(Domingo depois da
Epifania)
10 de janeiro de 2016
Leituras
Isaias 42,1-4.6-7
Salmo 28/29,1-4.3.9-10
Atos dos Apóstolos 10,34-38
Lucas 3,15-16.21-22
“ELE VOS BATIZARÁ NO ESPÍRITO SANTO E NO
FOGO”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
Batismo do Senhor. A festa do Batismo do Senhor encerra o Ciclo do Natal e dá
início ao Tempo Comum. A conexão desta festa com o Natal sugere o novo
nascimento do cristão em Cristo. A narrativa do Batismo, mais que uma
cronologia da vida de Jesus, recorda Kênose e exaltação dele através do
movimento de ser batizado, isto é, mergulhado nas profundezas da humanidade até
o ponto de ser batizado com os contemporâneos, sem ser pecador, em
solidariedade a eles. Em seguida, correspondendo à sua glorificação, sai da
água, confirmado pela unção do Espírito e pela voz do Pai. Este é o
aprofundamento do Natal, apresentando o Batismo e o seu Mistério Pascal, como
novo nascimento do cristão. O Tempo do Natal é concluído, celebrando o início
do ministério de Jesus, para o qual recebeu a unção do Espírito.
O Batismo de
Jesus nos remete a considerar nosso próprio batismo, seu significado, os
compromissos que dele decorrem.
O Espírito
Santo desce sobre Jesus que ouve a voz do Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti
ponho o meu benquerer”. Com certeza, o Espírito também paira sobre nós e o amor
paternal do Pai lança sobre nós seu imenso bem-querer.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – Isaias 60,1-6. O Servo
do Senhor é uma figura muito importante. É um dos trechos chamados de Cantos do Servo do Senhor.
A leitura
começa com uma apresentação do Servo: “Eis o meu servo – eu o recebo; eis o meu
eleito – nele se compraz minha alma; pus meu espírito sobre ele...” Nesta
apresentação fala-se da vocação do Servo,
do conteúdo de sua missão e do modo de executá-la. Em primeiro lugar fala-se
dele como Servo eleito de Deus, o encarregado de seu Senhor e seu instrumento.
O servo goza de especial proteção de Deus, com quem ele está em estreita união.
É Deus que o chama, que o segura pela mão, que o forma (versículo 6) e lhe dá o
seu apoio, sua afeição e seu Espírito (versículo 1). O Espírito de Deus repousa
sobre ele como um dom duradouro que o vai ajudar na execução da missão.
O conteúdo da
missão do Servo é de grande importância. Ele será intermediário da nova Aliança
entre Deus e o povo de Deus, luz das nações (versículo 6). Aplicado a Ciro rei
da Pérsia significa que ele, pela libertação dos cativos, inaugura aquela nova
ordem de salvação que o profeta anuncia também em outros lugares como “o
caminho da justiça”, que Deus vai implantar na história dos povos (cf. Isaias
40,14) ou como aliança que Deus oferece a seu povo (cf. Isaias 54,10; 55,3).
Ele é luz das nações porque o decreto de alforria não se limita aos exilados de
Israel, mas beneficia os cativos de todas as nações que eram vítimas do Império
da Babilônia.
Nesta passagem
de Isaias 42,1-7 não se enumeram, porém, várias verdades que o Servo vaio
ensinar, mas diversas ações que ele vai executar: “Levar às nações a justiça”
(versículo1), “estabelecer a justiça sobre a terra” (versículo 4) fundamenta-se
em “não esmagar a cana quebrada” (versículo 3), “abrir os olhos dos cegos”,
“tirar do cárcere os cativos” (versículo 7); “ser aliança de Deus com o povo”
(versículo 6). Trata-se, pois, muito mais de uma salvação e libertação de
desgraças corporais e espirituais que o Servo realiza, do que uma religião ou
de uma doutrina que ele prega. A diferença é importante. “Pregar a verdadeira
religião” e “estabelecer o direito e a justiça” não são a mesma coisa. Basta
ver a história do Cristianismo e da Igreja podemos ver que durante muitos
séculos pregou-se a verdadeira religião sem tocar no direito e na justiça e sem se incomodar com a ausência dos
mesmos. Isto não quer dizer que adiantaria muito substituir a pregação da verdadeira
religião pela pregação do direito e da justiça. Aliás, parece que a tarefa do
Servo não é tanto de pregação, mas muito mais de interpretação, de reconhecer
na política internacional de Ciro um modo de agir que corresponde ao “caminho
da justiça” (Isaias 40,14) e ao plano de libertação e salvação de Deus.
