10 de julho de 2016
Leituras
Deuteronômio 30,10-14
Salmo 68/69,14.17.30-31.33-34
Colossenses 1,15-20
Lucas 10,25-37
“VAI E FAÇA VOCÊ A MESMA COISA”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do bom
samaritano. Neste 15º Domingo do Tempo Comum, fazemos memória do Cristo que se
faz samaritano de nossa humanidade dividida e sofredora.
O bom
samaritano usou de misericórdia e compaixão para com o homem que caiu nas mãos
dos assaltantes: cuidou de suas feridas, fazendo curativo e derramando óleo e
vinho: transportou o homem para uma pensão em seu próprio animal e assumiu as
despesas e ainda recomendou cuidados ao necessitado.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – Deuteronômio 30,10-14. O
livro do Deuteronômio é uma catequese feita pelos levitas itinerantes do tempo
da Bíblia. Tinha por finalidade orientar e ensinar o caminho da justiça e da
fraternidade mesmo diante dos conflitos e desafios da vida. O texto de hoje
lembra que o ensinamento de Deus é simples e acessível a todos.
Esta passagem
se situa na última parte do terceiro e último grande discurso de Moisés a seu
povo (Deuteronômio 29-30). Moisés insiste em pedir ao povo escolherem
deliberadamente entre os “dois caminhos” do bem e do mal, o que conduzirá à
felicidade e o que conduzirá à infelicidade.
E exortação inicial
que Moisés faz a todo o povo de Israel é escutar a voz de Deus e observar seus
mandamentos e suas leis. E nisto há um relacionamento muito profundo, pois
escutar a voz de Deus significa observar seus mandamentos e leis.
Moisés mostra
de que modo a santidade e a transparência de Deus são temperadas por sua
proximidade. Não devemos procurar Deus nos confins do mundo, como muitos do
incansável (versículos 12-13): Deus está próximo do ser humano, pois o fez à
sua imagem e semelhança e prepara-se para nele fazer, através de seu Filho, a
sua morada (versículo 14). A transcendência de Deus fez-se palavra e é humana,
a fim de ser percebida a vivida pelo ser humano.
A Palavra de
Deus está próxima do israelita, ela está na sua boca e no seu coração. Isto é,
ela está ao alcance de todos. E por isso todos os israelitas tinham as
condições de praticar a Palavra de Deus. Se eles não a observavam e não
prestaram atenção à voz do Senhor é porque não amavam a seu Deus de todo o
coração, com toda a sua alma e com todas as suas forças (Deuteronômio 6,4s).
O mistério
desta Palavra é o de estar ao mesmo tempo, na boca e no ouvido (versículo 14),
Palavra que é preciso escutar, Palavra que é preciso professar. É o motivo pelo
qual Cristo dará um significado bem particular à cura dos surdos-mudos (Marcos
7,31-37), colocando em evidencia que somos mudos só porque somos surdos e não
sabemos escutar. Portanto, o Deus da lei não é um Deus autoritário, que
transmite pela Palavra uma vontade inacessível: é o Deus do diálogo, que gosta
de falar para fazer-se ouvir e espera que lhe respondam.
Realização em
plenitude da Palavra de Deus, o Evangelho também não é uma exigência fora do
alcance humano. Para todo aquele que se coloca em atitude de abertura e de
escuta, a todo aquele que recebe o Verbo Eterno vindo entre nós, o jugo desta
Palavra parecerá leve, e só haverá um breve instante entre a escuta e a
realização, entre os ouvidos e os lábios.
Os israelitas
talvez até amassem mais os deuses pagãos dos povos estrangeiros do que a Javé.
E nós, os ouvintes desta Palavra de Deus neste domingo? Nós amamos a Deus de
todo o coração, com toda a alma e com todas as forças? Ou talvez amamos mais os
ídolos pagãos dos povos estrangeiros, os deuses da mídia que nos apresentam sob
a forma da idolatria da riqueza, quer individual, quer coletiva, da idolatria
do consumismo, do sexo despersonalizado, do egocentrismo, da busca e do
prestígio a qualquer preço?
Salmo responsorial – Salmo 68/69,14.17.30-31.33-34.
É um salmo sapiencial com elementos de ação de graças e súplica individual. Um
inocente foi acusado de coisas graves, corre o risco de vida e por isso clama:
“Salva-me” (versículo 2a), “responde-me” (versículo 17). “Olhos e ouvidos” de
Deus significam em termos humanos o caráter pessoal de sua relação com as
criaturas.
