22 de março de 2015
Leituras
Jeremias 31,31-34
Salmo 50/51,1-6
Hebreus 5,7-9
João 12,20-33
“CHEGOU A HORA EM QUE O FILHO DO HOMEM
VAI SER GLORIFICADO”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
grão de trigo caído na terra. Neste domingo, vamos ao encontro do Senhor e
recebemos dele o anúncio de que sua glória passa pela experiência do grão que
cai na terra para produzir frutos. Fazemos memória da Páscoa de Jesus que hoje
acontece em todas as pessoas que gastam sua vida em favor dos outros. Cristo
elevado na cruz institui a nova e eterna Aliança.
No Tempo
Quaresmal, defrontamo-nos com a experiência da morte como caminho necessário e
inevitável para alcançar a vida. Por mais paradoxal que pareça, o caminho para
a vida é o mesmo da morte.
O culto a
Deus, para ser autêntico, deve levar para a prática. O projeto de Deus sempre
envolve a esperança de um mundo diferente, de alianças em favor da vida, de
comunidades comprometidas com a mudança de rumo.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os textos
Primeira Leitura – Jeremias 31,31-34. O
contexto desta leitura é o da calamidade resultante da destruição de Jerusalém
no ano 587 a.C., fruto das infidelidades de Judá e Israel à Aliança feita com
Javé. No horizonte amplo da profecia, Jeremias antevê uma futura e definitiva
Aliança, não mais feita com mediações exteriores (sacrifícios, ritos legais,
tábuas de pedra), mas gravada no coração, escrita no peito de um novo povo de
Deus. Por esta nova Aliança abre-se a perspectiva de uma nova humanidade
reconciliada.
O profeta
Jeremias já tinha previsto que este tempo da Nova Aliança caracterizado pela
nova vida, no perdão das culpas passadas pela presença da lei do Senhor nos
corações. O profeta Jeremias é encarregado de anunciar a Palavra de Deus num
dos mais difíceis períodos da história de Israel. Dirigindo-se ao povo hebreu
exilado, proclama uma Nova Aliança. Chegada a plenitude da história da
salvação, realizou-se na pessoa de Cristo a Nova Aliança de Deus com seu povo e
com toda a humanidade, como profetizou Jeremias, ao anunciar uma lei, uma
religião e uma Aliança interiores, pessoais, vivas, escritas não em tábuas de
pedra mas, no coração das pessoas.
Como o profeta
Jeremias chegou a esta concepção da lei de Deus inscrita nos corações das
pessoas? A seus olhos, Deus sonda os corações e os rins, no sentido de que Ele
está presente no interior de nossos pensamentos (coração) e de nossas paixões
(rins) (Jr 11,20; 12,3; 17,10; 20,12). Em todo caso, só depois de ter
experimentado os pensamentos e as paixões, isto é, corações e rins, é que o
Senhor aceita as pessoas em sua presença.
O contexto
desta leitura é o da calamidade resultado da destruição de Jerusalém em 587 a.
C., fruto das infidelidades de Judá e Israel à Aliança feita com Deus. Olhando
toda a situação, o profeta Jeremias anuncia uma futura e definitiva Aliança,
não mais feita com mediações exteriores (sacrifícios, ritos legais, tábuas de
pedra), mas gravada no coração, escrita no peito de um novo povo de Deus. No
entanto, essa Lei, dada em tábuas de pedra, não tinha conseguido conduzir o
povo a Deus. O ritualismo e o formalismo tinham abafado o seu conteúdo.
Deus então
promete algo novo. Não se trata de renovação da Aliança do Sinai, nem de sua
reformulação parcial. Trata-se de algo diferente. E a novidade está nos
versículos 33-34. Os elementos principais da novidade são três: “interiorização,
conhecimento de Deus e perdão dos pecados”.
Como primeiro
elemento da novidade, a Aliança passará a ser gravada no coração da pessoa
humana. Na nova Aliança a Lei será colocada no íntimo da pessoa humana. Não
será apenas uma lei externa que necessita de ameaças e sanções, mas será uma
lei interior que inclinará suavemente a pessoa humana a seguir com “alegria e docilidade” a vontade de Deus. A
Aliança do Sinai, gravada em pedra, foi rompida. O gesto de Moisés de lançar ao
chão e despedaçar as pedras da Lei (Êxodo 32,19), no episódio do bezerro de
ouro, torna-se um símbolo de toda a Aliança do Sinai. A nova Aliança,
implantada por Deus no coração da pessoa humana, será perpétua. Isto significa
que Deus não esquece a sua promessa: “Ele dá o alimento aos que o temem e “jamais
esquecerá sua aliança” (Salmo 111,5). Nosso Deus é um Deus que não admite
opressão. “Ele enviou libertação para o seu povo, confirmou sua Aliança para sempre. Seu nome é santo e
digno de respeito” (Salmo 111,9).