O Servo
trabalhará em silêncio, não nas ruas e praças públicas (cf. Jeremias 36) e sem
movimentar as massas (cf. Ezequiel 33,30-33). Ele não vai “arrebentar” ninguém,
multiplicando as ameaças e profecias de desgraças naturais, sociais ou
políticas que desanimam qualquer um, mas vê a sua missão justamente em fazer o
contrário. Para que a salvação que ele traz realmente atinja a todos, o Servo
se compadecerá dos fracos, tratando-os com ternura (versículos 2-3). Esta
atitude não é sinal de fraqueza, mas revela o amor a compaixão e compreensão de
Deus
Ficou claro
que o papel do Servo-Israel é o de ser luz das nações e o de fazer brilhar essa
luz até as extremidades da terra (versículo 4), manifestando a salvação de Deus
e levando a lei e a instrução às nações.
Assim, a
vocação missionária de cada cristão está igualmente ligada a uma “vida oculta”,
discreta, e dispersada com as do povo em exílio ou de Cristo em Nazaré. Uma presença como “sal da
terra e luz do mundo” (Mateus 5,13). O cristão tem que ter uma presença
discreta como o sal na comida. Sentimos o sal na comida, mas, não o vemos.
Salmo responsorial 28/29,1-4.3.9-10. O
Salmo 28/29 é um hino de louvor. Todo o povo de Deus é convidado a aclamar o Senhor
Deus, que manifesta a sua glória numa tempestade. Na tempestade a pessoa humana
experimentou a presença do Deus forte: sua voz é trovão, quase corpóreo e
ativo. Ao mesmo tempo, a pessoa sente a transcendência de Deus, que está sobre
a tempestade, dominador e calmo. Para o uso litúrgico, o autor estiliza a
tempestade em sete trovões que se sucedem de modo irregular.
O contexto do
salmo é de culto a Deus. O primeiro trovão é a voz de Deus, vindo da região
celeste, atravessando a região das águas.
O povo
reconhece Deus como o Senhor da natureza, mais forte do que todos os elementos
da natureza. Deus é o aliado que abençoa o seu povo com a paz. Sete vezes se
repete a expressão “voz de Deus”: Jesus Cristo é a voz de Deus, o Verbo que se
fez gente.
O rosto de
Deus neste salmo é muito interessante. É o aliado que abençoa o seu povo com a
paz (versículo 11). Seu nome glorioso é Javé, o Deus do êxodo e da libertação.
O povo, seu aliado, O reconhece como Senhor da natureza e do Templo, proclama
Sua glória, ao passo que a natureza simplesmente se assusta e treme. É o Senhor
da tempestade, mais forte do que tordos os elementos fortes da natureza. Aqui
está o seu rosto: Deus forte.
Vários são os
modos de aproximar este salmo da prática de Jesus. Por exemplo, Ele se revela
Senhor e dominador dos elementos da natureza (vento e mar em Marcos 4,35-41); o
povo, vendo o que Jesus faz, dá glória a Deus (Lucas 7,11-17; 17,18); o
Evangelho de João afirma que Jesus revela plenamente o Pai (João 1,18) e faz
tudo o que vê o Pai fazer (5,19).
Recordemos a
voz de Cristo que impõe silêncio ao mar tempestuoso (Marcos 4,39); e a voz
poderosa de Cristo na cruz, descrita como teofania por Mateus 27,50. E também a
voz do Espírito no dia de Pentecostes. Estas vozes nos convidam a aclamar a
glória e o poder do Senhor; mas também nos ensinam a ouvir na tempestade um eco
e ressonância do poder do Senhor.
Cantando este
Salmo, demos graças ao Pai que nos consagrou e nos fez participar da missão de
Jesus, seu Servo que é Luz para iluminar das nações.
NAS ÁGUAS DO
JORDÃO MERGULHADO,
CRISTO RECEBEU
O ESPÍRITO SANTO.
Segunda leitura – Atos 10,34-38. O
trecho da pregação feita por Pedro, em Cesaréia, diante do centurião romano
Cornélio e sua família, para atraí-los à conversão e ao batismo, quando Pedro
sanciona a admissão dos “pagãos” ao Evangelho sem obrigá-los aos costumes
judaicos principalmente a circuncisão. Ele começa afirmando que Deus não faz
diferença de pessoas; não distingue nem privilegia um povo ou raça, mas aceita
a todos e a cada um que o reconhece como Senhor e pratica a justiça. Segundo o costume do povo judeu, era proibido
ir à casa de alguém que não era judeu.
A primeira
parte da pregação contém a Atividade de Jesus na Galiléia. Na segunda parte
narram-se Viagens de Jesus fora da Galiléia e rumo à Judéia e a Jerusalém. E a
terceira parte abrange a Atividade, Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus em
Jerusalém.
Na introdução
há três indicações geográficas: Judéia, Galiléia e Nazaré. A questão
importante, isto é, o cerne da questão encontra-se no nome de Jesus de Nazaré.
Jesus é aqui identificado como pessoa histórica e não através de um título
cristológico.
