sexta-feira, 1 de agosto de 2014

18º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO A

03 de agosto de 2014

Leituras

         Isaias 55,1-3
         Salmo 144/145,8-9.15-18
         Romanos 8,35.37-39
         Mateus 14,13-21


"DAI-LHES VÓS MESMOS DE COMER"


1- PONTO DE PARTIDA

Domingo da multiplicação dos pãesNeste domingo, o Senhor revela sua compaixão para conosco e nos alimenta com o pão da partilha solidária. Na abundancia do pão abençoado por Cristo, manifesta-se a compaixão de nosso Deus que é amor.

A ação do alimentar-se não é apenas uma necessidade vital, biológica, sem a qual não podemos sobreviver. Ela é sinal e expressão do nosso modo de viver humano, como comunidade ou sociedade, que, na procura e na distribuição do alimento, revela sua solidariedade e seus valores.

Celebremos a Páscoa de Jesus Cristo que amadurece e se completa em todas as pessoas que têm compaixão com os pequenos, os marginalizados e com todos aqueles que se empenham para acabar com a fome.

Nesta primeira semana do mês de agosto recordamos com carinho os vocacionados para o ministério ordenado: diáconos, presbíteros e bispos.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos

Primeira leitura - Isaias 55,1-3. Muitos exilados estavam bem instalados na nova situação. Adquiriram propriedades e fizeram negócios. A geração jovem, netos daqueles que tinham sido deportados há uns 50 ou 60 anos, só conheciam a pátria, a Terra Prometida, de ouvir falar. Para muitos deles, já não era a pátria que inspirava saudade. Tornara-ser uma terra distante pela qual não se interessavam e da qual nem queriam saber. O profeta de Isaias 55,1-5 recebe a missão de sacudir essa geração jovem, acomodada. Ele devia arrancá-la daquela vida acomodada, lembrar a eles e despertá-los para os valores superiores que Deus lhe confiara através dos pais.

Isaias usa os mesmos termos em dois sentidos: uma vez no sentido real, outra no simbólico; ou, em outras palavras, em sentido material e em sentido espiritual. Com isso o profeta quer abrir os olhos de seus ouvintes para o engano em que vivem. Eles só viam as aparências e se contentavam com elas. A vida deles era muito superficial. Não tinha profundidade. Pensavam ser ricos, mas de fato eram pobres, estavam satisfeitos. Haviam esquecido a vocação. O profeta dirige-se então àqueles judeus bem instalados no estrangeiro, faturando bem no comércio ou com raízes já fixadas ali por outros vínculos profissionais. O profeta provoca essa geração que não sofria falta de nada, que estavam bem de vida, diz o profeta em tom de censura e de provocação: "Vocês que sofrem de sede... vocês que não têm o que comer..." Convida-os a receberem de graça comida - trigo, vinho e leite - como se fossem pobres e necessitados (versículo 1).

Depois de ter assim provocado e despertado o interesse e, talvez, a indignação dos ouvintes, que poderiam reagir: "Não precisamos de nada de ninguém; trabalhamos bem e podemos comprar qualquer coisa de que precisamos...", o profeta mostra o outro lado da moeda. "Vocês têm dinheiro e ganham bem. E daí? Em que é que gastam esse dinheiro? O que vocês ganham com isso? Materialmente falando, vocês são ricos, talvez ricaços. Mas, espiritualmente, não passam de uns pobres e famintos!" (versículo 2a).

A partir dessa constatação, o profeta tenta atrair seus ouvintes para valores superiores. Usa agora termos que falam de comida em sentido espiritual ou simbólico. Convida-os para o banquete que Deus lhes oferece de graça, para as bodas messiânicas, que se tem acesso sem pagar. Esta comunhão com Deus enriquece as pessoas, no mais profundo do seu ser, com vida nova, com vida divina.

Salmo responsorial - Salmo 144/145,8-9.15-18.  O Salmo 144/145 é um hino de louvor, abrindo o grande louvor do livro. De fato daqui até o fim, todos os salmos são desse tipo. É salmo alfabético, ou seja, cada versículo inicia-se com uma letra do alfabeto hebraico (os outros salmos alfabéticos são 9-10; 25; 34; 37; 111-112; 119).

O salmo tem três momentos. O segundo momento (8-13a), louva-se a Javé por sua piedade, compaixão e bondade (8-9). É a consciência de que Ele permanece fiel ao povo apesar das infidelidades dos seus aliados. A piedade e a compaixão de Javé se traduzem em ser lento para a cólera e cheio de amor (8b).

