quinta-feira, 28 de agosto de 2014

22o DOMINGO DO TEMPO COMUM - 31 de agosto de 2014

 Jeremias 20,7-9
 Salmo 62/63,2-6.8-9
 Romanos 12,1-2
 Mateus 16,21-27

“SE ALGUÉM QUER ME SEGUIR, RENUNCIE A SI MESMO,TOME A CRUZ E ME SIGA”

1- PONTO DE PARTIDA

Domingo da renúncia para seguir Jesus. Renúncia de tudo para seguir livremente 

a Jesus. Quem deseja “ver e seguir Jesus, fazendo Dele Caminho, Verdade e Vida”, 

ouve imediatamente o apelo: “Renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. É a 

certeza de que caminhar com Ele implica entrega e doação radical.

Não é fácil renunciar a bens e privilégios, mas Jesus nos pede que abandonemos 

muitas coisas para poder segui-Lo com fidelidade. Convidados a esse seguimento, 

celebramos a Páscoa de Jesus que se revela e amadurece nas inúmeras pessoas e 

comunidades que, renunciando a si mesmas e carregando a cruz, doaram sua vida em 

favor das causas do Evangelho.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos

Primeira leitura – Jeremias 20,7-9. Diante das zombarias do povo por 

causa de sua palavra profética, Jeremias faz o seu desabafo para Deus. No meio das 

dificuldades da missão, ele faz a Deus uma oração.

O profeta Jeremias parece ter sido profundamente marcado por uma psicologia 

depressiva. Já no começo do reinado de Joaquim, um violento requisitório contra o culto 

do Templo de Jerusalém leva-o a um processo por sacrilégio, do qual saiu absolvido 

(Jeremias 26,24), mas profundamente mortificado. A leitura litúrgica de hoje é apenas 

um breve trecho de uma coletânia autobiográfica (Jeremias 20,7-18) onde o profeta 

amaldiçoa o dia de seu nascimento, exprime sua confusão diante do ódio que o cerca e 

não hesita em comparar o apelo de Deus a um ato de sedução. 

Contudo, erraríamos vendo nessas confissões de Jeremias apenas uma expressão 

de uma alma deprimida. As “Confissões” (aliás, como vários salmos) são redigidas 

na primeira pessoa do singular, mas nem por isso devem ser interpretadas apenas 

de maneira individualista! O “Eu”, de fato, é habitual nas preces coletivas do povo, 

principalmente onde a assembléia litúrgica toma consciência de seu papel de mediação 

entre Deus e o seu povo. Jeremias assume, pois, nessas confissões, um papel litúrgico: 

depois de ter proclamado ao povo a vontade de Deus, ultrapassa seu caso pessoal e 

volta-se para Deus a fim de formular uma prece de intercessão e descrever, sob forma 

de lamentação, a miséria de Israel. No versículo 7a, o profeta dá a chave de toda a 

passagem: “Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir; foste mais forte, tiveste mais 

poder”. Deus o seduziu, seduziu o povo, sua esposa. O drama vivido pelo profeta ou 

pelo povo não é, enfim, senão a necessária repercussão do mistério de Deus na vida 

de cada pessoa humana. Sem dúvida, aquele que só retém de Deus uma idéia ou uma 

definição jamais experimentará o drama de seu encontro e jamais terá que despojar-se 

de si próprio e de perder-se para identificar-se com a vontade de Deus.

Jeremias nas suas Confissões, abre o coração e expressa as dificuldades e o 

insucesso de sua missão de anunciar a Palavra do Senhor em um ambiente de ódio. 

As Confissões de Jeremias permitem um olhar na vida de oração do profeta. Consiste 

em um diálogo de seu coração com Seu Deus O que mais o angustia é o silêncio de 

Deus. Isto é, não vê nenhum sinal de sua atuação que confirme a verdade da pregação 

dirigida aos concidadãos. Pessoalmente, o profeta tem consciência do chamado de 

Deus e da missão de falar ao povo em nome do Senhor. Vive um profundo dilema entre 

o insucesso da missão e o fogo ardente da Palavra que deve anunciar e que não lhe 

permite calar. Na missão, o profeta experimenta a violência de Deus e da sua Palavra. 

Da Palavra que não surte resultados imediatos brota o grito de lamento e de sofrimento 

e de sofrimento de Jeremias em relação a Deus, que se transforma em oração e em 

aceitação obediente à sua vontade.

Mesmo em seu mistério fulgurante, Deus jamais esmaga a liberdade. A pessoa 

pode deixar-se “seduzir”, pois ele se dá assim a quem tem o direito de tomá-lo. Eis a 

razão de ser da “obediência de Cristo na Cruz”, à qual a celebração da Eucaristia nos 

convida a nos unirmos.

