06 de março de 2016
Leituras
Josué 5,9a.10-12
Salmo 33/34,2-7
2Coríntios 5,17-21
Lucas 15,1-3.11-32
“ESTE MEU FILHO ESTAVA MORTO E TORNOU A
VIVER”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do Pai
misericordioso. A liturgia deste quarto domingo da Quaresma traz uma tônica de
alegria e júbilo pela proximidade da Páscoa. Por isso é chamado de Domingo
Laetare, isto é domingo da alegria.
O amor
incansável de Deus chega até nós com seu perdão sem medida; ergue-nos do
abatimento, do desânimo e nos permite vencer o desencanto e a mesquinhez que
roubam a alegria de uma convivência filial fraterna em sua casa, casa de todos,
que é o universo.
Este Deus nos
acolhe aqui, nesta celebração. Ele fala conosco por sua Palavra. Tanto por sua
Palavra como pelo exercício quaresmal da Campanha da fraternidade, Ele vai
educando-nos para a cultura que dê espaço para a juventude.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os textos bíblicos
Primeira leitura – Josué 5,9a.10-12. A primeira leitura recorda os fatos que
marcaram o fim da caminhada dos hebreus pelo deserto e a entrada na terra
prometida, sob a liderança de Josué. É o fim do êxodo!É festa!É Páscoa! O tempo
anterior era de escravidão e vergonha: agora começa uma vida nova, celebrada
pelo novo pão.
Os versículos
de 10-12 descreve a celebração a segunda celebração solene da Páscoa desde a
saída do Egito (9,1ss), em Guilgal, o primeiro acampamento na Terra Prometida,
nas planícies de Jericó, perto do rio Jordão (2,1). A Páscoa de Guilgal
corresponde à do Egito (Êxodo 14) e encerra o Êxodo inaugurado por esta Páscoa.
Segundo a Lei (Êxodo 12,2-6; Deuteronômio 16,6) à tarde do 14º dia do primeiro
mês (Abib, mês das espigas, mais tarde chamado “Nisan” = março/abril, quando se
dava a lua cheia que seguia o equinócio da primavera; cf. Êxodo 14,3), devia
celebrar-se a Páscoa (“pesah” = passagem). Comeram dos produtos da terra: pães
ázimos e trigo torrado (Levítico 2,14).
A substituição
instantânea do maná pelos frutos da região marca o começo de um novo período: à
vida no deserto, onde a ingratidão do solo exigia permanentemente a compensação
dos dons do Senhor, sucede uma vida abundante em que a própria terra abençoada
oferece a todos o que o Senhor lhas dava até então. Depois de um tempo de
maravilhas, os hebreus são chamados a ler a presença de Deus nos próprios
frutos de seu trabalho. Os sacramentos já não serão apenas, como o maná, os
sinais da iniciativa gratuita de Deus; eles se tornarão, como o pão e o vinho,
os sinais do trabalho das pessoas realizado sobre uma matéria que Deus lhe dá e
executado em profunda comunhão de vida com Ele. A Páscoa de Guilgal celebra
também a passagem do povo, da idade infantil, na qual ele depende ainda
totalmente de seu pai, à idade adulta, sendo então em seu próprio trabalho e em
sua própria liberdade que ele encontra a comunhão com seu pai.
A fertilidade
da terra iria dispensar o maná do deserto (Êxodo 16,13-35; Números 11,6-9;
Deuteronômio 8,3.16).
Alimentar-se
com o trigo da terra prometida é sinal do cumprimento da promessa feita a Abraão.
A Páscoa, festa agrícola, adquire caráter histórico, passando a celebrar a
saída da casa da escravidão e a tomada de posse da terra.
As comunidades
contavam e recontavam esta história porque era sinal de Deus mudando a situação
do povo. Lembrados no tempo do exílio da Babilônia, esses fatos representavam
luz para que os exilados enxergassem e compreendessem a situação em que viviam.
Não foram fiéis à Aliança feita com Deus; esta era a raiz do mal. Precisava
voltar ao cumprimento da Aliança para ser um povo feliz e liberto.
Josué,
instrumento de Deus, está comandando o povo, como fez antes Moisés (3,7; 4,14).
Salmo responsorial 33/34,2-7. O Salmo 33/34
é ação de graças individual. Uma pessoa passou por situação difícil, por
“temores” (versículo 5) e “apertos”( versículo 7), “consultou o Senhor” (
versículo 5), “gritou” (versículo7) e foi atendida. O Senhor “respondeu” e “livrou”
(versículo 5), “ouviu” e “salvou” (versículo 7), e agora essa pessoa está no
Templo de Jerusalém para agradecer.
Começa a lição
com um breve ato de louvor: tríplice invocação do Senhor, convite aos
presentes. A pessoa humana “consulta” a Deus no culto: como Deus é glória e
claridade, seu esplendor se difunde sobre quem o contempla.
