31 de janeiro de 2016
Leituras
Jeremias 1,4-5.17-19
Salmo 70/71,4-6.15-17
1Coríntios 12,31—13,13
Lucas 1,1-4; 4,14-21
“HOJE SE CUMPRIU ESTA PASSAGEM DA
ESCRITURA QUE ACABASTE DE OUVIR”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo da
manifestação de Jesus na Sinagoga de Nazaré. Domingo Dia do Senhor, dia do
encontro da comunidade para celebrar a Páscoa de Cristo, acontecendo na vida do
povo. No Evangelho, lembramo-nos a expulsão de Jesus da sinagoga. Os habitantes
de Nazaré recusaram a Palavra de Jesus e tentam lança-Lo no precipício. Sentimos
em nossas vidas, muitas vezes, as conseqüências da rejeição por causa da
justiça, do bem e da solidariedade com os pobres. Nesta celebração, estamos em
comunhão com aqueles que, por causa da justiça, são desprezados.
Neste Domingo,
Páscoa semanal dos cristãos, continuamos a celebrar o mistério da Epifania
(manifestação) de Jesus como Salvador de todos os filhos e filhas dispersos
pelo mundo. Somos chamados a acolher a salvação, como dom de Deus aberto a
todos, como nos motiva a antífona de entrada.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – Jeremias 1,4-5.17-19. A leitura de hoje considera em primeiro
lugar o aspecto predestinação da vocação do profeta (versículos 4-5). Tal
aspecto manifesta-se em três planos: primeiramente a preexistência do
pensamento divino; a seguir a consagração no ventre materno; e, enfim, a
investidura oficial como profeta destinado às nações (versículo 5). Esta
predestinação é uma maneira de afirmar, por uma imagem anterior ao tempo, a
comunhão total entre Deus e seu profeta.
A mais
importante qualidade deste profeta de Deus é a força. Jeremias redige estes dois versículos (17-19) após certo
tempo de ministério. Pode tomar consciência da hostilidade do povo a seu
respeito. Por isso que ele se imagina como um soldado diante dos inimigos, como
uma cidade em estado de sítio. Esta força nada tem de violência, mas é vitória
sobre si mesmo e controle da própria sensibilidade.
Jeremias
significa (“Deus exulta ou estabelece”), de classe sacerdotal, é originário de
Anatot – uma das 13 aldeias reservadas aos sacerdotes, a 5 km a nordeste de Jerusalém
(cf. Josué 21,18), pertencente à tribo de Benjamim. “A Palavra do Senhor
foi-lhe dirigida” (4,2) – é sinônimo de comunicação divina em sentido amplo. A
visão inaugural de Jeremias deu-se no 13º ano do reinado do piedoso rei Josias
(626 antes de Cristo).
A leitura
inicia com o versículo 4: “Foi-me dirigida a Palavra do Senhor”. Ele está
consciente de que é o Senhor que lhe fala e o escolhe para o profetismo, antes
mesmo de dar-se conta versículo 5). A escolha de Jeremias por Deus é anterior à
sua existência – “Antes que no seio fosses formado”. Deus manifestou uma
presciência amoroso e de eleição – “Eu já te conhecia”. É mais do que simples
conhecimento especulativo; é um conhecimento afetivo e de escolha (cf. Êxodo
33,12; Isaias 45,5; 49,1; Salmo 1,3) com vistas à sua missão.
“Eu já te
havia consagrado” (versículo 5). Consagrar significa “separar para o serviço de
Deus” (do latim consecrare). “Santificar-consagrar” é elevar uma coisa ou
pessoa a um plano superior, a fim de habilitá-la a relacionar-se com Deus Santo
ou pra finalidades litúrgicas, envolvendo a idéia de pureza e de
transcendência. Contudo “santificar-consagrar” significa também “destinar a uma
missão sagrada”.
“Eu te fiz
profeta das nações”. A missão é imensa, árdua, ingrata. Jeremias em sua
timidez, sente sobre si o peso. Não é fácil sem o auxílio de Deus, aparecer
perante o povo como traidor de sua pátria para manter a proposta de Deus
autentica. E uma política estritamente religiosa.
Deus manda o
profeta colocar o cinto, que significa prontidão, erguer-se, não tremer,
proferir tudo o que Deus mandar, isto é, ser a “boca de Deus”. Em outras
palavras o profeta é um porta-voz de Deus.
Salmo responsorial – 70/71,1-6.15ab.17. O
Salmo começa com uma lamentação, com
invocação, pedidos e títulos divinos, com referência ao santuário: para mover a
Deus e estimular a própria confiança. Dá uma olhada para o passado: desde a
juventude, desde o ventre materno experimentou o apoio de Deus: esta proteção
divina foi revelada para muitos outros, e foi tema de contínuo louvor.
