25 de setembro de 2016
Leituras
Amós 6,1a.4-7-7
Salmo 146/145,7-10
1Timóteo 6,11-16
Lucas 16,19-31
“ELES TÊM MOISÉS E OS PROFETAS QUE OS
ESCUTEM”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
rico e do pobre Lázaro. O domingo é Páscoa semanal. Ele nos mergulha na
dinâmica da compaixão de Deus, que acolhe o pobre oprimido e excluído, rejeita
a ganância do rido avarento. Que a celebração deste domingo se transforme no
hino de louvor a Deus, entoado pela assembléia reunida, por todas as ações e
gestos de solidariedade das pessoas que, vencendo a alienação do comodismo, se
sensibilizam com o sofrimento e a desumana realidade dos pobres e se dispõem a
integrar a caminhada dos que lutam por mais dignidade de vida.
O Espírito do
Senhor deseja abrir os ouvidos e o coração para a escuta atenta da “Palavra
viva e eficaz” que brota da situação sofrida dos empobrecidos, liberta-nos da
alienação e da indiferença e indica-nos a solidariedade como caminho de
salvação. Quem crê nas Escrituras, naquilo que pessoas falaram em nome de Deus,
se converte e alcança o Reino.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – Amós 6,1a.4-7-7. Amós dirige-se às lideranças da capital de
Israel, a Samaria, onde foi profetizar. Ele tem uma palavra dura contra aqueles
que são os responsáveis pela violência social. Eles, para manterem seu alto
padrão de vida, desrespeitam, sem nenhum escrúpulo, o direito dos mais fracos.
O profeta
intervém no reino do Norte sob o reinado de Jeroboão III. A conjuntura política
e econômica do século VIII acarretou, tanto no Norte quanto no Sul, uma
separação profunda entre a classe dos ricos, que tiraram o máximo proveito dos
acontecimentos, e a classe dos pobres, mais pobres do que nunca.
Amós é um
homem do deserto e, por isso mesmo, é mais sensível à injustiça social sob
todas as suas formas. Não pode suportar que o luxo dos grandes (versículos 4-6)
insulte a tal ponto a miséria dos oprimidos. E, em nome de Deus, condena
vigorosamente os gozadores e sua falsa segurança. Javé não pode tolerar que seu
povo viva na opressão, e seu castigo já se descortina no horizonte (versículo
7). As denuncias do profeta lhe custou a expulsão.
Contra essa
classe dominadora que se considerava a melhor parte da população, a sentença
profética é drástica: “serão deportados à frente (versículo 7) dos cativos” que
irão ao exílio. A ameaça do exílio, repetida outras vezes por Amós (cf. 4,3;
5,27; 7,11.17; 9,14) se verificou pouco mais tarde, em 722 antes de Cristo, com
a queda da capital Samaria.
As críticas
levantadas por Amós contra as injustiças sociais de seu tempo e a parábola do
rico avarento e do pobre Lázaro (Lucas 16,19-31), que hoje lemos, são uma
severa advertência contra a nossa sociedade capitalista e opressora que teima
em manter um alto padrão de vida de uma minoria que esbanja energia, alimentos,
bens e riquezas às custas da exploração humilhante de grande parte da população
trabalhadora do campo e das cidades.
Salmo responsorial – Salmo 146/145,7-10. É
um hino de louvor, celebrando o projeto de Deus e o que Ele produz, em oposição
aos projetos dos poderosos e injustos. Junto ao afeto básico do louvor, abre-se
passagem para a confiança do salmista, como experiência própria e como convite
a todo o povo de Deus. Para os judeus, começa aqui o louvor da manhã, terceiro
louvor do povo de Deus (112-117; 135; 145-150).
Depois de
lembrar a ação criadora, reconta uma série de obras de misericórdia, que
caracterizam a Deus. Nisto consiste o reino do Senhor. O Deus do universo é o
Deus de Sião, porque escolheu um povo e um templo.
O rosto de
Deus. Em tudo e sempre, é aliado dos justos, contra os injustos, fiel. Feliz
quem nele se apóia.Este salmo, é um nítido contraste com a atitude dos chefes
do povo acusados na primeira leitura, apresenta o rosto misericordioso do Deus
que faz “justiça” aos pobres: “dá pão aos que têm fome”; “dá liberdade aos
cativos” (versículo 7); “ilumina os olhos dos cegos” (versículo 8); “protege os
peregrinos” [...] o órfão e a viúva, e atrapalha o caminhos aos pecadores”
(versículo 9). Felizes os que confiam n’Ele!