No terceiro momento (13b-16), louva-se a fidelidade de Javé, traduzida no fato de ser amoroso com todas as suas obras (13b). No quarto momento (17-20), louva-se a Javé justo em seus caminhos e fiel em todas as suas obras (17).

O salmo destaca como é o rosto de Deus. Os títulos dado a Javé sintetizam o rosto de Deus neste salmo: grande, piedoso, bom, fiel, amoroso e justo. Um Deus que se interessa pelas pessoas e se aproxima com o seu rosto.

Este salmo ecoa de muitos modos em Jesus, sobretudo em suas obras e maravilhas. Ele amparou os que caíam e, literalmente, endireitou os encurvados (Lucas 13,10-17). O Reino por Ele inaugurado não tem fim (1,34), está sempre mais próximo (Marcos 1,15) e nos compromete (Mateus 10,7).

VÓS ABRIS MÃO PRODIGAMENTE
E SACIAIS OS VOSSOS FILHOS, Ó SENHOR.

Segunda leitura - Romanos 8,35.37-39.  O texto da Carta aos Romanos nos transporta à conclusão do capítulo 8, no qual Paulo expõe a vida dos fiéis segundo o Espírito. O Apóstolo revela que a salvação é um fato realizado, porque o Espírito foi derramado pelo Pai e pelo Ressuscitado. Ele está presente e atuante na missão da Igreja. As palavras da leitura deste domingo são um hino ao amor de Deus que se revelou em Jesus Cristo. Amparados por esse amor, os fiéis nada devem temer: dificuldades, perseguições, divisões. O poder do inimigo não poderá destruir a obra do Espírito de Deus. O Apóstolo experimentou essa realidade e, por isso, na fé ele pode exclamar: "Quem nos separará do amor de Cristo"?

Nada nos pode separar do amor de Cristo. Este texto coloca claramente o problema da providência de Deus. Paulo está convencido de que nem o horror da morte, nem a angústia da vida, nem os determinismos naturais, nem as fatalidades históricas, podem ter razão contra o cristão: por pior que o mundo vai, eles não barram o desígnio de Deus.

Em Cristo, porém, Deus se volta, amoroso e compassivo, para a humanidade, a fim de salvá-la da perdição. A pessoa humana não tem direito a esta salvação. Mesmo que a pessoa quisesse, não poderia salvar-se por si mesma. A salvação oferecida por Deus é, portanto, gratuita.

Evangelho - Mateus 14,13-21. O texto evangélico deste domingo situa-se nos capítulos que tratam da organização do "novo povo" (cf. Mateus 13,53-18,35). Mateus concentra suas atenções no novo povo de Deus, que é a Igreja.

Nenhum episódio da vida de Jesus Cristo foi relatado com tanta unanimidade como a multiplicação dos pães: encontramos esse episódio nos quatro evangelhos, Marcos 6,32-44, Lucas 9,11-17, João 6,1-15; Mateus 14,13-21. O texto é tão importante que Marcos e Mateus narram cada um duas multiplicações (cf. Marcos 8,1-10 e Mateus 15,32-39) que é um desdobramento da mesma multiplicação.

"Ao desembarcar, Jesus viu a multidão e, cheio de compaixão, curou os doentes". Em seguida mata a fome da multidão faminta com um esplêndido milagre que temos de apreciar em ligação imediata tanto com as curas que Mateus refere sumariamente como com o anúncio do Reino de Deus.

O banquete da vida e o banquete da morte. Herodes celebra seu aniversário, com oferecendo um grande banquete a seus oficiais. É o banquete da morte, isto é, da morte das esperanças do povo. Este considerava João Batista um grande profeta. Ao receber a notícia da morte de João Batista (cf. banquete da morte 14,1-12), Jesus atravessa o lago e vai para o deserto. Volta o cenário do deserto, recordando o êxodo e o projeto alternativo de uma nova sociedade. A expressão "lugar deserto" encontra-se em Mateus, Marcos e Lucas. Desse lugar Jesus emerge como aquele que vem para inaugurar um mundo novo, o Reino da vida. A multidão sai da cidade e o segue. O povo também toma o caminho do deserto. Refaz a experiência do êxodo, pois quer libertar-se do domínio dos poderosos, isto é, da morte.

