domingo, 27 de dezembro de 2015

SOLENIDADE DA SANTA MÃE DE DEUS, MARIA - ANO C

Oitava do Natal
01 de janeiro de 2016

Leituras

         Números 6,22-27
         Salmo 66/67,2-3.5-6. 8
         Gálatas,4,4-7
         Lucas 2,16-21


“OS PASTORES VOLTARAM, GLORIFICANDO E LOUVANDO A DEUS”


1- PONTO DE PARTIDA 

Solenidade da Santa Mãe de Deus e Oitava do Natal. Hoje o Menino que nasceu em Belém recebe um nome. Na Oitava do natal celebramos a Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. Festa da Maternidade divina e veneração àquela que é Mãe de Deus e da Igreja. Maria é protagonista indiscutível do mistério do nascimento do Senhor. É a primeira festa de Maria do Ocidente. Os evangelhos destacam a adoração dos pastores com a figura central de Maria, a mãe do Menino, e a circuncisão ao “oitavo dia”.

Estamos vivenciando as festas natalinas, com a celebração da manifestação do Senhor em nossa vida e na história da humanidade. Na celebração de hoje nossa atenção se volta para o mistério da Mãe do Senhor sob o título de “Mãe de Deus”.

Hoje é Dia Mundial da Paz. Em um comunicado, o Vaticano informou o lema que o Papa Francisco escolheu para este ano. “Vence a diferença e conquista a paz”.

A paz é possível ali onde o direito de cada ser humano é reconhecido e respeitado, segundo a liberdade e a justiça. “A mensagem de 2016 quer ser um instrumento do qual partir para que todos os homens de boa vontade, em particular aqueles que trabalham na educação, na cultura e na mídia ajam segundo as próprias possibilidades e suas melhores aspirações para construir juntos um mundo mais consciente e misericordioso e, portanto, mais livre e justo”.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
                       
Primeira leitura – Números 6,22-27. Como primeira leitura na Oitava do Natal e Ano Novo, a Igreja escolheu a bênção sacerdotal do Primeiro Testamento, com que se encerravam as grandes celebrações litúrgicas no Templo de Jerusalém. Entre estas, a celebração do Ano Novo era uma das mais importantes. Mais tarde encerravam-se as reuniões semanais nas sinagogas com esta bênção de Araão, que só podia ser pronunciada por um sacerdote. A bênção consiste em três súplicas, em que se invoca o nome de Deus para assegurar ao Povo de Deus a proteção, a benevolência e a paz de Deus. A bênção é destinada a todo o povo de Deus na sua totalidade e não em primeiro lugar o indivíduo ou sua família. De fato, ela é uma atualização da fórmula da Aliança que se encontra por toda a parte no Primeiro e Novo Testamento: “Eu serei o seu Deus e vocês serão o meu povo”. Por isso, esta bênção aarônica pode ser considerada como a origem de todas as bênçãos da liturgia cristã.

A bênção está escrita em três versos. A primeira parte de cada verso invoca a ação pessoal do Senhor sobre o povo: “abençoe” (versículo 24a), “faça brilhar sua face” (versículo 25a) e “volte seu olhar” (versículo 26a). A cada um dos atos do Senhor segue uma conseqüência da bênção invocada: “guardará” (versículo 24b), “compadecerá” (versículo 25b) e “dará a paz” (versículo 26b).

Dizer que Deus nos mostrará a sua face é um modo de dizer que Ele terá especial cuidado conosco. É nos sentirmos diante do olhar de Deus. Abençoado é aquele que aprende a pautar sua vida pela vontade de Deus. Que trabalha, perdoa, acolhe, partilha e promove a paz entre os povos. “Voltar (para ti) o seu olhar” é também expressão do amor divino em gestos de ajuda aos necessitados, logo o povo terá a paz, que é sinal de integridade, perfeição, felicidade e harmonia, levando a pessoa a uma vida plena e livre. Recordemos que Jesus é chamado o Príncipe da Paz. Ele é a paz. Veio trazer a paz.

Não devemos manipular a Deus pedindo bênçãos para conquistar vantagens pessoas. Abençoado é aquele que vive diante do olhar de Deus.

Cristo será, um dia, a verdadeira bênção, não somente porque, graças a Ele, a humanidade poderá alcançar as bênçãos divinas (Efésios 1,3; Atos 3,26) mas, antes de tudo, porque vai integrar a humanidade este Espírito de Deus que é fonte de verdadeira comunhão da pessoa humana com Deus e plenitude das buscas empreendidas pela pessoa para obter a felicidade.

