04 de setembro de 2016
Leituras
Sabedoria 9,13-19
Salmo 89/90,3-6.12-14.17
Filemon 9b-10.12-17
Lucas 14,25-33
“QUEM NÃO CARREGAR SUA CRUZ E NÃO
CAMINHA ATRÁS DE MIM NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo da
opção radical. A sabedoria popular diz que “quando Deus fecha uma janela, uma
porta se abre”. A liturgia deste domingo ajuda a confirmar a sabedoria, de que
Deus sempre tem algo muito melhor a nos oferecer. Isso nos direciona à dinâmica
do despojamento, que é uma atitude muito necessária aos discípulos do Reino.
Quem se apega às pessoas e às coisas tem prioridades que não são as do Reino.
Esse comportamento é incoerente com o seguimento de Jesus. Ainda mais: quem não
está disposto a abrir mão da própria vida, não pode ser discípulo daquele que
se despojou por inteiro, em favor do Reino. Aqui, descobrimos que não se trata
simplesmente de abrir mão de tudo, ao contrário, trata-se de ganhar o que
verdadeiramente vale a pena.
Antífona de
entrada. O Senhor é justo e justa é sua sentença. Que haja com misericórdia
para o seu servo.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – Sabedoria 9,13-19. Nosso
texto constitui a terceira parte da
oração de Salomão (capítulo 9) para pedir a sabedoria. É a conclusão da célebre
oração de Salomão para obter a sabedoria (cf. Sabedoria 9,1-18)
Os versículos
de 13-19 falam da necessidade da sabedoria; começam por salientar a
incapacidade do homem, superior ao que se declara no versículo 5 a qual parece
querer sondar a vontade positiva de Deus, aquilo que Ele espera de suas
criaturas racionais, em especial daquelas a quem se manifestou mais abertamente
seus desejos – uma resposta adequada. O homem não pode conhecer os desígnios de
Deus (Isaias 40,13; Romanos 11,34; 1Coríntios 2,16) e, ainda menos, penetrar
nas determinações divinas. Não se trata de conhecer a existência de Deus, que
Sabedoria a supõe e o homem pode chegar a conhecê-la (13,1-9).
Ninguém pode
conhecer os pensamentos do Senhor: se é tão difícil entender as coisas do
mundo, muito mais é compreender os desígnios de Deus e os Seus projetos sobre a
nossa vida (versículos 13-16). Só a “sabedoria”, o “espírito” que desce “do
alto”, pode revelar os caminhos do Senhor e permite caminhar por eles. Mediante
esta revelação os homens puderam “endireitar” as suas “estradas” e orientar a
sua caminhada segundo a vontade de Deus. Sem a Sabedoria ninguém pode
“conhecer” o que é agradável a Deus, nem pode “salvar a sua vida” (versículos
17-18).
Por nós mesmos
chegamos (versículo 16), quando muito e com esforço, a um conhecimento precário
das realidades terrestres, aliás ao alcance de nossas possibilidades. Até mesmo
as ciências humanas pertencem ao âmbito da Sabedoria (Sabedoria 7,17-21; 8,8);
que dizer, pois, quando se trata de encontrar indícios da realidade
sobrenatural, das coisas celestes? É a experiência do contraste entre o que há
na terra e o que está no céu. Entre as coisas celestes (versículo 17) está a
vontade de Deus sobre nós. Jamais a poderíamos conhecer se Deus não nos desse a
Sabedoria (Jó 22,12; Isaias 40,13; Eclesiástico 43,9; Lucas 2,14; Romanos
11,34; 1Coríntios 2,16), se não enviasse do céu o Seu Espírito Santo; dado o
paralelismo, o “espírito Santo de Deus é aqui entendido como “Sabedoria”
(Sabedoria 7,22).
A conclusão,
referida em geral a todo o ser mortal (versículo 13), alarga a todos as
reflexões atribuídas ao sábio Salomão: se ele, tão extraordinariamente dotado
de sabedoria, teve que pedir a Deus a Sabedoria, para conhecer os segredos e os
caminhos da vida, muito mais deverão fazer as outras pessoas. Cada pessoa, de
fato, é “fraca e de vida breve, incapaz de compreender a justiça e as leis.
