sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

SOLENIDADE DA EPIFANIA DO SENHOR - ANO C

03 de janeiro de 2016

Leituras

         Isaias 60,1-6
         Salmo 71/72,2.7-8.10.12-13
         Efésios 3,2-3a.5-6-7
         Mateus 2,1-12


“AJOELHARAM-SE DIANTE DELE E O ADORARAM”


1- PONTO DE PARTIDA 

Domingo da Epifania do Senhor. Ainda dentro dos festejos natalinos, ou melhor, como prolongamento do Natal, hoje celebramos a importante Solenidade da Epifania. A palavra “Epifania” de origem grega, significa “manifestação”. Manifestação do Messias também aos povos pagãos. Trata-se de uma antiqüíssima e das mais importantes solenidades cristãs, “pois celebra, no Menino nascido de Maria, a manifestação daquele que é o Filho de Deus, o Messias dos judeus e a Luz das nações”.

Podemos afirmar que Natal e Epifania celebram aspectos diferentes do mesmo mistério. Enquanto no Natal celebramos a Encarnação do Senhor e seu nascimento no meio do seu povo, a Epifania celebra a manifestação do Salvador em todos os povos nações e culturas, e também destaca a caminhada dos magos guiados pela Estrela.

A festa da Epifania retoma o Natal do Senhor, celebrando a sua humanidade manifestada a todos os povos. Traz consigo a mística da universalidade da salvação. Como festa litúrgica, a Epifania assenta raiz na tradição das Igrejas do Oriente, onde se identificava com a celebração da Natividade de Jesus, firmada no Ocidente (Roma) no dia 25 de dezembro. Com o passar do tempo, entrou para o calendário romano sob o título “Epifania” e também “Teofania”. O aspecto ressaltado, porém, não é mais a natividade, mas a manifestação da divindade de Cristo a todos os povos. Assim, entra em jogo a figura dos Reis Magos. Como veremos, a Liturgia da Palavra, a eucologia e demais elementos da prece litúrgica enfocarão claramente este aspecto.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
                       
Primeira leitura – Isaias 60,1-6. O profeta Isaias faz uma meditação sobre o destino de Jerusalém. Ele assiste, talvez, ao raiar do sol sobre Sião, espetáculo que pode ser visto mesmo nos dias de hoje para aqueles que visitam a região: enquanto os vales que rodeiam a cidade de Jerusalém continuam mergulhados nas sombras da noite, os muros da cidade refletem o brilho do sol nascente que surge luminoso. Transferindo esse espetáculo para uma visão escatológica, comum entre os profetas de Sião (Ezequiel 40-48; salmo 86/87), o terceiro Isaias imagina Jerusalém tornando-se a luz do mundo; já não se trata, porém, do sol: é do próprio Deus que ela recebe o maravilhoso brilho.

As características desta nova Jerusalém são, principalmente, na questão da celebração: a “glória” é a manifestação da presença de Deus no seu templo (Ezequiel 1,4-28; 43,1-5; Salmo 25/25,8; 62/63,3). Esta “presença” de Deus é uma característica do culto de Jerusalém-Sião (Deuteronômio 12,5). A “convocação” de todas as tribos (2Reis 23; deuteronômio 4,9-13; Salmo 121/122,4) é imposta pela lei, nas principais festas do calendário judaico, e os dons que as nações apresentam a Jerusalém são finos perfumes destinados à liturgia dois sacrifícios de incenso, pelos quais o Senhor não escondeu suas preferências (Malaquias 1,11). Os elementos do culto são restabelecidos em Jerusalém em torno da glória de Deus, de volta a Sião-Jerusalém, a reunião que se operava (versículo 4) já não é somente a das tribos, mas de todas as nações (versículo 3). A nova liturgia diz respeito ao mundo inteiro. A participação das nações a esta “assembléia” (Zacarias 14,15-20) ainda é concebida em função das tribos judaicas e as nações ali têm especialmente, como papel, trazer os filhos de Jerusalém para dentro dos muros de sua cidade; um primeiro passo, porém, é vencido em direção a um universalismo cristão. Foi preciso, porém, que Israel experimentasse a dispersão entre as nações para a aprovação a este universalismo.

Este texto do profeta Isaias, leitura inicial da Solenidade da Epifania, refere-se a Jerusalém, cidade do sol, por Deus iluminada da aurora ao ocaso. O profeta prediz a vinda do Salvador cuja luz dissipará as trevas.  O texto exala a alegria e a esperança: “os povos caminham à tua luz e os reis, ao clarão da tua aurora. Teus filhos vêm chegando; ao vê-los, ficarás radiante, com o coração vibrando”. Todos acorrem a Jerusalém, onde a glória de Deus vai se manifestar.