Salmo responsorial 66/67,2-3.5-6.8. Este Salmo mistura vários tipos: súplica coletiva (versículo 2-3), hino de louvor (versículos 4.6) e ação de graças coletiva (versículos 5.7-8). Nós o consideramos ação de graças coletiva. O Povo agradece a Deus após a festa da Colheita, e aprende que Ele é o Senhor do mundo. Começa pedindo a bênção. Iluminar ou fazer brilhar a face é mostrar-se afável, benévolo. O caminho é a conduta de Deus, seu modo regular de agir; é simplesmente a salvação. Este caminho se torna claro na bênção para todos os que querem ver e aceitar. O Salmo insiste no horizonte universal do governo divino e do louvor humano.

A bênção contida na primeira leitura é tornada oração. É alargada a todos os povos através do salmo. Criado como ação de graças pelas colheitas, ressoa hoje em nossos lábios como louvor àquele Deus de piedade, cuja “bênção”, faz germinar na nossa terra o verdadeiro fruto bendito: Jesus, pão da vida.

O rosto de Deus no Salmo. É novamente o Deus da Aliança, mas isso não é exclusividade ou privilégio de Israel. Ele é o Deus de todos os povos. Julga-os com justiça e retidão. Todos os povos o celebram, e o resultado disso é a vida que brota da terra. A bênção é, na Bíblia, sinônimo de fecundidade. Além disso, trata de um Deus ligado profundamente a duas coisas: a justiça e a terra que produz.  A terra, produzindo (para todos), ofereceu a Israel a possibilidade de descobrir que Deus é Senhor do mundo e dos povos, sem imperialismos, sem dominação de um povo sobre o outro. Todos os povos se encontrarão em torno do único Deus, celebrando-O e usufruindo sua bênção, traduzida na fecundidade da terra. Seu rosto é um Deus abençoador.

No Novo Testamento, além de recordar o que já se disse dos outros salmos de ação de graças coletiva, é bom ver como Jesus se relacionou com o que não pertenciam ao povo de Deus, isto é, o Povo de Israel, e como eles tiveram fé em Jesus, tratando-O carinhosamente (por exemplo, Lucas 7,1-10; João 4,1-42).

Entoando o Salmo, peçamos que o Senhor nos abençoe em Cristo. Que ele conduza nossos passos no caminho da paz com sua bênção.

QUE DEUS NOS DÊ A SUA GRAÇA E SUA BÊNÇÃO.

Segunda leitura – Gálatas 4,4-7. O apóstolo Paulo afirma que Ele veio como filho de mãe humana. O pensamento desta passagem é dominado por duas frases semelhantes: “Deus enviou seu Filho” e “Deus enviou o Espírito de Seu Filho”. Na primeira parte da passagem (versículos 4-5) Paulo afirma que a vinda do Filho de Deus ao mundo marca a plenitude dos tempos. Na segunda parte (versículos 6-7), que todos os cristãos – sejam eles convertidos do judaismo, seja do paganismo – participam desta plenitude pelo dom do Espírito Santo. Os cristãos devem esta participação na plenitude pelo fato de que o Filho de Deus se solidarizou com todas as pessoas até o pleno esvaziamento de Si mesmo.

A Encarnação não é, portanto, a plena realização da plenitude dos tempos. É, antes, a inauguração da mesma. O Filho de Deus solidariza-se com os homens, para que eles, adotados como filhos de Deus e equipados com o Espírito do Filho de Deus, levassem os tempos à sua plenitude. E isto se faz, solidarizando-se com os semelhantes, libertando-os de toda a espécie de escravidão e discriminação, e levando-os à dignidade humana natural e sobrenatural e fazendo-os herdeiros dos bens divinos, do mesmo modo como Cristo o fez a respeito deles, isto é, pelo esvaziamento de si mesmo (cf. Filipenses 2,6-11).

Ele nasceu submisso à lei, como sua Mãe, para que nos tornássemos filhos do mesmo Pai. Tornando-nos filhos, Deus enviou-nos o Espírito de seu Filho para que possamos clamar: Paizinho! A partir do mistério da Encarnação não somos escravos, mas filhos e filhas e também herdeiros.

Evangelho – Lucas 2,16-21.  O Evangelho apresentado na liturgia de hoje é uma continuação do Evangelho da liturgia do Natal do Senhor. Depois de receber a visita do anjo, os pastores vão apressadamente a Belém, ansiosos para responder à Boa-Nova da salvação. Lá encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura. Viram o Menino, o Salvador, o Cristo Senhor. Não se contiveram, contaram o que haviam visto e escutado sobre o Menino. Todos ficavam maravilhados com o que ouviam. Diante de tão grande mistério, há busca, glorificação e anúncio por parte dos pastores; escuta e meditação da parte de Maria, a Mãe do Deus encarnado na história humana.
No “oitavo dia”, seus pais, judeus praticantes, cumprem a lei religiosa a respeito da circuncisão. A circuncisão era o rito mediante o qual se começava a fazer parte do povo eleito (cf. Gênesis 17,2-17), recebendo um nome que exprimia a missão que o novo membro assumia no conjunto do povo da Aliança.

