sexta-feira, 30 de setembro de 2016

27º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO C

02 de outubro de 2016

Leituras 
         Habacuc 1,2-3;2,2-4
         Salmo 94/95,1-2.6-7.8-9
         2Timóteo 1,6-8.13-14
         Lucas 17,5-10


“FIZEMOS O QUE DEVÍAMOS FAZER”


1- PONTO DE PARTIDA

Domingo do grão de mostarda. Neste domingo celebramos a Páscoa de Jesus e de todos os batizados. Jesus não se apegou à sua condição divina, mas se fez servo, o último dos servidores, para que a humanidade encontrasse o caminho da dignidade. O Senhor vem renovar nossa fé, frágil, e nós o bendizemos como Deus do universo, que realiza todas as coisas em seu amor.

Hoje o Senhor nos reúne a fim de fortalecer nossa fé frágil e, como o grão de mostarda, torna-nos capazes de superar os limites e de realizar importantes tarefas a serviço da vida e da esperança. A presença do Espírito Santo multiplica nossas forças, renova nossa fé e “nos coloca sempre de novo no caminho da fidelidade humilde e sincera”.

Celebremos a memória da Páscoa de Jesus Cristo, que se estende e amadurece nas pessoas que doam sua vida na obra missionária da Igreja presente no mundo inteiro.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos

Primeira leitura – Habacuc 1,2-3;2,2-4. O profeta Habacuc viveu numa época difícil para Judá. A situação internacional era a seguinte: a Assíria terrível império, fora definitivamente derrotada pela Babilônia, em 610 antes de Cristo. O terceiro parceiro da contenda, o Egito, foi arrastado par ao abismo com a Assíria. Mas ainda era o único contrapeso para a força babilônica, que se anunciava tremenda.

Judá, pequeno entre as grandes potências, vivia se equilibrando. Aliado ao Egito, passou para o lado da Babilônia em 610 antes de Cristo. Mas a faraó egípcio, passando por lá, derrubou o rei pró-babilônico e colocou no trono Joaquim (609-598 antes de Cristo), que lhe era favorável.  O que não durou, pois em 605 antes de Cristo Judá estava novamente com a Babilônia. A situação agravou-se, em seguida, até levar o país à destruição total, em 586 antes de Cristo, pelos babilônios.

O rei Joaquim foi um cruel tirano e à sua sombra cresceram muitas injustiças em Judá. É contra tal situação que o profeta Habacuc reclama em 1,2-3. Pois parece que o Senhor não está se importando com toda esta situação.

Assim, a pequena parte do pequeno de Habacuc (1,1—2,4) tem a forma de um “diálogo” entre o profeta, que lamenta a situação e questiona, e o Senhor, que lhe responde e consola.

O profeta Habacuc reclama com Deus por aquilo que anda mal na sociedade: violência, iniqüidade, injustiças, opressão... A impunidade dos malvados atrapalha a vida do povo, a justiça está longe da vida da comunidade. Mas o círculo vicioso da opressão é anulado pela força daqueles que são fiéis à Palavra e ao projeto do Reino. Algo impossível aos olhos humanos, mas possível aos olhos de Deus. O povo costuma dizer: “Deus tarda, mas não falha”. O arrogante e ambicioso não terá a palavra final. A pessoa boa viverá por sua fidelidade e Deus proferirá a sentença final.

Em 1,2-3 a situação é caracterizada pela violência, iniqüidade, angústia, desolação, opressão, discórdias e brigas. O profeta pede a Deus para salvar a sociedade judaica dessa situação. Essa primeira parte é pronunciada na primeira pessoa: o profeta é o único a falar, mas encarna toda a comunidade, como era uso corrente nesse tipo de prece, isto é, não é uma prece individualista, mas é o eu povo, o eu Israel que clama. Uma lamentação sobre as desgraças públicas e um pedido de libertação (versículos 3-4; cf. Salmo 7,15; 27/28,2; Salmo 54/55,10-11; Jeremias 28,8) com o “até quando” e o “por que” do desespero (versículos 2-3; cf. Salmo 41/42,10; Salmo 42/43,2; Salmo 12/13,2-3).

O Senhor responde (1,5-11), promete castigar Judá através dos babilônios, diz o oráculo profético. Novo susto do profeta: os babilônios são violentos e vão destruir tudo, não apenas castigar (1,12-17).