Todo este
trecho está moldado e enquadrado entre os versículos 36 e 42s. No versículo 36
Jesus é apresentado como o Cristo, isto é, Messias e Ungido do povo de Deus
(Israel) e como o Senhor de todos (os povos). No versículo 43 afirma-se que em
Jesus se realizaram as profecias de todos os profetas de Israel e que Ele foi
estabelecido Juiz dos vivos e dos mortos, isto é, de todos. Jesus é Aquele que
veio trazer a “boa nova da paz” (versículo 36).
Mas quando a
pregação apresenta a descrição da Paixão e da Ressurreição de Cristo
(versículos 39-40), Lucas retoma uma espécie de “resumo” da Paixão que devia
circular nas comunidades primitivas (cf. Marcos 8,31; 9,31; 10,33).
Uma das notas
mais importantes destes resumos sobre a Paixão e Ressurreição é citação do terceiro dia tão freqüente na catequese
primitiva e ainda inscrita em nossa Profissão de Fé, o Creio. De fato trata-se
de uma referência a Oséias 1,2 (onde a palavra “levantar” é em grego, a mesma
que indica a ressurreição). O Talmud interpretava esta profecia de Oséias da
ressurreição final dos corpos: os três dias deviam indicar o espaço de tempo
necessário para ressuscitar todos os mortos de Israel e permitir que chegassem
a Jerusalém. A ressurreição de Cristo é, portanto, a primeira entre tantas
outras (cf. Mateus 27,52-53); ela já é a grande ressurreição dos corpos. Lucas
quer dizer que a ressurreição dos corpos, tal como fora prevista pelos
profetas, começou deste a ressurreição de Cristo.
Os grandes
eixos da pregação de Pedro: fé na ressurreição de Cristo e na nossa própria
ressurreição, conversão e testemunho especificam perfeitamente as
características catecumenais. O batismo é o sacramento de fé, não que ele a
conceda automaticamente, mas porque habilita cada discípulo e discípula,
triunfando o mal, a fazer de sua vida uma vida de ressuscitado que o prepara
para outro batismo: o da morte pelo qual nos vem o acesso à vida eterna em Jesus Cristo.
Evangelho – Lucas 3,15-16.21-22. Lucas quer
evitar que o povo pense que Jesus seria menor do que João Batista porque foi
batizado por ele. Por isso Lucas introduziu a pergunta explícita do povo “se
João não seria o Cristo” (versículo 15), interrogação que não se encontra na
sua fonte que é no Evangelho de Marcos. João Batista o nega formalmente.
Segundo Mateus 3,11 e Marcos 1,7 João Batista declarou: “Depois de mim vem
outro mais poderoso do que eu”. Lucas (3,16) tira o depois de mim que poderia
sugerir que Jesus tivesse sido discípulo de João Batista. Lucas separa
explicitamente o batismo de Jesus da descida do Espírito Santo e da proclamação
do Pai, inserindo entre os dois eventos a oração de Jesus: “... e no momento em que Jesus , já batizado
também, estava orando, abriu-se o
céu... etc.”.
Lucas tem uma
particularidade muito interessante. Segundo ele, Jesus é batizado no meio de
uma multidão (versículo 21: “todo o povo”) e “o Espírito Santo desceu sobre ele
em forma corpórea”, isto é, visível
para todo o povo.
Nos três
Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas) a descida do Espírito Santo e a voz do céu
marcam a vocação-proclamação de Jesus como Messias. A voz celeste reza: “Tu és
o meu Filho; eu, hoje, te gerei”, citação do Salmo 2,7, versículo cantado no
canto de abertura da noite de Natal.
Podemos,
acentuar, especialmente a oração de Jesus (versículo 21), tema muito estimado
de Lucas (Lucas 5,16; 6,12; 9,18-29; 11,1, 22,41). O evangelista apresenta
Cristo a rezar até no momento em que se vai receber o Espírito Santo, como rezam
os cristãos em ocasiões semelhantes (Atos 1,14; 2,1-12; 4,31), ocasiões sempre
batismais, a fim de fazer compreender que o ritual do batismo cristão já está
virtualmente constituído no Jordão (oração da comunidade, rito batismal pelo
presbítero, dom do Espírito por Deus). No Evangelho de Lucas, antes de Jesus
tomar qualquer decisão, Ele está em oração, isto é, em comunhão com o Pai.
Lucas apresenta Jesus como modelo de oração.
Diz o
Evangelho que o povo estava na expectativa da vinda do Messias, isto é, daquele
que deveria chegar para resgatá-lo da opressão da tirania dos poderosos, tanto
políticos como religiosos. Um Messias que viesse inaugurar a alternativa de um
caminho novo de vida. O profeta João pregava, isto é, conclamava o povo a
voltar para a justiça de Deus. Aos que aderiam ao conteúdo de sua pregação, o
profeta mergulhava-os na água como sinal celebrativo da conversão. Sua pregação
arrastava multidões, a maioria de pobres e excluídos. Tanto que começaram a
imaginar ser ele, João, o próprio Messias esperado.