O rosto de Deus
no salmo. O salmo faz uma longa profissão de fé no Deus da Aliança, aquele que
houve o clamor, toma partido do pobre e injustiçado e o liberta. Deixemos que o
próprio salmo mostre o rosto de Deus. Ele responde e livra (versículo 5), ouve
e salva (versículo 7) e seu anjo acampa em torno dos que o temem e liberta
(versículo 8). É uma imagem forte, que mostra o Deus aliado como guerreiro que
luta em defesa de seu parceiro na Aliança.
Este salmo
encontra em Jesus um sentido novo e insuperável. A missão de Jesus é levar a
boa notícia aos pobres (Lucas 4,18). Maria de Nazaré ocupa o lugar social dos
empobrecidos e, no seu hino, retoma o versículo 11 do salmo.
Cantando este
Salmo neste Quarto Domingo da Quaresma, bendigamos ao Senhor que sempre vem em
socorro dos pobres e liberta os oprimidos
PROVAI E VEDE
QUÃO SUAVE É SENHOR!
Segunda leitura – 2Coríntios 5,17-21. A segunda leitura, a Carta de Paulo aos Coríntios, é
uma palavra encorajadora. Retomando o tema da reconciliação, afirma que estar
em cristo é ser pessoa nova e deixar no passado tudo o que é velho. O mundo
inteiro está reconciliado com Deus, que não lembra mais de nossas faltas. Em
Cristo, estamos reconciliados com o Pai e nele podemos nos tornar justiça de
Deus neste mundo.
A comunidade
de Corinto fundada por Paulo era formada pela camada pobre da população desta
grande a luxuosa cidade. Quando Paulo escreveu esta carta, a comunidade estava
enfrentando problemas sérios. Além de estar reproduzindo o mesmo comportamento
da grande cidade, havia divisões internas e havia até pessoas que eram suas inimigas. Por isso Paulo escreve
convidando a comunidade a dar um passo de qualidade na fé e a viver a realidade
nova trazida por Jesus Cristo.
Desde o
capítulo 3, Paulo desenvolve o ministério da Nova Aliança; no trecho da leitura
de hoje ele de modo específico fala do ministério apostólico, e inicia com uma
afirmação doutrinal fundamental: somos novas criaturas. Em Cristo nada temos a
ver com o velho mundo. De fato na morte de Cristo todos morreram, mas com sua
ressurreição todos receberam vida nova. A nova criação já é realidade. Somos
novas criaturas e isso resume toda a ação de Deus sobre os cristãos (Gálatas
6,15), pois fomos incorporados ao Cristo e Nele e por Ele Deus realizou uma
nova criação (Efésios 4,24; Colossenses 3,9-10). Certamente o versículo 17, o
início da leitura, é um dos mais importantes da carta: “as coisas antigas
passaram”, acontece a nova criação porque o “novo Adão” faz parte das pessoas.
O mundo em que vivemos não é mais o mesmo desde que Cristo passou por ele.
Paulo, então,
mais uma vez insiste na gratuidade da salvação. Deus é o autor da
reconciliação, os homens são apenas receptores desta reconciliação. Para ele,
Deus não muda de sentimento: não se reconcilia com o mundo, mas reconcilia o mundo consigo
(versículo 18). Assim também, o ministério de Paulo junto aos cristãos não
consiste somente em reconciliá-los com Deus (versículo 20), mas sobretudo, em
proclamar que a reconciliação se realizou (Romanos 5,10-11).
O próprio
termo de “embaixador” (versículo 20) empregado por Paulo para definir seu
ministério supõe um contexto de fim de guerra e de restabelecimento de relações
normais (cf. Lucas 14,32).
Na medida em
que as pessoas se reconciliam entre si, o mundo é reconciliado com as próprias
pessoas e com Deus. Os cristãos têm, então, no mundo a missão de embaixadores,
falam aos não-cristãos como mensageiros de Deus, são boca de Deus, e como
embaixadores correm o risco de não serem aceitos ou compreendidos. Assim, ser
embaixador mais do que uma honra é uma responsabilidade que traz sofrimentos.
Sofrimentos do apostolado.
Reconciliação,
como conceito, provém do Primeiro Testamento, onde estava presente o desejo de
reconciliar, por ritos, Deus e o mundo oprimido pelo pecado, e prestar-Lhe
expiação. Assim a Lei de Moisés previa a “festa da expiação” como o dia de
reconciliação. No Novo Testamento essa “festa da expiação” acontece uma vez por
todas na morte de Cristo, que foi feito “pecado por causa de nós” e criou numa
nova relação Deus-pessoa-mundo.