Ao ver a multidão, Jesus "teve compaixão e curou os que estavam doentes". Em perfeito contraste com Herodes, que matou, Jesus acolhe, liberta e defende a vida. Ele devolve a vida e a esperança às multidões.

Aqui Jesus é o Novo Eliseu, muito mais poderoso que o antigo. Proporcionalmente, com um pão, Jesus pode alimentar 1.000 pessoas; Eliseu só cinco pessoas! Isso mostra que Jesus não é um profeta qualquer: Ele é o Profeta dos profetas. O tema dos restos "doze cestos" traz presente a superabundância dos bens messiânicos. Doze cestos é o número das tribos de Israel e dos Apóstolos.

Mateus concentra toda a sua atenção nos pães que, sé eles, são partidos, distribuídos e recolhidos em doze cestos de vime onde os Judeus colocavam seus alimentos para a viagem; poderia ser uma referencia à Santa Reserva e ao Viático. Destacando a "tarde" (versículo 15) e da "hora avançada" (versículo 16) nos faz pensar na Ceia do Senhor (Mateus 26,20 // Marcos 14,17). A "relva verde" (Mateus 14,18 // Marcos 6,9 // João 6,10) indica a Primavera, estação em que foi celebrada a Páscoa.  

O texto tem um sentido eclesiológico muito profundo. Os Apóstolos são os intermediários entre Jesus e o povo: "Dai-lhes vós mesmos de comer" (Mateus 14,16b // Marcos 6,37a // Lucas 9,13a), "Partindo os pães, deu-os aos discípulos, e os discípulos às multidões" (Mateus 14,19b // 15,36b // Marcos 6,41b // Lucas 9,16b). A dupla insistência de Mateus, Marcos e Lucas pode se entender, na perspectiva da Igreja, tanto no plano da celebração eucarística como no plano do ensino religioso. O milagre da multiplicação aponta para o sacramento da Eucaristia como alimento do novo povo de Deus, a Igreja peregrina, e preanuncia escatologicamente o banquete definitivo do Reino (cf. Mateus 26,29). Enfim, o número de "doze" cestos traz presente o número dos Apóstolos, mas também o das "doze tribos" do Novo Israel, a Igreja.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

A Palavra de Deus deste domingo reflete a realidade histórica de fome de séculos. No Brasil, múltiplas iniciativas visam a acabar com a fome. A realidade da fome e da pobreza é gritante.

No mundo, há milhões de pessoas que, ainda hoje, não tem acesso à comida e à bebida. O maior escândalo é a existência de pelo menos 800 milhões de famintos entre os seis bilhões de habitantes da Terra. Só no Brasil, 36 milhões estão excluídos dos bens essenciais à vida. Nesse sentido, milhões trabalham de sol a sol para assegurar o pão de cada dia. Em toda a América Latina, morrem de fome, a cada ano, milhões de crianças e adolescentes. É deveras uma multidão que "sai das cidades a caminho do deserto", na esperança de algum sinal alternativo de vida digna. "A imensa maioria dos católicos de nosso continente vive sob o flagelo da pobreza" (Documento de Aparecida, 176).

"Jesus viu grande multidão. Teve compaixão deles". Como Jesus, somos convidados a fixar nosso "olhar no rosto dos novos excluídos: os migrantes, as vítimas da violência, os deslocados e refugiados, as vítimas do tráfico de pessoas e seqüestros, os desaparecidos, os enfermos de HIV e de enfermidades endêmicas, os tóxico-dependentes, idosos, meninos e meninas que são vítimas da prostituição, pornografia e violência ou do trabalho infantil, mulheres maltratadas, vítimas da violência, da exclusão e do tráfico para a exploração sexual, pessoas com capacidades diferentes, grandes grupos de desempregados, os excluídos pelo analfabetismo tecnológico, as pessoas que vivem nas ruas das grandes cidades, os indígenas e afro-americanos, agricultores sem terra e os mineiros. A Igreja, com sua Pastoral Social, deve dar acolhida e acompanhar essas pessoas excluídas nas respectivas esferas" (Documento de Aparecida, 402).

A fome de tantos milhões de pessoas é sinal de que o projeto de Deus não é respeitado e de que seu Reino ainda não se completou. Apesar de o próprio Jesus lembrar: "Não só de pão vive o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus" (Mateus 4,4).