Salmo responsorial 71/72,2.7-8.10.11.12-13. É um Salmo real, pois tem a pessoa do rei como centro das atenções. Pede-se que Deus lhe conceda a capacidade de julgar com justiça (versículos 1b-2), de acordo com o projeto de Deus. Rezados pelo rei presente, eram súplica; rezados pelo rei futuro, tornavam-se profecia e expectativa. Somente em Cristo o Salmo atinge o seu pleno sentido. Os cristãos viram em Jesus Cristo um novo rei capaz de agir conforme a vontade do Pai, único rei do povo.

Jerusalém é convidada a louvar o “seu Deus”. Os motivos residem na múltipla “palavra” experimentada por Israel: a que traz a paz nos acontecimentos da história, a que até faz florescer o deserto para matar a fome do povo e, sobretudo, a que comunica somente a Israel a Lei do Senhor.

O Salmo afirma que Deus é o juiz verdadeiro, que faz justiça, isto é, que defende o direito dos pobres. Esta justiça Deus pode exercer pessoalmente, e também pode confiá-la a um dos seus escolhidos, em concreto, ao rei da dinastia eleita. Deste modo o rei participa da justiça divina, que deve exercer unicamente a serviço do povo.

O rosto de Deus neste Salmo é muito interessante, pois continua sendo o Deus da Aliança que, mediante a ação do rei faz justiça ao povo, defendendo os pobres, protegendo os indigentes, tornando-se o protetor dos abandonados, contra os opressores e violentos. Eis o rosto de Deus: Rei justiceiro.

O Novo Testamento viu em Jesus esse novo rei na visita dos magos (Mateus 2,1-12), capaz de fazer justiça (Mateus 3,15) e provocar o surgimento do Reinado de Deus (Mateus 4,17). Jesus disse a Pilatos que o Reino Dele não deste mundo (João 18,36), não para afirmar que reinará em outro planeta ou em outra dimensão, mas para mostrar que tem uma proposta nova de poder e de justiça. É seguindo essa proposta que chegamos à concretização do Reino de Deus.

O rei estenderá seu domínio como um soberano sobre reis vassalos: inimigos e agressores serão derrotados, os outros prestarão homenagem. Esta soberania, porém, não é anseio de poder, isto é, abuso de poder, e sim um estender o reinado benéfico da justiça, a favor dos pobres, indigentes e fracos. Será o salvador universal frente a violência, porque considera preciosa a vida do pobre.

Neste salmo, acolhamos a manifestação do Senhor em todas as culturas da terra e peçamos que Ele venha como rei da justiça e da paz.

EIS QUE VEM O SENHOR SOBERANO,
TENDO EM SUAS MÃOS PODER E GLÓRIA!

Segunda leitura – Efésios 3,2-3.5-6. Paulo explica como o mistério de Deus, já apresentado em Efésios 1-2 (cf. 3,3b-4), foi revelado a ele. Este mistério é revelado através dele aos pagãos. Paulo não só explica, mas contempla o “mistério” da entrada dos pagãos na Igreja e do ministério (versículo 7)  apostólico que lhe cabia para realizar esta vontade de Deus (cf. Efésios 1,3-14; 1,18-23; 2,1-2; 14,22).

Ele afirma que o mistério da Igreja, aos olhos de Deus, sua relação com o mundo. Sua essência é a preparação do acolhimento das pessoas no Reino de Deus e, no coração da Igreja, o ministério apostólico é o serviço no qual algumas pessoas lembram, sem cessar, a seus irmãos em Cristo a missão de diálogo com o mundo e o acolhimento das mentalidades e das culturas humanas.

Paulo indica essa missão com o nome de “mistério” porque a intenção de Deus era edificar uma Igreja com esta responsabilidade não aparece desde logo: a eleição de Israel parecia, pelo contrário, significar que a vontade de Deus era limitada na promoção de um único povo, isto é, os judeus. Muitos profetas universalistas se esforçaram, mas o povo estava preso a uma mentalidade particularista.

Essa vontade universal de Deus, manifestou-se na pessoa de Jesus na atenção que em vida Ele dedicou mesmo aos pagãos e principalmente no poder que dispõe, desde a sua ressurreição, com um corpo que coisa alguma poderá limitar, poder de encontrar todas as pessoas e prende-los no amor.

Entendendo a Palavra “mistério”, não como algo secreto, mas como o sonho querido por Deus. Esse desígnio eterno de Deus foi revelado à toda a humanidade. Esse mistério completou-se em Jesus Cristo, o Messias prometido pelas Escrituras Sagradas: chamar a si toda a humanidade, judeus e pagãos. Deus revelou-se no momento presente pelo Espírito: os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo e associados à mesma promessa em Jesus Cristo.

Evangelho – Mateus 2,1-22.  Os magos viram a estrela brilhar e puseram-se a caminho. A Palavra que escutamos é a estrela a brilhar para iluminar nossa mente e nosso coração. Somos chamados a acolhê-la e colocá-la em prática ao seguir pelo caminho.