João reage,
afirmando categoricamente que não. “Eu batizo vocês com água”, diz ele, “mas
virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a
correia de suas sandálias.” João nunca quis tomar o lugar do Messias.
Na verdade, o
Messias já estava ali no meio daquela multidão, mas desconhecido, misturado no
meio do povão, ombro a ombro com os pobres, solidário com eles. Ninguém sabia.
Junto com o povo, Ele também mergulha na água como sinal, não de uma
“conversão” (evidentemente!), mas de uma “missão”. Jesus está ali... Diz o
Evangelho que, “enquanto ele rezava, o céu se abriu e o Espírito Santo desceu
sobre Ele em forma visível, como pomba”. E do céu ressoou uma voz dizendo: “Tu és
o meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer”.
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Sabemos que o Evangelho foi escrito
em língua grega. A palavra “batizar”, em grego, significa “mergulhar na água”.
“Batismo” quer dizer “mergulho”. “O ponto alto do batismo (mergulho) de Jesus
está no fato de o Espírito Santo descer sobre ele em forma visível, e na voz
que em do céu. É a voz do Pai que o proclama seu Filho amado, no qual se
encontra sua complacência (v.22). Antes disso, porém, a liturgia traz dois
versículos que falam de João Batista e da expectativa do povo em relação à
vinda do Messias.”
Havia, entre as massas populares, uma
enorme comoção de expectativas em torno da vinda de um Messias, de um rei que
estaria para chegar. Ele haveria de libertar o povo das opressões
internacionais e estabeleceria no país a justiça e o direito. O povo vivia
intensamente essa esperança. Já não suportava mais o peso da dominação e os
abusos do poder dominante. O profeta também nutria tais esperanças e
expectativas, mas não usurpava o lugar do Messias. Apresentava-se como humilde
servo do Libertador que estava para chegar.
O Evangelho apresenta-O misturado em
meio à massa popular, lado a lado com os que sofrem, participando de suas dores
e sonhos. No fundo, trata-se de uma intensa profissão de fé, à luz da Páscoa
vivida pelos futuros cristãos. O Evangelho mostra-nos qual é o caminho
“messiânico” de Deus na pessoa de Jesus: é o seu discreto mergulho profundo e solidário na realidade concreta do povo sofrido
para, junto com ele, libertá-Lo... Por isso Jesus nos é revelado Filho de Deus.
Mergulhado profundamente no Espírito
(amor solidário) de Deus. Jesus é Filho e como Filho, assim se faz irmão dos
que sofrem para arrancá-los da morte e restituí-los à vida. Essa é a missão de
Jesus.
O mergulho
nas águas junto com aquele povo constitui um verdadeiro sinal que celebra
(torna célebre) esta grande mistério da comunhão trinitária. Ao mesmo tempo,
celebra o início de um mergulho totalmente
novo, a saber: radical e solidariamente mergulhado
(pela sua prática de vida) na crua realidade humana (até no abismo da morte!),
ressuscitado, ele arrasta consigo os humanos para o mais profundo mergulho, o que é no Espírito de Deus e,
assim, na vida de Deus. Tornamo-nos então filhos de Deus no Filho, mistério
este que celebramos (vivenciamo-nos no presente) pela profissão de fé cristã e
pelo mergulho nas águas do batismo cristão.
Cumpre-se, pois, o que fora anunciado
pelo profeta Isaías, séculos antes, quando Deus diz: “Eis o meu servo: nele se
compraz a minha alma; pus o meu espírito (meu amor solidário) sobre ele, ele
promoverá a justiça ente os povos”. Ele não esmorecerá: levará a missão até o
fim, custo o que custar. “Eu, o Senhor, te chamei para a justiça e te tomei
pela mão; eu te forme e constituí como o centro de aliança do povo, luz das
nações, para abrires os olhos dos cegos, tirares os cativos da prisão, livrares
do cárcere os que vivem nas trevas”. Foi o que ouvimos na primeira leitura,
cantando depois com o Salmo 28(29): “Que
o Senhor abençoe, com a paz, o seu povo!”
É o que mais tarde, já com Jesus
glorioso e vencedor da morte, nos lembra o apóstolo Pedro: “Vós sabeis o que
aconteceu em toda a Judéia, a começar pela Galiléia, depois do batismo pregado
por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com
poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que
estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com ele”, conforme ouvimos
na segunda leitura.
“A festa do Batismo do Senhor revela,
ao mesmo tempo, que é Jesus e o que ele faz, quem são os seus seguidores e o
que são chamados a realizar na sociedade. Não basta termos recebido o batismo.
Não são suficientes belas celebrações. O que se requer é um compromisso com a
justiça que cria novas relações na comunidade e fora dela”, como Jesus fez. Ser
batizado é viver “mergulhado” no projeto de Jesus, a fim de que, num mundo de
jogo de poder e corrupção, haja mais justiça em favor dos pobres e excluídos.