Somos responsáveis pela fome no mundo, por aqueles que sofrem sob peso da falta de bens partilhados. "Vocês é que têm de lhes dar de comer". Com nosso trabalho (os discípulos distribuíram à multidão), damos prova de nossa solidariedade. Como discípulos e missionários, somos chamados a contemplar, no rosto sofredor de nossos irmãos, o rosto de Cristo que nos chama a servi-lo neles: "O rosto sofredor dos pobres é o rosto sofredor de Cristo" (Documento de Aparecida, 393). O Documento de Aparecida seque afirmando: "De nossa fé em Cristo nasce também a solidariedade como atitude permanente de encontro, irmandade e serviço. Ela há de se manifestar em opções e gestos visíveis, principalmente na defesa da vida e dos direitos dos mais vulneráveis e excluídos, e no permanente acompanhamento em seus esforços por serem sujeitos de mudança e de transformação de sua situação. O serviço da caridade da Igreja entre os pobres é um campo de atividade que caracteriza de maneira decisiva a vida cristã, o estilo eclesial e a programação pastoral" (394; cf. 372). Portanto, "à partir de nossa condição de discípulos e missionários, queremos estimular o Evangelho da vida e da solidariedade em nossos planos pastorais, À luz da Doutrina Social da Igreja.  Ainda que imperfeito e provisório, nada do que se possa realizar mediante o esforço solidário de todos e a graça divina em dado momento da história, para fazer mais humana a vida dos homens, nada se perderá ou será inútil" (Documento de Aparecida, 400).

Com a multiplicação dos pães, evidencia-se uma das características das comunidades cristãs: a partilha. A comunidade que partilha concretiza a generosidade do Pai, Deus criador, cujo projeto é libertar as pessoas do egoísmo que gera o acúmulo, a fome e a morte. A partilha solidária realiza o milagre da multiplicação e da abundância, em que todos se saciam e ainda sobra para aqueles que virão depois. "Todos eles esperam de ti que a seu tempo lhes atires o alimento: tu o atiras e eles o recolhem, abres tua mão, e se saciam de bens" (Salmo 104,27-28). "Ele dá o pão a todo o ser vivo, porque eterno é seu amor" (Salmo 136,25).

É ilustrativo o modo de proceder da multidão - "e o seguiram a pé". O povo segue o Mestre sem se preocupar com a hora, co o que comer, onde se abrigar à noite etc. É um exemplo de como seguir autenticamente a Jesus, Mestre e Guia. Ele ensinou: "buscai primeiro o Reino de Deus" e o restante vos será dado por acréscimo. Esse Reino é de fraternidade, acolhida, solidariedade, cuidado de uns pelos outros. O que temos que pedir ao Senhor é: "O pão nosso de cada dia nos daí hoje".

Na abertura solidária para os outros, não podemos esquecer que a melhor oferta de pão, que ninguém recusa porque não marginaliza ou exclui, são o amor, a acolhida, o respeito à dignidade de cada pessoa. Talvez esse seja o pão de que mais se tenha fome em nossos dias.

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

O altar é a mesa de todos

Na celebração dominical, ao fazer a memória do Senhor, não nos furtemos do dever de cuidar de nossos irmãos famintos e empobrecidos. O altar é a mesa de todos e para todos, pois deve sinalizar o oposto do que faz este mundo que exclui, segrega e acumula, deixando muitos sem o essencial à vida. A mesa da eucaristia celebra a realidade do Reino que se faz já entre nós: pão e vinho para todos. É a nutrição e a alegria que não se deixam envolver pelo amor misericordioso de Deus que nos convoca e reúne como filhos, para nos saciar de amor.

Já bem no principio da Igreja, a partilha era também um sinal distintivo dos seguidores de Jesus (Atos 4,34). E as comunidades que não entendiam a relação entre a ceia e a atenção aos mais pobres eram duramente criticadas pelos apóstolos (1Coríntios 11,17-22). Também nos primeiros séculos, lemos testemunhos, como o de Hipólito de Roma (séc. III), que recomenda aos diáconos aumentar ao "pão dos pobres" mais algo de seu, quando demorasse mais de um dia para levar-lhes o sustento. Tiago de Sarug (séc. VI) critica os ricos que se envergonhavam de levar seus dons à reunião dominical, para não serem confundidos com os pobres. Em seus escritos, ele elogia os pobres que participam da ceia, oferecendo junto ao pão, seus sofrimentos. O Papa Gregório Magno (se. VII) perguntado sobre a destinação das ofertas levadas para a eucaristia, responde que um quarto das ofertas é dos pobres. Não poucos testemunhos de santos se seguem a estes: Francisco de Assis, Tereza de Calcutá, Vicente de Paula, Beata Dulce da Bahia, pois entenderam sua vocação na perspectiva da eucaristia e dos pobres, respectivamente.