E esta sendo
perpétua acontece o “segundo elemento” da novidade: um conhecimento interior de
Deus, isto é, fazer experiência de Deus. Não se trata de um conhecimento
especulativo, mas de um “conhecimento afetivo, amoroso”, que abre o coração da
pessoa para Deus e o leva a aderir “com alegria” os seus preceitos. Este
conhecimento não necessitará de mestres porque será posto “no íntimo” de cada
pessoa pelo próprio Deus. E não será privilégio de poucos: todos receberão este
conhecimento, “grandes e pequenos”.
Provavelmente aqui são indicados os sábios e dirigentes da nação, bem como os
pobres e ignorantes.
“O terceiro
elemento” da Nova Aliança é o “perdão dos pecados”. Este perdão é anunciado
como um dom gratuito, quase como uma anistia que tem como centro a bondade e a
misericórdia de Deus. Significa que Deus amolece o seu coração em relação ao
pecador. E o perdão dos pecados estabelece um novo relacionamento, totalmente
cordial e amistoso, entre a pessoa e Deus.
Salmo responsorial 50/51,3-4.12-15. O
Salmo 50/51 é uma súplica individual. Uma pessoa vive um drama: o conhecimento
profundo de sua miséria e pecados; tem plena consciência da gravidade da
própria culpa, com a qual quebrou a Aliança com Deus. Por isso suplica. O
pecado é um ato pessoal contra Deus, não mera violência de ordem abstrata.
O Salmo frisa
a fraqueza humana diante do pecado (“pecador já minha mãe me concebeu”, v. 7) e
a necessidade da graça de Deus para criar dentro de nós um coração novo. Deus
não quer sacrifícios e holocaustos, mas um coração contrito e humilhado. O Salmo
lembra a misericórdia de Deus por Davi.
O salmista em
oração coloca-se diante da misericórdia de Deus, confiando que Ele tudo pode e
quer sanar, regenerar, recriar todas as coisas com a santidade e a novidade do
seu Espírito.
O rosto de
Deus no Salmo 50/51, é misericórdia, isto é, mais uma vez, o Deus da Aliança. O
salmista, pois, tem consciência aguda da transgressão que cometeu. Porém, maior
que seu pecado é a confiança no Deus que perdoa.
O tema da
súplica está presente na vida de Jesus (tivemos a oportunidade de vê-lo nos
outros salmos de súplica individual). O tema do perdão ilimitado de Deus
aparece forte, por exemplo, no capítulo 18 de Mateus, nas parábolas da
misericórdia (Lucas 15) e nos episódios em que Jesus perdoa e recria plenamente
as pessoas (por exemplo, João 8,1-11; Lucas 7,36-50 etc.).
O tema do
“lavar” (versículo 4a) ressoa na cura do cego de nascimento (João 9,7); o
purifica-me (versículo 4b) aponta para toda a prática de Jesus, que cura
leprosos, doentes, etc.
No Primeiro
Testamento este Salmo lembrava ao povo a misericórdia de Deus com Davi, apesar
de seu grande pecado. Cantando hoje este salmo, peçamos que o Senhor tenha
misericórdia de nós e nos ajude a viver em profunda comunhão com Ele e com os
irmãos e nos conduza num caminho da verdadeira conversão.
CRIAI EM MIM
UM CORAÇÃO QUE SEJA PURO.
DAI-NOS DE
NOVO UM ESPÍRITO DECIDIDO.
Segunda leitura – Hebreus 5,7-9. O
autor da carta aos Hebreus atesta que Jesus superou o sistema sacrifical do
Antigo Testamento. Ele é o único mediador, o único sacerdote. O sacerdócio
levítico não é apresentado como vocação, enquanto o de Cristo, sim, portanto,
não podia ser considerado como perfeito. Cristo, porém, foi levado à perfeição,
sua natureza humana foi refundida no crisol do sofrimento, Ele foi “consagrado
sacerdote”. Seu sacrifício é o único
agradável a Deus.
Em suma, a
leitura mostra como o Pontífice da Nova Aliança “está perto das pessoas”. A vida humana de Cristo, perseguido, caluniado, incompreendido,
torturado e por fim crucificado e morto, tornou-se apto a conferir a seus
seguidores a salvação. O cristão aprende que os seus sofrimentos podem adquirir
um novo significado à luz dos sofrimentos de Jesus.
O Quinto
Domingo da Quaresma coloca o cristão face a face com o núcleo do Mistério: a
Nova Aliança, a oblação sacerdotal sob a forma de uma existência efetiva, a
exaltação de Jesus como glória de Deus. A liturgia deste domingo já antecipa o
sentido da Páscoa de Jesus Cristo.