Que Deus nos ajude a perseverar, com Jesus, nessa missão em nossas comunidades.
Por isso, é pedido como conclusão dos
ritos iniciais da celebração de hoje: “Ó Deus eterno e todo-poderoso, que,
sendo Cristo batizado no Jordão, e pairando sobre ele o Espírito Santo, o
declarastes solenemente vosso Filho, concedei aos vossos filhos adotivos,
renascidos da água e do Espírito Santo, perseverar constantemente em vosso
amor”.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
Todos nós somos batizados, mas todos nós muito pouco, ou quase nada
nos recordamos disso. Em geral porque fomos batizados quando ainda bebês. Foi o
maior presente que nossos pais nos deram: a vida plena em Jesus. Que tal se
recordássemos agora o nosso batismo? Não ritualmente como fazemos a aspersão da
comunidade, mas lembrando as palavras mesmas que foram ditas e os gestos que as
acompanharam: no momento central do batizado, os pais, padrinhos e familiares
se aproximam da pia batismal com a criança ou adulto a ser batizado. No caso
das crianças, o padre pergunta aos pais se referindo ao creio dialogado:
“Senhor e senhora, vocês desejam que a seu(a) filho(a) seja batizado(a) na fé
da Igreja que acabamos de professar?”. Os pais respondem: “Sim, queremos”.
Então, o padre derrama água sobre a cabeça da criança por três vezes, ou
mergulha por três vezes na pia, dizendo: “Fulana, eu te batizo em nome do Pai,
e do Filho e do Espírito Santo.”
Simbolicamente se dá uma conjunção de
vida humana com a vida divina, o nome da pessoa batizada e o nome divino, Deus
na vida dela e ela na vida de Deus. Também na água fazemos o mesmo que Jesus
fez: entramos na morte para sairmos na vida nova, levados de toda com ele no
contato com a água e assumimos a nossa solidariedade em sua ressurreição ao
sair do mergulho (tradução exata para a palavra batismo) com um fôlego novo, o Espírito do Filho amado. Por isso
não nos cansamos de recordar ritualmente o nosso batismo nas celebrações
dominicais, pois como disse Tertuliano, um teólogo do século III: “Nós, os
peixinhos segundo o nosso “Peixe”, Jesus Cristo, no qual nascemos, só nos
salvaremos se permanecermos na água.”
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Deus mergulha totalmente a vida do ser humano para que este possa mergulhar na vida de Deus e, assim,
ajuda a construir uma sociedade alternativa em que, no Espírito de Deus, reinem
a justiça, o direito, a reconciliação, a fraternidade, a paz, o amor, a vida.
Eis o mistério que celebramos neste dia do Batismo do Senhor.
Daqui a pouco estaremos em torno da
mesa do Senhor para celebrar a memória do seu batismo maior, isto é, do seu mergulho nossa morte, para que, com ele
ressuscitado, sejamos mergulhados na Vida divina e eterna. Louvamos e
bendizemos Deus pelo batismo de seu Filho e pelo nosso batismo, pela Páscoa de
seu Filho e nossa Páscoa, pelo dom do Espírito de Deus e pelo espírito de
solidariedade de tantas pessoas e grupos que, ultrapassando seus próprios
limites, continuam hoje a missão de Jesus entre os pobres e excluídos de nossa
sociedade.
Depois vamos comungar: aceitamos que
o Senhor mergulhe em nós com seu
corpo entregue e seu sangue derramado para que, assimilando este mistério, mergulhemos no seu Espírito e, assim,
possamos também, unidos um só corpo,
ajudar a construir sociedade nova, fraterna e solidária, sonhada por Deus e por
todos. Participar da ceia do Senhor com este espírito, em comunidade eis um
excelente “espaço” de escuta. Por isso, após a comunhão o sacerdote ora em nome
de todos: “Nutridos pelo vosso sacramento, dai-nos, ó Pai, a graça de ouvir
fielmente o vosso Filho amado, para que, chamamos filhos de Deus, nós o sejamos
de fato.”
Que “a celebração eucarística –
serviço por excelência de Jesus em vista do mundo novo – nos ajude a sermos
filhos amados do Pai, responsáveis pela continuidade do seu projeto de
liberdade e vida para todos.”
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Conforme o
lugar e as circunstâncias, neste dia é recomendável, após a homilia, fazer a
renovação das promessas batismais ao redor da pia batismal e do Círio Pascal. A
renovação pode ser feita em forma de perguntas e respostas acompanhada de
gestos, como tocar a água, elevar velas acesas, erguer as mãos.
2. Os cantos desta
celebração devem manifestar o mistério que estamos celebrando: é preciso cantar
“o Natal” e não “cantar no Natal”. O Hinário Litúrgico I da CNBB – publicado em
CD: pela Paulus, no volume “Liturgia V” – traz excelente repertório musical
para celebra o mistério da Encarnação do Verbo na nossa história. Para que haja
uma caminhada litúrgica comum, é importante que os cantos da celebração sejam
escolhidos pela equipe de liturgia e pela equipe de canto.