A Eucaristia nos leva à solidariedade

Partir o pão sobre o altar, oferecer o cálice, são gestos simples e proféticos, mas não podem mais passar despercebidos ao exercício da nossa solidariedade. Se o pão da eucaristia não nos remeter ao prato vazio dos necessitados, poderemos estar ainda celebrando indignamente a ceia do Senhor.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Na celebração eucarística, Jesus renova sua compaixão e sacia nossa fome. O que ele fez em favor do povo que o seguia no deserto realiza hoje em nosso favor. Outrora, ele saciou a dome da multidão por meio de seus discípulos. Na atualidade, alimenta a caminhada de seu povo, através de inúmeros gestos de solidariedade dos que se comprometem com ele na edificação de uma sociedade justa e solidária.

Em cada ação eucarística, renova-se o mandato de Jesus: "Façam isto em minha memória". Quer dizer, por nossos gestos de partilha, alimentamos irmãos ou resolvemos suas necessidades materiais, tornamos presente a compaixão de Jesus para com seu povo.

Pela participação na comunhão eucarística, o Senhor nos alimenta e garante para nós um lugar no banquete da assembléia celeste. Tomando parte na "mesa da Eucarística", comendo e bebendo do Corpo e do Sangue do Senhor, comprometemo-nos a partilhar com os irmãos o pão material. Pois, "pelo amor mútuo e, em particular, pela solicitude por quem está necessitado seremos reconhecidos como verdadeiros discípulos de Cristo".

Participando da Eucaristia, o Senhor nos transforma em promotores de comunhão, de paz, de solidariedade, nas diferentes circunstâncias da vida.

6. ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Deus não é apressado. Ele é calmo, sereno, pacífico, a medida certa de todas as coisas. Todos os gestos na Missa (caminhar em procissão, caminhar de um lado para outro, dirigir-se ao Ambão etc.) devem expressar, de alguma maneira, isso que Deus é: serenidade, calma... Sem pressa, portanto, sem correria, sem afobamento. Precisamente por serem expressão do rosto sereno de Deus, nossas celebrações adquirem um tom eminentemente orante.

2. A leitura contínua do Evangelho, harmonizada com a primeira leitura, tirado do Primeiro Testamento, dá a tônica da celebração e apresenta um itinerário de seguimento. Aí temos a espiritualidade a ser vivida durante a semana e a vida toda.

3. Amanhã dia 04, a memória de São João Maria Vianney, presbítero e confessor. Dia 05, memória da Dedicação da Basílica de Santa Maria Maior em Roma, primeiro templo mariano.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 18º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado.A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 18º Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado.

A equipe de canto faz parte da assembléia. Não deve ser um grupo que se coloca à frente da assembléia, como se estivesse apresentando um show. A ação litúrgica se dirige ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. Portanto, a equipe de canto deve se colocar entre o presbitério e a assembléia e estar voltada para o altar, para a presidência e para a Mesa da Palavra.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão gravados no CD: Liturgia VI, CD: Cantos de Abertura e Comunhão e Ofício Divino das Comunidades.

O canto de abertura sugerido pelo Hinário III da CNBB, assumindo a antífona de entrada retirada do Salmo 70/69,2.6 com os versos do Salmo 32/33, é uma ótima opção. É sempre importante recuperar a tradição de cantar os salmos nas celebrações, já que eles contam as maravilhas que Deus realiza por meio da história de seu povo.

 1. Canto de abertura. Tu és meu socorro e libertador (Salmo 69/70,2.6). "Meu Deus, vem libertar-me", CD: Liturgia VI, melodia da faixa 24.

A prova de que estamos num processo de conversão é a caridade, a partilha. A Igreja oferece outras duas opções que retoma de maneira autentica o Evangelho. "Eis, meu povo, o banquete", CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 18 ou no Hinário Litúrgico III da CNBB, pag. 312; "Ó Pai, somos nós o povo eleito", CD: Cantos de abertura e comunhão, melodia da faixa 1.

2. Hino de louvor. "Glória a Deus nas alturas." Vejam o CD: Tríduo Pascal I e II e também no CD: Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso e outros compositores.

O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a "doxologia menor" (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembléia.

3. Refrão para motivar a escuta da Palavra: "Senhor, que a tua Palavra, transforme a nossa vida, queremos caminhar com retidão na tua luz".

