa-se o
mesmo esquema de outras cartas: crucificado, glorificado; humilhado, exaltado.
Assim “sepultado” indica o realismo da morte de Cristo, se contrapondo ao
“sepulcro vazio”. Essa imagem Paulo vai usar para simbolizar o batismo (cf.
Romanos 6,4).
Paulo afirma
que Ele “apareceu” ou “foi visto”: termos usados no Primeiro Testamento e
expressam a verdadeira aparição e não uma “visão”. Foi uma dessas aparições do
Ressuscitado que o constituiu apóstolo. Pedro, ou melhor Cefas (em aramaico),
pois o texto conserva seu nome original, como também era conhecido em Corinto,
foi o primeiro a ver o Senhor ressuscitado. Talvez tenha sido a primeira
aparição no tempo, talvez só indica a superioridade de Pedro na Igreja
primitiva. De igual teor é a afirmação dos “Doze”, pois reconhece-se, já então,
sua existência como “colégio apostólico”.
Evangelho – Lucas 5,1-11. Compreendemos
melhor o alcance da pesca milagrosa,
quando recordamos que o judeu considerava a água do mar como a habitação de
Satã (Satanás) e das forças opostas a Deus (Gênesis 1; 7,17-24; Salmo 73/74,13;
23/24,2; Jó 38,16-17; Jonas 2,2-4; Apocalipse 9,1-3; 20,3;13,1). Até a vinda do
Salvador, nada poderia ser empreendido, - a não ser um milagre do tipo do Mar
Vermelho – para salvar aqueles que o mar inimigo devorava. A partir do momento
que Ele chegou ao mundo, podemos pescar uma grande quantidade de pessoas e
arrancá-los das garras do império do mal. Ser pescadores de homens é, portanto,
participar deste empreendimento de salvação de todos aqueles que o mal
destruiu. Jeremias 16,15-16a já previa esta missão.
Lucas
considera, pois, a Igreja como uma instituição encarregada de salvar a humanidade
da submersão que a ameaça. Para garantir a realização desta tarefa, alguns
homens se encarregam de uma função apostólica especial no interior da Igreja.
Em geral os
pescadores guardam seu segredo ou não o confiam a não ser a verdadeiros amigos.
Pedro é sensível a esta confidência e logo se apropria do segredo daquele que
lhe parece um pescador competente.
Sob o impacto
da pesca milagrosa, Simão chama Jesus agora de Senhor e a si mesmo de homem
pecaminoso. Pede a Jesus para cortar as relações com ele. O acontecimento
derruba a arrogância de Simão. Rapidamente Simão, agora chama Pedro, percebe
com quem está lidando, a saber, com o Senhor. O mesmo Simão que a pouco tinha a
ousadia de expor suas dúvidas, cai agora aos pés de Jesus. Este gesto mostra
como toda a sua auto-estima desabou. Ele reage como outrora Isaias (cf.
primeira leitura): foge do Santo, do todo-poderoso, do todo Outro que encontrou
no seu caminho. O temor de Pedro e dos demais pescadores é o mesmo de Isaias
(Isaias 6,5).
Jesus, porém,
não foge dele. Pelo contrário. Está à sua procura. Esta atitude de Jesus de
acolhida dos pescadores não se faz se junta com o dogma do judaísmo, que a
graça de Deus se destina somente aos justos. A bondade de Jesus a pessoa humana
que não é justa e que reconhece isto e avisa Jesus quanto ao seu estado. Jesus
agora não se retira dele? O “mestre” (versículo 5) da justiça que ensina a
vontade de Deus não se afasta deste homem pecaminoso? (cf. Lucas 7,36-40;
15,1-2). Não se afasta! A reação de Jesus é radicalmente diferente. Em vês de
se afastar de Simão o liga ainda mais a si. Obedecendo à primeira ordem de
Jesus, Pedro já recebeu muito.