Os contatos
deste salmo com a vida de Jesus são inúmeros. Basta lembrar Seu programa de
vida (Lucas 4,18-21) e as conseqüências disso: oprimidos de toda espécie
libertados, famintos que comem até fartar-se, “prisioneiros” libertados, cegos
e encurvados curados, o carinho que Jesus teve pelos estrangeiros, viúvas e
órfãos, o Reino que anunciou, trouxe para dentro de nossa caminhada e entregou
aos pobres (Lucas 6,20s; Mateus 5,1-12. Não podemos esquecer a atitude de Jesus
contra os poderosos, ensinando o povo a não confiar neles.
A misericórdia
de Deus foi revelada no Primeiro Testamento, preparando a grande revelação da
misericórdia divina em Cristo. Na sinagoga de Nazaré, Cristo leu um dia uma
passagem de Isaias que expõe o mesmo tema do salmo, e comentou: “Hoje
cumpriu-se esta Escritura que acabastes de ouvir” (Lucas 4,21).
Quando
depositamos nossa confiança em Deus, Ele faz justiça aos que são oprimidos e dá
alimento aos famintos. Cantando este salmo, bendigamos ao nosso Deus porque Ele
rejeita o jogo perverso das elites dominadoras e se põe solidário com os pobres
e fracos da terra.
BENDIZE, MINHA
ALMA, E LOUVA AO SENHOR!
Segunda leitura – 1Timóteo 6,11-16. Visando
Timóteo, Paulo traça aqui o retrato do pastor ideal, que contrasta com o dos
falsos doutores (1Timóteo 4,1-3; 6,3-5). O pastor ideal é antes de tudo aquele
que combate o combate da fé (versículo 12). O tema do “combate” é um dos mais
importantes na doutrina do apóstolo Paulo (cf. 1Timóteo 1,18;4,10; 2Timóteo
4,7; 1Coríntios 9,24; Colossenses 1,29). Trata-se do combate da fé. O essencial
neste combate não é lutar contra os inimigos da fé cristã. A fé é um combate
porque escolher acreditar acarreta automaticamente a fidelidade e a constância,
a luta consigo mesmo para obter a palma individual, e o cuidado da fé e da
salvação dos outros, sobretudo quando se é responsável por uma comunidade.
No quadro
deste combate, o “batismo” aparece como o momento em que ressoa o apelo de Deus
(versículo 12) para uma vida em comunhão com Ele, em que se exprime a profissão
de fé do cristão (versículo 12) diante da comunidade reunida e dos “fiadores”
de seu testemunho, a saber, Deus e seu Cristo (versículo 13), o momento, enfim,
em que é formulado o “mandamento” (versículo 14), o conjunto dos comportamentos
que a fé impõe aos cristãos. Na realidade, referindo-se ao apelo de Deus à
profissão de fé e ao mandamento, Paulo convida Timóteo a conservar intacta e
sem compromisso a doutrina do Espírito do Senhor até o dia de sua plena
manifestação (versículo 14).
No versículo
12, Paulo usa uma comparação esportiva. A correspondência ao chamado é uma
verdadeira luta. O prêmio é a vida eterna, não coroas perecíveis (1Coríntios
9,24-25; 2Timóteo 4,7-8). O chamado aqui no versículo 12 se refere diretamente
à vida eterna. É o chamado à vida em Cristo (cf. Romanos 1,6-7; 1Coríntios
1,2.24-26 etc.). O versículo 13 parece fazer parte de uma fórmula batismal,
onde se menciona o Pai como Criador e o Filho como Redentor. Esta bela
profissão de fé diante de Pôncio Pilatos deve referir-se, portanto, ao
testemunho da paixão e morte de Jesus. Aqui, o versículo 13 serve de introdução
solene à ordem que Paulo vai dar a Timóteo, e a ordem é essa: guarda o
mandamento imaculado, irrepreensível. Que mandamento é esse? Esse mandamento é
todo o depósito confiado a Timóteo.
O termo
“aparição” no versículo 14 é uma referência à “parusia” do Cristo (cf. 2Timóteo
4,1-8 e Tito 2,13).
Os versículos
15 e 16 formam um hino dirigido ao Pai. Paulo mais uma vez se entusiasma e seu
pensamento se transforma em oração de louvor. Trata-se de um hino litúrgico
(cf. 1,17; 3,16; 2Timóteo 2,11-13) provavelmente de origem judaica uma vez que
não traz nada de especificamente cristão. Todos os títulos encontram
correspondência no Primeiro Testamento. Esses títulos reais aplicados a Deus
Pai são, sem dúvida, escolhidos como nota polêmica contra os cultos ao
imperador romano. Aos imperadores eram atribuídos títulos de Senhor, Rei
imortal, Sol resplandecente e outros mais com características divinas.