O livro de Habacuc constitui o texto de uma das últimas grandes cerimônias litúrgicas do antigo templo antes da queda de Jerusalém (586 antes de Cristo). abacuc desempenha Habacuc desempenha no interior do templo o papel de profeta oficial. Os caldeus (hoje Iraque) ameaçam a cidade, enquanto o rei Joaquim exerce sobre Judá uma tirania inomonável. Portanto, o povo se reúne no templo e pede ao profeta para formular ao Senhor sua queixa (Habacuc 1,2-4). Deus responde por um oráculo (Habacuc 1,5-10), excessivamente geral aos olhos do povo, que então encarrega o profeta de anunciar uma segunda queixa (Habacuc 1,12-17), à qual responde um segundo oráculo (Habacuc 2,1-4).

A liturgia prossegue com cinco pedidos de males proféticas (Habacuc 2,6-20), depois com um canto do Salmo (Habacuc 3) onde o povo exprime sua esperança de uma intervenção próxima de Deus para libertá-lo do rei tirano.

A liturgia do Templo atinge seu ponto culminante no segundo oráculo do Senhor (2,1-4). Sem dúvida o profeta o profeta ficou a noite todas em escuta (versículo 1) na espera da resposta de Deus.



Salmo responsorial – Salmo 95/94,1-2.6-7.8-9. Este salmo é uma mistura de dois tipos. Do início até a metade é um hino de louvor; a segunda metade é uma denúncia profética. Não devemos esquecer que este salmo é um ato litúrgico. Os versículos 1 a 2, é um convite ao hino, com referência ao rito litúrgico de entrada: a estes versículos o salmo deve o seu uso como invitatório, no início do ofício divino. No convite, com novo rito litúrgico: prostração diante de Deus. Em seguida o salmo fala da eleição histórica do povo e a Aliança. “Ele é o nosso Deus, e nós somos o seu povo” é a fórmula densa da Aliança.

O povo já vive na terra prometida, tem um Templo, parece ter chegado ao lugar do repouso. E, apesar disso, cada dia deve ouvir i chamado de Deus e cumpri-lo, para conservar o dom da terra, onde participa no repouso de Deus. Do contrário, sua infidelidade na terra prometida será como a infidelidade dos pais no deserto.

A Carta aos Hebreus nos oferece um comentário cristão deste salmo (Hebreus 3,7-4,11). Todo o tempo do Primeiro Testamento é uma repetição chamada e espera do “hoje” em que o povo poderá entrar no descanso de Deus. Com Cristo chega este “hoje”, com sua ressurreição inaugura-se no mundo o repouso de Deus, que descansou quando terminou seu trabalho criador. Este “hoje” de Cristo se oferece a todos: deve-se ouvi-lo e entrar depressa em seu descanso. Mas a vida cristã é de novo um “começo”, que temos de manter até o fim, para entrar no repouso definitivo de Cristo em Deus.

O rosto de Deus no salmo 94. A imagem do pastor (7a) é importante para descobrir o rosto de Deus neste salmo. A grande ação de Deus-pastor foi ter conduzido seu povo para fora do cativeiro egípcio, levando-o, pelo deserto rumo à liberdade e à vida na terra da promessa. A grande resposta do povo será deixar-se conduzir por Deus-pastor, obedecendo a voz dele (7b).

Jesus se apresentou como pastor (João 10), conhecedor do íntimo de cada pessoa (João 2,25). Por isso Sua voz profética denunciou as injustiças e seus causadores (Mateus 23). Denunciou a religião formalista, de aparências (Mateus 7,21), e, num gesto profético, declarou o fim do Templo de Jerusalém e de sua corrupção, apesar da aparente fachada de lugar sagrado (João 2,13-22). Jesus denunciou as mesmas coisas do salmista-profeta.

Por isso, aquele que tem fé não deve fechar seu coração nem seus ouvidos a Deus. Ele, tal qual pastor, encontra, nos momentos difíceis, um caminho para renovar sua Aliança. “Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus”. Na compreensão hebraica, o coração é o centro das decisões da pessoa humana.

Cantando, este salmo na celebração deste domingo, escutemos a voz do Senhor que nos convida para renovar a Aliança de amor que Ele fez conosco através de Jesus Cristo:

NÃO FECHEIS O CORAÇÃO; OUVI VOSSO DEUS!

Segunda leitura – 2Timóteo 1,6-8.13-14. Paulo está na prisão e escreve a Timóteo, seu discípulo e colaborador, animando-o no seu ministério de coordenador da comunidade. Essa palavra que Paulo dirige a Timóteo, nós a acolhemos como Palavra de Deus para nós, que também temos a responsabilidade de animar a fé de nossos irmãos e irmãs.