Não é, pois,
na base de competência que alguém pode transformar-se em pescador de homens,
mas por uma fé que encontrou a Deus e com Ele comunica, isto é, somos
missionários não com base em nossas competências, mas por uma fé comprometida a
partir de uma experiência pessoal com Jesus Cristo.
Ser hoje
pescador de homens consiste, pois, em participar de todos os empreendimentos
que promovem a vida humana e, por uma igualdade maior, por uma paz estável, uma
possibilidade mais ampla de os humildes promoverem-se a si mesmos, concorrerem
para retirar a humanidade do oceano que a submerge. A Igreja só pode dar
testemunho da sua vocação de “pescadora de homens” se seus membros se
mantiverem engajados num trabalho de salvação. Não poderá revelar jamais o amor
de Deus se não compartilhar o amor para com as pessoas.
Lucas
apresenta Jesus rodeado por uma multidão que está ali para escutar a Palavra de
Deus. É a primeira vez que a pregação de Jesus é denominada “Palavra de Deus”.
Neste cenário, o espaço ocupado por Jesus para a pregação é a barca de Pedro.
Jesus vê duas barcas deixadas pelos pescadores junto à margem, mas Ele usa a
barca de Pedro para ensinar o povo. Ele ensina sentado, como um mestre. Este
ensinamento de Jesus é fonte vivificante para os que acreditam: “Felizes,
antes, os que escutam a Palavra de Deus e a cumprem” (Lucas 11,28).
A partir do
versículo 4, a
multidão desaparece e entra em cena a pessoa de Simão. O experiente pescador
sabia que a pesca era melhor à noite, porém numa atitude de fé e confiança,
obedece à ordem do Mestre e as redes, em pleno dia: “Mestre, trabalhamos a
noite inteira sem nada apanhar; mas, porque mandas, lançarei as redes”. Simão
lança a rede – “lançarei as redes” – e os companheiros – “(...) trabalhamos a
noite inteira...” – obtêm como resultado uma quantidade maravilhosa de peixes.
Ele reconhece
a sua condição de pecador e chama Jesus de Senhor, tornando-se a primeira
pessoa, na atividade pública de Jesus, a chamá-lo assim. Simão Pedro reconhece
a distância entre ele (pecador) e Jesus (o Senhor) e declara-se indigno.
Mas ao
contrário do que Simão pensa, Jesus veio “chamar os pecadores” (cf. Mateus
9,13). Está à procura deles. Jesus admite os pecadores a seu serviço e os chama
para participar na obra da salvação. A exigência do Mestre e Senhor é radical:
deixar tudo e segui-Lo A iniciativa é sempre dele.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Neste Dia do
Senhor, iluminados pela pesca milagrosa, o chamado de Simão Pedro, ou Cefas,
Tiago e João e unção do profeta Isaías, deixemo-nos questionar pela abundância
recriadora da Palavra de Deus.
O Senhor
sempre nos chama no contexto da realidade, dentro de nossa fragilidade humana,
como aconteceu com Isaias, os apóstolos; porém o Senhor a todos mantém com sua
graça e apenas nos pede adesão plena e generosa na entrega.
Ninguém é
aspirante à fé cristã ou a algum serviço na Igreja porque é apto devido às suas
qualidades pessoais, espirituais e técnicas, mas porque Deus o escolhe e lha dá
sua graça. Esta é a mística da vocação ao seguimento de Jesus que deve nos
acompanhar durante a vida toda. Deus conhece nossas fraquezas e está disposto a
cobri-las com a graça.
Reconhecemos
que nossa boca é impura e não podemos participar do canto dos Serafins.
Precisamos do fogo que vem do altar do Senhor, gesto de Deus que purifica para
ouvirmos sua voz, sua Palavra e assim poder proclamá-la. A pergunta de Deus: “Quem
irá por nós” é impressionante. A vocação profética é missão para ser porta voz de Deus. Com Isaias respondamos confiados na graça e misericórdia
do Senhor: “Aqui estou! Envia-me!”