Nesta narração Mateus quer apresentar Jesus a todos os que lerem o seu Evangelho. Mas também quer antecipar ao drama que se desenrolará no decorrer do seu Evangelho e que culminará na Cruz. Jesus, este Menino “nascido em Belém”, no tempo do rei Herodes (versículo 1) é o rei dos judeus (versículo 2), o Messias (versículo 4), rejeitado pelo seu próprio povo e aceito pelos pagãos.

Realizando a previsão de Isaias 60,1-9 e salmo 71,10-11.15, ofereceram como representantes dos povos pagãos os seus tesouros de ouro e incenso. O Evangelho mostra que a profecia se cumpre: “Chegou a luz, apareceu a glória do Senhor” – “a glória do Senhor manifestou-se”.

A narrativa da adoração dos magos narrada por Mateus submete-se ainda a outra conjuntura. Mateus escreve para os cristãos da Palestina; antigos judeus passados para o Cristianismo, eles sentem necessidade de firmar sua nova fé pela convicção de que se mantêm fiéis ao dinamismo das profecias antigas. A primeira preocupação do evangelista é mostrar-lhes que o nascimento de Cristo atrai para si os venturosos da dinastia real.

Como explicar, então, que os judeus, em geral, não se tornam cristãos? Para responder a tal pergunta que os cristãos formulam, Mateus inclui em seu texto o episódio de Herodes. Nele observamos que são antes os pagãos que se preocupam com o nascimento do Messias, e vêm à sua “procura” (tema importante da dinâmica da fé; cf. Lucas 2,41-51). Em compensação, aqueles que, por profissão, deveriam estar a par deste nascimento, - os escribas e os sacerdotes – esses que sabem, efetivamente, onde o Messias deve nascer e têm a sua ciência “em dia”, esses não possuem a fé e não se dão ao trabalho de ver a criança. Herodes pretende ir, mas todos nós sabemos quais eram as suas intenções. A marca principal do quadro de Mateus consiste, pois, numa oposição entre a recusa dos judeus e a fé dos pagãos. Diante do espetáculo daqueles pagãos que adoram o Menino Jesus, lembra-se então Mateus da profecia de Isaias 60,6 (os presentes). Mateus preocupa-se em justificar essa recusa dos judeus e a ascensão dos pagãos à fé cristã. Após a ressurreição Mateus focaliza novamente os sacerdotes que recusam crer (Mateus 28,11-15) e opõe-lhes a missão dos apóstolos às narrações (Mateus 28,16-20).

O recém-nascido rei dos judeus e Messias é perseguido pelos representantes de seu povo e adorado pelos representantes dos povos pagãos. Herodes manda matar as criancinhas. Esse massacre dos meninos mostra o fim de Jesus na Cruz.

A questão da estrela tenta-se resolver seja pela coincidência da conjunção de Júpter e Saturno na constelação de Peixes. Deus serviu-se desse astro que ele mesmo criou para manifestar a sua glória.

Os versículos iniciais do capítulo 2 de Mateus, assim como em Lucas nos domingos precedentes, remetem à infância de Jesus e o fazem sob um enfoque catequético, não como uma crônica ou um relato histórico.

Três elementos ressaltam nessa narrativa: a cidade Belém, os magos e a estrela. Belém, diferente da cidade de Jerusalém – cidade grande e bela –, é uma localidade simples, pobre. Foi ela a escolhida para, primeiramente, acolher o Filho Eterno de Deus, prefigurando que os corações simples, destituídos de falsas riquezas, são aqueles que têm condições de acolher a Palavra de Deus e colocá-la em prática. Os magos repetiram a Herodes o que dissera o profeta: “Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo”.

Os magos não são mágicos, como por muito tempo se divulgou, mas são sábios, estudiosos, pertencentes a outros povos e nações estrangeiras. Neste trio estão simbolizadas todas as nações, todas as “gentes”. É a síntese do mundo, mostrando que Jesus veio para que “todos tenham vida e vida em abundancia” (João 10,10). Os magos têm um encontro pessoal com Jesus: “vieram por um caminho, porém voltaram por outro para não reencontrarem Herodes”. Este queria a morte, a destruição do Salvador; os magos, contudo, optaram pela vida e retornaram à sua terra por outro trajeto.