A segunda carta de Paulo a Timóteo data dos últimos anos de sua vida de apóstolo e, sem dúvida, da época de seu cativeiro romano (cf. 2Timóteo 1,12-17; 2,9) que deveria conduzi-lo ao martírio (por volta do ano 67).

Certamente Paulo tem mais de 60 anos. Com a idade, passou a gostar de dar conselhos aos jovens. A velhice fez crescer sua tendência para o discurso de defesa pessoal e o obrigou a pensar no futuro e na estruturação das comunidades que fundou.

Paulo anima Timóteo a reavivar o dom de Deus recebido pela imposição de suas mãos (cf. 1Timóteo 4,14). O gesto de imposição das mãos no Primeiro Testamento poderia ser sinal de bênção, de identificação ou de consagração. No Primeiro Testamento ora é gesto de bênção (Mateus 19,13-15), ora de cura (Mateus 9,18; Marcos 6,5; Lucas 4,40), ora usado como um rito para comunicar a plenitude do Espírito Santo (Atos 8,17-19; 9,17-18), ora como um rito de consagração de um homem a uma missão particular na Igreja (Atos 6,6; 13,3). Com este gesto da imposição das mãos de Paulo seguido da do Presbítero, Timóteo foi investido do Espírito Santo e revestido do sagrado ministério para o governo da Igreja. A ordenação conferiu a Timóteo não uma graça passageira, mas uma graça permanente que o consagra à sua missão. É uma presença particular do Espírito Santo (cf. versículos 7 e 14) que age como um espírito de força, de amor e de sobriedade. Os dons do Espírito Santo não dispensam a cooperação da pessoa, por isso São Paulo anima a reavivar o dom de Deus.

Ninguém deve se envergonhar por causa do Evangelho. O discípulo está a serviço da Boa-Nova de Cristo e nesse ministério deve ser firme e fiel na fé, para poder solidificar a fé dos irmãos a ele confiados.

Evangelho – Lucas 17,5-10.  O Evangelho deste domingo dá continuidade à caminhada de Jesus e de seus discípulos a Jerusalém. A viagem reflete o caminho da comunidade com suas crises e sua busca de soluções aos desafios que emergem da prática cristã. Jesus subdivide as instruções de Mestre em três situações e conclui com a parábola do servo e seu senhor.

Os discípulos enfrentam a crise da fé. Eles que haviam recebido o “poder de pisar em cima de cobras e escorpiões, sobre as forças do mal e realizar maravilhas” (Lucas 10,17-19), agora, diante dos desafios e exigências para concretizar o projeto de Jesus, entre crises e fracassos, sentem abaladas sua fé e confiança.

Não se trata de fé teologal, mas de confiança ilimitada e humilde em Deus que lhes dará poder para observar os ensinamentos de Jesus, e para realizar as obras daqueles que são chamados ao apostolado, como são a “conversão” das pessoas e os milagres. A resposta de Jesus (versículo 6) este sentido, pois a fé não tem tamanho, visto que é suficiente um pouco de fé para operar grandes coisas. O grão de mostarda é conhecido pelo seu tamanho diminuto. A fé pode ser do tamanho desta pequenina semente. Por conseguinte, o mínimo grau de fé é suficiente para realizar feitos extraordinários como o desarraigamento duma árvore (amoreira) e seu deslocamento para o mar.

Jesus propõe o exemplo da semente da mostarda, que de minúscula se transforma numa árvore. Para ele, o problema da fé não está na quantidade, mas na qualidade. A fé, ainda que pequenina como a semente de mostarda, tem a força de realizar aquilo que parecia impossível. Esse impossível aos homens é representado na figura da amoreira com suas raízes profundas e fortes que se arranca e se transporta para o mar (Lucas 17,6).

Jesus conclui os ensinamentos com a narrativa do relacionamento entre o servo e seu senhor. Mesmo fatigado, o servo deve cumprir sua obrigação: servir seu senhor sem esperar retribuição especial (Lucas 17,7-9). Com isso Jesus acena aos discípulos a atitude da confiança no Deus que não tem obrigação de prestar contas a ninguém. Jamais o discípulo deve agir para esperar recompensas de seus méritos. Seu dever é empenhar-se totalmente no serviço perseverante do Reino (Lucas 17,10). Tal modo de agir choca a mentalidade de hoje, segundo a qual a mínima prestação de serviço exige específica e qualificada gratificação.