Desde os mais
antigos textos do Novo Testamento a morte de Cristo revestiu esse aspecto
sacrifical: sacrifício da Nova Aliança (1Coríntios 11,25; Mateus 26,28; Hebreus
10,29), do Cordeiro pascal (1Coríntios 5,7), do Servo sofredor (Isaias 53,12 em
Romanos 4,25; 8,32; Gálatas 2,20). Mas é a primeira vez que essa morte é
comparada ao “sacrifício pelo pecado” no qual o sangue da vítima tenha valor
expiatório (Levítico 4-5; 6,17-22; 10,16-19; 16; cf. Hebreus 9,22). Assim se
explica a freqüência dos termos sangue e
pecado nas passagens de Paulo sobre a reconciliação. Não se trata, com
isso, de uma concepção sangrenta da obra de Cristo, mas de um modo de afirmar
seu alcance ritual, isto é, de dizer que a reconciliação se efetua num ato litúrgico que se substitui
definitivamente à economia do Templo de Jerusalém. Não significa que Deus se
alegra com o sangue. Cristo começou a doar sua vida no momento em que se
encarnou. Cada vez que foi rejeitado pelas pessoas essa doação se aprofundou. A
morte foi uma conseqüência da doação que foi sua vida. Ela aconteceu como uma
conseqüência da rejeição dos poderosos, que assim procuravam eliminar que os
perturbava.
A Eucaristia é
o, lugar onde a embaixada da reconciliação realiza sua missão (liturgia da
Palavra); onde a reconciliação do mundo com Deus está incluída no memorial da
Cruz; onde, enfim, cada um dos participantes apropria-se, por uma aceitação
representada na comunhão, da reconciliação operada em proveito de todos.
Evangelho – Lucas 15,1-3.11-32 . Hoje,
o Evangelho, em especial, e também as demais leituras são expressões da festa
da Páscoa e convites para vivermos a alegria da reconciliação. O capítulo 15 de
Lucas começa desenhando o contexto em que Jesus conta a parábola do filho pródigo ou
parábola do “pai amoroso” e dos dois irmãos. Os fariseus e doutores da lei
criticavam Jesus por comer com pecadores e publicanos. Comer junto é uma
atitude de igualdade e de respeito recíproco, e para o povo de Jesus,
constituía algo muito importante.
Ao contar a
parábola do filho pródigo, Jesus mostra, de um lado, a intransigência dos
praticantes de uma religião legalista e, do outro, a proposta nova, tão antiga
quanto a Aliança de Deus com os hebreus, povo desprezado e pobre. Esta parábola
é o coração do Evangelho e revela o jeito de Deus ser e agir. Seu centro são
amor e a generosidade do pai, acolhendo o filho fiel e o filho transviado, em
festa pascal.
A atitude do
“filho mais velho” corresponde exatamente às atitudes dos fariseus. O versículo
29 demonstra a segurança que eles tinham de sempre cumprir as exigências da
lei. Ficavam, porém, fora da festa, da
alegria essencial. O pai não quer nenhum filho fora de seu convívio e
excluído da festa do Reino; ele convida o “filho mais velho” a ultrapassar a
lei pela lei e a se abrir ao amor.
O versículo 32
é a resposta de Jesus às murmurações dos fariseus. Quando os pecadores se
achegarem a Jesus, todos devem participar da alegria de Deus que reencontra
filhas e filhos. Jesus faz um apelo para que os doutores da lei e os fariseus
aceitem partilhar da alegria de Deus, pela volta dos pecadores à dignidade da
vida.
Podemos crer,
portanto, que a parábola do filho pródigo faz uma referencia indireta a
Jeremias 31, texto que deveria ser bem conhecido dos primeiros cristãos, porque
é ele que descreve melhor no Primeiro Testamento, a nova aliança (Jeremias
31,31-34). Pode-se, portanto, transformar as parábolas da misericórdia num
comentário de Jeremias 31, preparando as pessoas à compreensão da nova aliança,
baseada sobre um amor de Deus mais forte do que o pecado.
Quanto ao
filho mais novo, sua oração é bem parecida com a do publicano (cf. Lucas
18,13). Assim, esta parábola, como a do publicano e do fariseu, tenta
justificar a acolhida bondosa de Cristo a todas as pessoas, mesmo numa situação
de pecado.
O filho mais
velho aprende que ele somente será amado por seu Pai se acolher, por sua vez, o
irmão pecador: o pai cheio de amor espera que imitemos sua misericórdia. Não é
ele que exclui o filho mais velho, mas é ele que se exclui, porque não ama a
seu irmão pecador (cf. 1João 4,20-21).
A parábola do
filho pródigo constitui uma excelente iniciação à atitude de penitência.
Observamos, primeiramente, que os dois filhos são pecadores: tal é a condição
humana. Mas o filho pródigo sabe e constrói sua atitude em função desse
conhecimento; o irmão mais velho recusa conhecer isso e não muda em nada a sua
vida. Deus vem, aliás, para o filho mais novo e para o filho mais velho: sai ao
encontro do mais novo, mas também ao encontro do mais velho (versículos 20 e
28); Deus vem para todas as pessoas, para os pecadores que sabem o que são e
aqueles que não o sabem; ele não vem somente para uma categoria de pessoas.