Deus se dá a
conhecer suscitando profetas, enviando Jesus, convocando discípulos e
apóstolos. Mesmo dentro de limitações e incapacidades, a força de Deus nos leva
à experiência de Sua santidade e poder e nos transforma em seus mensageiros.
Como temos respondido à confiança que Deus deposita em nós? De nós Ele espera
apenas fidelidade ao Seu projeto.
Na celebração
de hoje estamos com Jesus às margens do lago de Genesaré, e ouvimos a revelação
de Deus, realizada em Jesus de Nazaré, através da sua Palavra anunciada e da
pesca milagrosa.
Nesta
celebração o Senhor nos convida a olhar e a perceber o que nos divide
interiormente. Confiando em sua promessa de paz, peçamos que Ele unifique
nossos corações e nos ajude a concentrar todas as nossas forças em seu projeto.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
Os frutos do seguimento de Jesus
A oração
depois da comunhão, deste domingo, suplica a Deus que da união com Cristo
Jesus, união existencial e não só ritual, surjam frutos para a salvação do
mundo. Interessante perceber que, segundo a lógica deste formulário da missa,
os beneficiados com a vocação gerada no interior da comunidade, vão para além
desta mesma. Mesmo que nem todos sejam “convocados” ou respondam à convocação
para o seguimento e serviço explícito ao Reinado de Deus, todos têm o direito
de se beneficiar daquilo que os vocacionados produzem, já que, em última
instância, é desdobramento do trabalho de Deus em Cristo Jesus , do qual
são membros. Os frutos, portanto, são do Evangelho.
O fruto do
seguimento: uma vida nova
No final da
celebração, uma das fórmulas de despedida é “glorificai a Deus com a vossa
vida”. A liturgia ensina que a grande resposta que se tem a dar ao chamamento
que Deus nos faz para construir uma vida que corresponda ao seu amor por nós.
Na verdade, essa vida é resposta à Palavra de Deus. É seu desdobramento e sua
interpretação. Assim como os ritos são interpretação das Escrituras, as
atitudes, comportamentos, ações e sentimentos que deles brotam são efeito e
ressonância, no mundo, da voz de Deus. Trata-se, simplesmente, na linha do
pensamento paulino, transmitir aquilo que recebemos por graça de Deus.
“Senhor, eu não sou
digno”
Como vimos,
tanto Isaías quanto Paulo se percebem fracos para corresponder, à altura, ao
encargo que o Senhor lhes dá. O próprio Pedro pede que Jesus se afaste, pois se
percebe pecador. Em cada eucaristia, nós nos confessamos fracos diante das
responsabilidades da missão e o manifestamos também imediatamente antes da
comunhão: “Senhor não sou digno que entreis em minha morada...”.
Entretanto, em
auxílio de nossa fraqueza vêm os dons do Pão e Vinho transformados em vida
eterna (cf. oração sobre as oferendas). Ambos são a visualização daquela
Palavra que nos foi proferida por Deus, e que agora arderá na boca, para que
seja transmitida com nossa vida. Desse modo, através daqueles a quem ele chamou,
deus continuará dando de beber aos que têm sede e de comer aos que têm fome
(cf. Antífona de comunhão).
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
A exemplo de
Isaías, de Paulo e de Simão Pedro, colocamo-nos diante do mistério infinito de
Deus, como nos convida a antífona de entrada: “Entrai, inclinai-vos e
prostrai-vos: adoremos o Senhor que nos criou, pois ele é o nosso Deus”.
Celebrar a
eucaristia nos faz participantes do mistério pascal do Senhor Jesus. Ao
anunciar a morte de Cristo, proclamar a sua ressurreição e esperar confiante a
sua segunda vinda, professamos a nossa fé na vida, na ressurreição. Como reza o
Prefácio, a última palavra não é a morte: “Compadecendo-se da fraqueza humana,
ele nasceu da Virgem Maria. Morrendo no lenho da cruz, ele nos libertou da
morte. Ressuscitando dos mortos, ele nos garantiu a vida eterna” (Prefácio do
Tempo Comum II).