4. Salmo responsorial 144/145. O Senhor sacia os seus. "Vós abris a vossa mão e saciais os vossos filhos!", melodia igual a faixa 21, CD: Liturgia VI.

O Salmo responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura. Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e salmo Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.

5. Aclamação ao Evangelho. Não só de pão vive o homem (Mateus 4,4b). "Aleluia... O homem não vive só de pão" CD: Liturgia VI, melodia da faixa 25. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical, página 306.
6. Apresentação dos dons. A escuta da Palavra e colocá-la em prática, deve gerar na assembléia a partilha para que ela possa ser sinal vivo do Reino. Devemos ser oferenda com nossas oferendas. O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração. Neste domingo teria um sentido muito profundo o canto: "Quem nos separará? Quem vai nos separar do amor de Cristo"?, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 21, ou "A mesa santa que preparamos", CD: Liturgia, melodia da faixa 23.

7. Canto de comunhão. O pão do céu (Sb 16,20) ou O pão da vida (João 6,35). Reunidos para celebrar a Eucaristia somos chamados a ter compaixão e partilhar, por isso cantemos: "Tanta gente vai andando à procura de uma luz... dai-lhes vós mesmos de comer", CD: Festas Litúrgicas II, melodia da faixa número 7; "O pão da vida a comunhão, nos une a Cristo e aos irmãos", CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 16.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho de cada Domingo. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o "tom" com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia.Isto significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é compromisso com o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou no Evangelho, nós o comungamos no pão e no vinho. É de se lamentar que muitas vezes são escolhidos cantos individualistas de acordo com a espiritualidade de certos movimentos, descaracterizando a missionariedade da liturgia. Toda liturgia é uma celebração da Igreja e não existem ritos para cada movimento e nem para cada pastoral. Cantos de adoração ao Santíssimo, cantos de cunho individualista ou cantos temáticos não expressam a densidade desse momento. Tipos de cantos que devem ser evitados numa celebração eclesial: "Eu amo você meu Jesus"; "Ti olhar, ti tocar"; "Fica comigo Jesus", "Eu quero subir..."

8. Desafio para os instrumentistas. É transformar as ondas sonoras do violão, do teclado e dos outros instrumentos na voz de Deus, isto é, em sintonia com o coração de Deus. Muitas vezes os instrumentistas acham que para agradar a Deus e o povo é preciso barulho e agitação. É preciso uma conscientização maior dos instrumentistas de que Deus não gosta do barulho. Assim fala o Senhor: "Afasta de mim o barulho de teus cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas" (Amós 5,23). Deus gosta da brisa leve, da serenidade, da mansidão, do silêncio... Veja o exemplo da experiência que o profeta Elias fez de Deus na brisa suave e não na agitação do furacão, nem do terremoto e nem do fogo (1Reis 19,11-13). É preciso muito cuidado com os instrumentos de percussão. As equipes de canto e as bandas barulhentas, não expressam aquilo que Deus é, mas aquilo que os músicos são. "O barulho não faz bem, o bem não faz barulho" (São José Marello). Nossos cantos devem agradar ao Senhor e não descontentá-Lo, "Hoje seja-lhe agradável o meu canto!" (Salmo 102/103,34). O convite aos cantores e instrumentistas é para homenagear o Senhor e cantar de coração de forma suave: "Instalou diante do altar tocadores de harpa, a fim de tornar doce a melodia de seus cânticos" (Eclesiástico 47,9 se for o texto grego é o versículo 11).

8- O ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Preparar bem o espaço celebrativo, de modo que seja acolhedor, aconchegante para que todos se sintam bem na presença de Deus.

2. Seria muito interessante que se preparasse o arranjo floral para a mesa da Palavra utilizando um grande pão partido. Não um pão desenhado ou de isopor, mas pão verdadeiro. Não se trata de uma alegoria, pois não são elementos artificiais querendo indicar uma realidade verdadeira. Mas trata-se de explicitar "plasticamente", exteriorizar através de sinais sensíveis verdadeiros, a verdade profunda da Palavra compartilhada com o Senhor, além de estarmos relacionando diretamente a mesa da Palavra com a Mesa da Eucaristia.

9. AÇÃO RITUAL

Celebramos a solidariedade e o amor de nosso Deus, que se fez pão e vinho, compartilhados para nossa saciedade e para nutrir a nossa capacidade de amar e de servir. Sempre que celebramos a eucaristia, colocamo-nos diante de Jesus, aquele que sentiu compaixão da multidão faminta. Também nos colocamos diante dos pobres, aqueles que são os principais destinatários do reino.