Santos e pecadores, estamos a caminho da casa do Pai.
O filho mais
velho volta do campo; ouve uma música de festa... pergunta ao criado o que
estava acontecendo... e, logo, tudo explode: a raiva, o nojo... depois as
queixas e as censuras.
O pai percebeu
o que acontecia. Adivinhou e acertou mesmo. Sai da casa e, como já tinha feito
para o caçula, vai ao encontro do filho mais velho. Para que a festa fosse
completa, precisava dele também. Fala com ele, convida-o, insiste.
Mas como o
fariseu da parábola de Lucas 18,ss, o filho mais velho justifica-se. Ele não é como os demais homens, ladrões,
desonestos, adúlteros; e nem como este cobrador de impostos (Lucas 1811). Ele não é como este teu filho (versículo
30) que esbanjou tudo com prostitutas.. .Não!
Nunca transgredi uma só das ordens de seu pai... Como um perfeito fariseu,
sempre serviu (douleuien é o termo usado para falar do “serviço” a Deus, que
cristaliza todo o ideal religioso do fariseu).
No movimento
de penitência do filho mais novo, vemos em primeiro lugar aparecer a iniciativa
humana. Falamos acima da “contrição imperfeita”. O mais novo se converte porque
é infeliz e porque, no final das contas, o ambiente da casa paterna ainda é
melhor do que o lugar imundo em que ele vive! Com essa contrição imperfeita
(versículo 16), procede ao seu exame de consciência (“entrando em si mesmo”
Versículo 17) e prepara mesmo o texto da confissão que fará a seu pai
(versículos 17-19). Mas a descoberta essencial do penitente que entra no
caminho de retorno para Deus é descobrir Deus ao seu encontro e o acolhendo com
uma tal bondade que o penitente perde o fio do seu discurso de confissão
(versículos 21-23). Os papéis se invertem: já não é a contrição do penitente
que conta e constitui o essencial da atitude penitencial, mas o amor de Deus e
seu perdão. Em muitos casos, infelizmente, o sacramento da penitencia se
desenvolve como se o perdão fosse apenas a resposta a uma confissão e a uma
iniciativa da pessoa humana, quando ele é, antes de tudo, iniciativa de Deus e
celebração de seu amor recriador! Muitas vezes é raro ver no ministro do
sacramento da penitência a impressão real de introduzir alguém na alegria do
Pai!
Morrendo de
fome, o rapaz começa a comparar sua situação com a dos diaristas da fazenda
paterna. Notemos que Lucas não embeleza nada: vai afrouxando ao nível do bem
antes de atingir o próprio coração.
Para Lucas, é
mais importante por em relevo a atitude do Pai. Beijar o rosto (o escravo e o
penitente beijam somente os pés ou os joelhos de seu Mestre: cf. Lucas
7,38.45). Perdoar significa fazer uma verdadeira comunidade.
Não basta
reconhecer a misericórdia de Deus para com os outros, autorizá-la e até mesmo
concordar com ela... temos que partilhar a misericórdia de Deus, fazer nossa a
alegria de um Deus que quer não a morte da pessoa humana mas sua vida. E isto
permanecerá sempre o mais difícil: acolher o Reino de Deus e sua justiça... que
nem sempre é a nossa!
Há, na
parábola, três atitudes: a do filho mais novo, a do filho mais velho e a
atitude do pai. Olhando atentamente o texto, o que aparece de mais importante é
a atitude do pai. Quando avista o filho, fica comovido, enternecido vai ao
encontro e lhe oferece o sinal da sua igualdade e da perfeita comunhão ai
beijá-lo no rosto. Assim é Deus, e esta é a realidade que Jesus veio revelar ao
acolher os publicanos e receber à sua mesa os pecadores.
Podemos optar
por uma das três atitudes que aparecem na parábola: a do filho mais novo, a do
filho mais velho e a do pai. A atitude deste é fundamental:
1.
Ele reparte a herança que é direito do filho, dando a
atender que, para ele, todos os filhos são iguais e têm os mesmos direitos.
2.
Quando avista o filho, comovido e cheio de compaixão,
vai ao seu encontro e oferece o sinal da sua igualdade e da perfeita comunhão,
beijando-o no rosto.
3.
Restitui-lhe a dignidade de filho, simbolizada pelas
vestes novas.
4.
Confere-lhe, pelo anel, poderes de filho amado.
5.
Dá-lhe total liberdade, oferecendo-lhe sandálias novas.
6.
Oferece-lhe uma festa, um banquete.
7.
Insiste que o filho mais velho assuma os sentimentos do
pai e acolha o irmão pecador.
É uma
verdadeira ressurreição. O pai recuperou totalmente o filho perdido e agiu para
incluir o filho mais velho na festa de sua bondade.