Sob a forma de
doxologia, isto é, de glorificação, Paulo conta esta “futura manifestação do
Senhor”. Ele faz em termos tomados ao cerimonial da divinização dos imperadores
romanos e às preces judaicas da sinagoga.
Para salientar
toda a distância que separa os imperadores de Deus, Paulo designa este último
por substantivos (rei, Senhor), enquanto que os imperadores são designados por
verbos no presente (“aqueles que reinam, aqueles que exercem a soberania”) como
se o seu poder não fosse senão momentâneo em relação à imortalidade (versículo
16) de Deus.
Evangelho – Lucas 16,19-31. A caravana
de Jesus e seus discípulos segue o caminho para Jerusalém. Os fariseus e
mestres da Lei andam pela mesma trilha, observando tudo e contestando o modo de
proceder de Jesus. O Filho de Deus, concentrado em sua missão, continua
alertando sobre os riscos e as exigências do ser discípulo. Em meio às
riquezas, corre-se o perigo da insensibilidade ante os sofrimentos dos pobres e
da perda do rumo que conduz à vida plena.
A parábola do
rico e do indigente Lázaro, no primeiro momento, mostra o rico opulento
banqueteando-se e esbanjando os bens adquiridos às custas da miséria dos
pobres, aqui personalizados no indigente Lázaro, a quem não é permitido sequer
se alimentar das migalhas que caem da farta mesa (Lucas 16,20-21). A morte
nivela a ambos, mas seus destinos são diferentes. Lázaro, em vida ferido no
corpo e na dignidade, é levado pelos anjos para junto de Abraão (Lucas 16,22):
o rico, que gozara a vida sem se importar com a eternidade, mergulha nos
tormentos do inferno (Lucas 16,23).
A realidade se
inverte. Aquele que não dera ouvidos às súplicas do pobre Lázaro, agora, clama
para que lhe suavizem os sofrimentos (Lucas 16,24) e assinale, em tempo, aos
seus irmãos, o modo correto de viver para que não caiam na mesma desgraça
(Lucas 16,30). Todavia, para quem já tem a Moisés e aos Profetas e, mesmo
assim, é surdo à palavra deles e insensível aos pobres que o cercam, nem mesmo
um fato miraculoso vai fazê-lo tomar consciência da necessidade de mudar seu
modo de viver (Lucas 16,29-30). A história do rico e do pobre Lázaro pode ser
vista gratuita e diariamente nos palcos da vida social. Ela explicita a
pedagogia de Deus em favor dos menos favorecidos da história e constitui uma
severa advertência sobre o uso correto dos bens, para quem os possui.
O profeta Amós
critica os nobres e poderosos por depositarem sua confiança em falsas
seguranças: na riqueza acumulada às custas do sofrimento dos pobres; na
violência contra os indefesos; na administração pública em benefício próprio em
vez de zelar pela paz e bem estar social (primeira leitura). Certo está quem
deposita sua confiança em Deus, pois ele faz justiça aos que são oprimidos e dá
alimento aos famintos (Salmo 146[145]).
Paulo sugere a
Timóteo que se afaste de tudo o que possa comprometer o anúncio da Boa-Nova e
que siga o ideal cristão de justiça, piedade, fé, firmeza e mansidão , convicto
de que Jesus Cristo é o único Senhor e Salvador (segunda leitura).
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
A liturgia da
Palavra acena para o modo de agir no tempo presente, em meio às riquezas
materiais, a fim de não comprometer a realidade futura, pois, aqui na terra, é
que se decide o destino eterno. Não adianta deixar para depois. Após a morte, a
situação se torna irreversível. A parábola proclamada – do rico e do pobre
Lázaro –, além de convidar ao discernimento sobre a coerência de vida que
garanta o futuro, questiona os seguidores a respeito dos valores nos quais eles
depositam sua confiança. Lázaro, vivendo a situação de indigente, suportou a
condição de excluído e encontrou a compaixão de Deus. O rico, que em vida
recebeu tudo e se banqueteava lautamente, não teve a mesma sorte.
O Evangelho
desqualifica o rico, não porque ele roubou, praticou injustiças ou simplesmente
por ser rico. Mas por ter passado a vida centrado em sua riqueza, em seu
bem-estar, a ponto de se tornar incapaz de pensar em Deus, de demonstrar um
simples gesto de sensibilidade para com o pobre morrendo de fome à porta de sua
casa. Seus bens podiam ter sido sinais de compaixão. Ao contrário, a atitude de
ganância do rico criou um abismo intransponível entre ele e o irmão indigente.