Os hebreus praticavam a circuncisão para manifestar seu engajamento na Aliança com Deus, em vista da realização das promessas. A circuncisão era o sinal do modo de pertencer ao povo eleito; engajava os hebreus no mesmo destino e no mesmo estilo de vida. Para Jesus, a circuncisão manifesta a sua pertença ao povo judaico. Melhor do que ninguém, Jesus ensinará que somente a circuncisão do coração dá sentido à circuncisão da carne. Sua verdadeira circuncisão realizará na sua paixão aceita por amor (Colossenses 2,11-15).

O Messias recebe seu nome de salvação no momento da sua circuncisão. Ora, as tradições judaicas viam, no sangue derramado nesta operação (hoje fimose), o próprio sangue da Aliança. O sangue de Cristo será, ao pé da letra, o sangue da Nova Aliança, capaz de integrar todas as pessoas nos privilégios das promessas.

Situando o indivíduo numa relação particular em relação a Deus e à comunidade judaica, a circuncisão completava-se normalmente pela imposição de um nome que trazia presente essa situação. Abraão, João e Jesus receberam seu nome ao mesmo tempo que eram circuncidados (Gênesis 17,2-11; Lucas 1,59; 2,21)

O nome Jesus significa Javé é (ou dá) salvação. Como salvador Jesus vem trazer a plena realização das promessas feitas por Deus. As ações salvadoras eram explicadas pelas palavras dos profetas. Finalmente, quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido de uma mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que estavam sob o jugo da Lei.

Pelo fato de nos mergulhar no mistério da morte de Cristo, o batismo nos dispensa da circuncisão da carne, pois essa foi realizada, uma vez por todas, na cruz (Colossenses 2,11-15), mas não nos dispensa da circuncisão do coração e nos ajuda, pelo contrário, a renovar, através dela, todo o nosso ser pela fé, na ação de Deus sobre nós.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

Mais um ano chega ao fim. Temos muitos motivos para agradecer, louvar e quem sabe também lamentar, ou até rever algumas ações. Um novo ano inicia-se. São muitos os anseios, os desejos. Algumas perguntas persistem: Como vai ser este novo ano? O que vai acontecer de bom no mundo? No Brasil? Há sempre expectativas a respeito do que vai acontecer a nós como indivíduos e como comunidade humana. A nossa esperança é que venha um tempo de paz e de prosperidade. Por que não? A nossa esperança foi renovada. Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher. Maria, a mãe de Jesus, após conceber em seu ventre o Filho de Deus, Salvador da humanidade, o entrega a todos. Apresenta-o aos pastores, aos magos, ao templo de Jerusalém. Entrega-o também a nós. A maior “benção” que Deus nos concedeu foi o seu próprio Filho.

Ano novo, vida nova! É bom saber que para os cristãos, o novo ano litúrgico já começou, há um mês, no primeiro domingo de Advento. Celebrar Ano novo no 1º de janeiro não é próprio da Igreja; mas os cristãos participam desta celebração como cidadãos da sociedade civil. Tomam parte da celebração do Ano-Novo civil com uma festa de Maria, Mãe do Deus Salvador, Jesus Cristo. Querem felicitar de modo especial a Mãe da família dos cristãos – pois, ao visitarmos hoje a casa dos nossos amigos, devemos cumprimentar primeiro a dona da casa. Porque a Igreja marca este dia com uma festa de Maria, Mãe de Deus? É um voto de paz e bênção para a sociedade, para o mundo! Pois o Filho de Maria é uma bênção para toda a humanidade e o será também neste novo ano civil, que hoje se inicia.

Jesus Cristo entrou na nossa vida e transformou a nossa sorte e nosso destino em uma história divino-humana, capacitando-nos para uma vida livre. Deste “mergulho” fundo e solidário de Jesus na nossa condição humana, até a morte (e morte numa cruz!), resultou enfim a definitiva vitória do amor, da solidariedade, da vida sobre este nosso chão: Ressurreição e dom do Espírito! E daí resultou também que nós, humanos, pelo batismo fomos elevados à dignidade de filhos e filhas de Deus (cf. João 1,12), membros do corpo de Cristo (cf. 1Coríntios 12,12-31), participantes da vida divina, comensais do banquete celeste, “herdeiros da vida eterna” (Tito 3,4). Pelo dom do Espírito, fomos transformados em “geração escolhida, sacerdócio régio, gente santa, povo de conquista”, para proclamar as obras admiráveis daquele que nos chamou das trevas para a sua luz maravilhosa (cf. 1Pedro 2,4-9; Apocalipse 1,5b-6;5,6-10;20,4-6). Família de Deus, Corpo de Cristo, Igreja, novo e verdadeiro “povo sacerdotal! Deus nos amou e, deste amor, resultou para nós a paz, que no fundo é sinônimo de vida”. 