Salmo responsorial – Salmo 62/63,2-6.8-9. É um salmo de súplica e de 

confiança em Deus durante uma perseguição. Desde o início domina o tom de 

intimidade e o sentimento intenso. Agora é uma saudade experimentada quase como 

necessidade biológica de água. . A alma tem sede Dele; o corpo O deseja. É todo o ser 

da pessoa (alma e corpo) que procura ansiosamente a Deus. Há uma imagem forte: a 

terra seca, esgotada e sem água (versículo 2b).

A saudade se intensifica, recordando uma experiência intensa no santuário, 

quando a pessoa humana chega a sentir e a “contemplar” a presença de Deus que se 

manifesta no culto como “poder e glória”. A experiência religiosa fundamenta o louvor 

futuro e a esperança de novas alegrias, participando do culto a Deus.

A união com Deus é uma profunda experiência religiosa, a vida “liga-se” a 

Deus, e nisso consiste o “amor” que “vale mais do que a própria vida”.

O rosto de Deus no salmo. Deus é nomeado três vezes no salmo, e seu rosto já 

foi, em parte, apresentado. Mas é oportuno ressaltar que o salmista, sem Deus, é como 

se estivesse morto, incapaz de viver ou produzir vida (versículo 2b). Tudo no corpo e 

na alma dele anseia por Deus, e este se torna abrigo e sustento (versículo 8-9). Fica bem 

claro que o rosto de Deus é “socorro”.

Para entender como o salmo ressoa em Jesus, basta ver o que se disse dos salmos 

de súplica. É bom recordar à luz da sede, o que Jesus disse de si e de quem anseia por 

Ele em João 7,37b-38: “Se alguém tem sede, venha a mim, e aquele que acredita em 

mim, beba. E como diz a Escritura: ‘Do seu seio jorrarão rios de água viva’ ”.

O cristão repete a experiência religiosa, encontrando seu Senhor presente no 

templo e no culto: na manifestação de sua glória, no banquete eucarístico, nos cantos 

litúrgicos da assembléia, na graça e união íntima. E esta maravilhosa experiência o 

enche de saudade, como uma sede total daquela união plena e definitiva no santuário do 

céu.

Agradeçamos ao Senhor porque nos socorre em nossas fraquezas e peçamos que 

Ele nos dê a graça de viver na intimidade do seu amor:

A MINH’ALMA TEM SEDE DE VÓS,

COMO A TERRA SEDENTA, Ó MEU DEUS!

Segunda leitura – Romanos 12,1-2. O apóstolo Paulo, no capítulo 12 da Carta 

aos Romanos, ressalta o comportamento cotidiano do cristão. A vida cristã caracteriza-
se por uma contínua busca da vontade de Deus, no cotidiano da vida.

A renovação do julgamento leva o cristão a não um não conformismo radical: 

“Não vos conformeis com o mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira 

de pensar e de julgar...” (versículo 2). Para Paulo, o fato de pertencer a um mundo 

espiritual, e não ao mundo terrestre, dá ao cristão a possibilidade de não modelar-
se exclusivamente pelo mundo terrestre. Frente à propaganda e da publicidade que 

“modelam” o povo, o cristão buscará em sua fé a resistência necessária.

Jesus já direcionava por um caminho novo, onde o Templo de Jerusalém não 

eras mais a linha mestra (cf. Mateus 12,6; João 4,20-24), anunciando que o lugar do 

culto espiritual era o coração das pessoas, em oposição aos sacrifícios ritualistas e 

formais dos pagãos e judeus. Surgiu assim um culto diferente, pois os fiéis são os 

membros de Cristo, lugar da nova presença de Deus no meio das pessoas e do novo 

culto que deve ser rendido ao Pai. Agora a comunidade cristã substitui o Templo de 

Jerusalém e os templos, pois o Espírito que nela habita (1Coríntios 3,16) faz verdadeiro 

seu culto (João 4,23).

Na doação de seu corpo e de sua pessoa a Deus, o cristão vive a moral cristã 

que não consiste senão a imitar a Deus (Efésios 5,1-2; Lucas 6,36) e conseqüentemente 

fazer a sua vontade. À misericórdia de Deus, o cristão responde com a oferta de si, na 

comunidade e com ela.

Ser cristão no mundo, agir no mundo, aprender a viver com os outros é, 

portanto, para o cristão, um culto em um culto a Deus. Eis aí uma conseqüência do fato 

de que o Calvário não foi primeiro uma liturgia, mas um momento de vida humana 

vivida por Jesus como um culto. Somos salvos, não por um ato de culto, mas por ações 

concretas, situada no coração do mundo e da história, isto é, ações que promovam a vida 

das pessoas (cf. Hebreus 7,13). 