Realeza, divindade e paixão-morte. Os presentes trazidos para o Menino Jesus nos oferecem uma indicação da globalidade da missão de Jesus. Será realmente verdadeiro rei para os pobres e pequenos, daí merecer o ouro como presente. Revelará o Pai, tornando-se Um com Ele, de tal forma que pode afirmar: quem me vê, vê o Pai. Por isso, merecerá também todo o louvor, simbolizado no incenso. Porém, tudo isso acontecerá passando necessariamente pela entrega total de sua vida pela humanidade, por meio de sua paixão e morte. Nesse sentido é que entendemos a mirra – perfume que será utilizado no sepultamento de Jesus (João 19,39) – como um dos três presentes recebidos dos magos. Ouro (realeza) incenso (divindade) e mirra (paixão): síntese do reinado de Jesus, isto é, Rei, Deus e Homem. Nos três presentes está um resumo da vida de Cristo.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

Hoje celebramos a manifestação do Messias para além das fronteiras judaicas, isto é, para os povos pagãos. E como ele se manifesta? Os pagãos o chamam de “Rei dos judeus”, a quem eles querem adorar. Mas como é seu “reinado”? Totalmente oposto à imagem dos poderes oficiais. Não nascido na capital, mas na periferia (em Belém). O inverso da tirania do rei Herodes. O “poder alternativo nascido em Belém (Jesus)”: é este que os magos reconhecem e reverenciam.

O Evangelho de hoje nos manifesta que “o verdadeiro rei dos judeus não é o violento(assassino), prepotente e politiqueiro Herodes, estrangeiro idumeu, lacaio do poder romano opressor. E a sede deste poder não está em Jerusalém, onde o poder religioso (chefes dos sacerdotes e escribas do povo) contemporiza com Herodes, servindo-lhe de suporte ideológico. Herodes e a cidade inteira se agitam com o anúncio de novo rei”.

O verdadeiro rei é um recém-nascido na periferia da capital. Daí é que “vai ser o  verdadeiro líder alternativo, o chefe-pastor, aquele que vai defender o povo (ovelhas) da ganância dos exploradores (lobos)”.

E “o verdadeiro adorador é aquele que – no meio dessa sociedade conflituosa – descobre que a salvação não pode vir pela ação violenta do poderoso tirano, nem pela falsa religião patrocinada pelos líderes religiosos serviçais do prepotente Herodes. A salvação vem por meio do Pequeno da periferia de Jerusalém. Os magos são os primeiros a intuir isso, e seu desejo é adorar esse novo poder que nasce do pobre. Eles são guiados por uma estrela, que exprime as intuições mais puras e os anseios mais profundos da humanidade sedenta de paz, justiça, fraternidade”.

É o “menino da periferia” que os pagãos reconhecem como o Rei que faz justiça, prostram-se diante dele e oferecem-lhe presentes. Com isso reconhecem “a nova maneira de exercer a realeza e o poder. Aderem ao projeto de Deus que salva as pessoas a partir do pequeno e do pobre, e não a partir dos poderosos e violentos como Herodes”. Símbolo de todos os que aceitam o poder de Deus manifestado no menino Jesus, os magos “em primeiro lugar doam-se a serviço do Salvador (= prostram-se) e, em seguida, põem à disposição de Jesus o melhor do que possuem, seus dons”.

            Os magos, depois, voltaram por outro caminho. Não passaram por Herodes. Quer dizer, romperam de uma vez por todas com Herodes e Jerusalém. Com isso o Evangelho quer dizer que, de agora em diante, “o caminho da salvação não passa por Jerusalém, menos ainda tem algo a ver com o aparato político-repressor do despótico Herodes [...]. Esse episódio nos recorda que é grave engano supor que a salvação e a vida venham dos poderosos. Ao se aliar com eles, a Igreja se torna cúmplice de seus projetos de morte. Os magos, ao tomar rumo novo, apontam para a novidade que nos espera e desafia no caminho da evangelização”.

             O divino Pobre na periferia, em meio aos pobres e solidário com eles: esta é a Estrela a ser seguida, a verdadeira Luz para todas as nações, o projeto de Deus para todos sobre este minúsculo planeta Terra. Somente seguindo esta Estrela (não a prepotência violenta e opressora dos Herodes de todos os tempos!) é que a cidade será reconstruída e os povos terão convivência pacífica. Somente assim, seguindo a lógica de Deus que nasce na periferia do mundo, é que nosso futuro terá um sabor de céu, tal como pedimos no início da celebração: “Ó Deus, que hoje revelastes o vosso Filho às nações, guiando-as pela estrela, concedei aos vossos servos e servas que já vos conhecem pela fé, contemplar-vos um dia face a face no céu” (Oração do dia).

A festa da Epifania faz-nos sentir peregrinos na fé, junto com toda a humanidade que enfrenta o cansaço do caminho; que vive a busca contínua de um sentido para vida e para suas contradições. Hoje somos convocados a uma comunhão universal com todos os povos.

A Estrela indica um caminho alternativo, um caminho que não passa pelo conhecimento dos grandes, dos Herodes da vida, mas pelo discernimento dos pequenos e fracos, o caminho quem nos leva ao Menino de Belém.

E você para onde vai?

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
         
Na dinâmica do Ano Litúrgico, a Epifania do Senhor é uma grande solenidade. Sua liturgia retoma o tema da luz que, no mistério de Cristo, deve brilhar sobre toda a humanidade, na visão universalista de Isaías e que São Paulo confirma na II leitura de hoje. É então o mistério pascal brilhando no ciclo natalino com sua poderosa força de iluminação e de redenção, como rezamos no Prefácio de hoje: “Quando Cristo se manifestou em nossa carne mortal, vós nos recriastes na luz de sua divindade”.