Está fisicamente próximo, mas o coração encontra-se a quilômetros de distância.
O rico encontra-se tão alienado em sua riqueza que não tem sequer um pequenino
gesto de solidariedade. Tornou-se cego à miséria e ao sofrimento alheio. Por
isso, a parábola de hoje, mais do que falar do fogo do inferno, constitui um
frito de alerta contra a desumanização trazida pelo acúmulo de riquezas. É um
protesto dos oprimidos contra os que nada fazem por eles. É, ao mesmo tempo, um
aviso: na outra vida vocês irão sofrer!
Todos os
humanos são convidados por Deus a tomarem parte no banquete do Reino. O uso das
riquezas encerra uma sabedoria e uma ironia. Elas podem ser responsáveis de que
o convite ao banquete seja aceito ou rejeitado. Aqueles que confiam
demasiadamente nos bens deste mundo, apostando tudo nesta vida, verão que
sobrará pouco ou nada para a outra vida. Notemos que o problema não está nas
riquezas em si, mas na sua aquisição e no seu uso. Muitos se enriquecem pelas
vias da injustiça e da desonestidade. O enriquecimento ilícito tiraniza e
ignora os necessitados. Em vez de edificar, aprofunda o abismo.
Jesus, através
da parábola do rico e do pobre Lázaro, ilumina a realidade da vida após a
morte. Cessam as mediações. Entre o paraíso de Lázaro e o inferno do rico não
há mais comunicação. O bem-aventurado Lázaro não tem como levar água nem como
enviar algum sinal par aos irmãos do rico. Enfim, cada lugar e cada tempo
possuem mediações próprias para acolher ou rejeitar o convite ao Reino.
A quem centrou
seu projeto de vida nos prazeres e faz das riquezas e do bem-estar deste mundo
sua infalível segurança, nada mais o convence a mudar. No inferno, agora, o
rico tem compaixão de seus irmãos e tenta modificar sua trajetória para que não
sofram a mesma desgraça. Ele esquece que na terra existem sinais suficientes
para crer e acolher o Reino. Se os irmãos do rico esbanjador se fizerem surdos
à Palavra e viverem egoisticamente alienados aos seus bens, nem mesmo fatos
extraordinários como, a ressurreição de um morto ou a aparição de um fantasma,
os converterá. Ocorre que, no egoísmo, o ser humano se nega à ação do Espírito
Santo, que move os corações e faz acontecer a partilha solidária.
O discípulo de
Jesus deve ser alguém sábio que deposita sua confiança em algo sólido para não
comparecer à presença do Senhor de mãos vazias, a exemplo do rico opulento. A
escuta atenta da Palavra é o meio privilegiado que ilumina o discernimento
sobre a vontade de Deus e a fidelidade ao seu projeto. Quem se distancia da
Palavra de Deus corre o perigo de se tornar insensível e incapaz de gestos
gratuitos de solidariedade. Conseqüentemente, cava um abismo entre ele e Deus,
entre ele e os irmãos. Escutar Moisés, os Profetas e o Evangelho favorece o
desapego e abre os olhos às necessidades do próximo.
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
A liturgia
deste domingo conforme mostra a oração do dia insiste na misericórdia de Deus.
Isso não quer dizer que a ação perdoante e misericordiosa de Deus age no mundo
de uma forma mágica, mas é orientação de vida para a comunidade. O poder de
Deus é mostrado na pessoa de Jesus como amor. Esse amor é uma atitude radical
de preferência pelos tantos “Lázaros” do mundo.
E mais ainda,
Jesus Cristo é tão solidário com os pobres que Deus o fez também um “Lázaro”
como podemos perceber no canto de aclamação ao Evangelho para este domingo:
“Jesus Cristo, sendo rico, se fez pobre, por amor; para que sua pobreza nos,
assim, enriquecesse”.
Só
alcançaremos plenamente a realização da vida quando nosso coração se assemelhar
ao de coração de Jesus nessa opção preferencial pelos pobres. Não somente os
pobres sociais, mas principalmente os que não são reconhecidos enquanto dignos
de amor e atenção. O sentido da oração do dia desta liturgia quando diz que
“caminhando ao encontro das vossas promessas, alcançaremos os bens que nos
reservais”, é que quando assumirmos as mesmas atitudes de Jesus poderemos nos
sentir realizados enquanto cristãos.