A parábola dá a entender que o patrão é um pequeno proprietário e portanto pobre, que possui apenas um empregado que deve trabalhar no campo e fazer os serviços de casa (versículo 8). Contudo ele está a serviço do patrão (versículo 9) e deverá cumprir bem o seu dever  e estar à inteira disposição de seu senhor e este não lhe deve nenhuma recompensa especial; o servo fez o que devia fazer e cumpriu o seu dever. “Cingir-se” é um modo próprio de vestir dos orientais, que, usando longas vestes, costumam prende-las na cintura com um cinto quando viajavam ou estavam ocupados em trabalhos que exigiam certa liberdade de movimento. No texto significa que o servo deve estar pronto para servir.

Qual a aplicação do versículo 10? É uma reflexão que Lucas faz sobre a fé e as obras. A pessoa que confia incondicionalmente em Deus fará coisas maravilhosas. Ele não quer dizer que a fé realmente será capaz de transplantar uma amoreira para o mar ou que as nossas obras não valem nada, mas que a pessoa fiel pode tudo; contudo, isso não quer dizer que terá direitos diante de Deus, nem que Deus lhe ficará devendo obrigações. Se consegue realizar algum bem é pelo poder de Deus. A recompensa virá na medida em que confiar em Deus e servir os irmãos. Este é o ideal do seguidor de Cristo.

3- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

O teólogo Karl Rahner definiu por Graça a auto-comunicação de Deus à criatura finita, isto é, Deus se comunica de si mesmo para as pessoas, e isso é dom. Deus é o totalmente Outro que se dá a conhecer tornando-se próximo de nós.

Essa proximidade com o ser humano fez com que a Encarnação do Verbo renovasse a humanidade. A misericórdia e perdão são bens que recebemos e que ultrapassam nosso merecimento (Oração do Dia), por isso não nos faltam motivos para reconhecer a alteridade do Criador e lhe render louvor.

Mais do que justo, é necessário levar um louvor ao Pai pois, através do sacrifício que celebramos, somos santificados (Oração sobre as Oferendas). Esse louvor mostra nossa resposta à comunicabilidade de Deus, que através da celebração da Eucaristia nos inebria, transformando-nos no Cristo que recebemos (Oração depois da Comunhão).
A nossa “obrigação” de servir, portanto, não advem de um estado de escravidão à soberania divina. Manifesta-se no exercício da livre acolhida da fé da Igreja no Batismo, mediante a qual permitimos que Deus aja em nós por seu Filho Jesus. Somente quem desfruta da verdadeira liberdade é capaz de oferecer seu próprio corpo (vida!), para que Cristo e seu Espírito continuem evangelizando.

4- A PALAVRA CELEBRADA VIVIDA NO COTIDIANO DA VIDA

Hoje os discípulos que rezam “aumenta nossa fé” são as comunidades, os agentes de pastoral com suas crises e sua busca de soluções para tantos problemas da vida, pouco ou nada diferentes dos tempos do profeta Habacuc, quando a corrupção, a violência e a impunidade andavam soltas.

Há quem se questione sobre a eficácia da pregação da Igreja e do serviço abnegado de tantos servidores. Por que, depois de tantos séculos e de tantas pessoas que deram a vida no anúncio do Evangelho do Reino, o projeto de Deus ainda não se reproduz na prática social? Os esquemas viciados de corrupção, a injustiça e violência parecem aumentar, em vez de diminuir.

No emaranhado do complexo da história, os seguidores de Jesus são uma pequena semente fecundada pelo Espírito de Deus. Imaginam fazer as mesmas coisas e ter o poder do Mestre sobre as forças do mal. Sonham com o ideal de superar os maiores impasses. Uma realidade constantemente provocada pela tentação do ser presença ostensiva e do agir espetacular. Gratificante é ser cristão na horta do show. Difícil é testemunhar a fé na crise, manter a confiança diante de tantos impasses e alimentar a esperança ante o martírio. Fascinante é aclamar Jesus no sucesso. Menos confortável é reconhecê-Lo e professá-Lo na dor, na opressão, na violência e na perseguição. Empolgante é “querer encontrar Jesus”. Decepcionantes são depois suas exigência no seguimento até a cruz.

A Boa-Nova de Jesus revela a força da fé ao criar o novo e forjar o impossível pela entrega total do discípulo a Deus na realização de sua vontade. O novo não brotará do modo humano de compreender e agir, mas da ação daquele que não abandona seu povo. Por isso, Paulo convida os servos e reavivarem o dom de Deus que o Espírito Santo depositou em seus corações para o serviço das comunidades. O primeiro mandamento na vida da comunidade é o serviço, como forma de dignificar a pessoa do outro.