O rosto de
Deus neste salmo. É um rosto muito bonito e difícil de mostrar em poucas
palavras. O inocente apela para a bondade, amor e compaixão de Javé (versículo
17), características próprias do Deus da Aliança. O inocente, portanto, vive
numa sociedade opressora, mentirosa e exploradora, um novo Egito, e pede que
Javé, o Deus da Aliança, provoque em favor dele (e dos pobres e indigentes) um
novo êxodo de liberdade e de vida. É interessante, ainda, observar os nomes
dados a Deus neste salmo. Eles pretendem abraçar toda a história do povo,
mostrando que Deus é sempre o “aliado
fiel”, aquele que ouve os sofredores
e nunca rejeita os seus cativos (versículo 34).
Já vimos, em
outros salmos de súplica individual, que Jesus não se omite diante do clamor
dos pobres, inocentes e injustiçados. Este salmo é citado duas vezes na vida de
Jesus (João 2,17 e Mateus 27,34.48). E sabemos que Jesus ouviu o clamor de
todos.
São João
aplica o versículo 21 deste salmo a Cristo morto na cruz (João 19,36),
reconhecendo a proteção do Pai sobre o corpo já morto do seu Filho. Esta
proteção não é tardia; pelo contrário, prova que o pode de Deus supera a morte.
Cantando hoje
este salmo expressemos diante do Senhor a nossa confiança e peçamos que Ele
mesmo venha ao encontro de nossas fraquezas e nos ajude a cumprir em nossa vida
a sua Palavra.
HUMILDES,
BUSCAI A DEUS E ALEGRAI-VOS:
O VOSSO
CORAÇÃO REVIVERÁ!
Segunda leitura – Colossenses 1,15-20. A comunidade de Colossos era composta por pessoas
vindas do paganismo. Estava havendo dificuldades na interpretação da fé, com
sérias conseqüências para a prática. Paulo, informado da situação, escreve da
prisão.
Contexto: o
hino que constitui a segunda leitura deste domingo é uma referencia explícita à
redenção, enquanto remissão dos pecados, e traz presente na mente de Paulo a
festa do Kippurim (Expiação). A conexão entre o Ano Jubilar e a redenção foi
feita pelo próprio Cristo em Lucas 4,18 citando Isaias 61,1s. a festa do
Kippurim no tempo do Novo Testamento estava unida com a festa do Ano Novo,
então período para a remissão dos pecados e reconciliação de Israel com Deus.
A liturgia da
festa do novo ano, aniversário da criação, lembra o múnus (trabalho) de Cristo
na criação. O que foi dito da Sabedoria e da lei como mediadoras
respectivamente da “criação e da redenção” foi aplicado por Paulo a Cristo,
verdadeiro e único mediador da criação (1Coríntios 8,6) e Redenção (Romanos
5,10). Assim no hino se entrelaçam a ordem da criação e a ordem da redenção
(nova-criação).
De fato, o
hino começa no versículo 14. No contexto atual o hino diz respeito ao Cristo
encarnado na história da salvação e nosso único mediador, pois a criação faz
parte da história da salvação, e não se trata apenas de um fato filosófico.
Na primeira
parte (versículos 14-17) Paulo fala de Cristo como pessoa histórica e Filho
único de Deus, feito homem. Este ser concreto e encarnado nasceu em Belém, no
tempo do rei Herodes (cf. Lucas 1-2), a “imagem de Deus” enquanto reflete na
natureza humana e visível a imagem do Deus invisível (cf. 2Coríntios 4,4;
Hebreus 1,3), e como criatura é primogênito na ordem da criação, uma primazia
mais de excelência e causa que de tempo, pois quando o Cristo assumiu a
humanidade, desde há muito os homens já eram.
Como primogênito
participou ativamente da criação qual causa e exemplo (Provérbios 8,27-30) e de
todos os seres do universo. Tudo o que existe são criaturas, nenhum poder
angélico ou celeste escapa do seu domínio. Como Deus é Senhor dos astros
(Gênesis 1), também Cristo é Senhor dos anjos, á anterior a tudo, e tudo Dele
tira origem. Conseqüência desta afirmação é que nenhuma salvação poderá ser
esperada dessas criaturas, pois são apenas criaturas. Só o Cristo, por quem
Deus criou, é fonte de salvação. A conexão então entre “criação e redenção” se
faz explícita. Só quem fora mediador da criação, poderia sê-lo da redenção.
Cristo criou, mantém e dá sentido ao universo, que marcha para Ele. Ele não
esteve ou estará presente em alguns momentos da história da humanidade, Ele
está desde sempre, e assim será até a Parusia. A criação não é um fato do
passado, ela continua a acontecer, e Cristo será sempre o mediador das relações
entre Deus e o mundo, que nos faz compreensível o mundo como criação.