Mesmo o mais perfeito entre os filhos dos homens, cheio de Sabedoria de Deus,
seria julgado um nada” (cf. Sabedoria 9,5-6). A Sabedoria habita nos lugares
celestes, junto do Senhor: só Ele pode dispor dela. A invocação do orante brota
então espontânea e confiante ao Altíssimo: “Enviai dos santos céus... do vosso
trono glorioso, para que ela me assista nos meus trabalhos e me ensine o que
vos é agradável” (Sabedoria 9,10).
O auto de
Sabedoria prepara deste modo a terceira
parte – narração histórica, aplicando na prática as verdades enunciadas na
segunda parte. Esta oração de Salomão pode servir a todos os cristãos, em
especial àqueles sobre quem pesam responsabilidades e a quem Deus, por especial
privilégio, confiou o serviço aos irmãos. No passado as melhores passagens
desta oração enriqueciam o breviário no mês de agosto. É oportuno solicitar o
espírito de Sabedoria para nós e para nossos chefes espirituais e autoridades
civis.
Salmo responsorial – Salmo 89/90,3-6.12-14.17.
O Salmo 89/90 é uma meditação conduzida com sabor sapiencial. O salmista
lembra a eternidade de Deus, o qual já existia antes mesmo da criação do mundo
(cf. versículos 1-2). Daí a súplica nos versículos 12-17 para que Deus ensine o
povo a conhecer a si mesmo diante dele e experimente a alegria especial de
servos, dos que vêem o poder de Deus e os próprios planos confirmados na graça.
O Salmo faz
uma bonita meditação sobre a brevidade da vida humana, com súplica cheia de
esperança. Com o “sempre” divino contrasta a breve vida humana: sentença de
Deus que recorda o pecado de Adão.
Há um
decréscimo marcado nestes versículos: os mil anos para Deus, o ciclo anual das
plantas, os ciclos diurno das flores. Assim se estreita a vida do ser humano na
meditação, porque o limite se apresenta com intensidade.
Aceitar essa
limitação humana com o coração resignado já é uma sabedoria que pedimos a Deus
e que, de certo modo, vence a tristeza. Mas não basta, e dentro da nova secção
as súplicas continuam: “até quando?” é uma pergunta típica da lamentação.
A manhã é a
hora propícia em que Deus
ouve, em seu Templo. Ele
pode preencher a vida breve de alegria e de júbilo, recompensando assim os anos
maus e tristes. Esta vida humana é capaz de outra plenitude: contemplar a
revelação de Deus na história humana. A história permanece plena da ação de
Deus, e quem contempla se enche de mistério. Cheios dessa plenitude divina,
nossos trabalhos e nossos dias parecem superar o tempo, e nós saímos da
meditação com esperança.
No sentido
cristão, há, contudo uma resposta mais elevada. A condição cristã não mudou a
vida humana em seu caráter temporal: o cristão continua “triste pela certeza de
morrer”. Mas também Cristo entrou nesta limitação humana, passou pela morte,
venceu-a, e com sua ressurreição inaugurou a vida nova, que é plenitude sem
fim. Se nossas obras participam da ressurreição de Cristo, permanecem chias
para sempre.
O rosto de
Deus no Salmo 89/90. O salmo revela um Deus aliado que caminha com seu povo. É
o Deus do amor e da fidelidade que produzem justiça e direito. O Deus deste
salmo tem os pés no chão e faz história com seu povo.
Jesus Cristo é
a expressão máxima do amor e da fidelidade de Deus (João 1,17), palavras que
atravessam ponta a ponta todo o Salmo 89/90. O tema da Aliança também encontra
em Jesus seu ponto alto. A nova Aliança é selada no Sangue de Cristo.
Cantando este
o Salmo 89/90 na celebração deste domingo, peçamos a Deus que nos dê muita
sabedoria para aceitar a nossa limitação humana, assim teremos um coração
sensato para reconhecer a nossa finitude. Somente assim podemos conhecer melhor
a nós mesmos diante do Mistério de Deus.
VÓS FOSTES, Ó
SENHOR, UM REFÚGIO PARA NÓS.