Aquele que vive o culto espiritual em pleno mundo não pode, pois, rejeitar a 

ação de graças explícita em que a vida terrestre é vivida como um dom de Deus e a 

vida social como uma espera para o Reino. Sem o culto terrestre, isto é, nossa doação 

em pleno mundo, a liturgia eucarística e as palavras que nela se proferem sobre Deus 

são vazias de sentido e tornam-se formalismo e fachada. Sem a nossa doação em 

pleno mundo, isto é, sem o nosso testemunho, a liturgia eucarística não poderia enviar 

participantes para a missão em pleno mundo.

Podemos, assim, distinguir dois momentos complementares, às vezes chamados 

de “liturgia-celebração” (liturgia em sentindo restrito) e “liturgia-vida” (liturgia em 

sentido amplo, também chamada de liturgia da história). Somos convidados a fazer 

de toda a nossa vida uma liturgia em sentido amplo, decorrente da liturgia enquanto 

celebração do mistério cristão. Uma não existe sem a outra. 

O cristão tem função de fermento, não pode aceitar o mundo como ele é, fará 

que surja um mundo novo. Esta transformação, por sinal, já foi anunciada por Cristo. Já 

está presente no mundo, e o cristão deve levá-la até o fim. Nisto consiste o verdadeiro 

culto, a santificação dos cristãos no mundo e com o mundo que ele transforma.

Evangelho – Mateus 16,21-27. No texto litúrgico de hoje, Jesus começa 

fazendo o anúncio do mistério de sua pessoa e de sua Paixão e Ressurreição. Esta 

passagem compreende o primeiro anúncio da Paixão (versículos 21-22). O modo como 

Jesus vai morrer nunca é definido nos anúncios da Paixão. Só encontramos a referencia 

à crucificação num texto (Mateus 20,19). Não é uma referencia à “cruz” do versículo 

24, que basta para provar que Jesus anunciava assim o modo de sua morte. Às vezes, 

em outro lugar, Ele parece pressentir sua morte por lapidação (Mateus 23,37). Trata-se, 

pois, de fazer compreender que o destino doloroso de Jesus de Nazaré é decisivo para a 

história da humanidade.

A inspiração bíblica desses anúncios da paixão é, aliás, evidente. Ela serve 

para situar o acontecimento da Páscoa de Jesus na perspectiva histórica da salvação. 

No trecho de hoje, notamos por exemplo a palavra “sofrer” (versículo 21); cf. Mateus 

17,12; Marcos 8,31; 9,12; Atos 1,3; 3,18; 17,3; 1Pedro 2,21-23; 4,1) que pertence a 

Isaias 53,4-11 e aí significa “carregar um fardo pesado”, “ser cumulado de provações”. 

Esta é, pois, uma maneira de ligar o mistério de Cisto ao do Servo sofredor.

A situação existencial e histórica em que se encontra o cristão nasce da fé em 

Jesus como Messias-Sofredor. Esta fé é de origem divina, vem do Pai celeste, não de 

origem humana. Mas esta fé divina, tem certos apoios humanos, a saber, as palavras e 

obras de Jesus que fazem reconhecer Nele um homem fora do comum, isto é, Homem-
Deus.

A confissão de Pedro de que Ele é o Messias, o Filho de Deus. A réplica de 

Jesus que Pedro deve esta confissão a uma revelação divina. Até então Pedro estava do 

lado de Jesus. Após o anúncio da Paixão o mesmo Pedro que confessou Jesus como “o 

Messias, o Filho do Deus vivo”, agora passa para o outro lado dos homens e, em última 

análise, de Satanás, isto é, segundo s própria etimologia da palavra “satanás”, para a 

oposição. Todos os desvios humanos representam um perigo constante para a fé divina 

e uma tentação, que não vem de Deus, mas dos homens e, em última análise, de Satanás 

(cf. versículo 23). O evangelista Mateus certamente quis acentuar que a existência do 

cristão está situada entre os dois pólos, o Pai e Satanás.

O caminho da cruz é marcado com urgência de ir a Jerusalém, cidade centro 

do poder político e religioso. Lá será preso, torturado e condenado à morte, mas 

ressuscitará no terceiro dia. Uma realidade dura demais para a cabeça de Pedro. O 

discípulo que professara sua fé no Messias, “Filho de Deus vivo”, não consegue 

entender as conseqüências de sua missão messiânica. Simão Pedro, que não compreende 

o mistério do Filho de Deus, propõe uma alternativa e repreende a Jesus: “Deus não 

permita tal coisa, Senhor! Que isto nunca te aconteça!”. Ele, a exemplo do povo judeu, 

está enraizado a um messianismo poderoso e triunfalista.