A confiança é
intensa e segura e contempla de maneira convicta a salvação. No versículo 17
reaparece o tema, abreviado o tema da juventude e da velhice: se os benefícios
de Deus no passado foram sendo convertidos em louvor e proclamação pelo
salmista, o mesmo acontecerá com a nova salvação que ele espera.
O rosto de
Deus no Salmo. Os versículos iniciais (2-3) apresentam Deus com as tradicionais
imagens da rocha de refúgio (rochedo) e da fortaleza ou cidade fortificada.
Sinais da confiança inabalável no parceiro aliado e fiel.
Como vimos em
outros salmos de súplica, Jesus escutou todos os clamores e não decepcionou
aqueles que depositaram nele sua confiança. Salvou todas as vidas que corriam
perigo, vencendo até o inimigo maior, a morte.
O salmo mostra
Deus como o único que salva e liberta. Em um conflito mortal, é a Deus que se
deve recorrer, na esperança de não ser envergonhado. Como Jeremias e Jesus que
confiaram em Deus desde a juventude, o Salmo suplica que o Senhor seja rocha e
muralha sempre acessível. O Senhor é apoio desde o seio, desde o ventre materno
é a parte radical do profeta.
Coloquemos no
Senhor a nossa confiança, pois é Nele que está a nossa força:
MINHA BOCA
ANUNCIARÁ, TODOS OS DIAS,
VOSSAS GRAÇAS
INCONTÁVEIS, Ó SENHOR!
Segunda leitura – 1Coríntios 12,31-13,13. Na comunidade de Corinto existia os
entusiasmados pelos carismas, sem dar tanto valor à caridade, os quais faziam
consistir a santidade mais em manifestações extraordinárias do que na caridade.
Esta
arrebatamento de amor a Deus abrange todas as pessoas, a quem Ele amou
indistintamente, a ponto de se poder dizer que o amor a Deus e o amor ao
próximo são manifestações de uma mesma caridade.
Doutrinariamente,
este elogio à caridade apresenta três partes: na primeira (versículos 1-3). Sem a caridade, tudo é um nada mesmo
que seja o melhor. Os dons de línguas, de profecia, de sabedoria ou ciência
sobre os mistérios de Deus, de fé portentosa e carismática, de beneficência
heróica... nada serve se não há o amor.
Os carismas podem ser dados também aos pecadores e aos pagãos, porém, sem a
caridade, serão ineficazes em ordem à vida eterna. “Bronze que soa”... “címbalo
que retine”, é uma referencia aos bronzes e instrumentos sonoros dos adivinhos
e pitonisas em seus ritos pagãos, onde havia muito estardalhaço e pouca
realidade, muito palavrório e pouco conteúdo, pouca vida. “Distribuir todos os
bens” e “entregar e entregar o corpo para ser queimado” sem ter caridade
(versículo 30 parece contradição à primeira vista, por que não se concebe
martírio sem amor).
Paulo descreve
os carismas mais impressionantes que seduzem os cristãos de Corinto: o dom das
línguas, a profecia, a assistência, até mesmo o suicídio pelo fogo, considerado
como o mais alto gesto de coragem e devotamento. Tudo isto nada é: a caridade
supera todos os carismas.
A segunda parte. A caridade produz, por
si, todo bem acima de toda medida. A caridade é personificada, como outrora a
Lei, qual Senhora eminente.
A terceira parte (versículos 8-13). A
caridade é, agora, o que está destinada a ser por toda a eternidade. É a parte
mais solene e emotiva do hino, em que o Apóstolo canta a eternidade da
caridade: tudo passa, acabarão os carismas de profecia, de ciência, de línguas;
- a fé e a esperança também hão de cessar, porque, na visão e posse de Deus,
ficarão sem objeto, sem sentido. Quando estivermos diante de Deus na eternidade
não é preciso mais a fé e a esperança, porque já estamos frente a frente com
Deus. Nosso conhecimento atual é imperfeito, como de crianças; vemos como por
espelho, de modo confuso, só em parte; na eternidade, ao invés, desaparecerá o
que era imperfeito, como adultos deixaremos de pensar e agir como crianças,
veremos a Deus face a face e plenamente, conheceremos como somos conhecidos.
Ver no espelho
é sempre visão indireta e parcial, sobretudo se pensarmos na precariedade dos
espelhos antigos, consistindo apenas numa placa metálica polida; inclusive, o
espelho distorce a imagem da esquerda para a direita e vice-versa. Logo, não é
cópia autentica, mas análoga, da realidade. “Conheceremos como somos
conhecidos”, isto é, conheceremos a Deus como Ele nos conhece, de maneira
direta e imediata, embora não compreensiva. Diante de Deus não tem mais
consciente e nem inconsciente, isto é, não tem como fugir de nós mesmos.