Segunda leitura – Filêmon 9b-10.12-17. O
texto litúrgico começa com a auto-apresentação de Paulo que se declara
“prisioneiro por amor de Cristo Jesus” (versículo 9); embora estando preso não
deixou de anunciar o Evangelho e “gerou”para a fé Onésimo, a quem ama como um
“filho” (versículo 10).
No texto em
consideração, Paulo apresenta-se como velho e prisioneiro, que pede e não manda
como poderia fazê-lo (versículos 8-9). É um homem fraco, porque limitado pela
idade e pelas grades, que se propõe a pedir algo a um amigo. Nessa posição de
fraqueza, ele de antemão conquista a benevolência do destinatário, e pede não
para si mas por Onésimo, escravo de Filêmon, mas que, convertido por Paulo ao
Cristianismo, tornara-se por isso mesmo irmão “no Senhor” de seu próprio amo.
Segundo a lei romana o escravo
fugitivo poderia ser ferrado na testa, lançado às feras e mesmo crucificado.
Paulo, porém, devolve-o a Filêmon como uma pessoa humana a ser respeitada e
considerada como “irmão” porque no “Senhor”. Se não houve um rompimento com a
estrutura social da escravatura, houve porém uma afirmação da dignidade da
pessoa humana, do escravo por parte do Apóstolo, que o considera como próprio
filho, pois o gerou para Deus, como gerara Filêmon. É como disse Santo
Agostinho a respeito de sua mãe Santa Mônica: "que pela carne, concebeu
seu filho para a vida temporal mas, pela fé e o coração, o fez nascer para a
vida eterna.
Muitos acham
que acabar com a escravidão não foi mérito do Cristianismo.
Mas isso de chamar de filho e de
irmão caríssimo a um escravo fugitivo é só mesmo no Cristianismo.
Onésimo não é
mais escravo (versículo 16), nem inútil (versículo 11: agora faz jus a seu
nome, pois Onésimo significa em grego útil) mas filho de Paulo (versículo 10),
seu irmão querido (versículo 16), seu coração (versículo 12). Se houve uma
separação, agora haverá para sempre uma nova relação, de homens novos pois
Filêmon-Onésimo foram feitos assim por Cristo. Estabeleceu-se uma nova relação
de fraternidade onde não existe mais escravo ou livre (Gálatas 3,27s; Efésios
6,9).
Evangelho – Lucas 14,25-33. Na redação
de Lucas, o texto é introduzido pela verificação de que “grandes multidões
acompanhavam Jesus” (versículo 25). Dirigindo-se então às pessoas, que ninguém
pode ser “seu discípulo” se não renunciar aos afetos mais queridos, à sua
própria “vida”, e não seguir o Mestre “carregando a sua cruz e caminhar atrás
Dele”, (versículos 26-27). Com a comparação da “torre” para ser construída e da
“guerra”, que não se devem começar sem possuir as condições adequadas, Jesus
declara a impossibilidade de ser seguido por aqueles que não renunciam aos seus
afazeres (versículos 28-33).
Já de início
Jesus começa com um a lista de renúncia a começar por pai/mãe; porém o resto da
enumeração filhos/irmãos/irmãs retoma Mateus 19, 29 e Lucas acrescenta ainda
“mulher” como no capítulo 18,29b (Mateus 19,29) e até a “própria vida” tendo em
vista as perseguições dos cristãos.
Lucas é mais
radical que Mateus. Enquanto Mateus fala em “amar mais”, Lucas literalmente diz
“odiar”. Entretanto, trata-se aqui de um hebraísmo (a língua do Antigo Testamento)
não conhecia o comparativo que pode ser traduzido mais exatamente em português
por “amar menos” (cf. Gênesis 29, 31.33; Deuteronômio 21,15-16; Isaias 60,15;
Malaquias 1,3; Lucas 16,13). Lucas 18,20 lembra a importância do quarto mandamento de Deus (Êxodo 20,12-16; Deuteronômio 5,16-20): não se
trata de menosprezar os próprios familiares, mas sim de buscar em primeiro
lugar ao Reino de Deus (Mateus 6,33). “Ser discípulo de Jesus” ou “entrar no
reino de Deus” são duas expressões sinônimas.