A atitude serviçal aproxima o discípulo e a discípula da atitude do Mestre. “Eu dei o exemplo para que façais a mesma coisa que eu fiz” (João 13,1ss). O próprio Jesus conclui que há uma única via para ser autenticamente para ser discípulo: servindo o próximo, sobretudo os abandonados, os doentes do jeito que Ele fez. Essa consciência humilde e simples anima relações reconciliadas e fraternas. Quando alguém adquire a consciência e o significado da dimensão do serviço gratuito ao próximo, aí descobre o verdadeiro sentido da vida.

 A fé não é uma força direcionada aos interesses e caprichos pessoais, mas voltada às necessidades dos irmãos e irmãs do Reino. A pessoa de fé sabe que tudo o que tem e faz de bom vem de Deus. Por essa razão, ela não lança diante de Deus os seus merecimentos, exigências ou privilégios. Ela se reconhece profundamente serva, já que tudo que realizou nada mais foi do que sua obrigação.

Só a quem mergulhar no dinamismo do Reino e empenhar a força de seu amor na construção do Reino é dada a alegria e a satisfação de exclamar: sou um servo pobre e inútil, fiz o que devia fazer. O discípulo e a discípula do Senhor, “que veio para servir e não para ser servido” (Marcos 10,45), não invocará méritos e direitos, mas celebra a alegria de servir.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Neste domingo, a comunidade cristã reconhece a fraqueza de sua fé e a força que vem de Deus. Jesus Ressuscitado nos reúne e acolhe nossas dificuldades na missão e no desempenho dos serviços comunitários. Na ação litúrgica, o Mestre, sempre presente, nos transforma em seus discípulos e discípulas, libertando dos temores da missão, e nos encoraja para que sigamos dedicados ao serviço que, pelo dom do Espírito Santo, assumimos gratuitamente em benefício da comunidade.

A proclamação e a acolhida da Palavra na celebração litúrgica fazem “a pequena semente” (a comunidade, a Igreja) crescer até se transformar numa frondosa árvore e, pela ação do Espírito Santo, nos leva a redescobrir e recuperar a auto-estima pela pequena semente. Pela memória da Páscoa de Jesus, que se fez servo de todos por sua paixão e morte, o Espírito de Deus reaviva em o dom do Pai e fecunda nossa fé mediante a participação ativa na escuta da Palavra, na oração e na comunhão.

O encontro com o Senhor fecunda nossa fé e reanima o propósito de fidelidade no serviço sincero e gratuito à comunidade inserida na sociedade marcada por violência e opressão. O Senhor renova sua Palavra: “Não tenhais medo. Eis que eu estou convosco!”.

Mo mês de outubro, a Igreja procura redescobrir e aprofundar a missão que o Senhor lhe confiou, a fim de que, saciando a sede dos povos, todos tenham mais vida e esperança. A missão não é, antes de tudo, obra da Igreja, mas da ação amorosa de Deus. O Pai é a fonte da missão e atua no mundo através do Filho e do Espírito Santo.

6. ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Falando da importância da preparação, recordamos que para a participação de toda a assembléia ser “plena, consciente e ativa” (Sacrosanctum Concilium, n.14) é conveniente que a preparação desenvolva-se com os seguintes passos: 1º: pedir as luzes do Espírito Santo; 2º: avaliar a celebração anterior; 3º: aprofundar e conversar sobre o que se vai celebrar; 4º: ler e aprofundar as leituras bíblicas e as orações; 5º: exercitar a criatividade; 6º: escolher os cantos relacionados com o mistério celebrado; 7º: elaborar o roteiro; 8º: distribuir os vários ministérios e serviços.

2. Os cantos e músicas devem expressar o sentido de cada domingo. Para isso temos o Hinário Litúrgico III, da CNBB: “Senhor, em tuas mãos” página 127; “Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!”, página 180-181; “Aleluias, como astros no mundo” página 243; “Ó Deus recebe o trigo, moído!” página 426; “Depende de termos fé”, página 287; “Embora sendo muitos”, 388-394.

4. Cada vez mais, cai em desuso os chamados “comentários” antes das leituras. Preferem-se as brevíssimas monições que exortam os fiéis para o acontecimento que se seguirá. São mais afetivos e introdutórios, do que informativos de qualquer conteúdo teológico ou catequético. São, inclusive, dispensáveis, sendo preferível o silêncio ou um refrão meditativo que provoque na assembléia aquela atitude vigilante para a escuta e conseqüentemente acolhida da Palavra de Deus. Sugerimos, neste caso, antes de iniciar a Liturgia da Palavra, o refrão “Senhor que a tua Palavra”.