O versículo 13
resume o capítulo e serve de ponte para o que segue. Como os cristãos de
Corinto eram fãs dos carismas, Paulo insiste na superioridade da caridade. Os
carismas são passageiros, mas as virtudes teologais são permanentes; porém, só
a caridade é eterna, porque se
identifica com a visão beatífica. Fé, Esperança e Amor, são, pois, em última
análise, os diferentes aspectos de um organismo espiritual, novo e complexo,
sem dúvida, porém “uno”.
A lição
essencial desta passagem consiste na maneira como Paulo recusa todas as
definições humanas do amor, inclusive as mais espirituais e mesmo as mais
heróicas. A seu ver, não é pelo de tecer uma rede de relações interpessoais
através do amor e da amizade que o Amor se tornará necessariamente presente!
Evangelho – Lucas 4,21-30. No
Evangelho, os habitantes de Nazaré expulsam
Jesus da sinagoga e querem jogá-lo no precipício. Qual é o motivo dessa atitude?
Talvez porque o povo esperasse de Jesus um Messias poderoso e se arvorava o
direito de ser o único povo eleito. Um Messias poderoso que os libertasse do
domínio do Império Romano e resgatasse a dinastia de Davi. O Evangelho de hoje
vem imediatamente depois daquele em que Jesus apresenta o seu programa messiânico,
antecipando o anúncio do reino de Deus.
Lucas 4,14-30
é, na verdade, um resumo de tudo o que foi a vida e missão de Jesus. Quer
mostrar o que aconteceu no caminho de Jesus e também na caminhada das
comunidades primitivas.
O missionário
enfrenta contestações dentro e fora da Igreja. Paulo sofreu humilhações tanto
dos pagãos quanto dos “falsos irmãos”. O poder de Eliseu foi contestado pelo
pagão Naamã. Jesus também foi pelos seus próprios conterrâneos.
Por definição,
o missionário está ligado à Igreja. Ao mesmo tempo, ele deve estar totalmente
ligado ao mundo para evangelizar. O mundo não-cristão não o reconhece como um
dos seus, especialmente quando ele é culturalmente um estrangeiro.
“Hoje se
cumpriu esta passagem da Escritura que acabaste de ouvir”. Eterno “hoje” de
Deus que é a sua última palavra, que é à fé e pedra de tropeço para aquele que
não a aceita. Porém “hoje” salvador para quem, com os apóstolos, pela boca de
Pedro, exclama: “Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna, e nós
acreditamos. E sabemos que tu és o Santo, consagrado por Deus” (João 6,68).
Jesus proclama
um Evangelho que liberta para o presente da história. Por isso o Cristianismo é
fé apoiada na realidade, que é o “hoje” de Deus. Temos que viver alegremente
cada dia como o “hoje” eterno de Deus, redescobrindo pela fé a Palavra que nos
faz nascer cada dia para Deus no Espírito de Cristo ressuscitado.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
A promessa de
libertação dos oprimidos e de evangelização dos pobres é realizada por Jesus
(cf. Lucas 4,14-21). Os seus vizinhos e amigos de Nazaré não podem acreditar e
querem saber quem é Jesus, o “filho de José”, o carpinteiro. Essa fixação
impede que o povo veja além das aparências e possa ler os sinais dos tempos. A
proclamação do Reino acontece nesses contrastes, ou seja, o dom de Deus se
manifesta através de sinais simples e até inesperados. Aqueles que perguntam
por tudo e ficam curiosos com os sinais operados por Jesus não conseguem “abrir
a cabeça”. Com uma visão muito estreita e movidos pela inveja, não são capazes
de reconhecer a mensagem de Jesus e a presença do Reino. Por isso, Jesus diz
categoricamente: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria” (v. 24).
Essa afirmação
de Jesus encontra eco em outras experiências do passado. O grande profeta Elias
não foi enviado a alguém que pertencia ao seu povo, mas à viúva de um país
pagão (cf. VV. 25-26). A mensagem de Deus chega até os afastados, estrangeiros
e pobres. O mesmo acontece com o discípulo de Elias, chamado Eliseu, que cura
um leproso pagão desprezado pelos ouvintes de Jesus, porque não fazia parte do
povo escolhido (cf. v 27), mas que é privilegiado na mensagem de Jesus. Os
conterrâneos de Jesus entendem a mensagem. Enfurecem-se. Expulsam Jesus da
sinagoga e decidem jogá-lo no precipício (cf. VV. 28-29). Com isso mostram sua
mesquinhez e a pobreza de suas convicções. Ficam chocados com Jesus, quando ele
se levanta e lê: “O Senhor me enviou para anunciar a Boa-Nova aos pobres [...]
e para publicar o Ano da Graça do Senhor” e, de repente, silenciou...por que
não prosseguiu?