Evangelho – João 12,20-33. Jesus
compara a sua obra redentora com o trigo que morre, para que haja vida que é
fruto da Nova Aliança. No Evangelho de João a “glorificação” de Cristo significa a sua paixão,
morte e ressurreição, que Ele mesmo explica, logo em seguida, com três
referências em profunda ligação: “o grão de trigo, o seguimento dos discípulos e a obediência ao Pai”. A breve parábola
do grão de trigo tem como ponto central “a fecundidade”: se cai na terra e
morre, dá muito fruto; se não cai, permanece estéril.
João destaca
que está chegando a “hora” da exaltação de Jesus, de sua paixão, morte e
ressurreição. O cerco começa a fechar-se ao redor de Jesus: começam a aparecer
o escândalo da cruz e a tensão da paixão. Sua glorificação, porém, não passa
pelas expectativas do povo que quer proclamá-lo rei. No mundo das contradições
do poder (do “príncipe deste mundo”) Jesus assume um messianismo diferente:
monta num jumentinho (João 12,14-15), assume o caminho do serviço, da doação do
grão de trigo que morre para produzir fruto, do discípulo e da discípula que
doa a sua vida para proclamar a vida maior, a vida eterna. O povo não entende.
Humanamente falando, Jesus se perturba, mas vai em frente, pois a voz que vem
do Pai confirma: “Eu manifestei a glória do de meu nome”. A glória de Jesus
consiste em dar sua vida, para que nasça um mundo diferente, novo, sem a
prepotência do “príncipe deste mundo”. “Quando eu for levantado da terra,
atrairei todos a mim.”
Tanto no
Getsémani como na passagem evangélica de hoje, fica claro a natural repugnância
de Jesus perante a morte, devido à sua verdadeira humanidade e condição mortal,
como homem que é. “Agora sinto-me angustiado. Que direi? Pai, salva-me desta
hora? Mas é precisamente para esta hora que eu vim. Pai glorifica o teu nome”
(27-28a).
Esta estremecedora
prova da fraqueza humana está presente, também, na segunda leitura, cujo
contexto consiste em duas características de Cristo como sacerdote:
compreensivo pela sua condição humana e escolhido pelo Pai para tal missão.
Jesus não é um masoquista quem tem prazer com a dor. Muito pelo contrário, como
homem normal que era, ao saber-se “condenado à morte”, sente medo e, desfeito
em lágrimas, grita, chora e suplica a Deus Pai. Tanto no Getsémani como no
Gólgota: “Cristo, nos dias de sua vida mortal, com gritos e lágrimas, dirigiu
orações e súplicas a quem o podia livrar da morte” (Hebreus 5,7).
A introdução
do evangelho mostra “os romeiros”, de língua grega, se dirigindo aos apóstolos
de nome grego, Filipe e André, originários de Betsaida, a parte mais helenizada
da Galiléia. Na suposição que se trate de pagãos, a exclamação de Jesus “Chegou
a hora em que o Filho do Homem é glorificado” ganha um sentido de manifestação
universal ao mundo, reforçando as últimas palavras do contexto anterior: “Todo
o mundo vai atrás dele” (12,19).
Assim, a
“glória” de Cristo, é manifestada aos pagãos que concordam com a salvação. Não
é apenas a glória de um Messias nacionalista, mas a de um Deus, irradiando sua
luz sobre o mundo inteiro (vv.20-13). Os pagãos podem entrar na ação do
Salvador, o que permite a Cristo de entrever um dos aspectos de sua
glorificação próxima, sob a forma da “reunião das nações” (v.32; cf. Isaias
53,12). Assim Jesus toma consciência da fecundidade universal de sua morte
próxima.
A oposição
entre Cristo e os judeus baseia-se em duas concepções diferentes das noções de “fecundidade
e de glorificação”. Para os judeus somente os meios poderosos podem conduzir á
glória; para Cristo, o único caminho é o mistério pascal de sua Paixão. Esta
oposição entre a humilhação e a glorificação encontra-se na ambigüidade da
palavra “elevar”.
Porém, não se
trata de uma manifestação espetacular. A glória de Jesus é a sua “exaltação”, e esta é, antes de tudo, “a
elevação na cruz”, como está no final
do texto do evangelho: os versículos 32-33. Em outros termos, a cruz de Cristo
é o trono da sua glória e ao mesmo tempo seu tribunal; diante da cruz, nós nos
unimos a Ele (v. 25-26) ou então entramos no julgamento e somos jogados fora
(v. 32). Conferir também João 3,18-21.
Nesta hora é
que entra o senhorio de Cristo: ele será “elevado da terra” para atrair todos a
si: imagem do Senhor glorioso, mas não devemos esquecer que esta exaltação,
para João, se realiza antes de tudo na “elevação da cruz”, prova do amor de
Deus e revelação de seu rosto.
Assim, a
liturgia, mediante este evangelho e os dos domingos anteriores nos envolve num
movimento de “conversão radical”, ao aproximarmo-nos também no tempo litúrgico
da cruz de Cristo, revelação do amor de Deus para nós.