Na Eucaristia, uma oferenda maior

Diferente dos magos, a Igreja não apresenta a Deus dons simbólicos, mas o dom por excelência, Jesus Cristo, imolado e recebido nos dons sacramentais e eucarísticos do pão e do vinho. Mas também, no mesmo ofertório, a Igreja se associa a Cristo, tornando-se também ela oferenda viva de amor a Deus.

Podemos dizer que toda a vida cristã, na liturgia, é convidada a ser epifania do amor de Cristo, isto é, manifestação visível de sua compaixão e de sua sensibilidade fraterna, sobretudo, para com os mais pobres, excluídos e marginalizados. Aliás, na oração do Pai Nosso, quando nos preparamos para a comunhão eucarística, deveríamos nos deslocar, espiritualmente, para as periferias do mundo e de nosso coração. Isso fazendo, libertar-nos-íamos dos apegos de nosso ego, para aí então nos unirmos mais vivamente aos nossos irmãos sofredores.

Finalmente, podemos ter certeza: Na celebração do mistério pascal, a estrela de nossa fé nos mostra ao mesmo tempo não só o “lugar” do nascimento de Jesus e o de sua morte e ressurreição, mas também, e, principalmente, o “lugar” de sua glorificação eterna, junto do Pai, glória que nos é prometida como seus co-herdeiros. Ainda como afirma o abade Santo Elfredo, “Belém, a “casa do pão”, é a santa Igreja, na qual se serve o corpo de Cristo, o pão verdadeiro. A manjedoura de Belém é  altar da Igreja, onde as ovelhas de Cristo se alimentaram”.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

“A festa da Epifania é a grande convocação que Deus faz, a fim de que todas as nações e raças encontrem forças para tornar humano e fraterno o nosso mundo. Essa é, no fundo, a expectativa de Deus que transparece em toda a Bíblia. Mas é em Jesus que ela toma corpo e forma, aparecendo como proposta oferecida a todos. Contudo, a ganância e o desejo de poder – presente no Herodes do tempo de Jesus e nos Herodes de todos os tempos – tentam sufocar essa esperança. Porém, os homens de boa vontade têm uma ‘estrela’, não cessam de ‘sonhar’ um caminho alternativo, que não passa pelos poderosos, mas nasce do menino-pastor. Essa caminhada é cheia de dificuldades, mas é Deus quem a ilumina, gerando força e vida nova.”

          Na eucaristia que celebramos, louvamos hoje a Deus por ter-nos revelado em seu Filho feito menino da periferia a verdadeira “luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação”. Louvamos a Deus porque, assim, nos sentimos recriados “na luz eterna de sua divindade” (cf. Prefácio da Epifania do Senhor).

         Louvamos a Deus porque, vítima mortal da ambição e da febre de poder dos poderosos, esse mesmo Jesus hoje se mostra a nós Ressuscitado, Vencedor dos poderes de morte. Além do mistério da sua manifestação em Belém, celebramos hoje o mistério de sua presença pascal: ele, entregando-se humildemente por nós, alimenta-nos e nos dá coragem para também nos doarmos.

6- ORIENTAÇÕES GERAIS

1. É válido pensar em integrar nas celebrações as nossas ricas manifestações religioso-culturais dos “reisados”. Fazê-lo, no entanto, de tal maneira que não ofusquem o essencial (o mistério que se celebra na Palavra e no altar).
           
2. Valorizar hoje: presépio, flores, luzes, estrelas, vestes brancas ou coloridas e dança litúrgica, pois estamos no Tempo do Natal.

3. A celebração do Natal e da Epifania não é comemoração de um aniversário. É, antes de tudo, um “sacramento” (presença “hoje” da Luz que nasceu e brilhou definitivamente na Páscoa). Por isso, pedagogicamente, é bom evitar qualquer identificação simples do Natal com aniversário. Evite-se cantar parabéns a Jesus.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada Domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo do Natal, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste Tempo do Natal. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

A função do canto de abertura, inserido nos ritos iniciais, cumpre antes de tudo o papel de criar comunhão. Seu mérito é de convocar a assembleia e, pela fusão das vozes, juntar os corações no encontro com o Ressuscitado, na certeza de que onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí no meio deles (Mateus 18,20).

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembléia, “inseri-la no mistério celebrado” (IGMR nº 47). Nesse sentido o Hinário Litúrgico I da CNBB nos oferece uma ótima opção, que muitos estão gravados no CD: Liturgia V. Outra opção é o Ofício Divino das Comunidades.

1 Canto de abertura. Manifestação do Senhor dos senhores a todos os povos (Salmo 71/72,2). Sem dúvida, o canto de abertura mais adequado para esse dia é o Salmo 71/72: “Eis que veio o Senhor dos senhores”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 12.