Em Isaías, o
texto continua: “e para proclamar um dia de vingança de nosso Deus” (Isaias
61,2). Os habitantes de Nazaré queriam a intervenção vingadora de Deus conta
todos os opressores. E, quando, parecia ter chegado a hora, Jesus anuncia a
salvação para todos, até mesmo mostrando certa deferência pelos que deveria ser
castigados. Com isso, todos se enchem de cólera e o abominam.
Lucas, neste
texto, quer mostrar aos seguidores de Jesus que o conflito e a perseguição
acompanham todos os instantes da vida do profeta. Este trecho deve ser
interpretado como prelúdio que mostra o caminho do Mestre, anuncia o drama da
sua morte na cruz.
Vendo o
Evangelho de hoje nesta perspectiva, fica fácil entender a expressão “Médico,
cura-te a ti mesmo” e também a zombaria da qual foi vítima aos pés da cruz:
“Salvou os outros, salve-se, pois, a si mesmo” (Lucas 23,35). Da mesma forma, é
possível relacionar a tentativa de linchamento ou o precipício com a condução
de Jesus para fora da cidade a gim de ser crucificado.
Na verdade,
são os mesmos personagens que durante toda a vida pública de Jesus causam
discussões, tensões, conflitos e rejeições. Recusam-se a aceitá-lo, porque se
sentem perturbados e tocados pela sua mensagem, pela nova leitura da Palavra de
Deus. Em nossos dias, as mesas razões levam pessoas e grupos a rejeitarem a
mensagem de Jesus e a perseguirem os seus profetas, quando eles denunciam a
concentração de bens, a corrupção, o desprezo pelos pobres e anunciam o plano
de Deus com relação à criação.
É interessante
que os conterrâneos parecem conhecer muito bem a Jesus: filho de José,
carpinteiro, mas na verdade nada sabem a seu respeito. Isso, constatamos também
nos dias de hoje. Muitos cristãos fazem a primeira eucaristia, participam da
catequese da crisma e depois se afastam da Igreja. Não procuram aprofundar a
sua fé. Desligam-se das celebrações. Não tomam parte em cursos de formação nem
se engajam nos trabalhos comunitários. Quando ouvem uma nova interpretação ou
leitura do Evangelho ou são colocados diante de uma nova prática da Igreja,
reagem, criticam, falam em deixar a Igreja, pensando conhecer tudo sobre Jesus,
mas na verdade ignoram a identidade e o sentido da vida da cruz, da morte e
ressurreição de Jesus.
Os vizinhos e
parentes de Jesus se revoltam com ele por não realizar milagres diante deles,
em sua cidade natal (cf. versículos 23,24). Querem ver um messias milagreiro, com
gestos extraordinários como os gestos de Moisés, ou seja, para que servem as
suas palavras sábias, se não dá provas de sua autoridade por meio de milagres?
Jesus, porém, não veio a este mundo para resolver os nossos problemas nem para
mostrar o seu poder mágico. Não interfere nos acontecimentos humanos, mudando
as leis da natureza. Não salva o mundo através de prodígios, mas mediante o
anúncio do Evangelho, com a doação da sua vida, com sua entrega solidária para
que todos tenham vida em abundância (cf. João 10,10).O milagre é a força eficaz
de sua Palavra que move os corações, transforma a vida e gera a comunidade,
cria novas relações na humanidade.
“E Jesus,
passando no meio deles, retirou-se” (cf. v. 30). O que significa isso? Na
verdade, não deixa de ser um conforto para aqueles que, como Jesus, anunciam a
Boa-Nova com alegria e esperança. Encontrarão perseguição e rejeição, mas serão
protegidos por Deus, caminharão com segurança no meio dos seus perseguidores
como discípulos do Mestre.
A leitura do profeta
Jeremias, neste domingo, lembra que Deus escolhe e envia os seus profetas.
Jeremias, consciente das suas limitações, resiste e arruma mil desculpas para
não aceitar a missão. Mas deus mostra que sua força está acima das limitações e
infidelidades humanas. A missão do profeta é anunciar o amor de Deus. Amor que
se manifesta tanto na ação de demolir como de construir a cidade, porém, sempre
a serviço da vida.
O amor é o que
permanece (cf. 1Coríntios 12,31-13.13). A caridade é o que dá sentido à vida e
à missão do profeta e do cristão. É a força e o caminho que ultrapassam a tudo
e a todos. Sem ela nada tem valor. A caridade supõe a compreensão do outro. Ela
não se impõe, mas se oferece. A caridade é o máximo, porque tem origem em Deus. Pela caridade chegamos
a Deus. Deus é amor. Importa encontrar em nossa vida formas e caminhos para
expressar e vivenciar o amor de Deus.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
A celebração
de hoje nos coloca diante da fidelidade à missão que Deus nos confiou. Esta
fidelidade pode nos conduzir a enfrentar entre tantas dificuldades a que foi
esboçada acima: rejeição. Para nós, cristãos, mais que isso é saber-nos de
acordo (com o coração ligado ao, ou harmonizado) com o que Deus deseja. É isso
que vale a pena de verdade. Esse é o culto verdadeiro! Assim fez Jesus...