3- A PALAVRA DE FAZ CELEBRAÇÃO
Um Oásis em pleno deserto
O quarto
domingo da quaresma, conhecido também como “Laetare” por causa da antífona de
entrada “Laetare Yerusalaim” (Alegra-te, Jerusalém), em relação aos outros
domingos se apresenta como uma oportunidade de respiro. É como se já
sentíssemos o cheiro da chuva e entrevíssemos seus efeitos sobre a terra seca.
Interessante
notar que a Liturgia da Palavra nos trouxe como 1ª leitura uma menção ao relato
da Páscoa, cuja benção que se segue é, por um ano, comer dos frutos da terra
prometida. Com esta imagem, o domingo Laetare nos convoca a olhar com mais
esperança e alegria para o horizonte da Ressurreição, cujos frutos já os
podemos degustar.
Voltar para casa e cear com o Pai e os irmãos
A Eucaristia é
a ceia dos que foram por Cristo redimidos e são convidados a uma vida nova, em
conformidade com o Evangelho. O itinerário de conversão até aqui nos dá a
entender, entretanto, que esse convite às vezes é recusado e nem sempre nos
sentimos dignos de adentrar e tomar parte na festa, porque dela não nos
entendemos partícipes. Não se trata de querer ou desejar estar de fora, mas de
não nos reconhecermos membros da vida nova a ponto de romper os vínculos com o
nosso ego – que é máscara, engano, farsa. Nesse sentido, nem sempre pensamos o
que agrada a Deus, conforme suplica a oração depois da comunhão, pois não vemos
com bons olhos a humanidade que Deus nos deu ou com a qual nos fez.
A
reconciliação conta, então, de retomar nossa humanidade, desfazermo-nos daquele
ego que não coincide com quem de fato somos convidados a ser, segundo o
evangelho. É preciso, então, voltar para casa e festejar, pois havia morte,
sim, mas agora há vida e deve ser colhida, degustada, celebrada!
O otimismo pascal
A liturgia
deste quarto domingo nos faz otimistas, fiéis, portanto, à verdade dos fatos. É
um otimismo realista, que não desfigura a vida, mas vendo-a como é, descortina
seu sentido mais profundo. Há quem, iluminado pela luz que guia todo ser humano
(cf. Oração depois da comunhão) perceba o caminho de volta sendo forjado, passo
a passo e se regozije por isto: “Abba, Pai...pequei contra Deus e contra ti!” –
“Meu Filho, é preciso celebrar, teu irmão estava morto e tornou a viver”. Este
é o contexto claro para rezarmos a Oração do Senhor, de nos percebermos
reconciliados e por isso nos sentirmos filhos de Deus. São João Crisóstomo, ao
apresentar a mistagogia batismal em suas homilias sobre a Carta aos Colossenses
diz claramente: “aquele que sobe da piscina diz imediatamente: Pai Nosso...”
Aquele que testemunha a vitória da vida sobre a morte, hoje, pode reza a Oração
Dominical.
4. DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
Ultimamente em
nossas relações humanas, às vezes tão perturbadas, marcadas por carências e
apegos, somos tentados a fugir da “casa do Pai”.
Podemos,
ainda, diante dos nossos relacionamentos, colocarmo-nos em posições diferentes:
ora como o próprio filho perdido, outra como o pai misericordioso, tantas vezes
como o irmão mais velho, tomado pela inveja, ou ainda, como os que ajudam o
filho a gastar toda a sua herança.
E afinal, como
andam nossas relações em família, em comunidade hoje? Como nos encontramos?
Como aquele que precisa voltar para casa, que percebe o mal que fez e pede
perdão? Ou, talvez, como o irmão mais velho, que necessitando de reconhecimento
do muno, não sabe se alegrar com a volta do outro irmão, por ainda não entender
a misericórdia do Pai. Ou, quem sabe, precisamos ser mais como o Pai, que cheio
de compaixão não se importa com o passado do seu filho e o acolhe, alegrando-se
em celebrar nova vida?
Seja como for,
a liturgia de hoje, nos alerta para sabermos nos permitir reconciliar uns com
os outros, e principalmente, com Deus. Assim, participaremos dessa alegria
perene que nos é ofertada pela misericórdia divina.
O Quarto
Domingo da Quaresma é o grande convite para voltarmos à alegria que Deus nos
oferece. E o caminho para o cristão é o seguimento a Jesus. Lembremos,
inclusive, que na igreja o sinal sacramental visível que nos possibilita essa
alegria é o sacramento da reconciliação,
que precisa ser entendido não como julgamento, mas sim como uma verdadeira
acolhida, sentida através do abraço do Pai, que nos chama a voltar!
Ora, a maioria
dos fiéis que vêm às nossas igrejas estão na posição do filho mais velho (os
outros não vêm às nossas igrejas e são ainda poucos os que vão procurá-los lá
onde estão). A tarefa da catequese litúrgica para este domingo é, portanto, bastante
difícil: como tirar o calo da auto-suficiência dos corações dos bons cristãos?