Duas condições
básicas para seguir Jesus: Tomar a cruz e entrar no Seu seguimento e perder a
vida por causa Dele. Portanto, renunciar, isto é, perder a própria vida, quer
dizer arriscar a própria vida por amor dos bens escatológicos que já estão ao
alcance das mãos. Tomar sua cruz aqui significa arrepender-se e entregar-se
totalmente a Deus; arriscar a própria vida na sua Palavra; assumir os
sofrimentos e as dificuldades da vida que terminam na ressurreição; realizar,
então, o plano de Deus, isto é, caminhar cada dia no cumprimento dos próprios
deveres buscando realizar o próprio ideal nos acontecimentos; acompanhar o
Cristo na caminhada da fé sem procurar desculpas e justificativas. Este é o
verdadeiro martírio, isto é, testemunha.
Depois de assumir tudo isso, o discípulo, então, segue o Mestre.
Carregar a
Cruz também exprime o seguinte: se tiver que escolher entre a Cristo e ficar
apegado demasiadamente a um dos membros da família, por qualquer motivo, o
verdadeiro discípulo não terá a mínima dúvida escolhendo “a melhor parte que
não lhe será tirada” (Lucas 10,42). Isto vale também para os bens matérias:
“qualquer de vós que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu
discípulo” (Lucas 14,33). Notemos que Cristo pede tudo isto não só ao grupo dos
Doze mas sim às “numerosas multidões” (Lucas 14,25).
Confirmando e
explicitando exigências tão radicais, Lucas acrescenta depois duas parábolas.
Seguir Jesus é como querer construir uma “torre” (Lucas 14,28-30), portanto um
edifício imponente e dispendioso para o qual se requer um grande investimento
inicial e um compromisso de longa duração: duas componentes fundamentais na
idéia de Lucas, ou seja, um empenho decisivo e a “perseverança” (cf. Lucas
21,19), as únicas que podem garantir o sucesso. Também a segunda parábola
(Lucas 14,31-32) destaca os grandes sacrifícios ligados à seqüela de Jesus: é
renunciar a todos os seus bens (Lucas 14,33).
Nesta dupla
parábola, Lucas insiste sobre o dever de sentar-se (versículos 28 e 31), quer
dizer de “parar” e de “refletir” sobre as possibilidades que temos ou não de
atingir o objetivo proposto (a torre ou a vitória). Seguir Jesus não é uma
empresa fácil. Aquele que ser o Seu discípulo deve antes de tudo medir suas
forças. Se perceber que não tem a capacidade de agüentar a luta, mais vale
abster-se para escapar à catástrofe. O Senhor exige espírito de sacrifício e de
firmeza: “quem põe a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de
Deus” (Lucas 9,62).
Nestas duas
pequenas parábolas Jesus revela que a decisão de segui-Lo e o compromisso com a
sua proposta de vida devem ser frutos de algo bem planejado, amadurecido e
coerente até o fim. Seguir Jesus não pode ser uma aventura. Por isso, o discipulado
exige discernimento, não deve ser apenas empolgação.
Diante de
tanto rigor para seguir Jesus, Lucas devia ter em mente as desistências de
vários cristãos na hora das perseguições do Império Romano e também das
perseguições da Sinagoga.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Sem dúvida, as
comunidades que acolheram o Evangelho de Lucas estavam passando por um período
de instalação e acomodação. O ardor e o zelo, com certeza, haviam esfriado, e a
proposta cristã não passava de conversa, isto é, de teoria. Lucas procura
reacender nos irmãos e irmãs, o sentido do caminho, retomando as exigências do
discipulado. A proposta é que cada um avalie as próprias forças e se decida.
Os vínculos
puramente humanos de família e o interesse pessoal interferem, muitas vezes, e
contrastam com o chamado de Jesus. Por isso, o seguidor ou discípulo de Jesus
tem de romper com esses impedimentos. Se não está disposto a isso, não reúne as
condições para assumir o projeto. No fundo, trata-se de levar a sério o caminho
do Evangelho, de tal maneira, como dizia São Bento, que nada seja anteposto ao
amor de Cristo.
O discipulado
de Jesus não é um projeto que se faz sozinho. A multidão e os discípulos
caminhavam com Jesus. É caminhando que se faz com os irmãs e irmãs, com as
lideranças, com a comunidade, uns apoiando os outros na hora das dificuldades.