Nossas
celebrações são expressões disso. Elas fazem ressoar simbolicamente a pulsação
do coração de Jesus, sempre ligado à vontade do Pai, sempre voltado para os
mais necessitados. Participar da missa, ou da celebração da Palavra, em
comunidade, tem a ver com essa harmonização do nosso ser ao Ser de Jesus, como
o grande e perfeito adorador do Pai, aquele que tem o coração ligado em sua
vontade não obstante às rejeições sofridas faz lembrar a oração inicial que diz
“Concedei-nos Senhor nosso Deus, adorar-vos de todo o coração”. É um pedido
feito no início desta celebração, para que o nosso coração recupere a harmonia
com o coração de Jesus. Em sintonia com Ele, como numa grande orquestra, vamos
elevar a Deus o mais perfeito louvor, nos ritos que seguem e nos introduzem na
sua dinâmica de vida, como uma corda de violão que sempre precisa ser afinada
com o divino diapasão do Espírito Santo...
Mas não
podemos nos iludir pensando que, ao sair da Igreja, vai tudo continuar bonito e
agradável como quando estamos reunidos. Seremos, por certo, rejeitados ao faze
o que Deus quer: anunciar a chegada do Reino e fazer chegar aos mais esquecidos
a sua libertação. É preciso manter a afinação de nossa vida! Por isso rezamos:
para que a ressonância deste momento forte encontre passagem para os dias da
semana e assim possamos não desafinar e permanecer no tom do Mestre!
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Na celebração,
temos consciência de que é Deus mesmo que nos acolhe e anuncia a sua Palavra
para nossa salvação. Ele nos liberta de toda a mesquinhez, estreiteza de
coração, egoísmo, auto-suficiência, ódio e prepotência.
Pedimos, na
oração da coleta, a grande graça que dá sentido a nossa vida e nos faz
semelhantes à atitude e à solidariedade de Jesus: “Concedei-nos [...]
adorar-vos de todo o coração, e a amar todas as pessoas com verdadeira
caridade”.
Na proclamação
da Palavra, conforme Jeremias, somos chamados a ser profetas. Deus já pensou em
nós antes de sermos concebidos no seio materno. Ele nos consagra para uma
missão. Promete estar ao nosso lado para nos defender na luta para fazer este
mundo mais justo e fraterno. Por isso, cantamos no salmo: “minha boca anunciará
todos os dias vossas graças incontáveis, ó Senhor. Porque sois, ó Senhor, minha
esperança, em vós confio desde a minha juventude! Sois meu apoio desde antes
que eu nascesse, desde o seio maternal, o meu amparo”.
A força da
Palavra do Senhor e a missão que ele coloca em nossa vida, nesta celebração,
valorizando nossos carismas e a nossa disponibilidade em servir aos outros,
imprimem em nosso ser o dom da caridade, o maior de todos os carismas.
Na proclamação
do Evangelho, Jesus, na força do Espírito Santo, nos comunica a sua atitude
diante dos inimigos e nos capacita a entendermos os motivos que levam as
pessoas a se fecharem à Boa-Nova.
Preparamos a
mesa, colocando pão e vinho sobre o altar, símbolos do trabalho humano,
expressão de nossa caridade e compromisso com a vida das pessoas, especialmente
a dos mais pobres e dos excluídos.
Na oração
eucarística, bendizemos ao Pai, por Jesus Cristo, no Espírito Santo, por
estarmos reunidos em comunidade para bendizer o seu nome, contemplar as suas
maravilhas e mergulhar profundamente na caridade de Cristo pela humanidade.
Agradecidos cantamos a oração eucarística, formando um só corpo com Cristo,
solidário com a humanidade.
A partilha do
pão eucarístico e a distribuição do vinho consagrado nos fazem participar do
banquete daqueles que se inseriram na caridade de Jesus. Por isso, rezamos:
“[...] que este alimento da salvação eterna nos faça progredir na verdadeira
fé”, que consiste em entrar na dinâmica do Reino proclamado por Jesus, na
sinagoga de Nazaré.
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Cada pessoa
que chega deve sentir-se de fato na Casa aconchegante de Deus. Por isso, é de
suma importância que todos sejam bem acolhidos, num espaço também acolhedor.
Não de Maneira formal, artificial, como acontece muitas vezes em ambientes de
prestação de serviços públicos. Mas de maneira profundamente humana, carinhosa,
afetuosa, divinamente humana. Acolher na celebração é uma forma de oração!