Os tempos serão melhores, a vida vencerá a morte. A paz, sinônimo de vida, será assegurada pelo esforço de todos. Um esforço solidário e fraterno. Um esforço feito em mutirão. Sejamos cristãos comprometidos na luta contra todo tipo de mal que fere a vida. Já existem muitos grupos, organizações, engajados nesse compromisso, podemos nos engajar neles ou criar iniciativas bem concretas que respondam às necessidades da nossa realidade. Caminhamos certos da graça e da benção de Deus (Salmo 67).

Deus solidariza-se com os pobres pastores e excluídos, representados aqui pelos pastores. Isso aparece muito bem no Evangelho. Note-se que os pastores são os primeiros a receber o aviso do nascimento do Salvador. Isto significa que é por eles que Deus faz a opção. Quem eram os pastores? Nada da imagem romântica dos pastores dos nossos presépios! Eles eram, na época, “malvistos pelo fato de não respeitarem as propriedades dos outros, invadindo-as com seus rebanhos, e cobrando preços exorbitantes pelos produtos dos rebanhos”. Pessoas desprezadas e excluídas pela sociedade! É a essas pessoas que o anúncio é dirigido e são elas que vão “às pressas” à Belém.

E o que encontram? Nada de extraordinário, nada de “glamour”: um casal (Maria e José) e um bebê deitado numa manjedoura. Já é suficiente para compreenderem que ali está o Salvador deles, aquele bebê deitado na manjedoura é o sinal concreto da solidariedade de Deus para com os pastores. Jesus escolheu a linguagem da manjedoura para dizer-lhes que de fato Ele é o Deus-conosco. Com o anúncio do anjo ainda ecoando em seus ouvidos, os representantes de todos os excluídos (os pastores) “reconhecem que Deus fala a mesma linguagem deles: o Salvador nasceu como qualquer um deles e de seus filhos”. Nasceu excluído para os excluídos. Interessante que eles, então, saíram dali anunciando a salvação divina, isto é, assimilaram a mensagem e agora evangelizam sem medo. Assim também deve ser a nossa atitude de discípulos e discípulas missionários.

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

No silêncio e na surpresa da noite
         
Uma antiga antífona da Igreja, ricamente traduzida para o Ofício Divino das Comunidades, diz assim: “Quando um profundo silêncio envolvia, / e tudo aquietava no meio da noite / a nós chegou a tua Palavra, / cumprindo teu plano de salvar teu povo”. Essa antífona, tirada do livro da Sabedoria, referia-se, naquele livro, ao anjo exterminador que na surpresa da noite ceifou a vida dos primogênitos do Egito. Na liturgia do Natal ela ganha colorido novo: Deus não envia mais o anjo exterminador, mas envia seu Filho para dar sua vida, no silêncio e na surpresa da noite. Uma bênção que ressoou no silêncio da noite escura, lá onde não se esperava secretamente no seio da humanidade, que contemplava e meditava, pelos olhos da Virgem Mãe, tão grande acontecimento. A única realidade que este Anjo (Jesus, no sentido de ser O Mensageiro) extermina, é a morte!

          Nesta celebração, depois de ouvirmos ressoar a Palavra do Senhor, que é para nós o próprio Cristo que encontra manjedoura em nós, devemos, como Maria, silenciar. Contemplando aquele que, para nós, é a benção, a orientação da nossa história, a poderosa voz de Deus, que ressoa no profundo silêncio da noite, concedendo vida e salvação para todos.

A redignificação do Humano

          Ao nascer de mulher, o Verbo redignifica ambos os gêneros: mulher e homem. Leão Magno dedicou muitas homilias ao acontecimento que celebramos no natal e grande parte de nossa eucologia, para esse tempo, está inspirada em suas palavras e reflexões litúrgico-teológicas. Sobre o mistério do natal, escreve: “A festa de hoje renova, para nós, o sagrado início do nascimento de Jesus, nascido da Virgem Maria. E, enquanto adoramos o nascimento de nosso Salvador, celebramos também o nosso nascimento. Efetivamente, a geração de Cristo é a origem do povo cristão; o Natal da cabeça é também o Natal do Corpo”.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

                 Hoje temos muitos motivos para celebrar: final de ano, inicio de um novo, oitava do Natal, solenidade da Mãe de Deus e Dia Mundial da Paz.