Ritos Iniciais

1. Valorizar a participação e a atuação dos ministros e servidores leigos nas diferentes partes e momentos da celebração; os discípulos tiveram um papel importante no milagre da multiplicação dos pães.

2. Cantar como canto de abertura "Eis meu povo o banquete", como indicamos em Música Ritual, nº 7.

3. A primeira realidade que afirma a presença da divindadeé a assembleia reunida. Ela é o primeiro sinal da presença de Deus. A antiga saudação presidencial, preservada nos ritos iniciais, comunica este fato. A Instrução Geral ao Missal Romano nos diz: "pela saudação, expressa à comunidade reunida a presença do Senhor". A dinâmica desta saudação é muito significativa: primeiramente saúda-se o Altar com o beijo, pois o Altar é Cristo. Em seguida, este beijo se abre em forma de saudação à assembleia, que também é Cristo. Por isso, mais do que nunca, urge abandonar os comentários, saudações convencionais (bom dia, olá irmãos e irmãs, etc,) sobretudo antes da saudação inicial. Bom dia e boa noite não é saudação litúrgica. Há uma pedagogia inerente aos gestos e palavras que inclui a ordem em que se apresentam.

4. Para solenizar este rito, sugerimos cantá-lo conforme melodia proposta no site www.calbh.com.br. Lembremo-nos, ainda, que o sinal da cruz consta apenas do seguinte texto. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Sem acréscimos, por mais bonitos que, subjetivamente, possam parecer.

5. Lembrar, na acolhida, nas preces da comunidade e nos ritos finais, a vocação sacerdotal e que 4 de agosto é dia de São João Maria Vianney e dia do sacerdote;

6. A saudação presidencial, já predispondo a comunidade, pode ser a fórmula "d" do Missal Romano (Romanos 15,13). Depois disso é que se propõe o sentido litúrgico e não antes do canto de entrada.
O Deus da esperança, que nos cumula de toda alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.

7. Em seguida, dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono ou outro ministro devidamente preparado (Missal Romano página 390). Pode ser com estas palavras o sentido litúrgico da celebração ou outras semelhantes:

Domingo da multiplicação dos pães. O Senhor manifesta a Sua compaixão para conosco e não nos deixa ir embora sem comer. Abençoa o pouco que temos e multiplica nosso alimento! Comendo com Ele, satisfeitos, assumimos a sua Palavra: "Dai-lhes vós mesmos de comer"!

8. Após a saudação presidencial e o sentido litúrgico, seria oportuno recordar a ação de Deus neste Domingo a ação de Deus, trazendo a memória de experiências nas quais o Senhor tenha agido com compaixão, demonstrando salvação.

9. O Ato penitencial tem a finalidade de aprofundar o sentido social do pecado e, ajudados pela Palavra de Deus, suplicar a misericórdia do Senhor. Não se trata de usar o Ato penitencial para pedir perdão, mas para lembrar que somos pecadores e queremos entrar num processo contínuo de conversão para que possamos partilhar com os necessitados.

10. Quem preside convida os fiéis à penitência com a Fórmula 2 do Missal Romano, página 391:

No início desta celebração eucarística, peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus e com os irmãos e irmãs.

Após um momento de silêncio, pode-se usar a opção 5 das Invocações alternativas para o Tempo Comum, Missal Romano, página 394:

Senhor, que sois a plenitude da verdade e da graça, tende piedade de nós.
Cristo, que vos tornastes pobre para nos enriquecer, tende piedade de nós.
Senhor, que vistes para fazer de nós o vosso povo santo, tende piedade de nós.

11. Cada Domingo é Páscoa Semanal, canta com exultação o Hino de louvor (glória).

12. A oração do dia nos mostra que Deus, é Criador e guia, peçamos que Ele manifeste a sua bondade na criação e a conserve renovada.

Rito da Palavra

1. Cada vez mais, cai em desuso os chamados "comentários" antes das leituras. São, inclusive, dispensáveis, sendo preferível o silêncio ou um refrão meditativo que provoque na assembleia aquela atitude vigilante para a escuta e consequentemente acolhida da Palavra de Deus. Sugerimos, neste caso, antes de iniciar a Liturgia da Palavra, um refrão: "Senhor que a tua Palavra transforme a nossa vida, queremos caminhar com retidão na tua luz"; "A vossa Palavra Senhor, é sinal de interesse por nós".