De modo algum
podemos entender isso como mera retribuição de Deus por nossas ações, como
muito se compreende certas “teologias” por aí, mas ao contrário, o serviço aos
pequenos é o testemunho da experiência com o Cristo Servo.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
A celebração
da memória de Jesus Cristo, que por sua paixão, morte e ressurreição se
solidarizou com “os lázaros” de todos os tempos, resgata o sentido humano e
comunitário de nossa vida, relativiza nossas efêmeras seguranças e consolida
nossos gestos de solidariedade com os feridos no corpo e na dignidade.
Que a escuta
atenta da Palavra faça brotar em nós a ação de graças ao pai, por ele ser a
fonte que sacia, alimenta e dignifica a vida de seu povo. Que seu Espírito de
amor nos encha de forças para a vivência da Palavra que convoca À partilha com
os irmãos e para reconhecer Jesus como único Senhor e Salvador.
Que a Palavra
proclamada e acolhida com gratuidade ilumine nossa realidade para que não
esmoreçamos na prática da solidariedade que nos constitui em sinais do amor
misericordioso de Deus pelos excluídos.
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. A mesa da
Palavra e a mesa da Eucaristia formam um só ato de culto; portanto, é preciso
manter um equilíbrio de tempo entre as duas. Demasiada atenção dada à procissão
com o Lecionário ou com a Bíblia, homilias prolongadas, introduções antes das
leituras parecendo comentários ou pequenas homilias, tudo isso prejudica o rito
eucarístico, que em conseqüência acaba sendo feito às presas.
2. “É muito
recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na
mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também
através dos sinais, a comunhão se manifeste mais claramente como participação
do Sacrifício celebrado” (IGMR nº 56 h). Um dos mais graves abusos nas
celebrações da eucaristia é a distribuição da comunhão do sacrário como prática
normal. Assim pecamos contra toda a dinâmica da ceia eucarística, que consta da
preparação das oferendas, da ação de graças sobre os dons trazidos, da fração
do pão consagrado e da sua distribuição àqueles que, com a oblação deste pão,
se oferecem a si mesmos com Jesus ao Pai.
3. Dia 30,
celebramos a memória de São Jerônimo, grande biblista. Dia 01 de outubro,
celebramos a memória de Santa Terezinha do Menino Jesus, padroeira das missões.
Dia 2, fazemos memória dos Santos Anjos da Guarda e lembramos o massacre na
casa de detenção no Carandiru, em São Paulo, onde morreram 111 pessoas. É bom
lembrar que no dia 2 de outubro, é também aniversário de nascimento de Gandhi e
Dia Internacional da Não-Violência (declarado pelas Nações Unidas). Dia 04,
celebramos a memória de São Francisco de Assis (1182-1226) o trovador de Deus e
pai dos pobres. Dia 05, celebramos a memória de São Benedito, o negro.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 26º Domingo do
Tempo Comum, é preciso executá-los com
atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a
comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado.
A equipe de
canto faz parte da assembléia. Não deve ser um grupo que se coloca à frente da
assembléia, como se estivesse apresentando um show. A ação litúrgica se dirige
ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. Portanto, a equipe de canto deve se
colocar entre o presbitério e a assembléia e estar voltada para o altar, para a
presidência e para a Mesa da Palavra.
A função da
equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da
liturgia deste 26º Domingo do Tempo Comum, “cantar a liturgia”, e não “na
liturgia”. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra
proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que a “equipe de
canto” faz parte da equipe de liturgia.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados nos CDs Liturgia VI, VII, XI e Cantos de Abertura e Comunhão.
1. Canto de abertura. Deus fez
bem em nos castigar, pois pecamos; mas que agora nos trate com conforme sua
misericórdia (Daniel 3,31.29.30.43.42), articulado com as estrofes do Salmo 124/125, que nos convida a colocar nossa
confiança em Deus, porque quem confia no Senhor a sua vida não será abalada. “Senhor,
tu tens razão”, CD: Liturgia VII, melodia da faixa 9, exceto o refrão.
Outra opção
como canto de abertura, sugerimos: “Aqui chegando, Senhor”, CD: Cantos de
Abertura e Comunhão, melodia da faixa 3.
2. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD
Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico
III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso
e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de
Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo,
exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
3. Salmo responsorial 145/146. Deus
protege os necessitados e ama os justos. “Bendize, minha alma, e louva ao
Senhor!”CD: Liturgia XII, melodia da faixa nº 6- CD Liturgia XII.
O Salmo
responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura.
Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura
para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e salmo
Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser
Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
4. Aclamação ao Evangelho. “Felizes
vos, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Felizes vós, que agora
chorais, porque havereis de rir” (Lucas 6,21). “Aleluia... Felizes são vocês,
que, agora passam fome, porque serão saciados...”, CD: Liturgia XII, melodia da
faixa 7. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário
Dominical.