                  Ao celebrar, a comunidade de fé liga esses fatos, até porque a própria liturgia tem como centro o mistério de Cristo. Maria esta intimamente ligada ao mistério do Filho, e sua missão esta unida à dele, desde o seu nascimento até a cruz e ressurreição. A reforma litúrgica, com a restauração do calendário geral, “permitiu que nele fosse inserida de maneira mais orgânica, e com uma ligação mais íntima, a memória da mãe no ciclo dos mistérios do Filho” (Marialis Cultus, n.2), encíclica de Paulo VI. O Filho que nasceu de Maria é “chamado Admirável, Deus, Príncipe da Paz, Pai do mundo novo, e o seu reino não terá fim”, reza uma das antífonas de entrada.

          A plenitude dos tempos, trazida por Jesus (segunda leitura), vem a nós como uma benção de Deus que contem uma proposta de paz (primeira leitura). O dom da filiação nos torna acolhedores da proposta divina. Os pastores, Maria, José, Paulo, nos dão o exemplo de capacidade de acolher e de dar ao mundo a Luz Eterna, o Príncipe da Paz, o Salvador da humanidade, Jesus Cristo. A todos nós, cristãos, filhos e filhas de Deus, no Filho nascido em Belém, ressuscitado em Jerusalém, vivo no seu Corpo que somos todos nós, cuja imagem maior é a Eucaristia, não resta senão honrar a “dignidade” a que fomos elevados, levando adiante a missão de Jesus Cristo, vivendo a Justiça, o Amor e a Paz.

6- ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Nossa comunidade é uma família. Quando se reúne em assembléia para ouvir a Palavra e celebrar a ceia do Senhor, torna-se ela mesma lugar privilegiado da presença do Senhor (Templo vivo do Espírito).

2. A festa do Natal do Senhor tem uma profunda e importante ligação com a Páscoa, podendo até dizer que as duas são inseparáveis. Neste pequeno tempo litúrgico se celebra o Nascimento de Jesus, sua entrega total até a morte na cruz e sua vitória sobre o mal e a morte. Com o Natal, damos início ao “Ciclo da nossa fé cristã”, onde celebramos o Nascimento do Senhor e recordamos a sua paixão, morte e ressurreição. Ao mesmo tempo, com a Epifania (manifestação) o Natal é um dos dois pólos do Ano Litúrgico. O Natal é a Santa Páscoa em germe. Pois a Natividade de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo a carne, é o início da Páscoa. Encarnação e Ressurreição são inseparáveis.

3. Ao anunciar os cantos, cuidado com alguns possíveis “cacoetes”. Por exemplo, “vamos acolher o celebrante com o canto tal”, ou “vamos cantar o número tal”. Primeiro: a finalidade do canto inicial não é acolher o presidente, mas fazer com que a comunidade, cantando, já faça a experiência de ser acolhida por Deus em sua casa. Segundo: celebrante é toda a assembléia, e a pessoa que normalmente costumamos chamar de “celebrante” é o presidente da assembléia celebrante. Terceiro: nunca se canta o “número” e sim o canto, que tem letra e música próprias para o momento celebrativo.
           
4. Valorizar hoje: presépio, flores, luzes, estrelas, vestes brancas ou coloridas e dança litúrgica, pois é uma “festa natalina”, isto é, Oitava do Natal.

            5. As leituras sejam bem proclamadas. Neste Tempo do Natal, o Verbo feito gente habita entre nós.

6. Usar a mensagem de paz do papa Francisco.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada Domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo do Natal, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste Tempo do Natal. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembleia, “inseri-la no mistério celebrado” (IGMR nº 47). Nesse sentido o Hinário Litúrgico I da CNBB nos oferece uma ótima opção, que muitos estão gravados no CD: Liturgia V. Outra opção é o Ofício Divino das Comunidades.

1. Canto de abertura.  “Hoje surgiu uma luz para o mundo” (Lucas 1,33). Sem dúvida, o canto de abertura mais adequado pra esse dia é: “Nasceu-nos, hoje, um Menino”, Salmo 98, CD: Liturgia V, melodia da faixa 6.

Outra possibilidade é também “Nasceu a flor formosa da tribo de Jessé” Hinário Litúrgico I, pagina 79. “Tu és a glória de Jerusalém”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 1. Como canto de abertura não podemos deixar de entoar, um desses cantos que nos introduzem no mistério a ser celebrado.

2. Ato penitencial. Muito oportuno a primeira fórmula do Missal Romano, página 395, oportuno para a Oitava do Natal.

3. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas...” Vejam o CD: Tríduo Pascal I e II e também no CD: Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores.