Que a escuta
da Palavra de Deus e a participação em todas as ações simbólicas nos tornem
disponíveis para a graça de Deus e para o anúncio da Boa-Notícia. Diante da
proposta de Deus, que nos ama e nos chama independentemente de nossa
fragilidade, a nossa resposta seja sem restrições, como a de Isaías: “Aqui
estou!Enviai-me”; disponível e confiante, como a de Paulo: “É pela graça de
Deus que eu sou o que sou. Sua graça para comigo não foi estéril: a prova é que
tenho trabalhado mais do que os outros apóstolos – não propriamente eu, mas a
graça de Deus comigo”; corajosa, como a de Simão Pedro e seus companheiros:
“Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo e seguiram a Jesus”.
Essa relação
profunda com o Senhor é proposta na liturgia, que é essencialmente diálogo,
relação de aliança.
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. A cor usada
é o verde que também simboliza a paz.
2. Dia 10 é
Quarta-feira de Cinzas e começa a Quaresma e a Campanha da Fraternidade. Dia 11
fazemos memória de Nossa Senhora de Lourdes e é Dia Mundial do Enfermo. Dia 12,
lembramos irmã Dorothy Stang, assassinada em Anapu, Pará.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 4º
Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico,
com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um
movimento ou de uma pastoral.
A equipe de
canto não deve ficar tratando, à vista de todos, dos cantos que serão cantados, que os instrumentistas cheguem bem
antes para afinar os instrumentos e passar o som, equalizando-o para não
distrair as pessoas da oração pessoal antes da celebração. Devemos valorizar os
momentos de oração pessoal antes da celebração.
1. Canto de abertura. Adoração
de Deus no seu santuário (Salmo 95/96,6-7). “Vão entrando e, de joelhos ao
Senhor nós adoremos” CD: Liturgia VI, melodia da faixa 1 exceto o refrão.
Somos uma
Igreja chamada a evangelizar. O Senhor precisa de nós. Nesse sentido a Igreja
oferece outras duas ótimas opções: “O Senhor necessitou de braços para ajudar a
ceifar a messe”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 9; “Ó Pai
somos nós o povo eleito, que Cristo veio reunir”, CD: Cantos de Abertura e
Comunhão melodia da faixa 1. “Nós somos a rede vazia”, Hinário Litúrgico III da
CNBB, página 359. Sem dúvida, estes cantos nos introduzem no mistério celebrado
deste Domingo.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da
Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por
Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
Portanto, não é um hino trinitário. O louvor, o bendito, a glória e a adoração
ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho
Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a
compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a
“doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor
encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB versificado
numa versão que facilita o canto da assembléia.
3. Salmo responsorial 137/138. Adoração
de Deus no Templo. “Vou cantar-vos
ante os anjos, ó Senhor...; CD: Liturgia XI, melodia da faixa 3.
O Salmo
responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura.
Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura
para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e salmo Palavra
resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra
de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
4. Aclamação ao Evangelho. “Farei
de vós pescadores de homens”(Mateus 4,19). “Aleluia... Eu os escolhi foi do
meio do mundo, para que vocês dêem um fruto que dure”, CD Liturgia XI, melodia
da faixa 8. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no
Lecionário Dominical.
Por ser
diferente do Salmo Responsorial, o verso é uma citação do Evangelho que se
segue.
Esta aclamação
é quase sempre “ALELUIA” (menos nas missas da Quaresma por seu um tempo
penitencial). É uma aclamação pascal a Cristo que é o Verbo de Deus. É um
vibrante viva Deus. Os versos que acompanham o refrão devem ser tirados do
Lecionário.
5. Apresentação dos dons. A escuta da Palavra e colocá-la em prática,
deve gerar na assembléia a partilha para que ela possa ser sinal vivo do Senhor
na dimensão missionária. Devemos ser oferenda com nossas oferendas. Podemos
cantar: “De mãos estendidas” CD: Liturgia VI, faixa 4.