Quem deseja buscar e seguir Cristo sozinho, vai ver seus projetos desmoronarem
diante dos problemas. O próprio Jesus formou uma comunidade de discípulos, para
encorajar um ao outro, a fim de perseverarem na fé e na liberdade de filhos de
Deus, a exemplo de Paulo, que, mesmo aprisionado, se manteve fiel ao anúncio do
Evangelho da Boa-Nova da libertação.
Na celebração
deste Domingo, acolhemos esta Palavra, recebendo o testemunho de Jesus, pois
Ele percorreu por primeiro este caminho. Ele resistiu a todas as dificuldades,
foi despojado, entregou tudo, até a sua própria vida, até o fim: “E tendo amado
os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (João 13,1). Esse testemunho fiel
nos anima a assumir uma espiritualidade que tem como eixo o amor que exige
renúncia e desapego: “Qualquer um de vocês que não renunciar a tudo o que
possui não pode ser meu discípulo”, pois, como diz o grande escritor Leloup, a
única coisa que não se pode tirar de nós é aquilo que doamos.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
É nesse
espírito que nos reunimos, em Cristo, para celebrar a Eucaristia, momento no
qual somos nutridos na fé, e continuamos nosso processo de iniciação à vida
cristã. Enquanto esperamos a plenificação do Reino que, como discípulos,
ajudamos a edificar; pela Eucaristia estreitamos nossos laços de fraternidade e
de amizade no Senhor (Oração sobre as Oferendas). Esse relacionamento nos dá
força na caminhada; discernimento na vocação e missão de discípulos; e permite
a comunhão com os irmãos e irmãs. Assim, ao ampliarmos nossos laços, para além
de nossa parentela, como recomenda Jesus no evangelho, crescemos como Igreja
que é conduzida à unidade, testemunhando a comunhão própria do Reino. Sacramentalmente
unidos ao Senhor, pela Palavra e pela Eucaristia, somos fortificados em nossa
comunhão fraterna, até o momento no qual viveremos com Cristo para sempre
(Oração pós-comunhão). Essa fraternidade deve ser tal, que nos empenhemos,
mutuamente, sempre mais, em nos reconhecermos como irmãos, fora das divisões
sociais, que tendem a rotular as pessoas por suas condições socioeconômicas. É
o apelo que Paulo faz a Filêmon, senhor de Onésimo, escravo que se tornou
cristão. Depois que esse ficou preso com Paulo, por amor ao Evangelho, o
Apóstolo dos gentios recomenda que Onésimo seja recebido por Filêmon, “já não
como escravo, mas, muito mais do que isso, como um irmão querido”. Esse é o
testemunho do amor, o mandamento maior, acontecendo em nós. Assim, “pela
Palavra do Evangelho do vosso Filho reunistes uma só Igreja de todos os povos,
línguas e nações. Vivificada pela força do vosso Espírito não deixais, por meio
dela, de congregar na unidade todos os seres humanos” (Oração Eucarística VI-A.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
O Pai nos
reúne por meio de Seu Filho, alimenta-nos com sua Palavra e com o Pão da
Eucaristia para que sigamos com sabedoria e firmeza os passos de Jesus, no
caminho que conduz à ressurreição. O amor misericordioso do Pai nos liberta do
individualismo, da insegurança e do medo de renunciar às realidades que nos
prendem a um estilo de vida e de prática cristã alienados e materialistas, em
vista de um novo modo de ser, marcado pelo seguimento de seu Filho e pela
prática da caridade.
Iluminada pelo
Espírito Santo, a assembléia é convidada a considerar, com sabedoria, as
exigências do seguimento de Jesus e ter coragem de abrir mão daquilo que impede
de optar pelo Reino de Deus. Assim, o mesmo Espírito do Senhor insere os membros
da assembléia na comunidade dos que vivem guiados pela sabedoria que vem da
misericórdia do Pai.
Na Oração
Eucarística (Anáfora), a assembléia acredita e proclama a grandeza de Deus e
que ele é a fonte de toda santidade (Oração Eucarística II).