Porém, se isto não acontecer, não poderão participar da alegria do “laetare”...
Ilumina, Senhor, nossos corações com o esplendor de tua graça (Oração após a
comunhão).
Não sabemos se
o filho mais velho aceitou o convite. Mas o mais importante é saber que este
convite agora é feito a cada um de nós e a cada comunidade que se reúne em nome
do Senhor. Nesta celebração, somos convidados a purificar as imagens e a
representação que fizemos de Deus. Aprendamos Dele a estreitar os laços que nos
unem às pessoas, a dar uma dimensão mais pessoal e afetuosa às nossas relações
e a encontrar a todo custo o jeito de cultivar a amizade e a comunhão. Que o
Espírito nos enche da alegria de Deus na festa de cada filho e filha que volta.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Na assembléia
litúrgica, o Pai nos abraça e acolhe com imensa ternura, cobre-nos com seu amor
misericordioso e oferece seu perdão, reconciliando-nos com ele com os irmãos.
Este é o grande motivo da alegria que nos envolve neste domingo.
Em cada
celebração litúrgica somos convidados a participar do banquete da salvação que
o Pai nos oferece em
Jesus Cristo seu Filho e nosso irmão. A Eucaristia deve criar
um movimento de reconciliação entre
nós e com todas as realidades que precisamos transformar para que todos sejam
um em Cristo.
Em Cristo,
Deus nos reconciliou para sempre e por isso podemos “correr ao encontro das
festas que se aproximam com fervor e exultando de alegria e fé” (oração do
dia).
Cheios de
gratidão, participamos da festa que ele nos preparou, gozando da alegria de sua
convivência e saboreando, com Cristo e em Cristo, o banquete pascal que nos faz
passar da morte à vida.
Suplicamos que
o Senhor nos de um coração generoso como o dele, capaz do amor gratuito e do
perdão sem medida para com nossos irmãos.
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
2. Preparar
com muito zelo as leituras para que o rito da Palavra seja diálogo amoroso
entre Deus e a comunidade celebrante. A fim de que esta, tocada pela ação
misericordiosa do Jesus, possa voltar cheia da misericórdia e decidida para a
realização da festa da vida em seu dia-a-dia.
3. Daí decorre
a exigência de a proclamação expressar uma atitude espiritual de quem está
sendo porta-voz de Deus que fala ao seu povo.
4. O bom uso do Lecionário Dominical. Na
época em que foi preparado o Lecionário Dominical, diversos peritos julgavam
que, para a Quaresma, seria suficiente só o ciclo A, porque seu alcance
doutrinal é fundamental. Mas prevaleceu o parecer dos biblistas. Afinal
chegou-se a uma decisão equilibrada. Nas comunidades onde há adultos que se
preparam para os sacramentos da iniciação cristã (Batismo, Eucaristia e Crisma)
na noite da Páscoa, deve-se utilizar o ciclo A, o qual, no entanto, quando se
julgar oportuno, pode ser usado sempre como indica o próprio Lecionário
Dominical, nas páginas 438, 442, 446, 752, 756 e 760. Mas, onde não houver
adultos preparando-se para os sacramentos,
poderão ser usadas, as leituras do Ciclo C.
7. MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo da Quaresma, ajudam a comunidade a penetrar no
mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são da Quaresma,
é preciso executá-los com atitude
espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade
tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o
ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que
toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de
uma pastoral ou de um movimento.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico II da CNBB e o Ofício Divino das Comunidades nos
oferecem uma ótima opção, que estão gravados nos CDs Liturgia XIII, XIV e CD:
CF 2013.
1. Canto de abertura: “Alegra-te,
Jerusalém”; alívio na fronte da consolação divina” (Isaias 66,10-11). Sem
dúvida, um canto de abertura condizente com o mistério celebrado e poderá
cooperar para que a assembléia seja nele inserido é na procissão de entrada,
entoar um canto que expresse o Domingo da Alegria e a nossa alegria pela
proximidade da Páscoa (ex: “Alegres vamos à casa do Pai”, CD: Liturgia XIII, melodia
da faixa 10, Quaresma Ano A, ou no CD: CF 2007, melodia da faixa 12. A
partitura encontra-se no Hinário Litúrgico II da CNBB, página 179. O canto de
abertura deve nos introduzir no mistério celebrado deste 4º Domingo da Quaresma,
que é o Domingo Laetare.
2. Ato penitencial. Fórmula 1,
própria para a Quaresma da página 396 do Missal Romano. CD: CF 2013, melodia da
faixa 4.
3- Salmo responsorial 33/34. A
alegria de experimentar a presença de Deus. “Provai e vede quão suave é o
Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!”. CD: Liturgia XIV, melodia
da faixa 15.
4- Aclamação ao Evangelho. Confessar
seu pecado ao Pai. Honra, glória... “O filho ainda longe, o Pai avistou...” CD:
Liturgia XIV, melodia da faixa 12.