6. Canto de comunhão. Ação de
graças por alimento e bebida (Salmo 106/107,8-9); Bem-aventurança dos aflitos e
famintos (Mateus 5,5-6) ou “Mestre, nós trabalhamos a noite inteira e nada
pescamos. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes” (Marcos 5,5). Sem
dúvida, o canto de comunhão mais adequado pra esse dia é: “Muito embora
cansados, Senhor” CD Liturgia XI, faixa 3, exceto o refrão. Outra possibilidade
é também o canto: “Nós somos a rede vazia”, Hinário Litúrgico III, página 359. Estes
dois cantos retomam o Evangelho na comunhão de maneira autentica. Veja
orientação abaixo.
O canto de
comunhão deve retomar o sentido do Evangelho da Festa do Batismo do Senhor.
Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no
Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom”
com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando
estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da
Eucaristia. Isto significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é
compromisso com o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou
no Evangelho, nós o comungamos no pão e no vinho. É de se lamentar que muitas
vezes são escolhidos cantos individualistas de acordo com a espiritualidade de
certos movimentos, descaracterizando a missionariedade da liturgia. Toda
liturgia é uma celebração da Igreja e não existem ritos para cada movimento e
nem para cada pastoral. Cantos de adoração ao Santíssimo, cantos de cunho
individualista ou cantos temáticos não expressam a densidade desse momento. Tipos de cantos que devem ser evitados
numa celebração eclesial: “Eu amo você meu Jesus”; “Ti olhar, ti tocar”; “Fica
comigo Jesus”.
Forma de
executar o Canto de Comunhão. A forma que a tradição litúrgica oferece para o
Canto de Comunhão, a de um refrão tirado do texto do Evangelho do dia alternado
por versos de um Salmo apropriado ou um trecho do Novo Testamento, foi mantida
no 3º fascículo do Hinário Litúrgico da CNBB, nos cantos de Comunhão dos Anos
A, B e C.
7. Canto de saída. Como canto de
saída da comunidade, podemos entoar: “Procurando a liberdade”, do Hinário
Litúrgico II da CNBB, página 285.
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Neste 5º
Domingo do Tempo Comum, a liturgia nos convida a nos percebermos como
“peixinhos de Cristo”, conforme falava Tertuliano, no século II, pois nós
nascemos das águas profundas do batismo. É daí que surge a missão de viver o
segundo o Evangelho de Jesus. Esta vida corresponde, para Tertuliano, à vida
vivida “na água, isto é, uma existência segundo o Batismo”.
2. Junto à
mesa da Palavra, pode se preparar um recipiente com brasas, para ser aceso, por
exemplo, antes da Liturgia da Palavra.
9. AÇÃO RITUAL
Fazer uma
acolhida bem fraterna e amorosa de cada pessoa que chega para a celebração e,
realizar os vários serviços com cordialidade
(= de coração). A equipe de acolhida ou a equipe de liturgia pode estar às
portas do templo, recebendo as pessoas sem alarde, cumprimentando-as e, desde
já, inserindo-as no contexto celebrativo daquele dia, enunciando um versículo
bíblico em consonância com o mistério celebrado. Para este domingo, pode ser:
“Bem vindo, bem vinda! Você que é membro do Corpo de Cristo”.
Antes da
celebração, um refrão meditativo é sempre oportuno. Para este 5º Domingo,
sugerimos o “Com a fumaça do incenso, suba a nossa oração; chegue a ti, Senhor,
chegue a ti, Senhor, esta louvação! “Eu vos dei o exemplo, eu vos dei o exemplo
para que façais o mesmo!” (https://www.youtube.com/watch v=Sk15q5ZdIL8)
Fazer com
grande esmero, os ritos iniciais, vivenciando o seu sentido de reunir a
comunidade de irmãos, formando o corpo vivo do Senhor.
Ritos Iniciais
Seria muito
oportuno a saudação inicial de 2Tessalonicensses 3,5:
“O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco”.