“Ele é a
cabeça do corpo, isto é, da Igreja”. Ao
seu redor constitui-se uma comunidade de salvação, a Igreja, e nessa comunidade
Ele tem a preeminência, é Cabeça. Em Romanos 12 e 1Coríntios 12, Corpo designa
a comunidade dos fiéis, aqui e em Efésios, Cristo é apresentado como Cabeça do
Corpo, que é a Igreja.
“Ele é o
princípio, o primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia...”.
O versículo 2,9 especifica que tipo de Plenitude o Pai lhe deu, “plenitude da
divindade”. Ser salvo é participar da divindade e Cristo possuindo em si essa
plenitude torna-se fonte de salvação.
Em suma, o
hino quer nos mostrar que a redenção é possível e real porque o Redentor e o
Criador são um. A redenção então não é um método para se sair do mundo, ela
acontece dentro do mundo e tem por finalidade levar o mundo a sua origem, levar
a Deus pelo Cristo.
Evangelho – Lucas 10,25-37. O trecho do
Evangelho de hoje proclamado na liturgia, capítulo 10 de Lucas, está inserido
após o ministério de Jesus na Galiléia. Jesus está em viagem para Jerusalém
(cf. 9,51—19,27), no caminho faz o bem, é rejeitado pelos samaritanos como
vimos domingo passado (cf. 9,51-56), ensina como segui-Lo (cf. 9,57-62), envia
os setenta e dois discípulos e escuta-os no retorno da missão (cf. 10,1-24).
Após exultar de alegria por Deus ter revelado os mistérios do Reino aos
pequeninos, é abordado por um jurista, que, pondo-o à prova, pergunta-lhe sobre
o maior mandamento. Jesus responde a ele contando a parábola do bom samaritano:
uma espécie de espelho para que o jurista veja melhor sua ação e conduta.
Um sacerdote e
um levita casualmente voltavam de suas funções no Templo de Jerusalém para casa,
pelo mesmo caminho, pois Jericó era cidade onde viviam muitos sacerdotes;
passaram com descaso pelo coitado semimorto, dando volta dele sem prestar-lhe
socorro e sem ter compaixão. Tocar um morto os tornava impuros para o culto
(Levítico 21,1). Outros motivos de não prestar-lhe socorro seriam: pressa, medo
de cair nas mãos de assaltantes, não se incomodar – numa palavra, o bem-estar
pessoal foi mais forte do que o sentimento de misericórdia. Era uma estrada
muito perigosa porque tinham muitos assaltos. Como profissionais, serviam ao
Senhor e representavam o povo, devendo ser modelo de amor a Deus. E o amor ao
próximo? O culto e a misericórdia andavam separados em sua mente e na prática
também.
Passou também
um samaritano que agiu diferentemente do sacerdote e do levita em favor do
pobre homem. Judeus e samaritanos eram inimigos. Não interroga sobre a origem
da pessoa, mas entra logo em ação, vendo no homem caído um necessitado. O
samaritano deve ter notado logo que se tratava de “um judeu”, e assim, deu
exemplo de verdadeiro amor em favor de um inimigo. O bom samaritano é “tomado
de compaixão”, (versículo 33). Esta palavra, em grego, designa unicamente a
misericórdia de Deus ou a de Cristo (Mateus 9,36; 14,14; Lucas 7,13; 15,20).
Misericórdia é um sentimento divino que inspira o samaritano; ele é, assim, a
imagem de Deus, a revelação do amor de Deus pela pessoa humana. Fez com aquele
pobre homem tudo que podia – 6 atos de caridade, que vão desde o momento
presente até o restabelecimento: aproximou-se (presença), fez curativos nas
feridas, levou-o a uma pensão, cuidou dele, deixou quem o atendesse e pagou as
despesas (versículos 34s). Com isso cumpriu à risca o preceito do amor; não foi
heroísmo, mas fez tudo que era necessário para salvar uma vida.
O sacerdote e
o levita serviram a Deus, não socorreram o próximo sofredor; o samaritano os
superou no cumprimento da Lei: “Eu quero misericórdia, não sacrifícios” (Oséias
6,6). É que ele teve o coração aberto às necessidades do próximo, comoveu-se
até às entranhas frente a miséria humana. O grande obstáculo é a dureza de
coração e o orgulho doutrinal. Bem aventurados os misericordiosos (Mateus 5,7).
Enfim, o
esquema de nossa parábola se assemelha curiosamente ao da parábola do “bom
pastor” e do “filho do dono da vinha” (João 10; Lucas 20,9-18). Assim como o
bom pastor vem salvar as ovelhas despojadas, atacadas e levadas à morte (João 10,10),
e que o filho do dono da vinha se apresenta depois dos profetas enviados em
vão, o bom samaritano chega assim depois dos sacerdotes e levitas, que não
quiseram nem puderam salvar o homem ferido. O samaritano revela o amor de Deus
à humanidade; ele cuida dela pelos sacramentos do óleo e do vinho, e a confia à
hospedaria da Igreja.