Para ganhar a vida é preciso
perdê-la. Pois a vida que se tem agora não é uma morada definitiva, mas uma
ocasião para mostrarmos qual é o seu verdadeiro compromisso. A nossa vida neste
mundo não é a última, mas a penúltima. Quem torna a sua vida aqui a última
causa de seu compromisso, “perde o trem da vida eterna”. Quem, porém, gasta sua vida para realizar a doação até o fim,
está com Jesus, aqui e para sempre. Assim, se serve a Jesus como Senhor e
recebe-se o reconhecimento do Pai. Em outras palavras, viver de verdade é estar
do lado de Jesus.
Ágora fica claro o que é este
estar com Jesus. É estar com Ele na sua agonia (cf. Mateus 26,36-46). A ousadia
de João faz com que, na “hora da glorificação do Filho do Homem” se situe a
angústia da agonia de Jesus, o grão de trigo que se sente sufocado na terra.
Embora João nos apresente, no seu Evangelho, Jesus visto através da
Ressurreição, ele não esconde o drama humano desta existência (cf. Hebreus
5,7), drama da obediência ao Pai (cf. Filipenses 2,6ss), na doação até o fim.
A conclusão que João dá ao
discurso, em torno do “tema da luz”, resume-se maravilhosamente: do alto da
cruz, Jesus atrai a humanidade, em forma de um apelo silencioso, para que todos
“caminhem em sua luz”, isto é, acreditem Nele. Esta fé reúne efetivamente todos
os cristãos “em volta da cruz”, formando a comunidade messiânica dos últimos
tempos, fazendo assim da cruz o trono do novo Rei e Senhor.
A glória de Deus na Escritura
não significa, como nas línguas modernas, a fama, o glamour, mas o valor
verdadeiro, a importância, o respeito que Deus impõe. Na realidade, Glória, em
hebraico, “evoca a idéia de peso”: Salmo 49/48,17-18. Somente Deus pode possuir
uma verdadeira glória, um verdadeiro valor: Salmo 6162,6-8; Isaias 6,1-6.
A afirmação do Novo Testamento
anuncia que a glória de Deus é manifestada em Jesus (Hebreus 1,3; 2Coríntios
4,6; 1Coríntios 2,8; João 1,14-18); as obras que Jesus realiza manifestam esta
glória: Ele é verdadeiramente “o primeiro
homem a ter peso”, valor, mas isto lhe vem de sua comunhão perfeita com o Pai,
principalmente nas horas de sua paixão e de sua ressurreição (João 10,30;
17,19; 12,28).
Esta glória repercute sobre os
cristãos (João 17,10) através da comunhão sacramental (1João 5,7; João
19,34-36) e pela comunicação da comunhão que Jesus vive com o Pai (2Coríntios
1,22; Colosensses 1,10-11).
3. DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO VIDA
A liturgia deste quinto domingo
da Quaresma já antecipa o sentido da Páscoa de Jesus. O Caminho da experiência
do Deus Javé que Jesus fez. A nova e definitiva Aliança que Ele propõe passa
por três caminhos fundamentais.
O Caminho de
Jesus é o caminho da solidariedade: sua proposta não discrimina
ninguém, é aberta para todas as
culturas. “Queremos ver Jesus” é o que dizem alguns pagãos gregos, que tinham
subido a Jerusalém para prestar culto a Deus, na festa da Páscoa. Filipe ouve
esse pedido, chama André, e os dois juntos transmitem esse desejo a Jesus. Hoje
mesmo sem saber se expressar desse modo, são muitos os que querem ver, conhecer
e encontrar Jesus. Na verdade, Ele é a resposta aos anseios mais profundo do
ser humano, pois “ilumina todo ser humano que vem a esse mundo” (João 1,9).
Hoje, cada batizado precisa ser esse tipo de instrumento, para que o mundo
desorientado encontre o rumo da salvação, da vida plena que Deus deseja para
todos e que é oferecida em Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida.
O caminho de
Jesus é o caminho do serviço, do Messias Servo humilde: Ele assume as dores e esperanças
de seu povo na contramão do pode dos reis, rainhas e presidentes deste mundo
(Jesus não aceita ser rei e educa o povo numa outra direção, João 12,13).
O caminho de
Jesus não é o caminho da glória deste mundo, mas o caminho da exaltação na
cruz, o caminho do grão de trigo que morre para dar mais vida. A cruz de Jesus
não foi um decreto de Deus, mas a conseqüência de sua solidariedade com o
destino dos pobres, dos pecadores, dos doentes. Quem toma esse caminho no mundo
torto em que vivemos terá contra si o projeto “dos inimigos da partilha”, que
procuram sempre crucificar a justiça, a paz e a verdade. Quem trabalha com
autenticidade nas pastorais da Igreja (principalmente nas pastorais sociais)
terá quase sempre pela frente esse tipo de inimigos. Quem faz Aliança com os
projetos dos movimentos sociais populares que defendem os direitos das classes
oprimidas certamente sofrerá o enfrentamento sofrido por Jesus.