1. Após a
saudação inicial e o sentido litúrgico, tem lugar a bênção da água e aspersão
como recordação do Batismo. Sugerimos a seguinte monição e bênção adaptada,
segundo o mistério celebrado neste domingo:
Irmãos e
irmãs, nascidos das águas profundas do Batismo, somos convocados por Deus para
tornar nossa vida uma contínua recordação do Mistério Pascal de seu Filho.
Somos impulsionados a “continuar na água” pois só nela encontramos nossa
identidade e só mergulhando mais profundamente nela, seremos bons missionários
e missionárias. Bendigamos a Deus pela água e supliquemos que Ele a santifique,
para que, sendo aspergida sobre nós nos mantenha fiéis à vocação que nos foi
dirigida:
Deus de
bondade e compaixão, tu nos deste a irmã água, fonte de toda a vida e quiseste
que por ela recebêssemos o Batismo que nos vincula a ti, mergulhando-nos na
vida de teu Filho Jesus. Abençoa esta água, que ela nos proteja neste dia a ti
consagrado, e renova em cada um de nós a fonte viva da tua graça, para que
livres de todos os males, possamos ser fiéis discípulos missionários,
caminhando sempre em tuas estradas, praticando o que é agradável aos teus
olhos. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
2. Se optar pelo ato
penitencial, veja esta sugestão. Pedro deu atenção à Palavra do Senhor para
lançar a rede novamente. O presidente da celebração convida os fiéis à
penitencia com a Formula 1:
“O Senhor
Jesus, que nos convida à mesa da Palavra e da Eucaristia, nos chama à
conversão. Reconheçamos ser pecadores e invoquemos com confiança a misericórdia
do Pai”.
3. Após uns
momentos de silêncio cantar ou recitar a Fórmula 2 do ato penitencial da página
394 do Missal Romano, em que contemplamos Cristo oferecendo perdão a Pedro
arrependido.
Senhor, que
oferecestes o vosso perdão a Pedro arrependido, tende piedade de nós.
Cristo, que
prometestes o paraíso ao bom ladrão, tende piedade de nós.
Senhor, que
acolheis toda pessoa que confia na vossa misericórdia, tende piedade de nós.
4. Cada
Domingo é Páscoa semanal, o Hino de Louvor (Glória) deve ser cantado
solenemente por toda a assembléia. Deve-se estar atento na escolha dos cantos
para o momento do glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos foi
transmitido desde a antiguidade, que se encontra no Missal Romano, ou, pelo
menos, o mesmo texto em linguagem mais adaptada para o nosso meio e também a
versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores (como já existe!).
Evitem-se, portanto, os “glórinhas” trinitários! O hino de louvor (glória) não
de caráter Trinitário e sim Cristológico.
5. Na oração
do dia podemos contemplar o incansável amor de Deus e sua graça em nosso favor.
Rito da Palavra
1. Abrir o
rito da Palavra com o refrão inspirado da primeira leitura: “Que arda como brasa tua Palavra nos renove,
esta chama que a boca proclama”. Enquanto
se entoa o refrão, alguém se dirige ao Ambão e acende o recipiente. Para isto,
basta embeber um pouco de algodão em álcool e lançá-lo no recipiente com as
brasas acesas.
2. Em seguida
faz-se silêncio e a pessoa que acendeu o recipiente diz: “Vem, ó Deus,
falar-nos de tua vida. Põe tua Palavra em nossa boca, para que, ardendo viva,
seja por nós proclamada, por nós vivida e pelo povo aprendida!”. Volta a entoar
o refrão.
3. Antes de
ler, é preciso primeiro mergulhar na Palavra, rezar a Palavra. Pois “na
liturgia da Palavra, Cristo está realmente presente e atuante no Espírito
Santo. Daí decorre a exigência para os leitores, ainda mais para quem proclama
o Evangelho, de ter uma atitude espiritual de quem está sendo porta-voz de Deus
que fala ao seu povo”.