Cristo vem sob
o aspecto de um samaritano, isto é, de um desprezado (João 8,48), como o filho
do dono da vinha, para revelar o amor de Deus, onde as técnicas pagãs e judaicas
da salvação fracassaram. Alias, a parábola do bom samaritano pode ter sido
inspirada a Cristo por 2Crônicas 28,15, onde samaritanos utilizam, em relação
aos judeus, processos caritativos semelhantes aos que são ressaltados na
narrativa de Lucas:: menção de Jericó, cuidados feitos a sobreviventes de um
massacre, transporte dos estropiados em cavalos, preocupação em “abrigá-los”.
Luca quer
mostrar com a parábola o significado sobre o grande mandamento e que o dever da
“caridade” tomou novas exigências, desde Cristo. Já não basta amar seu próximo
como a si mesmo; é preciso perguntar-se de que modo ser o próximo do outro e
amá-lo da maneira como Deus o ama. É a intenção do discurso depois da Ceia,
onde é dado um mandamento novo: amar o outro como nós mesmos fomos amados (João
13,24). Portanto, é importante tomar consciência de que pertencemos a essa
humanidade ferida, deixada meio morta na beira da estrada, e que Cristo veio
salvar. A caridade não é mais compreendida então como uma simples obrigação
moral, mas como o reflexo do próprio amor de Deus, o sinal dos últimos tempos,
nos quais a misericórdia divina vem substituir os meios judaicos de salvação.
Deslocando a discussão sobre o grande mandamento e fazendo-a desembocar na
parábola do bom samaritano, Lucas apresenta a doutrina da caridade.
O amor ao
próximo tem sua vitalidade no amor a Deus, do qual é garantia. Não é possível
um amor autentico ao próximo sem o de Deus e vive-versa. Separar o amor ao
próximo do amor a Deus, seu princípio fundamental, é reduzi-lo a pura
filantropia.
O amor cristão
ao próximo é muito mais que um amor à humanidade ideal; o próximo são as
pessoas concretas que andam ao nosso redor, razão de não ser tão cômodo tal
amor. O amor cristão fundamenta-se na vontade de Deus e no fato de que todas as
pessoas são filhos do mesmo Pai e por Ele amados. Como tal o amor não depende
de sentimentos e inclinações, possibilitando um serviço desinteressado ao
outro, até mesmo inimigo (Lucas 22,26; Marcos 9,35; 10,43s; Mateus 5,44).
O essencial no
preceito do amor não é o sentimento, mas a decisão de ajudar o outro, que em
certos momentos pode exigir renúncias pessoais de notabilidade. Jesus, em sua
pregação, partiu para o radicalismo do mandamento do amor, condenando a ira
(Mateus 5,21) e a vingança (Mateus 5,38-42), exigindo o amor aos inimigos
(Mateus 25,43-48) e o perdão ilimitado, (Mateus 18,21s cf. Lucas 17,4). Se o
amor a Deus é preceito fundamental, o mesmo podemos dizer doa amor ao próximo,
a ponto de o juízo final ser montado segundo o critério das boas obras (Mateus
25,31-46).
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
As leituras de
hoje nos levam a rever nossas opções. Uma revisão a partir do coração. As
perguntas feitas pelo jurista podem também ser nossas: “Mestre, que devo fazer
para receber em herança a vida eterna?” (v. 25). “Quem é o meu próximo?” (v.
29). Como o jurista, merecemos ouvir a parábola exemplar do bom samaritano,
para que através desse espelho sejamos capazes de enxergar e avaliar nossa
prática.
Ressoa em
nosso coração a última pergunta de Jesus: “Na tua opinião, qual dos três foi o
próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” (v.36). “Próximo não é
aquele que se encontra em meu caminho, mas aquele em cujo caminho me coloco”
(Gustavo Gutiérrez). Para Jesus, onde se clama por misericórdia, aí o amor ao
próximo intima à ação. O samaritano de ontem nos faz lembrar samaritanos e
samaritanas de hoje. Sem dúvida são milhares espalhados pelo mundo.