O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembléia.

4. Salmo responsorial 66/67. Pedido de bênção. “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção”. Outra possibilidade é este mesmo Salmo que está musicado no CD: Liturgia V, melodia da faixa 11.

O Salmo responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura. Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e o salmo Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.

5. Canto ritual do Aleluia. A multiforme Palavra de Deus (Hebreus 1,1-2). “De muitos modos, Deus outrora nos falou pelos profetas...”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 4. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.

A aclamação ao Evangelho é um grito do povo reunido, expressando seu consentimento, aplauso e voto. É um louvor vibrante ao Cristo, que nos vem relatar Deus e seu Reino no meio das pessoas. Ele é cantado enquanto todos se preparam para ouvir o Evangelho (todos se levantam, quem está presidindo vai até ao Ambão).

6. Apresentação dos dons. O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração na Oitava do Natal. “Nas terras do Oriente, surgiu dos céus uma luz”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 10.

A Igreja também oferece outras opções como: “Celebremos com alegria”, Hinário Litúrgico I, página 63; “Belém é aqui, aqui é Natal”, Hinário Litúrgico I, página 62. Sem dúvida estes cantos são os mais apropriados para este momento por ser uma festa natalina.

7. O canto do Santo. Um lembrete importante: para o canto do Santo, se for o caso, sempre anunciá-lo antes do diálogo inicial da Oração Eucarística. Nunca quando o presidente da celebração termina o Prefácio convidando a cantar. Se o (a) comentarista comunica neste momento o número do canto no livro, quebra todo o ritmo e a beleza da ligação imediata do Prefácio como o canto do Santo.

8. Canto de comunhão. Jesus Cristo, ontem, hoje e sempre (Hebreus 13,8). A melhor opção para o canto de comunhão nesta festa natalina é o canto: “Cristãos, vinde todos, com alegres cantos” (Adeste Fidelis), CD: Liturgia V, melodia da faixa 4.

A Igreja oferece outras opções como: “Nasceu em Belém e Belém quer dizer: a casa do pão”, Hinário Litúrgico I, página 80; O Verbo se fez carne e habitou entre nós..., João 1,14 e estrofes do Salmo 147, “Louva Jerusalém, louva o Senhor teu Deus...”,  Hinário Litúrgico I, página 35; “Da cepa brotou a rama”, Isaias 11, CD Liturgia V, faixa 10. Estes cantos retomam o Evangelho na comunhão de maneira autentica.

9. Canto de louvor a Deus após a comunhão. Após a comunhão, reservar um momento de silêncio. Depois, pode-se cantar o Magnificat que é o canto de Maria. “O senhor fez em mim maravilhas”.

10- Canto final. “Celebremos com alegria o dia em que Jesus nasceu”, Hinário Litúrgico I, página 63, e convidar a todos a se aproximarem do mesmo, símbolo do Natal (se não foi cantado como canto de comunhão). Fazer um gesto de adoração se colocando de joelhos. Se a equipe de liturgia e a equipe de canto não conhecer este canto, temos outras opções como: “Vinde cristãos, vinde á porfia”, Hinário Litúrgico I, página 90; “Belém é aqui, aqui é Natal”, Hinário Litúrgico I, página 62.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Uma orientação para o Tempo do Natal: Usar o recurso da iluminação na igreja e também no presépio, com foco de luz sobre a imagem do Menino na manjedoura. Evite-se, no máximo, o uso de pisca-piscas, tanto no presépio como em árvores de Natal dentro do espaço da celebração como em muitas comunidades se faz! É que o show de pisca-piscas durante a missa transforma-se em “ruído”, “rouba a cena”, pois distrai as pessoas do verdadeiro centro de atenção, que é o mistério celebrado na mesa da Palavra e na mesa da Eucaristia. . São símbolos da onda consumista das festas natalinas e de final de ano que invade as mentes e os corações das pessoas já desde o mês de outubro. Não se deixem influenciar por esta onda consumista que queima etapas e deturpa o Mistério do Natal. Evitem-se também músicas comercias de Natal.

2. Em lugar de destaque, prepare-se um ícone da Virgem Maria com o Menino Jesus.

9- AÇÃO RITUAL

A “Filha de Sião”, Maria, Mãe de Jesus, é imagem da Igreja. Nós, como ela, estamos impregnados pelo Verbo da Vida e somos impelidos a dá-lo à luz, cotidianamente. Assim, a Igreja dá à luz a si mesma, pois está cheia do mesmo Espírito que gerou, no seio de Maria de Nazaré, Cristo Jesus.