2. “O culto
eucarístico, a oração individual ou comunitária diante do sacrário
(tabernáculo), a bênção do Santíssimo Sacramento, procissões, como a de Corpus
Christi, são desdobramentos da celebração do mistério da Eucaristia, que não
devem ofuscar a natureza da Eucaristia como celebração da memória do sacrifício
de Jesus Cristo em forma de ceia. Por isso, tais devoções não devem ser inseridas na missa” (Guia Litúrgico Pastoral, Edições
CNBB, página 24).
3. Dia 02 de
fevereiro é a Festa da Apresentação do Senhor; dia 03 fazemos memória de São
Brás, mártir; dia 5, fazemos memória de Santa Águeda, mártir; dia 6 recordamos
Paulo Miki, mártir e catequista, e seus companheiros.
7-
MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 28º
Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico,
com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um
movimento ou de uma pastoral.
“Não tem
sentido, por exemplo, escolher os cantos de uma celebração em função de alguns
que se apegam a um repertório tradicionalista, ou ainda de outros que cantam
somente as músicas próprias de seu grupo
ou movimento, nem de outros que querem cantar exclusivamente cantos ligados
à realidade sócio-política, ou cantos concentrados em certos temas, se isto vai
provocar rejeição da parte da assembléia” (A música Litúrgica no Brasil,
estudos da CNBB, página 78).
A escolha dos
cantos para as celebrações seja feita com critérios válidos. Não se devem
escolher os cantos para uma celebração porque “são bonitos animados e
agradáveis”, ou porque “são fáceis”, mas porque são litúrgicos. Que o texto
seja de inspiração bíblica, que cumpram a sua função ministerial e que se
relacionam com a festa ou o tempo. Que a música seja a expressão da oração e da
fé desta comunidade; que combinem com a letra e com a função litúrgica de cada
canto.
“Uma enxurrada
de coisas produzidas sem melhores critérios e divulgadas sem maiores cuidados,
com força devastadora, invade as mentes e os corações dos fiéis menos avisados,
solapando os fundamentos sólidos da fé e da piedade” (Canto e Música na
Liturgia, Edições CNBB, página 7).
1. Canto de abertura. Deus salve
e reúna seus filhos (Salmo 105/105,47). Sem dúvida, um canto de abertura
condizente com o mistério celebrado e poderá cooperar para que a assembléia
seja nele inserido é: “Ó Senhor, salva teus filhos e reúne os espalhados” CD:
Liturgia VI, melodia da faixa 1.
Somos uma
Igreja profética e missionária. Nesse sentido a Igreja oferece outras duas
opções: “O Senhor necessitou de braços para ajudar a ceifar a messe”, CD:
Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 9; “Ó Pai somos nós o povo
eleito, que Cristo veio reunir”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão melodia da
faixa 1.
A função do
canto de abertura, inserido nos ritos iniciais, cumpre antes de tudo o papel de
criar comunhão. Seu mérito é de convocar a assembléia e, pela fusão das vozes,
juntar os corações no encontro com o Ressuscitado, na certeza de que onde dois
ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles (Mateus
18,20). Este canto tem que deixar a assembléia num estado de ânimo apropriado
para a escuta da Palavra de Deus.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da
Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por
Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
Portanto, não é um hino trinitário. O louvor, o bendito, a glória e a adoração
ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho
Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a
compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a
“doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de
Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB
versificado numa versão que facilita o canto da assembléia.
3. Salmo responsorial 70/71. Deus,
força dos que nele esperam, desde a juventude. “Minha boca anunciará, todos os dias, vossas graças incontáveis, ó
Senhor!; CD: Liturgia XI, melodia da faixa 6.
O Salmo
responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura.
Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura
para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e salmo
Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser
Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
4. Aclamação ao Evangelho. Evangelizar
os pobres (Lucas 4,18-19), ou “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra,
porque ocultaste essas coisas aos sábios e doutores e as revelaste aos
pequeninos” (Mateus 11,25). Aleluia... Eu te louvo, ó Pai santo”, CD: Liturgia XI,
melodia faixa 7. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que
estão no Lecionário Dominical.
Aleluia é uma
palavra hebraica “Hallelu-Jah” (“Louvai ao Senhor!”), que tem sua origem na
liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na tradição cristã. Mais do que
ornamentar a procissão do Evangeliário, sempre foi a expressão de acolhimento
solene de Cristo, que vem a nós por sua Palavra viva, sendo assim manifestação
da fé presença atuante do Senhor.
Mais que
qualquer outra aclamação (Amém ou Hosana), o Aleluia é expressão de pura
alegria de êxtase. É o júbilo, a que Santo Agostinho se referia como “a voz da
pura alegria, sem palavra”. Este júbilo
nos ensina que não podemos racionalizar muito o mistério da Palavra. A Palavra
deve tocar não nosso intelecto, mas o coração.