Duas condições básicas, segundo Mateus, são necessárias para o seguimento 

de Jesus: renunciar a si mesmo e tomar a cruz. Portanto, renunciar quer dizer arriscar a 

própria vida por amor dos bens escatológicos que já estão ao alcance das mãos. Tomar 

sua cruz aqui significa arrepender-se e entregar-se totalmente a Deus; arriscar a própria 

vida na sua Palavra; assumir os sofrimentos e as dificuldades da vida que terminam na 

ressurreição; realizar, então, o plano de Deus, isto é, caminhar cada dia no cumprimento 

dos próprios deveres buscando realizar o próprio ideal nos acontecimentos; acompanhar 

o Cristo na caminhada da fé sem procurar desculpas e justificativas. Este é o verdadeiro 

martírio, isto é, testemunha. Depois de assumir tudo isso, o discípulo, então, segue o 

Mestre.

É preciso renunciar toda segurança pessoal e aceitar os conselhos do Mestre 

(sentido rabínico da expressão: “seguir alguém”), não somente na teoria, mas na prática 

(“tomar a sua cruz”, versículo 24). Nesta perspectiva, salvar a sua vida é abandonar 

o grupo de Jesus, julgado perigosamente revolucionário, para manter-se seguro; 

perder sua vida é arriscá-la, mantendo sua filiação ao grupo, versículo 24. O discípulo 

que perde a vida tem a grande vantagem: a entrega total a Jesus. A única forma de 

realização total será sempre viver para os outros. Esse é o caminho da cruz.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

A compreensão da Boa-Nova de Jesus constitui o fundamento da vida e da 

espiritualidade cristã, entendida como seguimento no cotidiano da existência. Querer 

ver e contemplar o Cristo glorioso é fácil e consolador. Mas o Cristo do Evangelho, 

apresentado como modelo da prática e fonte de inspiração, é o Mestre que convida ao 

seguimento, pela renúncia total e pelo carregar a própria cruz. Pois quem deseja ser fiel 

ao projeto do Reino deverá identificar-se com o Servo Sofredor, abandonando uma vez 

por todas a mentalidade do falso messianismo triunfalista.

Os primeiros cristãos tinham o mesmo desejo de seguir e viver como discípulos. 

Procuravam ter em seu coração os sentimentos que animavam Jesus (cf. Filipenses 

2,5). Queriam segui-Lo a ponto de ser um com Ele, tanto na vida como na morte e 

ressurreição. Mas o caminho era exigente e tornou-se fonte de muitas tensões, para 

as quais não havia respostas prontas. Pedro, ao repreender Jesus, revela a tentação da 

comunidade cristã, ou seja, recuperar o modo de pensar e de agir dos fariseus e dos 

escribas.

O seguimento supõe vinculação, adesão à pessoa de Jesus. Vinculando-se 

à pessoa de Jesus, o seguidor(a) adere à sua causa, aos seus ideais e à sua missão e 

transforma-se “num pescador de homens” para o Reino e num mensageiro da paz (cf. 

Mateus 10,12s).

O seguimento requer renúncia dos próprios conceitos acabados, ruptura das 

velhas seguranças, abandono dos projetos pessoais. Ao lado de Jesus não há espaço para 

outros mestres. Para os seguidores dos rabinos, era recomendado que, no processo de 

aprendizagem, tivessem diversos mestres. Aos seguidores de Jesus, ao contrário, era-
lhes ensinado: “Um só é o vosso Mestre” (Mateus 23,8.10).

A adesão incondicional a Jesus Cristo prolonga-se até a paixão, morte e 

ressurreição. Ao assumir o projeto e as atitudes de Jesus deixam o discípulo exposto às 

injúrias, à rejeição e à agressão. Isto é, os seguidores de Jesus acompanham o Mestre no 

caminho da cruz e no sacrifício: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome 

a sua cruz e me siga” (versículo 24). “Quem não carregar a sua cruz e não caminhar 

atrás de mim, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14,27).

A opção de seguir Jesus, Caminho, Verdade e Vida, traz consigo a exigência 

da disponibilidade do discípulo e da discípula a tudo o que o Mestre lhe solicitar na 

realização da missão. Jesus vivia existencialmente cativado pelo Reino. Anunciar o 

Reino, torná-lo presente, comunicá-lo, é missão de quem opta com radicalidade pelo 

seguimento. A causa do Reino é tão apaixonante e tão absorvente que todo os resto é 

relativo e provisório.

No sentido amplo da Palavra, toda pessoa de fé é seguidora de Jesus Cristo, 

aderindo a sua pessoa, comprometida com sua causa, convidada a compartilhar do 

seu destino: morte e ressurreição, sofrimento da cruz e alegria pela vitória. A Igreja é 

sacramento de Cristo porque é seguidora Dele, e Cristo é sacramento fontal do Pai. É o 

novo povo de Deus que o Espírito Santo conduz nas pegadas do Senhor crucificado e 

ressuscitado. No tempo da continuidade da missão de Jesus, até sua plena realização, o 

seguimento é obra do Espírito Santo.