Através da imagem do “grão de
trigo” (João 12,24), Jesus ilustra as modalidades e os efeitos da morte na
pessoa humana, na qual Deus concedeu o seu Espírito. Cada pessoa conserva em si
mesma muito mais energias do que julga ter.
Capacidade amor que cada pessoa não tem a possibilidade de desenvolver
no breve espaço de sua existência. Como grão de trigo começa a produzir a vida
só quando caído na terra e morre, assim o ser humano pode libertar toda a
energia vital que contém em si só através da morte. No momento da morte as suas
energias de amor libertam-se e exercem a sua plena eficácia. Como a vida
contida no grão se manifesta numa forma nova, assim, com a morte, também a vida
contida no indivíduo se manifesta numa forma completamente nova e mais rica.
Assim a morte, em vez de destruir a pessoa humana, permite-lhe um novo
crescimento. A morte propicia ao ser humano um ato de absoluta entrega e amor a
Deus. Por isso a morte permite uma extrema realização humana. A morte liberta a
semente de ressurreição que se esconde dentro da vida mortal. Por isso no
momento da morte, ressuscitamos com Cristo.
Para que exista esta
fecundidade é necessário que o ser humano ofereça a sua vida: “quem se apega à
sua vida pai perde-la; quem despreza a sua vida neste mundo vai conservá-la
para a vida eterna”. (João 12,25). Quando o ser humano adere a Jesus, aceitando
a sua vida e a sua morte como norma para a sua existência, desenvolve-se nele
uma vida indestrutível, e desta plenitude de vida compreende que o dom de si
mesmo não é uma perda, mas uma vantagem. Quem coloca a sua vida ao serviço dos
outros não a diminui, mas, realiza-a plenamente e para sempre.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
A morte de Cristo como caridade
A Oração do
Dia, por sua vez, nos dará uma chave interpretativa com a qual encontraremos a
harmonia entre a Primeira leitura e o Evangelho. Sua súplica para que a
comunidade permaneça “na mesma caridade que levou o Filho a entregar-se à morte
no seu amor pelo mundo” conduzirá nossa argumentação. O original da Oração do
Dia utiliza a palavra “caritas”, traduzida normalmente por caridade, no sentido
de amor, afeição, ternura. Nesse sentido, o que predispôs Jesus, como israelita
fiel, em sua entrega, foi a caridade. Tal entrega, é descrita, na mesma oração,
com o qualificativo latino “diligens”, que significa amar – opção de tradução
escolhida na versão portuguesa para o Brasil. Mas o verbo diligo, de onde vem
diligens trata do amor pautado numa opção ou decisão e não tanto na emotividade
ou sentimento. É neste ponto que reside a ligação entre a primeira leitura e o
Evangelho. A decisão de Jesus em se entregar nasce da “Lei” inscrita por Deus
em seu coração, em sua inteligência fiel. A glorificação, da qual nos fala
João, é o reconhecimento do Pai à sua fidelidade à Aliança. A morte de Jesus,
informada no contexto pela expressão “quando for elevado da terra” só tem
sentido se entendida como decisão, segundo a lógica amorosa da Aliança. E daí
vem o fruto: sermos atraídos a Ele, para viver no seu amor, sendo movidos –
diligentemente – por Ele. Esclarece-se, assim, a frase de Jesus, entoada neste
Domingo como Antífona de Comunhão: “Se o grão de trigo que cai na terra não
morre, ele continua só um grão de trigo; mas, se morre, então produz muito
fruto”.
O Tempo da
Quaresma é, para a Igreja, a oportunidade que Deus nos concede para a conversão
do nosso “coração de pedra em coração de carne”. Um coração capaz de assumir a
Aliança não mais inscrita na frieza da pedra, mas no calor de nossa humanidade.
Jesus tinha um coração de carne, capaz de assumir a Aliança mesmo que ela Lhe
acarretasse o sofrimento e a morte. Decidindo-se pela fidelidade à Aliança,
assumiu a morte e a converteu em entrega de si, em oblação. A sua morte foi a
“última
prece e súplica” pela humanidade
– e, nesse sentido, nós o reconhecemos como na carta aos Hebreus, da qual nos
vem a II leitura, como o perfeito sacerdote. Na consumação de sua vida,
tornou-se causa de salvação eterna para todos os que Lhe obedecem”. E a
salvação, a saúde que provém de Deus vai salvaguardando a dignidade e honradez
humanas, é garantida para nós pela Aliança. A fidelidade da Igreja, portanto, à
causa de Jesus de Nazaré, glorificado por Deus em sua morte redentora,
garante-nos a vida plena. Estamos unidos a Cristo na morte e na vida nova que
Ele inaugura por sua ressurreição.
4- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Em nossas
celebrações litúrgicas podemos ver e encontrar Jesus. Ele está presente, tanto
na pessoa do ministro, quanto nas espécies eucarísticas. Jesus está presente
nos sacramentos, de tal forma que, quando alguém batiza, é Cristo mesmo que
batiza. Ele está presente pela sua Palavra, pois é Ele mesmo quem fala, quando
se lêem as leituras na Igreja (cf. SC 7). Ele está presente na comunidade, que
é o seu corpo reunido renovando a sua misericórdia de ser sempre fiel à sua
Palavra.
A liturgia
deste Domingo procura nos persuadir sobre a eficácia do sofrimento vivido por
amor. Podemos ficar na superfície, como a multidão que observa, curiosa, os
feitos e gestos de Jesus. Podemos, pelo contrário, fazer nossas as disposições
dos gregos. Eles são atraídos pela cruz que salva. “Quando eu for levantado da
terra, atrairei todos a mim”.
O pão e o
vinho são sinais da Nova Aliança. É o Corpo e Sangue de Jesus. Que aqueles que
deles se nutrem desenvolvam em si próprios autênticos sentimentos de aliança
com Deus e entre eles mesmos!
5. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. O gesto de
cobrir as cruzes e as imagens na igreja, a partir deste Domingo, pode ser uma
forma de ajudar as pessoas a perceberem a proximidade da Semana Santa.
2. Motivar para
a coleta da Campanha da Fraternidade que será realizada no próximo domingo em
todas as igrejas do Brasil.
3. A equipe
também procure caracterizar o ambiente e organizar toda a celebração dentro de
uma certa sobriedade, mesmo sendo o 5º Domingo da Quaresma (cor roxa, sem flores, sem glória, sem
aleluia e sem o canto de louvor a Deus após a comunhão. Isso não quer dizer que
o ambiente seja de tristeza. A fé cristã une numa mesma celebração “a dor e a
alegria, a luta e a festa”. Na Quaresma se retoma o silêncio, as
celebrações são mais silenciosas, sóbrias, simples, austera. Não se enfeita o
espaço celebrativo com flores. Os instrumentos apenas acompanham o canto. Não
deve ter baterias e instrumentos de percussão fazendo aquele barulho como se
fosse uma boate. É o silêncio que predomina.
4. O bom uso do
Lecionário. O ciclo A é ligado com o Batismo. O ciclo B deste ano, com a
Aliança. Na época em que foi preparado o Lecionário Dominical, diversos peritos
julgavam que, para a Quaresma, seria suficiente só o ciclo A, porque seu
alcance doutrinal é fundamental. Mas prevaleceu o parecer dos biblistas. Afinal
chegou-se a uma decisão equilibrada. Nas comunidades onde há adultos que se
preparam para os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma)
na noite da Páscoa, deve-se utilizar o ciclo A, o qual, no entanto, quando se
julgar oportuno, pode ser usado sempre como indica o próprio Lecionário
Dominical, nas páginas 438, 442, 446, 752, 756 e 760. Mas, onde não houver
adultos preparando-se para os sacramentos, poderão ser usados, conforme os
anos, os ciclos B e C, porque a linha do ciclo A é fundamentalmente batismal.
6- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos “cantar a liturgia” e não
cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e,
condizentes com “cada domingo da Quaresma”, ajudam a comunidade a penetrar no
mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são da Quaresma,
“é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado”. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o
ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento.
A regra da
reserva simbólica vale para todos. A liturgia nos ensina a reservar os
elementos festivos para a festa da Páscoa. Assim, os grupos são chamados a
serem mais moderados na execução dos instrumentos, evitando “solos
instrumentais”, deixando de tocar algum instrumento, ou mesmo cantando algo “à
capela” (sem acompanhamentos musicais). É tempo também de escutar, de ser “obediente”,
de aguçar o discipulado: uma boa forma de manifestar isso seria assumir o
repertório da CNBB para as celebrações.
1. Canto de abertura: Invocação
da justiça de Deus contra o adversário (Salmo 42/43,1-2). “Lembra, Senhor, o
teu amor fiel para sempre!”, CD: CF-2015, melodia da faixa 2.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico II da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados no CD: Liturgia XIII, CD: Liturgia XIV e CD: CF-2015.
2. Ato penitencial. Nesse
domingo seria oportuno rezar a invocação da fórmula 3 do Missal Romano, o
número 3 dentre as opções para o Tempo da Quaresma. Ver orientações em Ação
Ritual. Todos se coloquem de joelhos.
3. Salmo responsorial 50/51. Deus
nos dê um coração novo. “Criai em mim um coração que seja puro.”, CD: CF-2015,
melodia da faixa 8 ou CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 11.
A função do
salmista é de suma importância. Sua função ministerial corresponde à função dos
leitores e leitoras, pois o salmo é também Palavra de Deus posta em nossa boca
para respondermos à sua revelação. Por isso, o salmo dever ser proclamado do
Ambão e, se possível, cantado.