Celebrar a
memória pascal é aceitar ser discípulo de Jesus em todas as atividades do
cotidiano e permitir que sua morte na cruz e sua ressurreição constituam a
Terra de Santa Cruz – o Brasil – numa sociedade justa e solidária.
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Cada vez
mais, cai em desuso os chamados “comentários” antes das leituras. Preferem-se
as brevíssimas monições que exortam os fiéis para o acontecimento que se
seguirá. São mais afetivos e introdutórios, do que informativos de qualquer
conteúdo teológico ou catequético. São, inclusive, dispensáveis, sendo
preferível o silêncio ou um refrão meditativo que provoque na assembléia aquela
atitude vigilante para a escuta e conseqüentemente acolhida da Palavra de Deus.
Sugerimos, neste caso, antes de iniciar a Liturgia da Palavra, o refrão “Senhor
que a tua Palavra”.
2. “É muito
recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na
mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também
através dos sinais, a comunhão se manifeste mais claramente como participação
do Sacrifício celebrado” (IGMR nº 56 h). Um dos mais graves abusos nas
celebrações da eucaristia é a distribuição da comunhão do sacrário como prática
normal. Assim pecamos contra toda a dinâmica da ceia eucarística, que consta da
preparação das oferendas, da ação de graças sobre os dons trazidos, da fração
do pão consagrado e da sua distribuição àqueles que, com a oblação deste pão,
se oferecem a si mesmos com Jesus ao Pai.
3. Dia 07
comemoramos a Independência do Brasil.
4. Lembrar que
no dia 08, a Igreja celebra a festa da Natividade de Nossa Senhora.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 23º
Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico,
com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados nos CDs Liturgia VI, VII, XII e CD: Cantos de Abertura e Comunhão.
1. Canto de abertura. A justiça
e a misericórdia de Deus (Salmo 118/119,137.124). “És um Deus justo, ó Senhor,
e justiça é tua sentença”, “CD: Liturgia VII, melodia da faixa 1, exceto o refrão.
Como discípulos-missionários,
somos chamados a renunciar tudo pra entrar no Reino de Deus. A celebração da
Eucaristia nos torna aptos para abraçar o projeto do Reino. Nesse sentido outra
opção importante para este Domingo é o canto “Vimos aqui, ó Senhor, pra cantar
tua bondade”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 7.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD
Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico
III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso
e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de
Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo,
exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
3. Salmo responsorial 89/90. Deus,
mestre de sabedoria. “Vós fostes, ó
Senhor, um refúgio para nós”, CD: Liturgia XII, melodia da faixa 5.
O Salmo
responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura.
Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura
para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e salmo
Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser
Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
4. Aclamação ao Evangelho. (Mt 11,29ab).
O Mestre manso e humilde, melodia da faixa nº 1, CD Liturgia XII. O canto de
aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.
5. Refrão após a o Evangelho. “Salve,
ó Cruz libertadora”, CD: Festas Litúrgicas IV, melodia da faixa 6.
6. Apresentação dos dons. A escuta
da Palavra e colocá-la em prática, deve gerar na assembléia a partilha para que
ela possa ser sinal vivo do Senhor. Devemos ser oferenda com nossas oferendas. Somos
chamados a carregar a nossa cruz. O canto da apresentação das oferendas poderia
ser “Nossa glória é a cruz, onde nos salvou Jesus”, CD: Festas Litúrgicas IV,
melodia da faixa 8. Outra opção é o canto “As mesmas mãos que plantaram a
semente aqui estão”, CD Liturgia VII, faixa nº 4.
7. Canto de comunhão. “Quem não
toma a sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser meu discípulo” (Lucas
14,27). “Quem não toma a sua cruz e não caminha atrás de mim, nunca ele poderá
ser meu discípulo, não pode seguir-me assim!”CD: Liturgia XII, melodia da faixa
nº 4, exceto o refrão.
O Apóstolo
Paulo nos afirma em Gálatas 6,14, afirma que o cristão deve orgulhar-se somente
na cruz de Cristo. Nesse sentido podemos cantar o canto: “Ninguém pode orgulhar
a não ser nisto, nos orgulhamos na cruz de Jesus Cristo”, CD: Festas Litúrgicas
IV, melodia da faixa 9.