5. Refrão após a homilia. “Onde
estiver teu tesouro irmão. Lá estará inteiro o teu coração”, Ofício Divino das
Comunidades, página 467.
6. Apresentação dos dons. O
canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração. A escuta da Palavra e
colocá-la em prática, deve gerar na assembléia a partilha para que ela possa ser
sinal vivo do Senhor. Devemos ser oferenda com nossas oferendas. Quando temos
compaixão dos necessitados, o nosso coração nos chama a partilhar. Nem a
riqueza nos pode separar do amor de Cristo. “Quem nos separará, quem vai nos
separar...” CD: Festas Litúrgicas II, melodia da faixa 21.
7. Canto de comunhão. “Quando o
pobre morreu, os anjos levaram-no para junto de Abraão. Morreu também o rico e
foi enterrado. Na região dos mortos... (Lucas 16,22-23 e estrofes articuladas
com o Salmo 11/112). É feliz toda pessoa que teme o Senhor e ama seus
mandamentos. Somos felizes quando ajudamos os outros. “O pobre foi conduzido
pra junto de Abraão”, CD: Liturgia XII, melodia da faixa 9, exceto o refrão.
Muitos se
enriquecem pelas vias da injustiça e da desonestidade. O enriquecimento ilícito
tiraniza e ignora os necessitados. Em vês de edificar, aprofunda o abismo. “Bem-aventurado
quem pensa no fraco e no indigente, no dia da infelicidade o Senhor o salva”
(Salmo 40,2) ou “Bem-aventurados os pobres em espírito porque deles é o Reino
dos Céus” (Mateus 5,3). Somos bem-aventurados quando praticamos a justiça e a
caridade para com os excluídos. Nesse sentido a Igreja oferece mais duas opções
para retomar o Evangelho na comunhão. “Bem-aventurados os que têm um coração de
pobre, porque deles é o Reino dos céus!,articulado com o Salmo 24, CD: Festas
Litúrgicas IV, melodia da faixa 14 ou Hinário Litúrgico III da CNBB, página
345. “Ó ricos, chorai”, Hinário Litúrgico III da CNBB, página 363.
8. Desafio para os instrumentistas.
É transformar as ondas sonoras do violão, do teclado e dos outros instrumentos
na voz de Deus, isto é, em sintonia com o coração de Deus. Muitas vezes os
instrumentistas acham que para agradar a Deus e o povo é preciso barulho e
agitação. É preciso uma conscientização maior dos instrumentistas de que Deus
não gosta do barulho. Assim fala o Senhor: “Afasta de mim o barulho de teus
cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas” (Amós 5,23). Deus gosta da
brisa leve, da serenidade, da mansidão, do silêncio... Veja o exemplo da
experiência que o profeta Elias fez de Deus na brisa suave e não na agitação do furacão, nem do terremoto e nem do
fogo (1Reis 19,11-13). É preciso muito cuidado com os instrumentos de
percussão. As equipes de canto e as bandas barulhentas, não expressam aquilo
que Deus é, mas aquilo que os músicos são. “O barulho não faz bem, o bem não
faz barulho” (São José Marello). Nossos cantos devem agradar ao Senhor e não
descontentá-Lo, “Hoje seja-lhe agradável o meu canto!” (Salmo 102/103,34). O
convite aos cantores e instrumentistas é para homenagear o Senhor e cantar de
coração de forma suave: “Instalou diante do altar tocadores de harpa, a fim de
tornar doce a melodia de seus cânticos” (Eclesiástico 47,9 se for o texto grego
é o versículo 11).
8- O ESPAÇO CELEBRATIVO
Preparar bem o
espaço celebrativo, de modo que seja acolhedor, aconchegante, sóbrio e sem
ostentação como nos pede o Evangelho de hoje.
9. AÇÃO RITUAL
A celebração
do Mistério Pascal de Cristo é a recordação de que “Deus é por nós”, conforme
nos lembra Paulo em suas cartas. Deus não poupa esforços para nos inserir em
sua vida, de modo que o mundo e a humanidade reconciliados com Ele manifestem
sua maneira de ser, reconhecida por nós como “Amor”.