4. Aclamação ao Evangelho. “Estar
junto a Jesus no seu caminho” (João 12,26). “Glória a vós, ó Cristo, Verbo de
Deus”, CD: CF-2015, melodia da faixa 9 ou CD: Liturgia XIV música igual à faixa
1.
Preserve-se a
aclamação ao Evangelho cantando o texto proposto pelo Lecionário Dominical. Ele
ajudará a manifestar o sentido litúrgico da celebração, conforme orientações da
Igreja na sua caminhada litúrgica.
5. Refrão após a homilia. Depois
de uns momentos de silencio, entoar o refrão: “Se o grão de trigo não morrer...”,
mesma melodia do canto “Então da nuvem luminosa”, (Hinário Litúrgico II, p.
19). Ver orientações em Ação Ritual.
6. Apresentação dos dons. O
canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração no Tempo da Quaresma. “Aceita,
Senhor, com prazer o que vimos te oferecer”, CD: CF-2015, melodia da faixa 10. Podemos
também entoar Oséias 14,2-9, “Retorna, Israel, ao teu Senhor”, CD: CF-2012,
melodia da faixa 1.
8. Canto de comunhão: O grão de
trigo deve morrer para produzir fruto (João 12,24-25). “Se o grão de trigo não
morrer, caindo em terra, fica só”, articulado com o Salmo 29/30, CD: CF-2015,
melodia da faixa 16 ou CD: CF-2012, melodia da faixa 19.
Mas na mesma
liberdade e bom senso, sugerimos um canto bem conhecido da série Povo de Deus:
“Se o grão de trigo não morrer, sozinho vai ficar”, Hinário II da CNBB, página
21, mesma melodia “Então da nuvem luminosa dizia uma voz”.
O canto de
comunhão deve retomar o Evangelho do 5º Domingo do Tempo Quaresma, que
evidencia que é necessário o Cristo descer a sepultura como o grão de trigo cai
na terra. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama
no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o
“tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística
reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da
Eucaristia. Isto significa que comungar o Corpo e Sangue de Cristo é
compromisso com o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou
no Evangelho, nós o comungamos no pão e no vinho.
7. O ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Nossa caminhada
quaresmal já nos acena a proximidade do grande acontecimento da Páscoa do
Senhor. Não esquecer de criar um ambiente próprio para celebrar; um ambiente
que convide à oração e à contemplação.
1. Se há um
elemento, que, sem palavras, cumpre a função mistagógica, isto é, de conduzir
para dentro do mistério celebrado, este é o Espaço Sagrado. Por isso, devemos
dedicar-lhe todo o nosso cuidado.
2. A cruz é
elemento importante em qualquer tempo, mas na Quaresma é, sem dúvida, um sinal
marcante da paixão de Cristo e da paixão do mundo. Para que esse sinal seja
devidamente enfocado, sugerimos um incensário aos pés da cruz. As brasas sejam
alimentadas de forma constante e discretamente, sem excessos.
8. AÇÃO RITUAL
Fazer uma
acolhida muito fraterna e pessoal a quem chega para a celebração,
principalmente os visitantes. Que todos possam sentir sua dignidade humana
respeitada e sua identidade cristã reconhecida. Não devemos esquecer que os
ritos iniciais, com o sentido de formar o Corpo vivo do Senhor, sejam bem
valorizados neste domingo e sempre.
Ritos Iniciais
1. Fazer a
procissão de entrada com a cruz e uma vasilha com terra e alguns grãos de
trigo.
2. Como
saudação presidencial sugerimos a de 2Tessalonicenses 3,5 (opção c):
O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco.
3. Após a
saudação presidencial, as comunidades que já deixaram de fazer comentário antes
do canto de abertura, porque entenderam o rito da Igreja e a primazia da
saudação (Palavra de Deus que nos convoca), em seguida podem propor o sentido
litúrgico.
Domingo do grão caído na terra. Vamos até o
Senhor e recebemos dele a Palavra do grão que cai sobre a terra e o anúncio de
sua morte e glorificação, sinal de unidade entre os povos.
3. O Ato
Penitencial pode ser feito segundo a fórmula 3 do Missal Romano página 397, o
número 3, dentre as opções para o tempo da Quaresma. Escolha-se uma boa
melodia, que favoreça a contrição do coração, que se decide pela Aliança.
Senhor, que fazeis passar da morte para a
vida quem ouve a vossa Palavra...
4. Na Oração
do Dia contemplamos a alegria da caridade que levou Cristo ao dom de sua vida.
Morrer e ressuscitar, pois a glória é alcançada através da doação, por amor,
até a morte.
Rito da Palavra
1. A CNBB
acrescentou ao refrão do salmo Responsorial o verso “dai-nos de novo um
Espírito decidido”, completando assim o versículo 12 do Salmo 50/51. É uma boa
opção, uma vez que fica evidenciada aquela ligação entre a oração do dia, I
leitura e Evangelho, explicitada em nossa reflexão homilética.