Outra ótima possibilidade é: “Nasceu a flor formosa da tribo de Jessé” Hinário Litúrgico I, pagina 79, ou também o Salmo 2, “Reis e nações, CD: Liturgia V, melodia da faixa 1. Como canto de abertura, não podemos deixar de entoar um desses cantos que nos introduzem no mistério a ser celebrado.

2- Acendimento do Círio Pascal. “Salve-Cristo, ó Luz da bendita...”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 9.


3. O Ato penitencial. Muito oportuno a primeira fórmula do Missal Romano, página 396.

4. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores.

O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembléia. 

5. Salmo responsorial 71/72. Adoração universal. “Eis que vem o Senhor soberano, tendo em suas mãos poder e glória!”; CD Liturgia V, melodia da faixa 13.

O Salmo responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura. Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e o salmo Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.

6. Aclamação ao Evangelho. “Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo” (Mateus 2,2). “Aleluia... pois nós vimos sua estrela a brilhar ”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 14. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical página 98.

Esta aclamação é quase sempre “ALELUIA” (menos nas missas da Quaresma por seu um tempo penitencial). É uma aclamação pascal a Cristo que é o Verbo de Deus. É um vibrante viva Deus. Os versos que acompanham o refrão devem ser tirados do Lecionário.

7. Apresentação dos dons. O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração na Epifania do Senhor. Sem dúvida este canto é o mais apropriado para este momento por ser uma festa natalina. “Nas terras do Oriente, surgiu dos céus uma luz”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 10. Se não for cantado na comunhão pode ser “Cristãos, vinde todos”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 4.

8. Canto de comunhão. A estrela, os dons e a adoração (Mateus 2,2). Sem dúvida, o canto de comunhão mais adequado pra esse dia é Adeste Fidelis: “Cristãos, vinde todos, com alegres cantos”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 4. Não deixar de cantar principalmente a estrofe número 5: “A estrela do Oriente, conduziu os Magos/ e a este Mistério envolve em luz./ Tal claridade, também, seguiremos”.

Outra ótima opção é o Salmo 2: “Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos com presentes, adorar o Senhor”, Hinário Litúrgico I, página 6-7. Se a equipe de canto não conhecer, a Igreja oferece outros dois cantos: “Nasceu em Belém e Belém quer dizer: a casa do pão”, Hinário Litúrgico I, página 80; “Vimos sua estrela, no Oriente” CD: Liturgia V, melodia da faixa 15. Estes cantos retomam o Evangelho na comunhão de maneira autentica.

9- Canto final.  “Cristãos, vinde todos, com alegres cantos”, CD: Liturgia V, melodia da faixa 4; “Vinde Cristãos, vinde à porfia..., Hinário Litúrgico I, página 90. Durante o canto final, a equipe de celebração e a assembléia se aproximam do presépio e se ajoelham para um gesto de adoração como fizeram os Magos.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Uma orientação para o Tempo do Natal: Usar o recurso da iluminação na igreja e também no presépio, com foco de luz sobre a imagem do Menino na manjedoura. Evite-se, no máximo, o uso de pisca-piscas, tanto no presépio como em árvores de Natal dentro do espaço da celebração como em muitas comunidades se faz! É que o show de pisca-piscas durante a missa transforma-se em “ruído”, “rouba a cena”, pois distrai as pessoas do verdadeiro centro de atenção, que é o mistério celebrado na mesa da Palavra e na mesa da Eucaristia. . São símbolos da onda consumista das festas natalinas e de final de ano que invade as mentes e os corações das pessoas já desde o mês de outubro. Não se deixem influenciar por esta onda consumista que queima etapas e deturpa o Mistério do Natal. Evitem-se também músicas comercias de Natal.

9. AÇÃO RITUAL

Há um canto pascal que diz: “Deus nos salva em Jesus”. Na celebração da sua Epifania como Filho de Deus apresentado às nações todas, a universalidade do amor de Deus se torna evidente. Seu desígnio de tornar toda a sua criação participante de sua vida se cumpre. Eis o motivo de nosso júbilo.

Para criar um clima orante, antes celebração, a comunidade pode cantar um refrão meditativo que fale da Luz. Sugerimos: “Ó Luz do Senhor, que vem sobre a terra, inunda meu ser permanece em nós”.

Ritos Iniciais

1. Antes da procissão de entrada, algumas pessoas entram com incensários. Elas percorrem todo o templo, não só o corredor central, e depois depositam os incensários próximos ao altar e ao ambão.

2. Na procissão de entrada, pode entrar uma família com uma criança nascida a pouco tempo. Levar também as imagens dos Magos. Nesta celebração não pode faltar o incenso.