3. “O culto
eucarístico, a oração individual ou comunitária diante do sacrário
(tabernáculo), a bênção do Santíssimo Sacramento, procissões, como a de Corpus
Christi, são desdobramentos da celebração do mistério da Eucaristia, que não
devem ofuscar a natureza da Eucaristia como celebração da memória do sacrifício
de Jesus Cristo em forma de ceia. Por isso, tais devoções não devem ser inseridas na missa” (Guia Litúrgico Pastoral, Edições
CNBB, página 24).
7-
MÚSICA RITUAL
1. O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo do Tempo do
Natal, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não
basta só saber que os cantos são do Tempo do Natal, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve
ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o
ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento.
A escolha dos
cantos para as celebrações seja feita com critérios válidos. Não se devem
escolher os cantos para uma celebração porque “são bonitos animados e
agradáveis”, ou porque “são fáceis”, mas porque são litúrgicos. Que o texto
seja de inspiração bíblica, que cumpram a sua função ministerial e que se
relacionam com a festa ou o tempo. Que a música seja a expressão da oração e da
fé desta comunidade; que combinem com a letra e com a função litúrgica de cada
canto.
Canto de abertura. “Este é o meu Filho amado, no qual eu pus o
meu agrado” (Mateus 3,17b). Sem dúvida, o canto de abertura mais adequado para
esse dia é o Salmo 71: “Eis que veio o Senhor dos senhores”, CD: Liturgia V,
melodia da faixa 12.
A Igreja
oferece outras possibilidades: “Quem não renascer da água...”, Hinário
Litúrgico I, Suplemento página 34; ao ainda o Salmo 22, “O Senhor é meu Pastor”
na versão que está no Hinário Litúrgico II página 23, e gravado no CD: Liturgia
X Tempo Pascal Ano B. Como canto de abertura, não podemos deixar de entoar um
desses cantos que nos introduzem no mistério a ser celebrado.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico I da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados no CD Liturgia V.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da
Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por
Irmã Miria e outros compositores.
O hino de
louvor foi conservado na liturgia renovada do Concílio Vaticano II por seu um
hino antiqüíssimo e venerável. Possivelmente esteja na liturgia desde o século
II. Cabe a nós conservarmos esse tesouro recebido da tradição litúrgica.
Sejamos fiéis ao Glória que nos foi legado pela Igreja. Vale dizer que se
observe a letra do texto oficial do Missal Romano ou a versão da CNBB.
3. Salmo responsorial 28/29. O
Louvor a Deus por seus filhos. “Nas águas do Jordão mergulhado, Cristo recebeu
o Espírito Santo”, CD Liturgia V, melodia da faixa 16.
O Salmo
Responsorial é um canto ritual para ser entoado do Ambão. Pela voz do salmista,
a Palavra de Deus cantada é dirigida à assembléia que a escuta, a recebe e manifesta
sua adesão por uma aclamação, por um “responso”, que normalmente chamamos
refrão. Assim se estabelece o dinamismo do diálogo incessante que se mantém na
liturgia da Nova Aliança entre o esposo (o Cristo Senhor) e sua dileta esposa
(a Igreja) na esperança das núpcias definitivas.
4. Canto ritual do Aleluia. “Então
o céu se abriu e Jesus viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo
pousar sobre ele” (Mateus 3,16b). “Aleluia...Pois abriram-se os céus... ”, CD
Liturgia V, faixa 14. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que
estão no Lecionário Dominical, página 735.
A aclamação ao
Evangelho é um grito do povo reunido, expressando seu consentimento, aplauso e
voto. É um louvor vibrante ao Cristo, que nos vem relatar Deus e seu Reino no
meio das pessoas. Ele é cantado enquanto todos se preparam para ouvir o
Evangelho (todos se levantam, quem está presidindo vai até ao Ambão).
5. Apresentação dos dons. O canto de apresentação das oferendas,
conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho.
Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja
reunida em oração na festa do Batismo do Senhor. Sem dúvida o Salmo 95 canto é
o mais apropriado para esta festa. “Cantai ao Senhor um canto novo,” CD:
Liturgia V, faixa 17.
6. O canto do Santo. Um lembrete
importante: para o canto do Santo, se for o caso, sempre anunciá-lo antes do
diálogo inicial da Oração Eucarística. Nunca quando o presidente da celebração
termina o Prefácio convidando a cantar. Se o (a) comentarista comunica neste
momento o número do canto no livro, quebra todo o ritmo e a beleza da ligação
imediata do Prefácio como o canto do Santo.
7. Canto de comunhão. “Este é o
filho de Deus” (João 1,32-34). Sem
dúvida, o canto de comunhão a mais adequado pra esse dia é Isaias 11: “O
Espírito de Deus sobre ele pousará, de saber de entendimento este espírito
será...” com este refrão: “Nas águas do
Rio Jordão João batizou Jesus, a voz do Pai se ouviu, então, o Espírito o
consagrou”.