2. Na homilia,
é importante ligar a Palavra recebida com a ação celebrativa. Hoje o Pai nos
entrega Jesus, o grão fecundado pela força do Espírito, feito Pão da Vida para
nossa salvação. Com alegria, renovamos nossa Aliança e comungamos seu projeto,
aceitando a cruz presente em nossa vida, como passagem necessária para a
ressurreição e alegria plena.
3. Após a
homilia, fazer uns momentos de silêncio contemplativo. Um refrão apropriado
para esse momento é: “Se o grão de trigo não morrer...” (Hinário Litúrgico II,
página 21).
4. Após o
refrão contemplativo, pode-se recorrer a uma ação simbólica oportuna: as
pessoas serem marcadas no peito com o sinal da cruz. Além de recordar o
Batismo, que nos identifica com Cristo em sua morte e ressurreição, evidencia a
mudança do coração de pedra para um coração de carne por parte do fiel – por
isso se deve cantar “O vosso coração se converterá se converterá em novo, em
novo coração”. Um diácono, além do presidente da celebração, pode ajudar no
rito, depois de ser, também marcado no peito com o sinal da cruz. Ao fazer o
gesto, dizer ao fiel: “Esteja em teu coração o Evangelho do Senhor”.
5. Onde houver
adultos que vão receber os sacramentos da Iniciação Cristã na Vigília Pascal,
depois da homilia, junto com os padrinhos e madrinhas, colocam-se diante do
presidente da celebração para o terceiro escrutínio (Ritual da Iniciação Cristã
dos Adultos, pág. 77).
Rito da Eucaristia
1. Na Oração
sobre as Oferendas, peçamos a Deus que o sacrifício eucarístico nos purifique.
2. Como não há
prefácio próprio para este domingo (caso não se tenha escolhido o Evangelho do
IV Domingo do Ano A), sugerimos a escolha do Prefácio da Quaresma II que
evidencia a renovação, na santidade dos filhos e filhas. Outra opção para este 5º
Domingo é o Prefácio da Exaltação da Santa Cruz que evidencia Cristo elevado na
Cruz, nossa salvação, página 656 do Missal Romano. Somente as Orações
Eucarísticas I, II e III admitem troca de prefácio.
3. Outra opção
é escolher a Oração Eucarística da Reconciliação II, pois é bem indicada para
hoje. Esta Oração tem prefácio próprio.
4. Fazer
também o rito da entrega da Oração do Senhor para os adultos que receberão os
sacramentos na noite da Páscoa. Pode-se também fazer este rito no decurso desta
semana.
5. Unindo a
mesa da Palavra com a mesa da Eucaristia, o canto de comunhão deve ser
correspondente ao versículo evangélico: “Se o grão de trigo não morrer”. Há
duas versões apresentadas pelo Hinário Litúrgico II da CNBB. Uma com a melodia
do canto “Então da nuvem luminosa” – 2º Domingo
da Quaresma – e outra do Pe. José Weber, que figura entre os cantos propostos
no repertório deste ano, CD:CF-2012. A função ministerial do canto de comunhão
é retomar o Evangelho na comunhão.
Ritos finais
1. Na Oração
depois da Comunhão, suplicamos a Deus que sejamos sempre contados entre os
membros daquele cujo corpo e sangue comungamos.
2. Não
esquecer após a comunhão, reservar um tempo para a assembléia fazer um profundo
“silêncio contemplativo” do encontro havido com Deus. Seria bom que até se
fizesse uma breve motivação para esse momento de silêncio orante, previsto pelo
Missal Romano, nº 121, página 57.
3. Como
membros da comunidade, devemos estar cientes e participar das iniciativas
tomadas pelas pastorais e outros grupos da comunidade. Daí a importância das
comunicações no final da celebração. Portanto, sejam feitos com objetividade,
clareza e a devida motivação, para maior envolvimento da comunidade.
4. Reze-se,
antes da bênção, o oração sobre o povo n. 6: “Ó Deus, fazei que o vosso povo se
volte para vós de todo o coração, pois se o protegeis mesmo quando erra,, com
mais amor o guardais quando vos serve”. Em seguida dar a bênção sobre a
assembléia.
9- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos
nesta trajetória de cinco domingos a presença marcante da Aliança neste Ano B.
A Quaresma é tempo de aprofundar o significado da Aliança entre Deus e seu
povo. Também é a época de examinar como está sendo vivida, na prática, esta
Aliança.
Jesus Cristo é
a Nova e Eterna Aliança e é por meio Dele que temos confiança perante Deus.
“Ele é que nos tornou capazes de exercer o ministério de uma Aliança nova. Esta
não é uma Aliança da letra, mas do Espírito. Pois a letra mata, mas o Espírito
comunica a vida” (2Cor 3,6).
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos,
Pe. Benedito
Mazeti
Assessor de Liturgia
do Bispado de São José do Rio Preto
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