Rito
da Eucaristia
1. Na oração
sobre o pão e o vinho, suplicamos a Deus que o alimento da nossa existência
humana se torne sacramento da vida eterna.
2. Sugerimos o
Prefácio Comum, V página 432 do Missal Romano. Esse texto canta a história da
salvação mostrando que Deus criou o homem e a mulher à Sua imagem e lhes
confiastes toda a criação. Seguindo essa lógica, cujo embolismo reza: “Vós
criastes o universo e dispusestes os dias e as estações. Formastes o homem e a
mulher à vossa imagem, e a eles submetestes toda a criação. Libertastes os
fiéis do pecado e lhes destes o poder de vos louvar, por Cristo, Senhor nosso”. O grifo no texto identifica aqueles elementos
em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser
aproveitado na celebração, ao modo de mistagogia. Usando este prefácio, o
presidente deve escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. A II admite troca
de prefácio. As demais não admitem um prefácio diferente. As demais não podem
ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo para a unidade teológica e
literária da eucologia.
3. Após o Prefácio, enquanto toda
a comunidade, a uma só voz, entoa o “Santo, Santo, Santo”, mais incenso é
depositado no braseiro, que está junto ao altar.
4. Dar maior
destaque ao rito eucarístico: cantar o prefácio escolhido, o Santo, as
aclamações da Prece Eucarística, amém final, o Pai Nosso e o Cordeiro de Deus que
acompanha a fração do Pão.
5. Valorizar o
rito da fração do Pão, devidamente acompanhado pela assembléia com o canto
profundamente contemplativo e orante do Cordeiro
de Deus.
6. No momento
do convite à comunhão, quando se apresenta o Pão consagrado e o cálice com o
sangue de Cristo, é muito oportuno o texto bíblico de João 8,12, que é a
fórmula “b” do Missal Romano:
“Eu sou a luz do mundo; quem me
segue não andará nas trevas, mas terá a luz da vida”.
7. “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto
de sinal quando sob as duas espécies. Sob essa forma se manifesta mais
perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a
vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim
como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino
do Pai” (IGMR, nº 240). Quando bem orientada, a comunidade
aprende fácil esse rito que é resposta obediente ao mandamento do Senhor “tomai
e bebei”.
8. Distribuir
o corpo de Cristo de forma consciente e orante, como um gesto de profundo
serviço, expressando nele o próprio Cristo que se dá como servo de todos. Isso
vale tanto para quem preside como para seus ajudantes.
Ritos Finais
1. Na oração após a
comunhão, suplicamos a Deus que unidos pelo mesmo pão e pelo mesmo cálice,
possamos produzir frutos pra a salvação do mundo.
2. Seria oportuno
antes de traçar a bênção, rezar o n. 21 das orações sobre o povo, para que
sejamos purificados e que Deus nos inspire verdadeiro arrependimento. Página
534 do Missal Romano:
Ó Deus,
purificai os vossos fiéis, inspirando-lhes verdadeiro arrependimento, para que
possam trinfar dos maus desejos e comprazer-se sempre em vosso amor. Por
Cristo, nosso Senhor. Amém.
3. As palavras do
rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Sigam Jesus e obedecei a sua Palavra. Ide em
paz e que o Senhor vos acompanhe.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Quando
ouvimos falar em vocação, pensamos imediatamente nas vocações dos padres,
bispos, freiras, etc. Esquecemo-nos da raiz de todas elas, a vocação batismal
que nos faz a todos participantes da vida e do ministério de Jesus, que se
desdobra nas diversas opções de vida que assumimos.
E essa
vocação comum de discípulos missionários que o Documento de Aparecida (2007)
evidenciou ao convocar toda a Igreja das Américas e do Caribe para viver “em
estado permanente de missão”. As leituras de hoje tratam dessa vocação, para
nós irrenunciável, necessária e urgente: ser discípulas e discípulos
missionários.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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