Há muitas
pessoas e grupos que se fazem próximos dos outros, como, por exemplo, a
Pastoral da Criança. Quantas pessoas que se dedicam a esse trabalho incansável
e que traz resultados tão esperançosos: “A trajetória da Pastoral da Criança é
repleta de histórias de esperança, conquistas, superação das dificuldades e
transformação da realidade. O acompanhamento das famílias e crianças em cada
comunidade é um exemplo de que a sociedade organizada é capaz de fazer na busca
de soluções para os problemas sociais [...]. Os números revelam que o trabalho
da Pastoral da Criança é bem recebido em todos os cantos do país. Isto graças a
atuação da boa samaritana Zilda Arns que está na eternidade. No entanto, mais
do que crescer e salvar vidas, a Pastoral da Criança quer mudar vidas, de
crianças, de mulheres, de homens, de gente acompanhada, orientada, iluminada
pela vontade de ajudar, de ver crianças crescendo e se desenvolvendo. São
muitos os números que cercam esse trabalho de sucesso, mas o mais importante
dos dígitos não foi e nunca será contabilizado: a transformação social das comunidades,
que têm como protagonistas os próprios voluntários e famílias acompanhadas”.
Todas essas
ações são fruto da compaixão. São muitos os caídos pela estrada, feridos,
perdidos, com medo, sem esperança. Permanece o apelo e o mandato do Senhor.
“Vai e faze a mesma coisa” (v. 37).
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
A relação íntima com Jesus
Cora Coralina,
em um dos seus poemas escreveu: “nada do que vivemos tem sentido, se não
tocarmos o coração das pessoas”. Ela é ousada na forma com que diz o sentido da
vida. Faz uma antropologia. Dizendo de outra forma, o sentido da vida tem a ver
com a ponte relacional que estabelecemos uns com os outros. Em chave religiosa
e bíblica, poderíamos falar em comunhão. É a comunhão que desentranha o
horizonte da existência.
Na missa, um
dos ritos que melhor expressa a relação íntima e profunda com o próximo que é
Jesus, chama-se Rito da comunhão. Vamos ao seu encontro, para que o Senhor
permaneça em nós, ao acolher sua Palavra, como gosta de falar o Evangelho de
João (cf. antífona da comunhão) e continue a passar pela história fazendo o
bem, conforme rezamos na Oração Eucarística VI-D.
Logo, a
experiência do seguimento a Jesus vem por conseqüência ir ao próximo e se
inclinar sobre ele para lhe recuperar a vida.
Para que cresça em
nós a salvação
A oração
depois da comunhão deste domingo nos estimula a rezar, para que “cresça em nós
a [...] salvação cada vez que celebramos”. A adesão ao amor de Deus é
libertadora. O que nos faz entender que a reunião dos crentes nos provoca uma
conversão (cf. Oração do dia), a fim de que o sonho de Deus para seu povo
chegue à realidade.
No fim das
contas, a liturgia deste domingo reitera que não é possível amar a Deus, sem
amar aos irmãos. Jesus que é a própria face humana de Deus, em todos os gestos
que praticou ensina a amá-lo em suas criaturas, em particular, dos que estão
feridos de morte. Conseqüentemente, nós, cristãos, entendemos que, mergulhados
no amor dele, encontramos a Deus e permitimos a salvação agir em nós.
As palavras de
Jesus ao mestre da Lei ressoam até hoje para nós: “vai e faze a mesma coisa”.
Entendamos este mandato de Jesus de amar o próximo, associado ao mandato
eucarístico: “fazei isso em memória de mim”.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Nesta
celebração litúrgica, entramos em relação com Deus através de Cristo, que está
presente em nosso meio. Ele – a cabeça do corpo que é a Igreja, que somos nós –
é o princípio e o primogênito. Cristo é a face humana de Deus, como diz Paulo:
imagem do Deus invisível. Um Deus misericordioso, cheio de compaixão. Na
escuta, nas ações simbólicas vamos experimentar o amor incansável de deus, que
amou tanto que foi capaz de entregar seu próprio Filho.
Celebrando o
mistério pascal do Senhor, somos transformados para uma vida nova. É um
caminho, um processo. Exige entrega e capacidade de retomar, de converter-se
com todo o coração e com toda a alma, o que se dá também na ação litúrgica:
“Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar
a vossa glória” (antífona de entrada).
Temos
disposição para responder à convocação de Deus, mas, às vezes, os limites nos
superam. Sem Deus não somos nada, por isso é preciso suplicar incessantemente a
sua presença, como rezamos na oração do dia: “Ó Deus, que mostrais a luz da
verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, daí a todos os que
professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e a abraçar tudo o que é
digno desse nome”[...].
Deus vem ao
nosso encontro, na palavra e na Eucaristia, na presença dos irmãos e irmãs
reunidos e também na compaixão e bondade do que preside, representando Cristo,
a cabeça (cabeça porque guia, dá a vida e conhece as pessoas, cura as feridas
se necessário for). Jesus se faz próximo de nossa pequenez, cura as nossas
feridas e convoca-nos para fazermos o mesmo. O envio é significativo:
“Arrisquemos viver movidos pela compaixão”.