O canto de
comunhão deve retomar o sentido do Evangelho de cada Domingo. Esta é a sua
função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é
dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o
Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes
conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Isto
significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é compromisso com o Evangelho
proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou no Evangelho, nós o
comungamos no pão e no vinho. É de se lamentar que muitas vezes são escolhidos
cantos individualistas de acordo com a espiritualidade de certos movimentos,
descaracterizando a missionariedade da liturgia. Toda liturgia é uma celebração
da Igreja e não existem ritos para cada movimento e nem para cada pastoral.
8- O ESPAÇO CELEBRATIVO
1. A cruz é
uma peça importante nas celebrações do Mistério Pascal do Senhor. Ela é
entendida pela Instrução Geral do Missal Romano como um elemento que deve
recordar aos fiéis o acontecimento da fé ali celebrado.
2. O
simbolismo da cruz traz presente o anúncio da paixão e ressurreição do Senhor.
A cruz processional, a mesma que será usada na procissão de abertura, esteja na
entrada da Igreja, por onde todos passam. É uma forma de trazer presente o
mistério que será celerado. Ela pode ficar aí até o início da celebração,
ladeada de velas e flores, de forma que chame a atenção de todos os que vão
chegando para a celebração.
3. A cruz é
símbolo da fraqueza humana fortalecida pela graça de Deus. Nela ficou exposta
toda a fragilidade e se manifestou a misericórdia de Deus ao ressuscitar seu
Filho Jesus Cristo.
4. Conforme o
Evangelho, a cruz dos cristãos (referência à vida gasta em favor do próximo)
deve ser assumida, carregada pelo caminho da vida, à maneira de Jesus. Cláudio
Pastro diz que ela é sinal da nossa vitória. Por isso “Uma procissão atrás da
Cruz, traz presente a Igreja peregrina que segue a Cristo e caminha sob sua
bandeira” Algumas sugestões práticas para a celebração:
a) No
santuário (comumente chamado de presbitério), deve haver uma cruz apenas, que
leva o nome de cruz do altar. Trata-se da única cruz exposta neste espaço.
Portanto, se houver uma cruz suspensa ou fixa, a cruz processional depois da
celebração, é deposta em lugar à parte, pois se permanecer no espaço, cria-se
duplicação simbólico; se não houver, a cruz processional é fixada em lugar de
referência para a comunidade que celebra, em harmonia com o Altar (não sobre
ele).
b) Quando se
trata de cruz processional, a seus pés dependendo do mistério celebrado naquele
domingo, pode-se dispor um pequeno arranjo floral, o que lhe confere importância
no contexto litúrgico. Importante, entretanto, que não concorra com as peças
elementares e fundamentais do espaço: Cadeira presidencial, Ambão e Altar.
Antes, deve estar em harmonia com elas.
9. AÇÃO RITUAL
Acolher de
maneira calorosa as pessoas que chegam para tomar parte na celebração. Ter um
cuidado para com os portadores de deficiência, os idosos e as crianças, de modo
que desde o início da celebração experimentem o amor solidário de nosso Deus
que nos salvou por sua Cruz gloriosa.
Ritos Iniciais
1. A
celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto
de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a
assembléia no Mistério celebrado.
2. A opção
“C”, da saudação inicial, 2Tessalonicenses 3,5 é uma boa opção para essa
celebração:
O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de cristo, esteja convosco.
3. O sentido
litúrgico, após a saudação do presidente, pode ser feito por quem preside, pelo
diácono ou um ministro devidamente preparado com palavras semelhantes às que
seguem:
Domingo da opção radical. Fazemos memória do
Cristo na consagração total de sua vida ao projeto de Deus. Recebemos dele uma
palavra para renunciar a tudo, carregar a nossa cruz e ser seus discípulos.
Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta em todas as pessoas e
grupos que seguem o Senhor na totalidade.
4. Em seguida
fazer a “recordação da vida” trazendo os fatos que são as manifestações da
Páscoa do Senhor na vida da comunidade, do país e do mundo, mas de forma orante
e não como noticiário. Deve ter presente
a realidade dos(das) catequistas.
5. Para a
motivação do Ato penitencial sugerimos a fórmula 2 do Missal Romano, página
391:
No início desta celebração eucarística, peçamos
a conversão do coração, fonte de reconciliação com Deus e com os irmãos.