Antes do início da celebração, uma pessoa (criança, jovem, adulto ou idoso) entra, em silêncio, com a bandeira da paz e coloca-a perto do Círio Pascal. Enquanto a bandeira é conduzida, canta-se o refrão: Força da paz cresça sempre, sempre mais, que reine a paz, acabem as fronteiras, Mir, Mir, Mir. Paz, Paz, Paz. Força da paz.

Ritos Iniciais

1. Na procissão de entrada, pode entrar uma família com uma criança nascida a pouco tempo. A bandeira da paz pode ser também levada na procissão de entrada se não foi conduzida antes como orientamos acima.

2. Saudar e apresentar as pessoas que participam pela primeira vez da comunidade ou são visitantes, dizendo seu nome e de onde vêm. Dar-lhes as boas-vindas.

3. A saudação do presidente pode ser inspirada na Carta de Paulo aos Gálatas 4,4:

O Deus que, na plenitude dos tempos, enviou o seu Filho nascido de uma mulher, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

4. E seguida o presidente da celebração, ou diácono ou mesmo o animador leigo, dá o sentido da celebração:

Solenidade da Santa Mãe de Deus, Maria. Recordando nesta Oitava do Natal, o dia em que Jesus recebeu o nome de Salvador e rezando hoje, pela paz, contemplamos a figura de Maria, que participou do mistério da vinda do Salvador Jesus Cristo, nascido de Deus.

5. Após a saudação e o sentido da celebração, sugerimos o rito da Recordação da Vida. Trazer presente os acontecimentos do ano, da semana, não como reportagem, mas de maneira orante.

6. Em seguida crianças ou jovens se aproximam para depositar flores, incenso e vela junto ao ícone de Nossa Senhora.

7. Hoje é dia Mundial da Paz. Por isso, com uma motivação adequada, o abraço da paz pode ser dado no início da celebração. Quem preside lembrar que no mundo inteiro, neste dia, se reza pela Paz. No final do rito, todos se abraçam desejando a paz e os votos de feliz ano novo.

8. O Ato penitencial pode ser feito conforme a primeira fórmula do Missal Romano, página 395:

Senhor, Filho de Deus, que nascendo da Virgem Maria, vos fizestes nosso irmão, tende piedade de nós.

9. O Hino de Louvor (Glória) é, sem dúvida, um dos momentos altos desta celebração natalina. Deve ser cantado solenemente por toda a assembléia. Deve-se estar atento na escolha dos cantos para o momento do glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos foi transmitido desde a antiguidade, que se encontra no Missal Romano, ou, pelo menos, o mesmo texto em linguagem mais adaptada para o nosso meio e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores (como já existe!). Evitem-se, portanto, os “glórinhas” trinitários! O hino de louvor (glória) não de caráter Trinitário e sim Cristológico.  Pode ser acompanhado de uma coreografia feita por um grupo de crianças e ao som de sinos, onde houver.

10. Na oração do dia, suplicamos a Deus que dê à humanidade a salvação eterna e que possamos contar com a intercessão de Maria que gerou o autor da vida para.

Rito da Palavra

1. Dar destaque especial à Liturgia da Palavra, proclamando bem as leituras, especialmente o Evangelho. O Evangeliário pode ser acompanhado de tochas e incenso. E a proclamação deve ser feita de tal maneira que a comunidade viva e experiência da Encarnação de Jesus o Verbo (Palavra) que se fez carne e habitou entre nós. Palavra que é o próprio Cristo, recebendo acolhida na assembléia reunida, seu Corpo.

2. Antes de ler, é preciso primeiro mergulhar na Palavra, rezar a Palavra. Pois “na liturgia da Palavra, Cristo está realmente presente e atuante no Espírito Santo. Daí decorre a exigência para os leitores, ainda mais para quem proclama o Evangelho, de ter uma atitude espiritual de quem está sendo porta-voz de Deus que fala ao seu povo”.

            3. Na Profissão de fé (Creio), usar o “Símbolo de Nicéia- Constantinopla” é mais extenso e mais completo que o “símbolo apostólico” que se costuma usar todos os domingos. No Natal, como em outros dias festivos, é interessante usar o primeiro, que fala mais sobre a Encarnação do Filho de Deus: “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós homens e para a nossa salvação, desceu dos céus; e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem (...)”. Durante as palavras “e se encarnou”, todos se ajoelham em sinal de adoração.

4. Fazer uma prece especial pelos nossos governantes.

5. Oito dias depois a criança que nasceu em Belém, recebe o nome de Jesus. Outra possibilidade é substituir as preces pela Ladainha do Santíssimo Nome de Jesus que está no Ofício Divino das Comunidades, página 510.