A assembléia litúrgica é o momento para percebermos mais profundamente a 

pobreza com que Deus se aproxima de nós nos sinais da Palavra e da Eucaristia. Ele nos 

chama a descobrirmos, nesta pobreza, o mistério inefável do seu amor.

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

Somos congregados pela mesa da Palavra e da Eucaristia

O verdadeiro louvor ao Pai é assumir, na vida, o que Jesus mostrou: o amor se 

traduz em doação. Na reunião da comunidade cristã, celebrando o mistério da vida de 

Cristo, alimentamo-nos com o dom do Pai e, assim, somos enviados a colher os frutos 

que o Reino traz. O amor de Deus, em Jesus, pelo Espírito, consagra-nos em torno das 

mesas para estreitar-nos os laços desse mesmo amor, que nos une no seio da Trindade e 

na vida com os irmãos e irmãs: “O amor de Cristo nos uniu!”

Seduzir pela entrega total a Cristo

A doação total de Jesus para nos tornar um com Ele e o Pai, é motivo para que 

nos deixemos seduzir por tal entrega e para que a vivamos, combatendo as tentações 

do poder e o conseqüente distanciamento daquilo que o Reino de Deus é. Da negação 

da vontade de amor do Pai à postura de rompimento com o mundo, transformando-o na 

plenitude da boa obra de Deus, em Jesus Cristo.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Hoje, ao participarmos, em comunidade, da celebração eucarística, o Senhor nos 

revela e nos insere em seu mistério redentor, que tem caminho a cruz, a paixão. Como 

no passado, no tempo presente, Jesus sai ao encontro das pessoas, convidando-as a 

segui-Lo. Como o profeta Jeremias “deixamo-nos seduzir pelo Senhor”. Na Eucaristia, 

Cristo unindo-nos a Ele, nos atrai para dentro de seu mistério.

A participação na mesa da Eucaristia, com a conseqüente identificação ao ser 

e à prática de Cristo, transforma nosso modo de pensar e de agir. Ajuda-nos na busca 

das coisas com a mente e a vida renovadas (cf. Efésios 4,23). Assim iluminados pelo 

encontro com Cristo-luz, nos será possível, com maior facilidade, discernir a vontade do 

Pai, aquilo que é bom e que lhe agrada.

Neste dia, a comunidade reza: “Renova-nos com o teu Espírito de verdade, 

ó Pai, para que não nos deixemos seduzir pelas solicitações deste mundo, mas como 

verdadeiros discípulos e discípulas, convocados por tua Palavra, saibamos discernir 

aquilo que é bom e te agrada, para carregar a cruz de cada dia no seguimento de Cristo, 

nossa esperança”.

A Eucaristia, ceia memorial da Páscoa do Cristo, renova nosso seguimento de 

Jesus Cristo, porque renova a fé e os compromissos dos batizados.

6. ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Preparar bem a celebração. A preparação feita por uma equipe que tenha 

formação litúrgica adequada pode assegurar uma celebração mais autêntica do mistério 

pascal do Senhor, assim como a ligação como os acontecimentos da vida, inseridos 

neste mesmo mistério de Cristo (cf. Doc. da CNBB 43, n. 211). Garantir que o povo 

de Deus exerça o direito e o dever de participar segundo a diversidade de ministérios, 

funções e ofícios de cada pessoa (Doc. da CNBB 43, n. 212; Sacrosanctum Concilium, 

n.14). Preparar a celebração e utilizar de uma metodologia – um caminho.

2 Lembrar que, no dia 03 de setembro, a Igreja faz memória de São Gregório 

Magno. Ele foi um santo e humilde papa. 

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora 

para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na 

liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com 

cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, 

não basta só saber que os cantos são do 22o Domingo do Tempo Comum, é preciso 

executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que 

a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de 

canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 22o 

Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, 

com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que a 

“equipe de canto” faz parte da equipe de liturgia.

A equipe de canto faz parte da assembléia. Não deve ser um grupo que se coloca 

à frente da assembléia, como se estivesse apresentando um show. A ação litúrgica se 

dirige ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. Portanto, a equipe de canto deve se colocar 

entre o presbitério e a assembléia e estar voltada para o altar, para a presidência e para a 

Mesa da Palavra.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por 

objetivo, além de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR no 47). 

Nesse sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão 

gravados no CD: Liturgia VI e CD: Cantos de Abertura e Comunhão e Ofício Divino 

das Comunidades.