Ritos Iniciais
1. Já é
costume em algumas comunidades, transpor pra dentro da celebração o que seria
antigamente o “comentário inicial”. Faz-se (corretamente!) uma monição do tipo
“introdutória” e até mesmo “exortiva” (cf. Liturgia do Domingo de Ramos),
motivando os fiéis para que bem celebrem o Mistério Pascal de Jesus, segundo o
enfoque da liturgia naquele dia. Não pode “antecipar” o que virá depois na
Liturgia da Palavra, à moda de pré-homilia. São brevíssimas palavras que servem
de iniciação da assembléia, segundo o Missal Romano. Cesare Giraudo recorda que
é uma espécie de desdobramento da saudação inicial, que é de tipo sacral. Neste
sentido, esta introdução com o sentido litúrgico feito pelo presidente da
celebração ou por outro ministro, é muito mais pastoral se oportuna (página 390
do Missal Romano). Não é obrigatória, e pode ser empregada na própria exortação
ao Rito Penitencial como dobradiça entre a saudação e o Ato Penitencial,
sobretudo quando o canto de entrada já cumpriu com sua função de constituir a
assembléia no seio do mistério celebrado.
2. A opção
“C”, da saudação inicial, é uma boa opção para essa celebração:
O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco.
3. Em seguida,
dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido
litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono um leigo/a
devidamente preparado (Missal Romano página 390).
4. O sentido
litúrgico pode ser proposto, através das seguintes palavras, ou outras
semelhantes:
Domingo do rico e do pobre Lázaro. O
Senhor nos conta a parábola de Lázaro e o rico, e nos chama a atenção para
levarmos mais a sério a Sua Palavra. Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo em
todas as pessoas e grupos que têm na Palavra de Deus um fundamento sólido de
vida.
5. Após a
saudação e o sentido litúrgico, fazer a recordação da vida trazendo os fatos
que são as manifestações da Páscoa do Senhor na vida. Trazer os fatos de
maneira orante e não como noticiário.
6. Em seguida
o presidente faz a motivação 2 para o Ato penitencial, utilizando a Fórmula 2
do Missal Romano:
No início desta celebração eucarística,
peçamos a conversão do coração, fonte de reconciliação e comunhão com Deus r
com os irmãos e irmãs.
7. Após um
momento de silêncio seria muito oportuno o presidente ou outro ministro propor
a invocação 5 da página 394 do Missal Romano, na qual contemplamos Cristo como
plenitude da verdade e da graça e que se tornou pobre para nos enriquecer:
Senhor, que sois a plenitude da verdade e da
graça,
Cristo, que vos tornastes pobre para nos
enriquecer,
8. O Hino de
louvor é um canto dos que foram redimidos e se alegram em Deus porque a sua
Glória no Céu se desdobra em Paz na terra. É uma imagem do Pai que desce em
Jesus para alcançar sua criação e realizar no mundo e na humanidade seus
desígnios de amor. Não é um “agradecimento” por nossas pequenas vitórias
pessoais, mas verdadeiro elogio (eulogeo/oração) ao Pai e ao Cordeiro por seus
planos de amor e não por nossos impulsos, por melhores que possam ser (cf.
Oração depois da comunhão). Por isso não deve ser substituído por outra peça
musical. É um direito da assembléia ter a letra dos cantos na mão e evitar
músicas complicadas.
9. A Oração do
Dia nos deixa claro que Deus mostra seu poder no perdão e na misericórdia.
Liturgia da Palavra
1. Como canto
para dispor o coração dos fiéis à escuta da Palavra sugerimos “Fala Senhor,
fala da vida”, conforme site www.calbh.com.br.
2. Destacar a
mesa da Palavra (ambão), preparando o ambiente com flores e velas acesas na
hora da proclamação das leituras – lembrando o encerramento do mês da Bíblia e
chegada da primavera. A proclamação da Palavra na ação litúrgica desperta e
alimenta o desejo de muitos cristãos conhecerem a Boa Nova do Pai.
3. Em todo o
rito, a Palavra se conjuga com o silêncio.
Momentos de silêncio após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecem a
atitude de acolhida da Palavra. O silêncio é o momento em que o Espírito Santo
torna fecunda a Palavra no coração da comunidade. Nem tudo cabe em palavras.
4. Cantar com
particular solenidade o Salmo responsorial.
5. Destacar o
Evangeliário. Depois da procissão de entrada deve permanecer sobre a Mesa do
Altar até a procissão para a Mesa da Palavra como é costume no Rito Romano.
6. Após a
homilia, seria oportuno um refrão pós-homilético para ajudar a fixar na memória
da assembléia a Palavra de Deus celebrada neste domingo. Sugerimos “Onde
estiver teu tesouro irmão. Lá estará inteiro o teu coração. (Ofício Divino das
Comunidades, página 467).