5. Apresentação dos dons: O canto de apresentação das oferendas,
conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho.
Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja
reunida em oração na Quaresma. Como canto de apresentação dos dons, uma boa
opção é “Muito alegre eu te pedi o que era meu, partir um sonho tão normal”,
Hinário Litúrgico III da CNBB, página 336. Outra possibilidade ótima é: “O
vosso coração de pedra se converterá”, CD: Liturgia XIII, melodia da faixa 5.
6. Canto de comunhão: “Deves
alegrar-te, pois teu irmão, que estava morto, reviveu” (Lucas 15,32) Contemplando
a misericórdia de Deus cantemos: “Feliz o homem que da culpa é absolvido”,
versão do Salmo 31 CD: Liturgia XIV, melodia da faixa 16 ou CD: CF 2007,
melodia da faixa 13, ou Hinário Litúrgico II da CNBB, página 37. Com certeza
este canto nos ajudará a fazer a ligação da Ceia do Senhor com o Evangelho.
No Quarto Domingo
da Quaresma, mergulhamos na alegria da misericórdia de Deus. Devido o espírito
de júbilo que anima a liturgia de hoje e certos, da misericórdia dele para
conosco, podemos cantar na comunhão o Salmo 31 como indicamos acima.
8- O ESPAÇO DA CELEBRAÇÃO
1. O espaço
sagrado sofre algumas modificações: o roxo dá lugar ao róseo e algumas ramagens
podem insinuar a proximidade da Páscoa
2. Se há um
elemento, que, sem palavras, cumpre a função mistagógica, isto é, de conduzir
para dentro do mistério celebrado, este é o Espaço Sagrado. Por isso, devemos
dedicar-lhe todo o nosso cuidado.
3. A cruz é
elemento importante em qualquer tempo, mas na Quaresma é, sem dúvida, um sinal
marcante da paixão de Cristo e da paixão do mundo. Para que esse sinal seja
devidamente enfocado, sugerimos um incensário aos pés da cruz. As brasas sejam
alimentadas de forma constante e discretamente, sem excessos.
4. Por ser o
Domingo da alegria, as flores podem voltar a ornar o espaço sagrado, mas com
moderação, para não antecipar em demasia os tons de festa que serão a expressão
da Vigília Pascal. Seria interessante usar flores cor de rosa. A cruz
processional, um dos elementos inocográficos que estamos valorizando neste
tempo quaresmal, pode trazer um arranjo floral ao seu pé ou em sua haste.
Ornamentar também o Ambão com um pequeno arranjo de flores. De preferência
flores cor de rosa.
9. AÇÃO RITUAL
O altar esteja
descoberto, no início da celebração e seja preparado com toalha, flores e velas
no rito de “apresentação dos dons”.
Ritos Iniciais
1. A
celebração do Quarto Domingo da Quaresma nos “antecipa a alegria” daquilo que
será a celebração pascal, por excelência, na Vigília Pascal. Mas, ainda, com simplicidade e discrição. Algumas ações
simbólicas que podem ajudar a assembléia a experimentar isso:
2. A saudação
presidencial pode ser a fórmula “d” de Romanos 15,13:
“O Deus da esperança, que nos cumula de toda
a alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco”.
3. Em seguida
quem preside, ou o diácono ou um leigo ou leiga preparado, dar o sentido da
celebração com estas palavras ou outras semelhantes:
Domingo do Pai misericordioso. Celebramos a
misericórdia de Deus que se manifesta em Jesus, o Filho que estava morto e
tornou a viver. A iniciativa divina precede o agir humano: Deus se antecipa
para nos salvar. Nele experimentamos a alegria do amor que independe dos nossos
méritos e ultrapassa nossos limites e preconceitos. Alegrem-se todos os que
estão tristes, o Senhor vai nos saciar com suas consolações.
4. Em seguida
fazer uma recordação da vida tornando presentes as realidades que hoje precisam
ser transformadas com a misericórdia de Deus. Trazer os fatos da vida de
maneira orante e não como noticiário.
5. O Ato penitencial
pode ser feito por toda a assembléia, de joelhos, defronte a cruz do Senhor. Quem
preside convida a assembléia a uma revisão de vida diante da Palavra de Deus.
6. O
presbítero motiva os fiéis à penitencia com a Fórmula 2 do Missal Romano página
391:
Em Jesus Cristo, o Justo, que intercede por
nós e nos reconcilia com o Pai, abramos o nosso espírito ao arrependimento para
sermos menos indignos de aproximar-nos da mesa do Senhor.
7. Reunida em
torno da cruz, a assembléia pode fazer, de joelhos ou inclinada, o Ato Penitencial e ser motivada a
expressar o desejo de viver a Quaresma, indicando aspectos nos quais é chamada
à conversão. Sugerimos a Fórmula 1, própria para a Quaresma da página 396 do
Missal Romano.