1. Canto de abertura. O clamor do pobre (Salmo 85/86,3.5) “Senhor, de mim 

tem piedade”, CD: Liturgia VII, melodia da faixa I, exceto o refrão. Outra ótima opção 

é o canto: “Povo que és peregrino, em busca da salvação”, Hinário Litúrgico III da 

CNBB, pág. 319.

2. Ato penitencial. “Senhor, que fazeis passar da morte para a vida quem ouve 

vossa Palavra, tende piedade de nós”. Missal Romano, pág. 397.

3. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal 

I e II e também no CD Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do 

Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria 

Reginaldo Veloso e outros compositores.

O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, 

isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. 

O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) 

se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e 

imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor 

não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). 

O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da 

CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembléia. 

4. Refrão para motivar a escuta da Palavra: “Senhor, que a tua Palavra, 

transforme a nossa vida, queremos caminhar com retidão na tua luz”.

5. Salmo responsorial 62/63. Busca de auxílio junto a Deus. “A minh’alma tem 

sede de vós como a terra sedenta, ó meu Deus”, CD: Liturgia VII, melodia da faixa 3.

O Salmo responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira 

leitura. Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura 

para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e salmo Palavra 

resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de 

Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.

6. Aclamação ao Evangelho. Nossa vocação (Efésios 1,17-18). “Aleluia... Que 

o Pai do Senhor Jesus Cristo nos dê o saber do Espírito” CD: Liturgia VII, melodia 

da faixa 6. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no 

Lecionário Dominical.

7. Canto após a homilia. “Salve, ó Cruz libertadora!”, CD: Festas Litúrgicas 

IV, melodia da faixa 6. Seria interessante cantar o refrão e somente a primeira estrofe. 

Outra opção é o refrão: “Ninguém pode se orgulhar a não ser nisto”, CD: Tríduo Pascal 

I, faixa 2. Esta segunda opção seria apenas o refrão.

8. Apresentação dos dons. O canto de apresentação das oferendas, conforme 

orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é 

o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração. 

Neste Domingo podemos cantar: “Nossa glória é a Cruz, onde nos salvou Jesus”, CD: 

Festas Litúrgicas IV, melodia da faixa 8. Outra opção é o canto: “As mesmas mãos que 

plantaram a semente aqui estão”, CD: Liturgia VII, melodia da faixa 4.

9. O canto do Santo. Um lembrete importante: para o canto do Santo, se for o 

caso, sempre anunciá-lo antes do diálogo inicial da Oração Eucarística. Nunca quando o 

presidente da celebração termina o Prefácio convidando a cantar. Se o (a) comentarista 

comunica neste momento o número do canto no livro, quebra todo o ritmo e a beleza da 

ligação imediata do Prefácio como o canto do Santo.

10. Canto de comunhão. “A bondade de Deus para quem o venera (Salmo 

30/31,20). A respeito da Cruz de Cristo Paulo afirma: “Quanto a mim, não aconteça 

gloriar-me a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por quem o mundo está 

crucificado para mim e eu para o mundo”, (Efésios 6,14). A melhor opção para o canto 

de comunhão neste Domingo, em que somos chamados a tomar a nossa cruz e entrar 

no seguimento de Jesus, é o canto: “Ninguém pode se orgulhar a não ser nisto”, CD: 

Tríduo Pascal I, melodia da faixa 2. Outra ótima opção é o canto: “Vitória, tu reinarás”, 

Hinário Litúrgico II da CNBB, pág. 307 que é uma letra mais bíblica. Temos ainda mais 

duas opções: “Na glória do eterno Pai, o Filho do Homem virá”, Hinário Litúrgico III da 

CNBB, pág. 254-255; “Como é grande, Senhor, vosso amor!”, Hinário Litúrgico III da 

CNBB, pág. 387,395.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho de cada Domingo. 

Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos 

é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo 

se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-
litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da 

Eucaristia. Isto significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é compromisso com 

o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou no Evangelho, nós 

o comungamos no pão e no vinho. É de se lamentar que muitas vezes são escolhidos 

cantos individualistas de acordo com a espiritualidade de certos movimentos, 

descaracterizando a missionariedade da liturgia. Toda liturgia é uma celebração da 

Igreja e não existem ritos para cada movimento e nem para cada pastoral. Cantos 

de adoração ao Santíssimo, cantos de cunho individualista ou cantos temáticos não 

expressam a densidade desse momento.

11. Desafio para os instrumentistas. É transformar as ondas sonoras do violão, 

do teclado e dos outros instrumentos na voz de Deus, isto é, em sintonia com o coração 

de Deus. Muitas vezes os instrumentistas acham que para agradar a Deus e o povo é 

preciso barulho e agitação. É preciso uma conscientização maior dos instrumentistas de 

que Deus não gosta do barulho. Assim fala o Senhor: “Afasta de mim o barulho de teus 

cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas” (Amós 5,23). Deus gosta da brisa leve, 

da serenidade, da mansidão, do silêncio... Veja o exemplo da experiência que o profeta 

Elias fez de Deus na brisa suave e não na agitação do furacão, nem do terremoto e nem 

do fogo (1Reis 19,11-13). É preciso muito cuidado com os instrumentos de percussão. 