Outra
possibilidade é o Salmo 42: “A minha alma tem sede de Deus”, Hinário Litúrgico
II, página 40; “Desperta tu que dormes...” Hinário Litúrgico I, Suplemento
página 2. Estes três cantos retomam o
Evangelho na comunhão de maneira autentica. Veja orientação abaixo.
O fato de a
Antífona da Comunhão, em geral, retomar um texto do Evangelho do dia revela a
profunda unidade entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia, Eucarística e
evidencia que a participação na Ceia do Senhor, mediante a Comunhão, implica um
compromisso de realizar, no dia-a-dia da vida, aquela mesma entrega do Corpo e
do Sangue de Cristo, oferecidos uma vez por todas (Hebreus 7,27).
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Preparar o
espaço celebrativo, destacando além das mesas da Ceia e da Palavra, a fonte batismal
com o Círio Pascal. Continuando em clima natalino, a cor é o branco.
2. No espaço
celebrativo, colocar em destaque um arranjo que contenha alguns símbolos do
batismo: água, óleo, vela, veste branca.
9. AÇÃO RITUAL
A festa do
Batismo do Senhor nos recorda a íntima ligação entre cruz e descida às águas,
onde se dá o pleno reconhecimento da filiação divina do Homem de Nazaré e Nele
todos os seres humanos.
Um pouco antes
da celebração, a comunidade pode cantar um refrão meditativo.
Ritos Iniciais
1. A saudação de
quem preside deve, de preferência, seguir a fórmula “f”, de 1Pedro 1,1-2 por
ser de caráter batismal.
Irmãos
eleitos segundo a presciência de Deus Pai, pela santificação do Espírito para
obedecer a Jesus Cristo e participar da bênção da aspersão do seu sangue, graça
e paz vos sejam concedidas abundantemente.
2. Após a saudação
presidencial o diácono, ou um ministro, devidamente preparado, propõe o sentido
litúrgico nos seguintes termos:
Celebramos o
batismo de Jesus como expressão da sua solidariedade para com toda a
humanidade. Ele é o Servo do Senhor, que carrega sobre si o pecado da
humanidade, e justifica a todos. Sobre Ele repousa o Espírito de Deus e o
benquerer do Pai. A liturgia nos faz olhar assim, para o nosso próprio batismo
e para a filiação divina que alcançamos em Jesus Cristo.
3. O Hino de
Louvor (Glória) é, sem dúvida, um dos momentos altos dessa celebração do
encerramento do Ciclo do Natal. Deve ser cantado solenemente por toda a
assembléia. Deve-se estar atento na escolha dos cantos para o momento do
glória. Ideal seria cantar o texto mesmo, tal como nos foi transmitido desde a
antiguidade, que se encontra no Missal Romano, ou, pelo menos, o mesmo texto em
linguagem mais adaptada para o nosso meio e também a versão da CNBB musicado
por Irmã Miria e outros compositores (como já existe!). Evitem-se, portanto, os
“glórinhas” trinitários! O hino de louvor (glória) não de caráter Trinitário e
sim Cristológico. Pode ser acompanhado de uma coreografia feita por um grupo de crianças
e ao som de sinos, onde houver.
4. Na oração
do dia suplicamos a Deus que conceda a todos nós seus filhos adotivos, renascidos
da água e do Espírito Santo, ser perseverantes no Seu amor.
Rito
da Palavra
1. Dar destaque
especial à Liturgia da Palavra, proclamando bem as leituras, especialmente o
Evangelho. O Evangeliário pode ser acompanhado de tochas e incenso. E a
proclamação deve ser feita de tal maneira que a comunidade viva e experiência
da Encarnação de Jesus o Verbo (Palavra) que se fez carne e habitou entre nós.
Palavra que é o próprio Cristo, recebendo acolhida na assembléia reunida, seu
Corpo. Ao final da leitura e do Evangelho, nunca se deve dizer “Palavras do
Senhor” e “Palavras da Salvação”, mas “Palavra do Senhor” e “Palavra da
Salvação” (usa-se o singular, pois é Jesus, a Palavra do Pai, que acabou de
falar!). A Palavra é realçada também por
momentos de silêncio, por exemplo.
Após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecendo a atitude de acolhida à
Palavra de Deus. No silêncio, o Espírito torna fecunda a Palavra no coração da
comunidade e de cada pessoa. Nunca é demais insistir: proclamem-se bem as
leituras até mesmo fazendo um breve silêncio entre cada uma delas. Por exemplo,
após o salmo responsorial, não iniciar
logo a segunda leitura. Dar uma pequena pausa para assimilar-se a riqueza
do salmo.
2.
Após a homilia fazer a Renovação das Promessas Batismais.