Senhor, que nos mandastes perdoar-nos
mutuamente antes de nos aproximar do vosso altar...
8. Na oração
do dia suplicamos ao Pai, que reconcilia a todos em Cristo, nos concede correr
ao encontro das festas que se aproximam, isto é, o Tríduo Pascal.
Rito da Palavra
1. A
proclamação do Evangelho onde for possível, poderá ser dialogada. Exemplo: narrador (a), os fariseus, o pai, o filho
mais novo, o filho mais velho, o criado. Seria interessante que a narração
fosse dialogada pelos jovens com o diácono ou com o padre. Em caso de optar por
uma encenação, respeite o texto como tal e cuide-se de não fazer uma
apresentação prolongada.
2. Onde houver
batismo na noite pascal, o ritual do catecumenato prevê uma oração especial
sobre os eleitos que receberão os sacramentos de iniciação na Vigília Pascal.
Depois da homilia, os escolhidos para o batismo, junto com padrinhos e
madrinhas, colocam-se diante da comunidade e quem preside reza e impõe as mãos
sobre eles. Página 77-80 do RICA (Ritual da Iniciação Cristã de Adultos).
3. Cuidar para
que o “Creio” não se torne apenas a recitação decorada, mas a renovação da fé e
da adesão ao projeto de Deus que a comunidade, sustentada pela Palavra, ajudará
a criar uma atitude de adesão mais consciente à Profissão de Fé, ao “Creio” e a
todo o rito eucarístico.
Rito da Eucaristia
1. Para
acompanhar a procissão das oferendas, pode-se cantar “Muito alegre eu te pedi o
que era meu, partir um sonho tão normal”. Ver orientações em Música Ritual.
2. Na oração
sobre as oferendas, peçamos a Deus que veneremos com fé os dons oferecidos com
alegria que cura o mundo.
2. É tempo de
usar os Prefácios do Tempo da Quaresma, que são muito bonitos e trazem uma boa
síntese teológica desse tempo litúrgico. Neste Quarto Domingo da Quaresma é
muito oportuno o Prefácio III da Quaresma, página 414 do Missal Romano que nos
convida a imitar a misericórdia de Deus.
Seguindo essa lógica, cujo embolismo reza: “Vós acolheis nosso penitência
como oferenda à vossa glória. O jejum e a abstinência que praticamos, quebrando
nosso orgulho, nos convidam a imitar vossa misericórdia, repartindo o pão com
os necessitados”. O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior
consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado
na celebração, ao modo de mistagogia. Usando este prefácio, o presidente deve
escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. A II admite troca de prefácio. As
demais não admitem um prefácio diferente. As demais não podem ter os prefácios
substituídos sem grave prejuízo para a unidade teológica e literária da
eucologia.
4. Neste
Domingo a Palavra ressalta a misericórdia de Deus. Outra opção é a Oração
Eucarística sobre a Reconciliação I, que destaca a grande misericórdia de Deus.
“Como é grande, ó Pai, a vossa misericórdia!”.
5. Para
acompanhar a procissão da comunhão ou da partilha do pão, pode-se cantar o
Salmo 31 “Feliz o homem que da culpa é absolvido”. Ver orientações acima em
Música Ritual.
6. Não
esquecer de, após a comunhão, reservar um tempo para a assembléia fazer um
profundo silêncio contemplativo do
encontro havido com Deus. Seria bom que até se fizesse uma breve motivação para
esse momento de silêncio orante, previsto pelo Missal Romano, nº 121, página
57.
Ritos Finais
1. Na Oração
depois da Comunhão, suplicamos a Deus luz de todo ser humano, que ilumine
nossos corações com o esplendor da Sua graça para pensarmos o que agrada a Deus
e servi-lo de todo o coração.
2. Retomando
um antigo costume, abençoar as flores trazidas pela comunidade. No final da
celebração, partilhá-las como sinal de alegria
pascal e reconciliação. A benção pode ser feita com esta oração ou com
outra semelhante:
“Ó Deus da paz, que nos dais a graça de nos
alegrarmos com a ressurreição do vosso filho, nós vos bendizemos por estas
flores, dom da vossa criação. Sejam para nós sinais de vossa vida e graça”.
3. A bênção
final solene, própria para a Quaresma, cita explicitamente a parábola do
Evangelho proclamado nesse domingo. Seria muito bom concluir a celebração com
essa fórmula conforme o Missal Romano, páginas 521-522.
4. As palavras
do envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: “Vou voltar para
meu Pai”. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A parábola do
filho pródigo termina com um ponto de interrogação. Nunca saberemos se o filho
mais velho entrou ou continua mascando sua raiva, suas certezas e seu bom
direito... É deste ponto de interrogação que precisamos partir, sabendo que o
convite feito ao filho mais velho da parábola pretende atingir e questionar os
cristãos de hoje. Provavelmente temos que fazer, para nós mesmos, a experiência
do que é a misericórdia de Deus.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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