5. Apresentação dos dons. A
escuta da Palavra e colocá-la em prática, deve gerar na assembléia a partilha
para que ela possa ser sinal vivo do Senhor na dimensão profética e
evangelizadora. Devemos ser oferenda com nossas oferendas. Podemos cantar: “De
mãos estendidas” CD: Liturgia VI, faixa 4.
6. O canto do Santo. Um lembrete
importante: para o canto do Santo, se for o caso, sempre anunciá-lo antes do
diálogo inicial da Oração Eucarística. Nunca quando o presidente da celebração
termina o Prefácio convidando a cantar. Se o (a) comentarista comunica neste
momento o número do canto no livro, quebra todo o ritmo e a beleza da ligação
imediata do Prefácio como o canto do Santo.
7. Canto de comunhão. Deus ilumina
seu servo. (Salmo (30/31,17-18) / Bem- aventurança dos pobres (Mateus 5,3-4) ou
“Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir” (Lucas 4,21). Sem dúvida, o canto de comunhão mais
adequado pra esse dia é: “Hoje aqui se cumpriu a Escritura, as palavras de Deus
se cumpriram”, articulado com o Canto de Zacarias, (Lucas 1,67-79), CD:
Liturgia XI, melodia da faixa 3, exceto o refrão. Sem dúvida este é o canto
mais adequado para este Domingo.
O fato de a
Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a
profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia, Eucarística e
evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um
compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e
do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hebreus 7,27).
Forma de
executar o Canto de Comunhão. A forma que a tradição litúrgica oferece para o
Canto de Comunhão, a de um refrão tirado do texto do Evangelho do dia alternado
por versos de um Salmo apropriado ou um trecho do Novo Testamento, foi mantida
no 3º fascículo do Hinário Litúrgico da CNBB, nos cantos de Comunhão dos Anos
A, B e C.
8. Canto de saída. Como canto de
saída da comunidade, podemos entoar: “Procurando a liberdade”, do Hinário
Litúrgico II da CNBB, página 285.
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. O local da
celebração, por si, não precisa de nenhum adorno especial, pois deveria nos
conduzir ao “mistério que celebramos”. Mas uma ajuda sempre cai bem, para que
possamos encontrar mais facilmente o caminho. Assim, na entrada da Igreja, preparar
o espaço celebrativo ou mesmo um mural na porta de entrada com fotografias ou
nomes de pessoas, profetas de ontem e de hoje como: Irmã Dorothy, Zilda Arns, São
João Paulo II, Pe. Josimo Tavares, São Francisco de Assis, Pe. Ezequiel Ramim,
Gandhi, Bem aventurado D. Oscar Romero, Martin Luter King, D. Helder Câmara, D.
Paulo Evaristo Arns, de alguém que lutou pela comunidade ou pela diocese, mas
não está entre nós... com os seguintes dizeres: “Ser cristão não é fácil, mas
eu quero!”
4. Fazer uma
acolhida bem fraterna e amorosa de cada pessoa que chega para a celebração e,
realizar os vários serviços com cordialidade
(= de coração). A equipe de acolhida ou a equipe de liturgia pode estar às
portas do templo, recebendo as pessoas sem alarde, cumprimentando-as e, desde
já, inserindo-as no contexto celebrativo daquele dia, enunciando um versículo
bíblico em consonância com o mistério celebrado. Para este domingo, pode ser:
“Bem vindo, bem vinda! Você que é membro do Corpo de Cristo”.
9. AÇÃO RITUAL
Inspirado na
segunda leitura, o refrão meditativo: “Onde
reina amor, fraterno amor, onde reina amor, Deus aí está!” antes do início da celebração, ajuda a criar um clima orante de
abertura ao Espírito e de encontro com Deus e com os irmãos.
Fazer com
grande esmero, os ritos iniciais, vivenciando o seu sentido de reunir a
comunidade de irmãos, formando o corpo vivo do Senhor.
Ritos Iniciais
1. Para este
Domingo é muito oportuno escolher a saudação “d”, Romanos 15,13:
O Deus da esperança, que nos cumula de toda
alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.
2. Em seguida
quem preside, ou o diácono ou um leigo ou leiga preparado, dar o sentido da
celebração com estas palavras ou outras semelhantes:
Domingo da manifestação de Jesus na sinagoga
de Nazaré. Neste Domingo, recordando o dia em que Jesus foi expulso da cidade,
somos convidados a perceber que a Salvação é universal. Em Jesus, Deus se
manifesta como Salvador de todos os filhos e filhas dispersos pelo mundo. Com
todos os povos e culturas, celebramos o louvor do seu nome.
3. Em seguida
quem preside, pode propor uma recordação da vida, orientada com a frase: “Ser
cristão não é fácil. Mas eu quero”, convidando a todos a recordar algum tipo de
rejeição sofrida por causa da opção por Jesus e pelo reino de Deus. Devemos ter
o cuidado de não transformar a recordação da vida numa reportagem, mas fazer de
forma orante.