3. A saudação do presidente pode ser inspirada na Carta de Paulo aos Gálatas 4,4:

O Deus que, na plenitude dos tempos, enviou o seu Filho nascido de uma mulher, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

4. E seguida o presidente da celebração, ou diácono ou mesmo o animador leigo, dá o sentido da celebração:

Domingo da Epifania do Senhor. Hoje celebramos a manifestação do Senhor, Luz que ilumina todos os povos, culturas e nações. Continuamos a alegria da Festa do Natal festejando o dom da graça e da ternura de Deus a todas as pessoas.

5. Após a saudação, o sinal da Cruz e a recordação da vida e o sentido litúrgico, pode-se fazer o acendimento solene do Círio Pascal, tendo em vista, logo em seguida, a bênção da água e o rito de recordação do Batismo.

a) Alguém se aproxima do Círio Pascal, acende-o e, em seguida cantar o refrão que está no CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 9.

CRISTO-LUZ, Ó LUZ BENDITA,/ VINDE NOS ILUMINAR
LUZ DO MUNDO, LUZ DA VIDA,/ ENSINAI-NOS A AMAR!

b) Se não souber o refrão, acende-o com as mãos erguidas, contemplando a chama e se dirigindo ao alto diz:

Bendito sejas tu, ó Deus de Israel e de todos os povos!
Tu falaste e a Verbo se fez carne,
Luz da Luz vieste iluminar o mundo
Em teu Cristo, Jesus!
Hoje, nos geras um Filho
E nos dás a alegria re recordar tua Aliança,
Mediante nosso mergulho em sua Vida!
És bendito, ó Deus de Israel e todas as raças!

c) Em seguida acende as velas do Altar.

6. O Ato penitencial pode ser feito conforme a primeira fórmula do Missal Romano, página 396:

Senhor, rei da paz, tende piedade de nós.
Cristo, luz nas trevas, tende piedade de nós.
Senhor, imagem do homem novo, tende piedade de nós

7. O Hino de Louvor (Glória) é, sem dúvida, um dos momentos altos da celebração. Deve ser cantado solenemente por toda a assembléia. Deve-se estar atento na escolha dos cantos para o momento do glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos foi transmitido desde a antiguidade, que se encontra no Missal Romano, ou, pelo menos, o mesmo texto em linguagem mais adaptada para o nosso meio e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores (como já existe!). Evitem-se, portanto, os “glórinhas” trinitários! O hino de louvor (glória) não de caráter Trinitário e sim Cristológico.  Pode ser acompanhado de uma coreografia feita por um grupo de crianças e ao som de sinos, onde houver.

8. Na oração do dia contemplamos nosso Deus que revelou o Mistério do Filho às nações, e suplicamos que todos os cristãos saibam passar da fé à contemplação

Rito da Palavra

1. Ao redor do ambão poderiam ser dispostas algumas velas. Após a “Oração do dia”, para ajudar a assembleia a preparar-se para a liturgia da Palavra, entoe-se um refrão meditativo enquanto se acende as velas. O refrão que sugerimos é: “Luz do Universo, ó Deus da vida, escutaremos tua palavra. Seja hoje benção pra toda terra e a nós confirme a graça.”

2. Dar destaque especial à Liturgia da Palavra, proclamando bem as leituras, especialmente o Evangelho. O Evangeliário pode ser acompanhado de tochas e incenso. E a proclamação deve ser feita de tal maneira que a comunidade viva e experiência da Encarnação de Jesus o Verbo (Palavra) que se fez carne e habitou entre nós. Palavra que é o próprio Cristo, recebendo acolhida na assembléia reunida, seu Corpo.

3. Durante a aclamação e a proclamação do Evangelho, poderão ser acesas várias velas, rodeando, com a estrela e o incenso, a mesa da Palavra.

4. Após a proclamação do santo Evangelho, incensar as imagens dos Magos e em seguida colocá-las no presépio.

      5. Retomando um antigo costume da Igreja, após a proclamação do Evangelho, antes mesmo da homilia, o diácono ou o presidente da celebração ou outro ministro idôneo pode fazer o Anúncio das Solenidades Móveis, a partir da Páscoa, conforme nos apresenta o Diretório da Liturgia 2016, Ano C na página 39.

O presidente da celebração, ou outro(a) ministro(a), à mesa da Palavra, pode proclamar ou cantar:

Irmãos caríssimos,
a glória do Senhor se manifestou
e sempre há de se manifestar no meio de nós,
até a sua vinda no fim dos tempos.