Após uns
momentos de silêncio, rezar cantando a invocação alternativa número 5 para o
Tempo Comum da página 394 do Missal Romano:
Senhor, que sois a plenitude da verdade e da
graça. Tende piedade de nós.
6. Domingo é
Páscoa semanal dos cristãos, dia do banquete eucarístico. Entoar de maneira
solene o Hino de Louvor (Glória).
7. Na Oração
do Dia contemplamos nosso Deus que nos propicia redenção e adoção: que em
Cristo tenhamos liberdade e herança eterna. O Senhor nos adota como filhos e
filhas.
Rito da Palavra
1. Cada vez
mais se tem abandonado o hábito de fazer “procissão com a Bíblia”, já que a
importância e a dignidade do Evangeliário foram recuperadas. A procissão, portanto,
é reservada para o livro dos Evangelhos. Procissão que pode ser solenizada com
incenso e velas. Na Aclamação ao Evangelho, sugerimos a procissão com o
Evangeliário. Onde for possível, enquanto alguém entra com o Livro, a
comunidade seja convidada a segui-lo até a mesa da Palavra.
2. Em todo o
rito, a Palavra se conjuga com o silêncio.
Momentos de silêncio após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecem a
atitude de acolhida da Palavra. O silêncio é o momento em que o Espírito Santo
torna fecunda a Palavra no coração da comunidade. Nem tudo cabe em palavras.
3. Após a
leitura do Evangelho, todos se voltam para a Cruz. Todos se ajoelham e cantar o
refrão: “Salve, ó Cruz libertadora”, em seguida somente a primeira estrofe. CD:
Festas Litúrgicas IV, melodia da faixa 6.
Rito da Eucaristia
1. A Oração
sobre o pão e o vinho nos convida a venerar Deus e ser fielmente unidos pela
participação no Mistério. Que a participação na eucaristia estreite nosso laço
de amizade.
2. Para essa
celebração, sugerimos a Oração Eucarística VI-A que destaca a missão da Igreja
é estar a caminho da unidade. Se for escolhida as Orações Eucarísticas I, II e
III sugerimos o Prefácio para os Domingos do Comum II, que contempla o mistério
da salvação realizado na cruz. “Morrendo no lenho da Cruz, ele nos libertou da
morte”, página 429 do Missal Romano. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza:
“Compadecendo-se da fraqueza humana, ele nasceu da Virgem Maria. Morrendo no
lenho da Cruz, ele nos libertou da morte. Ressuscitando dos mortos, ele nos
garantiu a vida eterna”. O grifo no texto identifica aqueles elementos em
maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser
aproveitado na própria, ao modo de mistagogia. Usando este prefácio, o
presidente deve escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. A II admite troca
de prefácio. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem grave
prejuízo para a unidade teológica e literária da eucologia.
3. Distribuir
a comunhão de maneira orante e sob as duas espécies, pois como diz a Instrução
Geral do Missal Romano (IGMR): “A comunhão realiza mais plenamente o seu
aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob esta forma se manifesta mais
perfeitamente o sinal dom banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro
a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim
como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico do reino
do Pai” (n. 271)
Ritos Finais
1. A oração
pós-comunhão faz uma ligação entre a liturgia da Palavra e a liturgia
eucarística: Deus nos nutre e fortifica pela Palavra e o Pão: sejamos sempre
co-participantes com Cristo.
2. Na bênção
final, estender as mãos sobre o povo e rezar a fórmula 17, das Orações Sobre o
Povo da página 533 do Missal Romano.
Olhai, ó Deus, esta vossa família, pela qual
nosso Senhor Jesus Cristo não hesitou em entregar-se às mãos dos malfeitores e
sofrer o suplício da cruz. Por Cristo, nosso Senhor.
3. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado. Quem não
carrega a sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser meu discípulo. Ide
em paz e que o Senhor vos acompanhe!
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
As concepções
de cruz e modos de viver a cruz serão genuínos, na medida em que se segue o
caminho de Jesus: buscar o Reino e, em conseqüência, encontrar a cruz impingida
pelos representantes do anti-reino.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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