5. A mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia formam um só ato de culto; portanto, é preciso manter um equilíbrio de tempo entre as duas. Demasiada atenção dada à procissão com o Lecionário ou com a Bíblia, homilias prolongadas, introduções antes das leituras parecendo comentários ou pequenas homilias, tudo isso prejudica o rito eucarístico, que em conseqüência acaba sendo feito às presas.

6. Fazer uma prece especial pelas eleições que ocorrerão no próximo domingo.

7. “É muito recomendável que os fiéis recebam o Corpo do Senhor em hóstias consagradas na mesma Missa e participem do cálice nos casos previstos, para que, também através dos sinais, a comunhão se manifeste mais claramente como participação do Sacrifício celebrado” (IGMR nº 56 h). Um dos mais graves abusos nas celebrações da eucaristia é a distribuição da comunhão do sacrário como prática normal. Assim pecamos contra toda a dinâmica da ceia eucarística, que consta da preparação das oferendas, da ação de graças sobre os dons trazidos, da fração do pão consagrado e da sua distribuição àqueles que, com a oblação deste pão, se oferecem a si mesmos com Jesus ao Pai.

8. Dia 04, lembramos a memória de São Francisco de Assis, amigos dos pobres e doentes. Dia 05, lembramos a memória de São Benedito, o negro.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 27º Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

A equipe de canto faz parte da assembléia. Não deve ser um grupo que se coloca à frente da assembléia, como se estivesse apresentando um show. A ação litúrgica se dirige ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo. Portanto, a equipe de canto deve se colocar entre o presbitério e a assembléia e estar voltada para o altar, para a presidência e para a Mesa da Palavra. Não devemos esquecer que a “equipe de canto” faz parte da equipe de liturgia.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembléia, inseri-la no mistério celebrado (IGMR nº 47). Nesse sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão gravados nos CDs Liturgia VI e XI.

1. Canto de abertura. (Ester 13,9.10-11) Ninguém pode resistir à vontade de Deus e estrofes do Salmo 125/124. Quem confia no Senhor a sua vida não será abalada. Música da faixa nº 9, exceto o refrão, CD Liturgia VII.

2. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso e outros compositores.

O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembléia. 

3. Salmo responsorial 95/94. Prostremo-nos diante do Senhor, que nos criou, pois ele é nosso Deus. “Não fecheis o coração; ouvi vosso Deus!” Melodia da faixa nº 6- CD Liturgia XII.

O Salmo responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura. Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e salmo Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.

4. Aclamação ao Evangelho. (Filipenses 2,15-16). “Aleluia... Como astros no mundo, vocês resplandeçam”, melodia da faixa nº  11, CD Liturgia XII. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.

5. Apresentação dos dons. A escuta da Palavra e colocá-la em prática, deve gerar na assembléia a partilha para que ela possa ser sinal vivo do Senhor. Devemos ser oferenda com nossas oferendas. Quando temos compaixão dos necessitados, o nosso coração nos chama a partilhar. “Quem nos separará, quem vai nos separar...” CD: festas litúrgicas II, faixa 21; “As mesmas mãos que plantaram as sementes aqui estão”, melodia da faixa nº 4, CD Liturgia VII ou “Ó Deus, recebe o trigo, moído”, melodia da faixa nº 8, CD Liturgia XII.

6. Canto de comunhão. (Lucas 17,5 e estrofes do Salmo 112/111). É feliz toda pessoa que teme o Senhor e ama seus mandamentos. Somos felizes quando ajudamos os outros. “Depende de termos fé”, melodia da faixa nº 9, exceto o refrão, CD Liturgia XII. Temos outras opções de cantos de comunhão. “Nós somos muitos mas formamos um só corpo”, CD Cantos de Abertura e Comunhão, faixa 6; “Embora sendo muitos” Hinário Litúrgico III da CNBB, página 388-394.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho de cada Domingo. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Isto significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é compromisso com o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou no Evangelho, nós o comungamos no pão e no vinho. É de se lamentar que muitas vezes são escolhidos cantos individualistas de acordo com a espiritualidade de certos movimentos, descaracterizando a missionariedade da liturgia. Toda liturgia é uma celebração da Igreja e não existem ritos para cada movimento e nem para cada pastoral. Cantos de adoração ao Santíssimo, cantos de cunho individualista ou cantos temáticos não expressam a densidade desse momento. Tipos de cantos que devem ser evitados numa celebração eclesial: “Eu amo você meu Jesus”; “Ti olhar, ti tocar”; “Fica comigo Jesus”, “Eu quero subir...”