Rito da Eucaristia

1. Na oração sobre as oferendas, suplicamos que na festa da Mãe de Deus que tenhamos a alegria pelas primícias da salvação, em Maria.

2. Dar maior destaque ao rito eucarístico: cantar o prefácio escolhido, o Santo, as aclamações da Prece Eucarística, amém final e o Cordeiro de Deus que acompanha a fração do Pão.
           
3. Sugerimos o Prefácio do Natal do Senhor, II que destaca a Encarnação como restauração universal. Pode ser entoado seguindo um tom sálmico. Uma vez que o texto está em prosa, estude-se antes onde recaem os acentos mais importantes (a palavras mais significativas) para que se estabeleçam corretamente as cadências (finais das frases “melódicas”). Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Ele, no mistério do Natal que celebramos, invisível em sua divindade, tornou-se visível em nossa carne. Gerado antes dos tempos, entrou na história da humanidade para erguer o mundo decaído. Restaurando a integridade do universo, introduziu no Reino dos Céus o homem redimido”. O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao modo de mistagogia. Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. A II admite troca de prefácio. As demais não admitem um prefácio diferente. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo para a unidade teológica e literária da eucologia. Outra opção é o Prefácio da Virgem Maria, I que destaca a maternidade divina de Maria.

4. A Oração Eucarística I (ou Cânon romano) é um pouco mais longa, mas tem a vantagem de oferecer uma parte própria para o Natal: “Em comunhão com toda a Igreja, celebramos o dia santo (a noite santa) em que a Virgem Maria deu ao mundo o Salvador. Veneramos também a mesma Virgem Maria e seu esposo São José”.

5. Antes de iniciar a Oração Eucarística com o Prefácio, dependendo das circunstâncias, seria muito bom lembrar (ou fazer a assembléia lembrar-ser) pessoas, grupos, instituições ou movimentos que estão lutando pela paz, integrando-os na grande ação de graças, memorial do Mistério Pascal do Senhor. Fazer também de maneira orante os motivos de ação de graças pelas maravilhas de Deus durante o ano que está terminando.

6. Na Oração Eucarística, “compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude orante, pelos gestos, pelo semblante e pela autenticidade, elevar ao Pai o louvor e a oferenda pascal de todo o povo sacerdotal, por Cristo, no Espírito”.

Ritos Finais

1. Na oração depois da comunhão, suplicamos ao Deus de bondade, que cheios de júbilo, recebemos o sacramento para a vida eterna e proclamemos com a nossa vida, Maria Mãe de Deus e da Igreja.

2. Dar um destaque especial à bênção final, que poderá ser cantada. O Missal Romano, na página 520, oferece uma oração de bênção própria para esta celebração.

3. Uma saudação à Virgem Maria, com queima de incenso, é importante no final da celebração, após a bênção final.

4. As palavras do rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Levai a todos o Santíssimo Nome de Jesus. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

5. Onde for possível, cada pessoa recebe, ao sair, uma flor branca, ou fita branca, como sinal da paz recebida e que deve ser levada a todos, durante o ano novo que se inicia.
           
6. Onde for oportuno realiza-se no fim da celebração uma procissão com crianças até o presépio, onde se canta “Vinde cristãos, vinde á porfia”, Hinário Litúrgico I, página 90; e convidar a todos a se aproximarem do mesmo, símbolo do Natal. Fazer um gesto de adoração se colocando de joelhos. Se a equipe de liturgia e a equipe de canto não conhecer este canto, temos outras opções como: “Belém é aqui, aqui é Natal”, Hinário Litúrgico I, página 62. Onde houver “Folia de Reis”, convidar para este momento com seus cantos populares para homenagear o Menino Deus, uma espécie de auto de Natal (canto, dança após a celebração). Se não foi cantado na comunhão, pode ser esse o canto: “Cristãos, vinde todos, com alegres cantos” (Adeste Fidelis), CD: Liturgia V, melodia da faixa 4.

            7. Motivar para que, ao final da celebração, os participantes manifestem uns aos outros os votos de um santo e abençoado novo ano. Pode cantar o hino: “É bonita demais a mão de quem conduz a bandeira da paz”. De autoria de Zé Vicente (Ofício Divino das Comunidades, páginas 393-394).

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a certeza de que os tempos serão melhores na medida em que nos engajamos na construção de um mundo melhor, marcado pelo Evangelho, sabemos que estamos começando bem o ano colocando-nos sob o sinal do Nome de Jesus, isto é, Deus salva. Doce Nome, vigoroso Nome, realidade das realidades que Deus nos deu na plenitude dos tempos para que pudéssemos servir a Deus e aos irmãos todos os dias de nossa vida.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos

Pe. Benedito Mazeti

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