2. Após a homilia, propor à comunidade um momento de reflexão, meditando a relação entre fé e solidariedade e examinando nossa capacidade de ser atentos aos mais sofridos e empobrecidos.

Rito da Eucaristia

1. O pão e vinho são sinais trazidos do seio do mundo, para que sejam "fecundados" pela graça de Deus e se tornem morada do Mistério e todos que deles participarem possam ser beneficiados pela presença de Deus. Assim, pão e vinho consagrados se tornam imagem do mundo e da humanidade redimida, imagem da própria Igreja - Corpo de Cristo, como entendia Santo Agostinho.

2. Aqui se nota a importância de se manter sempre vivo o costume da procissão dos dons feita por membros da comunidade de fé. Embora já não se traga o pão para a celebração, das casas, como em outras épocas, é salutar que não se perca o sentido de apresentar o mundo e a humanidade nos sinais do pão e vinho, frutos do suor e trabalho humanos a ser submetidos ao trabalho divino (= consagrar/ santificar/ eucaristizar). Cantar a glória do Reino teu por toda a terra.

3. Destacar o momento da procissão e apresentação dos dons eucarísticos do pão e do vinho, acompanhados de outras oferendas da comunidade, especialmente de donativos a serem distribuídos aos mais necessitados conforme o Evangelho.

4. Na oração sobre as oferendas suplicamos a Deus a santificação das oferendas e "fazei de nós uma oferenda eterna para vós".

5. Destacar, de maneira bem visível, nos ritos de comunhão, o gesto do ministro na "fração do pão", enquanto se canta o "Cordeiro de Deus", para que a assembléia participe ativamente deste momento em que o Corpo de Cristo é partido e repartido.

6. Após o rito da fração do pão, o presidente da celebração, convida a assembleia a se aproximar do banquete eucarístico. Nesse Domingo é muito oportuno o convite à comunhão Salmo 33,9:

Provai e vede como o Senhor é bom; feliz de quem nele encontra o seu refúgio.

7. A comunhão expressa mais nitidamente o mistério da Eucaristia quando distribuída em "duas espécies", como ordenou Jesus na última ceia, "tomai comei, tomai bebei". Vale todo esforço e tentativa no sentido de se recuperar a comunhão no Corpo e Sangue do Senhor para todos, conforme autoriza e incentiva a Igreja. "A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob essa forma se manifesta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai" (IGMR, nº 240). Pelo menos aos Domingos, Páscoa semanal dos cristãos, é muito oportuno que a comunhão seja feita sob as duas espécies para toda a assembleia. Neste Domingo cumprindo o mandato do Senhor que nos alimenta com seu Corpo e Sangue, pois se compadece de nós.

Ritos Finais

1. Na oração depois da comunhão, contemplamos o Senhor que acompanha seus filhos e filhas, e nos renova com o pão do céu, para que sejamos dignos da salvação eterna.

2. Convidar o conselho da comunidade para, antes da bênção final, tomar os donativos levados até junto do Altar com o pão e o vinho da Eucaristia e os encaminhar aos vicentinos ou a uma organização comunitária de atendimento aos necessitados;
3. Na bênção em nome da Santíssima Trindade levem-se em conta as possibilidades que o Missal Romano oferece (bênçãos solenes, na oração sobre o povo). Ela expressa que a ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões, também políticas e sociais. É muito oportuno neste Domingo o número 23 das Orações sobre o Povo do Missal Romano, onde suplicamos a Deus que sejamos "fiéis na oração e sinceros no amor fraterno", página 534.

4. As palavras do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Socorrei os necessitados e famintos e o Senhor vos dará a recompensa. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

5. É comum além, de entrar em procissão no início da celebração guiados pela cruz, também retirar-se do espaço sagrado em procissão, igualmente guiados pela cruz.

6. Organizar um momento fraterno (ágape), para, após a bênção e o envio missionário, a comunidade nele tomar parte; pode ser repartido o pão que se levou ao altar na apresentação dos dons e que foi abençoado no final da celebração.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os dons materiais que o Pai nos concede são instrumentos para a nossa relação com Ele. Precisamos entender que todos os bens da criação pertencem ao Pai Celeste, Ele criou todas as coisas e colocou à disposição do ser humano para que ninguém morra de fome.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
        
Pe. Benedito Mazeti

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