7. Desafio para os instrumentistas. É transformar as ondas sonoras do violão, do teclado e dos outros instrumentos na voz de Deus, isto é, em sintonia com o coração de Deus. Muitas vezes os instrumentistas acham que para agradar a Deus e o povo é preciso barulho e agitação. É preciso uma conscientização maior dos instrumentistas de que Deus não gosta do barulho. Assim fala o Senhor: “Afasta de mim o barulho de teus cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas” (Amós 5,23). Deus gosta da brisa leve, da serenidade, da mansidão, do silêncio... Veja o exemplo da experiência que o profeta Elias fez de Deus na brisa suave e não na agitação do furacão, nem do terremoto e nem do fogo (1Reis 19,11-13). É preciso muito cuidado com os instrumentos de percussão. As equipes de canto e as bandas barulhentas, não expressam aquilo que Deus é, mas aquilo que os músicos são. “O barulho não faz bem, o bem não faz barulho” (São José Marello).

8- O ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Preparar bem o espaço celebrativo, de modo que seja acolhedor, aconchegante.

2. “O altar dentro da Igreja goza da mais alta dignidade, merece toda honra e distinção, pois nele se realiza o mistério Pascal de Cristo, do qual é o símbolo por excelência. Pela sua dignidade e valor simbólico, o altar não pode ser um móvel qualquer ou uma peça sem expressão, mas precisa ser nobre, belo, digno, plasticamente elegante. Nada se sobrepõe ao altar. Ele pode ser realçado com a toalha, as velas, a cruz processional, as flores. Todos estes elementos devem enfatizar a sua nobreza e sobriedade, sem escondê-lo ou dificultar as ações litúrgicas.

3. Os castiçais com as velas, a cruz processional, as flores sejam preferivelmente colocados ao lado, deixando a mesa livre para que apareçam os sinais sacramentais do pão e do vinho. A toalha, caindo somente nas laterais, sem esconder totalmente a frente do altar, pode ser colocada para a celebração da Eucaristia, dando ênfase ao banquete que o Senhor nos prepara. “Durante o dia, o altar pode permanecer desnudo ou com um ‘trilho’ na cor litúrgica do tempo” (Guia Litúrgico Pastoral, páginas 105-106).

9. AÇÃO RITUAL

A Liturgia deste 27º Domingo insiste no fato de compreendermos e experimentarmos a vida cristã como testemunho e fidelidade e lealdade ao Senhor. Nosso louvor e nossa ação de graças se tornam, então, oportunidade para aprofundar a fé em Jesus, que dirige nosso caminhar e guia nossas opções.

Ritos Iniciais

1. A celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a assembleia no Mistério celebrado.

2. Na procissão de entrada, o Evangeliário seja introduzido. Até o momento da aclamação ao Evangelho, ele permanece no altar.

3. A opção “C”, da saudação inicial, 2Tessalonicenses 3,5 é uma boa opção para essa celebração:

O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de cristo, esteja convosco.

4. Em seguida, dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono um leigo/a devidamente preparado (Missal Romano página 390).

5. O sentido litúrgico pode ser proposto, através das seguintes palavras, ou outras semelhantes:

Domingo do grão de mostarda. Neste domingo celebramos a Páscoa de Jesus e de todos os batizados. Na celebração de hoje o Senhor vem renovar nossa fé frágil, e nós o bendizemos como Deus do universo, que realiza todas as coisas em seu amor.

6. Após a saudação e o sentido litúrgico, fazer a recordação da vida trazendo os fatos que são as manifestações da Páscoa do Senhor na vida. Trazer os fatos de maneira orante e não como noticiário.

7. O Hino de louvor é um canto dos que foram redimidos e se alegram em Deus porque a sua Glória no Céu se desdobra em Paz na terra. É uma imagem do Pai que desce em Jesus para alcançar sua criação e realizar no mundo e na humanidade seus desígnios de amor. Não é um “agradecimento” por nossas pequenas vitórias pessoais, mas verdadeiro elogio (eulogeo/oração) ao Pai e ao Cordeiro por seus planos de amor e não por nossos impulsos, por melhores que possam ser (cf. Oração depois da comunhão). Por isso não deve ser substituído por outra peça musical. É um direito da assembleia ter a letra dos cantos na mão e evitar músicas complicadas.
8. Na oração do dia suplicamos a Deus nosso Pai que derrame sobre nós a misericórdia divina, e que perdoe o que nos pesa na consciência.