As equipes de canto e as bandas barulhentas, não expressam aquilo que Deus é, mas 

aquilo que os músicos são. “O barulho não faz bem, o bem não faz barulho” (São José 

Marello). Nossos cantos devem agradar ao Senhor e não descontentá-Lo, “Hoje seja-lhe 

agradável o meu canto!” (Salmo 102/103,34). O convite aos cantores e instrumentistas é 

para homenagear o Senhor e cantar de coração de forma suave: “Instalou diante do altar 

tocadores de harpa, a fim de tornar doce a melodia de seus cânticos” (Eclesiástico 47,9 

se for o texto grego é o versículo 11).

8- O ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Preparar bem o espaço celebrativo, de modo que seja acolhedor, aconchegante 

para que desperte na assembléia a presença da Cruz do Senhor. A cruz introduzida 

na procissão de entrada seja colocada em destaque junto à mesa da Eucaristia do lado 

direito como de costume, ladeada de flores, velas e incenso queimando num pequeno 

incensório.

2. O simbolismo da cruz traz presente o anúncio da paixão e ressurreição do 

Senhor. A cruz processional, a mesma que será usada na procissão de abertura, esteja na 

entrada da Igreja, por onde todos passam. É uma forma de trazer presente o mistério que 

será celerado. Ela pode ficar aí até o início da celebração, ladeada de velas e flores, de 

forma que chame a atenção de todos os que vão chegando para a celebração.

3. A cruz é símbolo da fraqueza humana fortalecida pela graça de Deus. Nela 

ficou exposta toda a fragilidade e se manifestou a misericórdia de Deus ao ressuscitar 

seu Filho Jesus Cristo.

4. A cruz dos cristãos (referência à vida gasta em favor do próximo) deve ser 

assumida, carregada pelo caminho da vida, à maneira de Jesus, como está no Evangelho 

deste Domingo. Cláudio Pastro diz que ela é sinal da nossa vitória. Por isso “Uma 

procissão atrás da Cruz, traz presente a Igreja peregrina que segue a Cristo e caminha 

sob sua bandeira”.

9. AÇÃO RITUAL

Hoje, participando em comunidade da celebração eucarística, o Senhor nos 

revela e insere no seu mistério redentor, que tem como caminho a cruz, a paixão.

Criar um agradável clima de oração no início da celebração, por meio do canto 

de um refrão meditativo.

Ritos Iniciais

1. A celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). 

O canto de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a 

assembleia no Mistério celebrado.

2. A saudação inicial pode ser feita com a fórmula:

Irmãos e irmãs, que o Deus da esperança e da consolação vos conceda estar em 

perfeito acordo entre vós, esteja convosco! (Romanos 15,5)

3. Este texto, em consonância com as saudações apostólicas do Missal Romano, 

com as quais tradicionalmente o presidente corteja a assembléia, afina-se bem com o 

Mistério celebrado, cujo conteúdo pode ser melhor articulado como o sentido litúrgico 

que se faz logo a seguir:

Domingo da renúncia para seguir Jesus. “Queridos irmãos e irmãs no Senhor, nesta 

celebração somos impelidos à experiência da comunhão entre nós como esplendor de 

nossa adesão à Cristo e seu Evangelho. Deixemo-nos guiar pelo Espírito do Senhor, 

ouvindo a Palavra que Deus nos irá dirigir nesse Domingo e orientemos para Ele nosso 

coração e nossas mentes.”

4. A recordação da vida pode ser o espaço ideal para manifestar os fatos 

marcantes como aniversários, bodas, momentos de dor e de luto, missa de 7o e 30o dia, 

etc. A lembrança pelos falecidos pode ser feita na Oração Eucarística (memento dos 

mortos) e as demais necessidades manifestadas nas preces.

5. Neste Domingo é muito oportuno cantar o terceiro formulário contido no 

Missal Romano, invocação alternativa 3, para o tempo da Quaresma, é muito propício 

para este Domingo, embora estejamos no Tempo Comum. Esse formulário traz consigo 

três invocações em perfeita consonância com o Mistério celebrado: 

Senhor, que fazeis passar da morte para a vida quem ouve vossa Palavra; 

Cristo, que quiseste ser levantado da terra para atrair-nos a vós; 

Senhor, que nos submeteis ao julgamento da vossa cruz. Ver em Música Ritual.