Nos ritmos e nas variações do tempo,
recordamos e vivemos os mistérios da salvação.
O centro de todo o ano litúrgico
é o Tríduo do Senhor crucificado, sepultado
e ressuscitado,
que culminará no Domingo de Páscoa,
este ano no dia 27 de março.
Em cada domingo, Páscoa semanal,
a Igreja torna presente este grande acontecimento,
no qual Jesus Cristo venceu o pecado e a morte.
Da Páscoa derivam todos os dias santos:
as cinzas, início da Quaresma, no dia 10 de fevereiro:
a ascensão do Senhor, no dia 08 de maio;
a  festa de Pentecostes, no dia 15 de maio;
o 1° Domingo do Advento, no dia 27 de novembro.
Também nas festas da Santa Mãe de Deus,
dos Apóstolos, dos Santos
e na Comemoração dos Fiéis Defuntos,
a Igreja, peregrina sobre a terra,
proclama a Páscoa do Senhor.
A Cristo, que era, que é e que há de vir,
Senhor do tempo e da história,
Louvor e glória pelos séculos dos séculos.
     Amém.

            6. No final, canta-se uma aclamação a Cristo: “Jesus Cristo ontem e hoje,/ e por toda a eternidade,/ e por toda a eternidade”! (Hinário Litúrgico I da CNBB, página 17).

Pode ser cantado com a mesma música do Anúncio Natalino, CD: Cristo clarão do Pai, melodia da faixa 5.

            7. Se for celebração da Palavra, proceder do mesmo modo a respeito do Anúncio das Solenidades Móveis de 2015.

            8. Na Profissão de fé (Creio), usar o “Símbolo de Nicéia- Constantinopla” é mais extenso e mais completo que o “símbolo apostólico” que se costuma usar todos os domingos. No Natal, como em outros dias festivos, é interessante usar o primeiro, que fala mais sobre a Encarnação do Filho de Deus: “Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito do Pai, nascido do Pai antes de todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro; gerado não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós homens e para a nossa salvação, desceu dos céus; e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem (...)”. Durante as palavras “e se encarnou”, todos se ajoelham em sinal de adoração.

Rito da Eucaristia

1. Na oração sobre as oferendas suplicamos a Deus que olhe com bondade para as oferendas da Igreja.

2. A única oferta agradável a Deus na Eucaristia que celebramos é a vida do Filho, à qual se vê unida à vida da comunidade de fé. O pão e o vinho, nesse sentido, traz presente a existência da humanidade e do cosmos que é apresentada ao Pai, transformada em memorial-sacramental da paixão e morte do Senhor Jesus e, finalmente, entregue a Deus. É o sacrifício de Cristo que oferecemos e nossa união com Ele.

            3. A Oração Eucarística I (ou Cânon romano) é um pouco mais longa, mas tem a vantagem de oferecer uma parte própria para a Epifania: “Em comunhão com toda a Igreja, celebramos o dia santo em que o vosso Filho único, convosco eterno em vossa glória, manifestou-se visivelmente em nossa carne.Veneramos também a Virgem Maria  e seu esposo São José”.
O Prefácio próprio para hoje destaca Cristo como “luz para iluminar todos os povos na caminho da salvação”.

4. Na celebração da Palavra, onde não houver Missa, após o rito da Palavra, cantar a Louvação do Natal sugerida no Hinário Litúrgico I, CNBB, página 75.

Ritos Finais

1. Na oração depois da comunhão suplicamos a Deus que nos guie sempre com a Sua luz para que possamos viver com amor do mistério celebrado.

2. Dar um destaque especial à bênção final, que poderá ser cantada. O Missal Romano, na página 521, oferece uma oração de bênção própria para esta celebração.

3. As palavras do rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Que Jesus Cristo o Sol do Oriente que nos veio visitar vos guie no caminho da salvação. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

4. Crianças ou jovens ou idosos, entregam pequenas estrelas a todos os presentes, com uma mensagem da liturgia do dia. Pode ser versículos da Liturgia da Palavra. Entregar no final da celebração, depois da bênção e despedida na saída da igreja.

            5. No final, seguir em procissão até o presépio e convidar também a assembléia a se aproximar do mesmo, símbolo do Natal. Fazer um gesto de adoração como fizeram os Magos colocando-se de joelhos e cantar: “Cristãos Vinde todos com alegres cantos” (Adeste Fideles); “Vinde Cristãos, vinde à porfia..., Hinário Litúrgico I, página 90; Belém é aqui, aqui é Natal”, Hinário Litúrgico I, página 62 “Celebremos com alegria o dia em que Jesus nasceu”, Hinário Litúrgico I, página 63.  Nas regiões onde existe a Folia de Reis, seria bom convidar o grupo para prestar uma homenagem ao Menino Jesus no presépio, antes da celebração ou após a celebração.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os magos vieram adorar o Menino Jesus. O coração do ser humano que mora longe de Deus vem buscar esse Menino e o rosto de Deus. Continuaremos nossa caminhada. Sabemos que a luz da fé, nos guiará a um conhecimento sempre maior de Deus. Ao sairmos desta celebração precisamos levar a convicção de que nós, Igreja de Cristo, temos a missão de anunciar a todos (muito mais por convicção e ações do que por discursos) que Deus quer manifestar-se a todos através de Jesus, o Menino das palhas da manjedoura que é também Imagem do Deus Invisível.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos

Pe. Benedito Mazeti

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