Liturgia da Palavra

1. Em todo o rito, a Palavra se conjuga com o silêncio. Momentos de silêncio após as leituras, o salmo e a homilia, fortalecem a atitude de acolhida da Palavra. O silêncio é o momento em que o Espírito Santo torna fecunda a Palavra no coração da comunidade. Nem tudo cabe em palavras.

2. Cantar com particular solenidade o Salmo responsorial. Deve ser cantado do Ambão por ser Palavra de Deus como a primeira leitura, a segunda leitura e o Evangelho.

3. Destacar o Evangeliário. Depois da procissão de entrada deve permanecer sobre a Mesa do Altar até a procissão para a Mesa da Palavra como é costume no Rito Romano.

Liturgia Eucarística

1. O pão e vinho são sinais trazidos do seio do mundo, para que sejam “fecundados” pela graça de Deus e se tornem morada do Mistério e todos que deles participarem possam ser beneficiados pela presença de Deus. Assim, pão e vinho consagrados se tornam imagem do mundo e da humanidade redimida, imagem da própria Igreja – Corpo de Cristo, como entendia Santo Agostinho.

2. Aqui se nota a importância de se manter sempre vivo o costume da procissão dos dons feita por membros da comunidade de fé. Embora já não se traga o pão para a celebração, das casas, como em outras épocas, é salutar que não se perca o sentido de apresentar o mundo e a humanidade nos sinais do pão e vinho, frutos do suor e trabalho humanos a ser submetidos ao trabalho divino (= consagrar/ santificar/ eucaristizar). Cantar a glória do Reino teu por toda a terra. 

3. A oração sobre as oferendas pedimos a Deus que acolha o sacrifício instituído e que sejamos santificados.

4. Se for escolhida as Orações Eucarísticas I, II e III sugerimos o Prefácio para os Domingos do Comum IV que contempla a história da salvação e a felicidade de poder louvar e agradecer a Deus. “Nascendo na condição humana, renovou inteiramente a humanidade. Sofrendo a paixão, apagou nossos pecados. Ressurgindo, glorioso, da morte, trouxe-nos a vida eterna. Subindo, triunfante, ao céu, abriu-nos as portas da eternidade”. O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na própria, ao modo de mistagogia. Usando este prefácio, o presidente deve escolher a I, II ou a III Oração Eucarística. Nunca é demais lembrar que a Oração Eucarística II, admite troca de Prefácio. As demais não podem ter os prefácios substituídos sem grave prejuízo para a unidade teológica e literária da eucologia.

 5. Valorizar o rito da fração do pão, “gesto realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só corpo (1Coríntios 10,17” (IGMR, nº 83).

6. Distribuir a comunhão de maneira orante e sob as duas espécies, pois como diz a Instrução Geral do Missal Romano (IGMR): A comunhão seja em duas espécies, conforme inspira a oração depois da comunhão. “A comunhão realiza mais plenamente o seu aspecto de sinal quando sob as duas espécies. Sob esta forma se manifesta mais perfeitamente o sinal dom banquete eucarístico e se exprime de modo mais claro a vontade divina de realizar a nova e eterna Aliança no Sangue do Senhor, assim como a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico do Reino do Pai” (n. 240).

7. Na oração após a comunhão, rezamos que inebriados pelo sacramento, sejamos transformados naquilo que recebemos.

Ritos Finais

1. Os ritos iniciais remetem aos ritos finais, pois neles somos convocados para estar com o Senhor e sermos enviados em missão (cf. Marcos 3,14), para sermos sacramento de unidade e da salvação de todo o ser humano (cf, Lumem Gentium 1).

2. Na bênção em nome da Santíssima Trindade levem-se em conta as possibilidades que o Missal Romano oferece (bênçãos solenes, na oração sobre o povo). Ela expressa que a ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões, também políticas e sociais. Ver a bênção final do Tempo Comum do Missal Romano.

3. Destacar, nos ritos de envio em missão, o compromisso da comunidade de ter gestos concretos de partilha.

4. As palavras do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Que a vossa fé seja autêntica. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Crises de fé não significam ateísmo. Normalmente são acompanhadas de crises existenciais. A liturgia de hoje enfatiza a necessidade de crermos, mesmo quando parece alheio às nossas dores.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
           
Pe. Benedito Mazeti

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