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Preparar
bem a celebração. A preparação feita por uma equipe que tenha formação
litúrgica adequada pode assegurar uma celebração mais autêntica do mistério
pascal do Senhor, assim como a ligação como os acontecimentos da vida,
inseridos neste mesmo mistério de Cristo (cf. Doc. da CNBB 43, n. 211).
Garantir que o povo de Deus exerça o direito e o dever de participar segundo a
diversidade de ministérios, funções e ofícios de cada pessoa (Doc. da CNBB 43,
n. 212; Sacrosanctum Concilium, n.14). Preparar a celebração e utilizar de uma
metodologia – um caminho.
2. Dia 15 é
dia de São Boaventura, bispo e doutor da Igreja. Dia 16 é festa de Nossa
Senhora do Carmo. Dia 17 é memória de Inácio de Azevedo e seus companheiros,
mártires no sul do Brasil e também de Bartolomeu de Las Casas, bispo defensor
dos povos indígenas e negros.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo do Tempo
Comum, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não
basta só saber que os cantos são do 15º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude
espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade
tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem
ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma
pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja
corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento. Como a
equipe de canto da sua paróquia executa os cantos durante o Tempo Comum? É com
atitude espiritual?
A função da
equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da
liturgia deste 15º Domingo do Tempo Comum, “cantar a liturgia”, e não “na
liturgia”. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra
proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que a “equipe de
canto” faz parte da equipe de liturgia.
1. Canto de abertura. Saciar-se
de contemplar a glória de Deus (Salmo 16/17,15. “Assim que a tua glória
revelar-se, Senhor, perante a história”, e estrofes articuladas com o Salmo
32/33, melodia e estrofes iguais à faixa 19, CD: Liturgia VI.
A Igreja
oferece outros cantos que podem cumprir essa função ministerial. Para este
domingo sugerimos: “Povos todos, louvai ao Senhor”, Hinário Litúrgico III da
CNBB, página 411, ou o Salmo 97/98, “Entoai ao Senhor novo canto”, CD: Cantos
de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 13 ou no Hinário Litúrgico da CNBB,
página 292.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD
Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico
III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso
e outros compositores.
“O glória é um
hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito
Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode
ser substituído por outro” (IGMR,3 ed., n. 53). Vamos evitar aqueles
“glorinhas” simplificados, cujas letras duvidosas diminuem a beleza deste hino
e não têm nada ver com o antigo e venerável Hino de Louvor da Igreja, cujas
palavras devem ser sempre respeitadas por todos aqueles que fazem parte da
mesma Igreja de Cristo.
3. Salmo responsorial 69/68. Sião,
morada dos amam o Senhor. “Humildes,
vede isto e alegrai-vos”, CD: Liturgia XI, melodia igual à faixa 17.
O Salmo
responsorial é a voz da Igreja que suplica, agradece e louva porque tudo que ela
recebe vem do Senhor. O Salmo prolonga a primeira leitura em tom contemplativo
e orante e como resposta de fé. “Se há uma parte da Liturgia da Palavra que
deva ser cantado, é o Salmo responsorial. O estilo musical do refrão, com linha
melódica de fácil aprendizado por parte do povo, e o estilo recitativo,
interpretado por um cantor das estrofes, são um fator fundamental para que o
Senhor concretize a sua finalidade. Se não há quem o cante, ao menos se faça o
possível de cantar o refrão e o salmista profere os versículos,
interpretando-os de forma poética. Somente em último caso alternam-se o refrão
rezado pelo povo e os versículos interpretados por um salmista. Mesmo tendo um
estilo meditativo, o Salmo merece uma cuidadosa atenção e necessita ser
interpretado com um especial vigor e participação. Ele é tomado do Lecionário,
por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus.
Valorizar bem o ministério do salmista.
4. Aclamação ao Evangelho. Guardar
a Palavra do Cristo é tornar-se anfitrião dele e do Pai (João 14,23 e Lucas
10,27). “Aleluia... Semente é de Deus a Palavra”, (Mateus 13,19.23), CD:
Liturgia XI, melodia da faixa 20. O canto de aclamação ao evangelho acompanha
os versos que estão no Lecionário Dominical.
5. Refrão após a homilia. “Prova
de amor maior não há...”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da faixa 18.
6. Apresentação dos dons. O
grande mandamento do amor ao próximo deve gerar na assembléia a partilha para
que ela possa transformar-se numa hospedaria (Lucas 10,34). Devemos ser
oferenda com nossas oferendas. “A mesa santa que preparamos...”, CD Liturgia
XI, melodia da faixa 123.