6. A exortação introdutória deve deixar clara a intenção específica do Ato 

Penitencial neste Domingo: acordar os corações ao Mistério de Cristo que inclui o 

peso da cruz como passagem à vitória da ressurreição. Dimensões inerentes à vida do 

discípulo e discípula de Jesus. Sugerimos que se faça o Ato Penitencial diante da Cruz 

do altar ou da Cruz processional.

7. Na oração do dia suplicamos a Deus que é fonte de todo bem, que derrame 

seu amor, para alimentar em nós o que é bom.

Rito da Palavra

1. Entoar um refrão meditativo antes da Liturgia da Palavra para criar um clima 

de escuta serena e de acolhida à Palavra de Deus em vez de comentário. “Senhor, que a 

tua Palavra, transforme a nossa vida, queremos caminhar com retidão na tua luz”. Ver 

em Música Ritual.

2. Em todo o rito, a Palavra se conjuga com o silêncio. Momentos de silêncio 

após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecem a atitude de acolhida da Palavra. O 

silêncio é o momento em que o Espírito Santo torna fecunda a Palavra no coração da 

comunidade. Nem tudo cabe em palavras.

3. Rito da Cruz. Após a homilia e o silencio, erguer solenemente a Cruz. É 

muito oportuno que a assembléia expresse sua fé no Senhor Jesus que nos convida a 

carregar nossa cruz com o canto: “Salve, ó Cruz libertadora!”. Após o refrão cantar 

somente a primeira estrofe. Ver orientações em Música Ritual.

R: SALVE, Ó CRUZ LIBERTADORA!

Em teu corpo sem beleza e nem encanto,

Tu assumistes o pecado e todo pranto.

Junto a ti está a dor da humanidade,

Ó Senhor, de todos nós tem piedade.

 

Rito da Eucaristia

1. Na oração sobre as oferendas, suplicamos a Deus que leve à plenitude o que 

realizamos na liturgia.

2. Os prefácios deveriam ser escolhidos sempre em consonância com o Mistério 

celebrado em cada ocasião, evitando a escolha dos textos genéricos. Para tanto, deve-
se observar o conteúdo do embolismo, parte central do Prefácio. Além de ter o núcleo 

desta parte da Oração Eucarística, será aí que encontraremos maior ou menor sintonia 

com as outras partes da celebração, no que se refere aos focos do Mistério celebrado: 

leituras bíblico-litúrgicas, eucologia e demais elementos como hinos, antífonas, etc.

3. Seguindo esta lógica, sugerimos que se escolha o Prefácio dos Domingos 

do Tempo Comum II, cujo embolismo reza: “Compadecendo-se da fraqueza humana, 

ele nasceu da Virgem Maria. Morrendo no lenho da Cruz, ele nos libertou da morte. 

Ressuscitando dos mortos, ele nos garantiu a vida eterna”. Outra opção é o Prefácio 

dos Domingos do Tempo Comum VII, cujo embolismo reza: “De tal modo amastes o 

mundo, que nos enviastes como Redentor, vosso próprio Filho em tudo semelhante a 

nós, exceto no pecado. Amando-o até o fim, amastes nele a nossa humilde condição. 

E Ele, na obediência até à morte, restaurou o que nossa desobediência fizera perder”. 

O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério 

celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na própria, ao modo de 

mistagogia.

4. Fazer a proclamação da Oração Eucarística de forma expressiva, não 

simplesmente recitada; por ela a Igreja dá graças pela ação amorosa de Deus em favor 

dos pequenos e fracos de seu povo a caminho do Reino definitivo.

5. Na motivação para o abraço da paz usar a terceira fórmula: 

“Em Jesus, que nos tornou todos irmãos e irmãs com sua cruz, saudai-vos com 

um sinal de reconciliação e de paz”.

Ritos Finais

1. A oração depois da comunhão, suplicamos a Deus que o alimento da caridade fortifique os nossos corações para que possamos reconhecer a Deus em cada irmão e irmã.

2. Indispensável terminar a celebração com a bênção sobre o povo n. 15: “Sede propício, Senhor, ao vosso povo, para que, repelindo sempre o que vos desagrada, alegre-se em cumprir a vossa lei. Por Cristo, nosso Senhor”. 

3. As palavras do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: A Cruz do Senhor seja a vossa força. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

4. É comum além, de entrar em procissão no início da celebração guiados pela cruz, também retirar-se do espaço sagrado em procissão, igualmente guiados pela cruz. 

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

A celebração eucarística é expressão culminante e fonte de toda a vida cristã, 

entendida como seguimento de Jesus Cristo. Aquilo que aconteceu uma vez por todas na Última Ceia e na morte de Jesus na cruz, acontece hoje para nós, no sacramento da Eucaristia.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo. 

Um abraço fraterno a todos

pe. Benedito Mazeti

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