3. Quatro pessoas se
aproximam com jarras ou cântaros de barro com água. Colocam-se ao redor da Pia
Batismal ou do recipiente, previamente preparado, e enquanto despejam seu
conteúdo, rezam:
(Até chegarem na
Pia, canta-se um refrão apropriado)
- A Ti, trazemos, Senhor, a água-sinal
dos povos do Norte, a água-sinal dos Rios e Fontes da Europa, da Ásia, da
América do Norte...
- A Ti, trazemos, Senhor, a água-sinal
dos povos do Sul, a água-sinal dos Rios e Fontes da África, da América do Sul,
da Austrália...
- A Ti, trazemos, Senhor, a água sinal
dos povos do Oeste, a água sinal dos Mares e Lagos que irrigam as terras onde o
sol adormece.
- A Ti, trazemos, Senhor, a água sinal
dos povos do Leste, a água sinal dos Mares e Lagos que irrigam as terras onde o
sol desponta.
(juntos): Água-sinal do profundo amor
que tens por nós, de tua graça abundante, eterno manancial!
Refrão: “NAS ÁGUAS DO
JORDÃO MERGULHADOS,
SOMOS BATIZADOS NO ESPÍRITO SANTO!”
(CD Liturgia V, faixa 16)
b) O presidente se dirige até a Pia e
reza:
Senhor Deus,
Hoje a Igreja, unida ao seu celeste
esposo.
Cristo, banhando-se no Jordão,
Mergulha em tua Vida divina
Neste dia, as águas exultam de alegria
por terem recebido, no meio do Jordão,
a bênção santificadora.
O Sol da justiça se banhou no rio,
o fogo mergulhou nas águas
e foi manifestada a todos os seres
humanos
a salvação de Deus.
(estende as mãos sobre a água)
Que esta água, ó Pai recorde para nós o
batismo do Senhor e seu mergulho em nossa humanidade. E teu povo passe da morte
para a vida, e acolha a graça do teu Espírito que manifesta a tua misericórdia,
por Cristo, nosso Senhor!
Refrão: “NAS ÁGUAS DO
JORDÃO MERGULHADOS,
SOMOS BATIZADOS NO ESPÍRITO SANTO!”
Em seguida, fazer a renovação das
promessas batismais. Durante a profissão de fé e a renovação das promessas, a
assembléia pode segurar velas acesas nas mãos.
(Missal
Romano, página 289)
c) O presidente asperge a assembléia
com a água benta. Enquanto isso, pode cantar:
Banhados
em Cristo, somos uma nova criatura.
As
coisas antigas já se passaram, somos nascidos de novo.
Aleluia,
aleluia, aleluia (bis)
(CD Tríduo Pascal II, faixa 11)
Rito da Eucaristia
1. Na oração
sobre o pão e o vinho, suplicamos a Deus que receba as nossas oferendas para
que se tornem o sacrifício do Cordeiro que tira o pecado do mundo.
2. Prefácio próprio,
destaca que o Verbo habita entre nós e o
servo foi ungido com o óleo da alegria e com a missão de levar a Boa-Nova aos
pobres. A Oração Eucarística III, com o prefácio próprio, colocará em
evidência a unção espiritual que a eucaristia reforça em cada batizado.
3. Na
celebração da Palavra, onde não houver Missa, após o rito da Palavra, cantar a
Louvação do Natal sugerida no Hinário Litúrgico I, CNBB, página 75.
4. A comunhão
nas duas espécies, tal como autorizada pelo Missal Romano e alargada pelas
definições da CNBB, explicitará a solidariedade do Servo do Senhor, no seu
Batismo e no seu cálice (cf. n. 240 do Missal Romano).
5. Distribuir
o corpo de Cristo de forma consciente e orante, como um gesto de profundo
serviço, expressando nele o próprio Cristo que se dá como servo de todos. Isso
vale tanto para quem preside como para seus ajudantes.
Ritos Finais
1. Na oração
após a comunhão suplicamos a Deus que nos conceda a graça de ouvir fielmente o
Filho amado, para que possamos ser chamados de filhos de Deus.
2. As palavras do
rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: A alegria do
Senhor seja a vossa força. Jesus Cristo manifestado nas águas do Jordão
manifeste em nossa vida o seu amor. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A celebração
do batismo no Jordão desvela ao ser humano a sua condição, mostra-lhe o que é
chamado a ser. É necessário que ele passe do batismo de João ai de Jesus; ao
ser batizado este opera sacramentalmente esta passagem, que subsiste na
conversão inerente a todo batismo cristão.
Ser batizado
é portanto bem mais do que nos submeter a uma liturgia formal, a um rito de
passagem ou receber uma herança de pai para filho e, muito menos ainda, nos
livrarmos do caldeirão do diabo ou do limbo, por uma força mágica que descesse
do outro mundo na hora do batismo. Só assim podemos esperar ouvir também de
Deus as palavras: “Tu és o meu filho querido, em ti está toda a minha alegria!”
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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