7. Canto de comunhão. Felicidade
de morar na casa de Deus (Salmo 83/84,4-5). Comer e beber Cristo e permanecer
nele (João 6,57). “Samaritano, que importa”, CD: Liturgia XI, melodia e
estrofes iguais à faixa 18;
“Vai e faça
você o mesmo” (Lucas 10,37b). Nós como Igreja Corpo de Cristo, somos chamados a
ser bons samaritanos, isto é, ter em nós os mesmos sentimentos que haviam em
Cristo Jesus como nos diz o Apóstolo Paulo. A Igreja oferece outros dois
cânticos que retomam o Evangelho na comunhão. “Eu vim para que todos tenham
vida”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da faixa 19; “O amor não para em
fronteiras”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão – As Mais Belas Parábolas,
melodia da faixa 12 – Paulus.
8- O ESPAÇO CELEBRATIVO
O Altar
simboliza Cristo. O Prefácio V afirma que Cristo é Sacerdote Cordeiro e Altar. É
ele o ator principal da liturgia. “As flores, por exemplo, não são mais
importantes que o altar, o ambão e outros lugares simbólicos. Nem a toalha é
mais importante que o altar. Os excessos desvalorizam os sinais principais. A
sobriedade da decoração favorece a concentração no mistério celebrado” (Guia
Litúrgico Pastoral, página 110). Neste Domingo podemos contemplar o Altar como
a mesa sagrada que abriga os sofredores.
9- PARA A ESPIRITUALIDADE PRESBITERAL
O padre é um
cristão que tem a missão de apontar Jesus Cristo para as pessoas. Tal como os
demais, ele está comprometido com a Palavra de Deus e o exercício da
misericórdia, lembrando que sua vida é exemplar e evocativa para os demais
irmãos.
10. AÇÃO RITUAL
Enquanto as
pessoas vão chegando canta-se este refrão: “Onde o amor e a caridade, Deus aí
está”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da página 8.
Ritos Iniciais
1. O canto de
abertura proposto pelo Hinário III da CNBB, página 123, CD: “Liturgia VI”,
assumindo a antífona do Missal Romano, expressa a alegria da glória de Deus que
se manifesta na nossa história.
2. A saudação
presidencial, já predispondo a comunidade, pode ser a fórmula “c” do Missal
Romano (2Ts 3,5). Depois disso é que se propõe o sentido litúrgico e não antes
do canto de entrada.
O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco.
3. Em seguida,
dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido
litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono ou outro
ministro devidamente preparado (Missal Romano página 390).
4. O sentido
litúrgico pode ser proposto, através das seguintes palavras, ou outras
semelhantes:
Domingo do bom samaritano. Neste Domingo,
fazemos memória do Cristo que se faz samaritano de nossa humanidade dividida e
sofredora. Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na vida das
pessoas e dos grupos que se fazem próximos dos sofredores.
5. A
recordação da vida pode ser o espaço ideal para manifestar os fatos marcantes
como aniversários, bodas, momentos de dor e de luto, missa de 7º e 30º dia,
etc. A lembrança pelos falecidos pode ser feita na Oração Eucarística (memento
dos mortos) e as demais necessidades manifestadas nas preces. Hoje seria
interessante dar uma palavra de conforto aos doentes presentes na celebração,
dando-lhes ânimo e coragem.
6. Na Oração do
Dia supliquemos a Deus que nos dê a luz da verdade para evitar o que contradiz
o nome de cristão e fazer o que lhe é adequado.
Rito da Palavra
1. As leituras
bíblicas focalizam o valor da Palavra e dos preceitos divinos vividos no
horizonte da misericórdia e da compaixão, como plenitude da lei. O esmero na
proclamação será essencial para cumprir e realizar o sentido das Escrituras
Sagradas.
2. Na homilia,
pedir que alguém conte alguma experiência de solidariedade.
3. Destacar o
Evangeliário. Depois da procissão de entrada deve permanecer sobre a Mesa do
Altar até a procissão para a Mesa da Palavra como é costume no Rito Romano.
4. Após a
leitura não é preciso mostrar o livro. Por que? Porque quando o(a) leitor(a)
diz “Palavra do Senhor” (para as leituras) ou “Palavra da Salvação” (para o
Evangelho), refere-se à Palavra do Senhor que acabou de ser proclamada e ouvida
pela assembléia e não ao livro em si. Portanto , é o próprio Cristo que nos fala. É
como dizia São Jerônimo: “Cristo está sentado no céu, mas não deixa de falar na
terra”.
5. Após a
homilia, rezar a “Ladainha dos necessitados”. Fiéis à palavra que escutamos –
Vai e faze o mesmo – entreguemos ao Pai a nossa súplica por todos os
necessitados e peçamos a ele a graça da solidariedade e da misericórdia.
(Silêncio.)
Senhor, tende
piedade de nós...