7. Em seguida
onde for oportuno, quem preside convida a assembléia a renovar sua adesão à Palavra de Deus. Alguém toma
Evangeliário segurando um pouco elevado.
Silêncio
Pr: Para praticar a justiça e a caridade.
T: GUIAI-NOS,
SENHOR, POR VOSSA PALAVRA.
Pr: Para respeitar os direitos pobres e
excluídos.
Pr: Para construir uma sociedade justa e
solidária.
Pr: Para transformar esta cultura
individualista numa cultura de partilha.
Pr: Para transformar esta sociedade suicida
numa cultura da vida.
Pr: Atendei,
Senhor, nossas súplicas e, por meio de vossa Palavra, viva e eficaz, venha nos
conduzir sempre em vossos caminhos. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Em seguida
fazer a Profissão de fé.
Liturgia Eucarística
1. “Quem nos
separará” é uma boa sugestão de canto de preparação às oferendas. Está gravado
no CD: Festas Litúrgicas II para a missa de Pedro e Paulo. Numa aplicação
litúrgica ao abismo que separa Lázaro e o homem rico, os cristãos assumem a
postura, antes da Ação de Graças (Oração Eucarística) de que nada pode
separar-nos do amor de Cristo que se dá no amor aos irmãos, sobretudo mais
pobres. Nem riqueza, nem poder, nada nos separará. Ver acima em Música Ritual.
2. Na
preparação dos dons leva-se pão e vinho para o altar. Ao serem levados ao
altar, eles podem ser acompanhados por outros dons (frutos do trabalho e da
generosidade da comunidade para serem repartidos no final da celebração ou até
por flores saudando a chegada da primavera).
3. Na Oração
sobre o pão e o vinho suplicamos ao Deus de misericórdia que “por esta oferenda
abra-se para nós a fonte de toda a bênção”.
4. Proclamar o
Prefácio dos Domingos do Tempo Comum II que contempla a compaixão e a
ressurreição de Cristo. Nunca é demais lembrar que as Orações Eucarísticas I,
II e III, admitem troca de Prefácio.
5. Proclamar
com vibração a ação de graças (Oração Eucarística). Na Oração Eucarística,
“compete a quem preside, pelo seu tom de voz, pela atitude orante, pelos
gestos, pelo semblante e pela autenticidade, elevar ao Pai o louvor e a
oferenda pascal de todo o povo sacerdotal, por Cristo, no Espírito”.
6. O amém
final deve ser cantado ou proclamado com exultação, é a assinatura do povo à
prece eucarística que o ministro ordenado, em nome da Igreja inteira, elevou a
Deus por Cristo, com Cristo, em Cristo, na unidade do Espírito Santo
.
7. Valorizar o
rito da fração do pão, “gesto realizado por Cristo na última ceia, que no tempo
apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis
pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela
salvação do mundo, formam um só corpo (1Coríntios 10,17” (IGMR, nº 83).
8. Distribuir
a comunhão de maneira orante e sob as duas espécies, pois como diz a Instrução
Geral do Missal Romano (IGMR): “A comunhão realiza mais plenamente o seu
aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob esta forma se manifesta mais
perfeitamente o sinal dom banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro
a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim
como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico do Reino
do Pai” (n. 240).
Ritos Finais
1. Na oração
pós-comunhão pedimos a Deus que a Eucaristia que recebemos renove a nossa vida
e nos dê a herança eterna.
2. Os ritos
iniciais remetem aos ritos finais, pois neles somos convocados para estar com o
Senhor e sermos enviados em missão (cf. Marcos 3,14), para sermos sacramento de
unidade e da salvação de todo o ser humano (cf. Lumem Gentium 1).
3. Na bênção
em nome da Santíssima Trindade levem-se em conta as possibilidades que o Missal
Romano oferece (bênçãos solenes, na oração sobre o povo). Ela expressa que a
ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões,
também políticas e sociais. Ver a bênção final do Tempo Comum V do Missal
Romano a qual motiva o povo a estar atento à Palavra de Deus.
4. Destacar,
nos ritos de envio em missão, o compromisso da comunidade de ter gestos
concretos de partilha.
5. As palavras
do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Tirai do
vosso coração todo desejo de acumular. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
6. É comum
além, de entrar em procissão no início da celebração guiados pela cruz, também
retirar-se do espaço sagrado em procissão, igualmente guiados pela cruz.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Jesus fala do
dinheiro porque conhece profundamente o ser humano. Ele conhece o poder de
fascínio que o dinheiro tem sobre nós. Por isso precisamos entrar num processo
contínuo de conversão. E a prova desse processo de conversão é a caridade para
com os necessitados.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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