4. Para o Ato
penitencial sugerimos a fórmula 5 da página 394 do Missal Romano que apresenta
Jesus Cristo como plenitude da verdade e da graça e veio pra fazer de nós um
povo santo.
5. Na oração
do dia, suplicamos a Deus para que possamos adorá-Lo de todo o coração amar as
pessoas com verdadeira caridade.
Rito da Palavra
1. Ao final da
leitura e do Evangelho, nunca se deve dizer “Palavras do Senhor” e “Palavras da
Salvação”, mas “Palavra do Senhor” e “Palavra da Salvação” (usa-se o singular,
pois é Jesus, a Palavra do Pai, que acabou de falar!). A Palavra é realçada
também por momentos de silêncio, por
exemplo. Após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecendo a atitude de
acolhida à Palavra de Deus. No silêncio, o Espírito torna fecunda a Palavra no
coração da comunidade e de cada pessoa. Nunca
é demais insistir: proclamem-se bem as leituras até mesmo fazendo um breve
silêncio entre cada uma delas. Por exemplo, após o salmo responsorial, não iniciar logo a segunda leitura. Dar
uma pequena pausa para assimilar-se a riqueza do salmo.
2. Após a
homilia onde for possível, a assembleia poderá renovar o compromisso de sua
vocação profética, cantando o hino “O Profeta”: “Antes que te formasses dentro do seio de tua mãe”, Hinário
Litúrgico I da CNBB, página 23.
3. Nas preces
sejam lembradas pessoas que hoje, por causa de seu profetismo, são perseguidas
ou ameaçadas de morte.
Rito
da Eucaristia
1. Na oração
sobre o pão e o vinho, suplicamos a Deus que acolha nossas oferendas, sinais de
nossa disponibilidade e que se tornem instrumentos de salvação.
3. Sugerimos o
Prefácio Comum, VI página 461 do Missal Romano que destaca Cristo, Palavra de
Deus, que nos reúne. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Ele é a
vossa palavra viva, pela qual tudo criastes. Ele é o nosso Salvador e Redentor,
verdadeiro homem, concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria”. Outra
opção é o Prefácio dos Domingos do Tempo Comum IX, cujo embolismo reza: “Hoje,
vossa família, para escutar vossa Palavra e repartir o Pão consagrado, recorda
a Ressurreição do Senhor, na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a
humanidade inteira repousará junto de vós”.
O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o
Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao
modo de mistagogia. Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou
a III Oração Eucarística. A II admite troca de prefácio. As demais não admitem
um prefácio diferente. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem
grave prejuízo para a unidade teológica e literária da eucologia.
3. A narrativa
da instituição da eucaristia não é uma imitação da última ceia; por isso não se parte o pão neste momento como
algumas vezes acontece. A liturgia eucarística, como se disse, é fazer o
que Jesus fez: tomou o pão e o vinho, deus graças, partiu o pão e o deu (comer
e beber). O partir o pão, como Jesus fez, corresponde à fração do pão em vista
da comunhão. Por isso, a Redemptionis Sacramentum, número 55, considera um
abuso partir o pão durante o relato da instituição.
4. Na Oração Eucarística,
“compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude orante, pelos
gestos, pelo semblante e pela autenticidade, elevar ao Pai o louvor e a
oferenda pascal de todo o povo sacerdotal, por Cristo, no Espírito”.
5. Valorizar o
rito da fração do Pão, devidamente acompanhado pela assembléia com o canto
profundamente contemplativo e orante do Cordeiro
de Deus.
6. “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto
de sinal quando sob as duas espécies. Sob essa forma se manifesta mais
perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a
vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim
como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino
do Pai” (IGMR, nº 240). Quando bem orientada, a comunidade
aprende fácil esse rito que é resposta obediente ao mandamento do Senhor “tomai
e bebei”.
Ritos Finais
1. Na oração após a
comunhão, depois de ser renovados pelo sacramento da nossa redenção, suplicamos
a Deus que a Eucaristia nos faça progredir na verdadeira fé.
2. As palavras do
rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Anunciem a
todos o Evangelho. Denunciem todo tipo de mal que existe no mundo. Ide em paz e
que o Senhor vos acompanhe.
3. Sabemos que hoje,
Dia do Senhor, não fazemos memória de São Brás. Mas não podemos esquecer a
piedade do nosso povo tão cara a este santo. Como na Liturgia das Horas, após a
bênção final, pode-se realizar a bênção das gargantas
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Confrontando o
momento atual da Igreja com o evangelho de hoje, reconhecemos alegres e
jubilosos que é por aí que seguimos a Cristo e participamos de sua
ressurreição. “Ele, porém passando pelo meio deles, prosseguia seu caminho...”
(versículo 30). Prosseguimos com Ele o mesmo caminho.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço fraterno
a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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