Cristo, tende
piedade de nós...
Senhor, tende
piedade de nós...
- Dos pobres e
pequenos, torna-nos próximo e solidários.
- dos famintos
e miseráveis.
- Dos doentes
e angustiados.
- Do povo
negro.
- Dos povos
indígenas.
- Dos
portadores do HIV.
(Continua a
ladainha espontaneamente...)
Cristo,
ouvi-nos!
Cristo,
atendei-nos!
Sê propício,
Senhor, às preces do teu povo e faze-nos próximos de nossos irmãos e irmãs
sofredores, para que estendamos por toda a terra a tua compaixão. Por Cristo,
nosso Senhor. Amém.
6. Terminada a
Ladainha pode haver uma bênção especial para os doentes:
“Salvai-nos em
vosso amor, Senhor nosso Deus,
que sempre
cercais de carinho as vossas criaturas;
erguei estes
vossos filhos e filhas enfermos
e sustentai-os
com a vossa força;
dai-lhes o
remédio, curai as fraquezas
a fim de que
eles alcancem felizmente o conforto que de vós esperam.
Por Cristo,
nosso Senhor.
Amém. (Ritual
de Bênçãos, n. 308
Rito da Eucaristia
1. Na Oração
sobre o pão e o vinho suplicamos a Deus que acolha as nossas oferendas, e que a
participação nos dons eucarísticos nos faça crescer em santidade.
2. Como no Domingo passado, recomendamos a Oração
Eucarística VI-D, “Jesus que passa fazendo o bem”, por exprimir a ação de Jesus
no evangelho deste domingo e o convite de que façamos como Ele fez em favor dos
órfãos e das viúvas e de todos os sofredores vítimas dos descasos da saúde. Se
for escolhida outra prece eucarística, sugerimos o Prefácio dos Domingos do
Tempo Comum III, no qual contemplamos Deus que se aproxima para salvar suas
criaturas. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Nós reconhecemos ser
digno da vossa imensa glória vir em socorro de todos os mortais com a vossa
divindade. E servir-vos de nossa condição mortal, para nos libertar da morte e
abrir-nos o caminho da salvação, por Cristo, Senhor nosso”. O grifo no
texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério
celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao modo de
mistagogia. Neste caso, para não romper a “unidade literária e teológica” da
Oração Eucarística, convém lembrar que as orações eucarísticas I, II e III,
admitem troca de prefácio.
3. Valorizar o
rito da fração do pão, “gesto realizado por Cristo na última ceia, que no tempo
apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis
pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela
salvação do mundo, formam um só corpo (1Coríntios 10,17” (IGMR, nº 83).
4. Seria muito
oportuno o convite à comunhão do Salmo 33,9 página 503 do Missal Romano, que
expressa como Deus é bom:
“Provai e vede como o Senhor é bom; feliz de
quem nele encontra seu refúgio”.
5. A comunhão
em duas espécies é sinal da hospitalidade divina que nos acolhe em sua casa,
prepara-nos a mesa e nos faz recobrar a salvação (saúde espiritual), qual
hospedaria que nos abriga em sua casa. (IGMR, nn. 240-252 e 281-286).
Ritos Finais
1. Na Oração
depois da comunhão suplicamos que a Deus que a participação na comunhão
eucarística faça crescer em nós a salvação cada vez que celebramos este
Mistério.
2. O envio
missionário tem a ver como exercício da compaixão pelos que encontramos no
caminho, à margem dos cuidados necessários à vida e desprovidos dos seus
direitos e até da solidariedade. Cuidar para que esta chamada de atenção chegue
aos participantes de alguma forma: ou pela homilia, ou como mensagem final
dando um gesto concreto.
3. Na bênção
em nome da Santíssima Trindade levem-se em conta as possibilidades que o Missal
Romano oferece (bênçãos solenes, na oração sobre o povo). Ela expressa que a
ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões,
também políticas e sociais. Ver a bênção final do Tempo Comum III do Missal Romano,
que suplica a Deus que mostre ao Povo o caminho da caridade e da paz.
4. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Irmãos e
irmãs sejam próximos de todos os necessitados. Ide em paz e que o Senhor vos
acompanhe.
11- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Celebremos a
Páscoa semanal do Senhor. Que a força da cruz do Senhor transforme a nossa
vida.
Nossa vida,
muitas coisas nos preocupam: saúde, emprego, família, amigos etc. São
preocupações justas e importantes. Mas lá no íntimo de nós, quem sabe,
perpassando todas as nossas preocupações, existe uma que, de vez em quando,
explicitamos: “O que preciso fazer para ganhar a vida eterna?” Será que, do
jeito que estamos vivendo estou garantindo a minha vaga no céu?
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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