sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

2º DOMINGO DO TEMPO COMUM - ANO B

18 de janeiro de 2015

Leituras

         1Samuel 3,3b-10.19
         Salmo 39/40,2 e 4ab.7-8a.8b-9.10
         1Coríntios 6,13c-15ª17-20
         João 1,35-42


“EIS O CORDEIRO DE DEUS”


1- PONTO DE PARTIDA 

Domingo do Cordeiro de Deus. Este domingo liga a festa do Batismo do Senhor e a sua atividade pública na Galiléia. Hoje foi escolhido o Evangelho de João, mais adequado para encabeçar a narração da vida pública, pois coloca em plena luz o sentido messiânico da vinda de Jesus, que Marcos faz aparecer aos poucos, ao longo de sua narração, nos próximos domingos.

Nós cremos no amor do Pai que nos chama pelo nome e nos convida a entrar no seguimento de seu Filho. Pedimos que Ele nos renove e nos engaje na missão do Cordeiro de Deus, na luta para desativar os mecanismos de morte dentro e fora de nós, na Igreja e na sociedade.

Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na luta de todas as pessoas e grupos que dão testemunho de vida nova e que continuam a missão de Jesus de tirar o pecado do mundo.

Que toda a terra se prostre diante de ti, ó Deus, e cante louvores ao teu nome, Deus Altíssimo! (Salmo 65,40). Com o Salmo 65/66, somos chamados a adorar o Senhor com todo o universo:

Toda terra te adore,/ Ó Senhor do universo
Os louvores do teu nome,/ Cante o povo em seus versos!
           
2- REFLEXÃO BÍBLICO, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos

Primeira leitura – 1Samuel 3b-10.19. Samuel é uma figura-chave na história do povo de Deus do Primeiro Testamento. Viveu e desempenhou um papel de liderança na transição da época dos juízes para a época dos reis.

Que o próprio povo de Deus do Primeiro Testamento tinha consciência desta posição-chave de Samuel na história deriva-se de textos como Salmo 98/99,6 e Jeremias 15,1, onde ele é mencionado ao lado de Moisés.
Como no caso de Isaias (6,1-6) Samuel é chamado em um santuário e Amós recebe uma visão importante em um santuário (Amós 9,1-4). O menino Samuel estava a serviço de um sacerdote, enquanto Jeremias e Ezequiel eram, eles mesmos, sacerdotes. Os três receberam o encargo para proclamar o castigo inevitável daquilo que estimavam e amavam.

Samuel, o filho que Deus concedeu a Ana, mulher estéril, acolhendo a sua oração confiante, tinha sido oferecido pela mãe ao serviço do Templo (cf. 1Samuel 2,9-28). Ainda muito jovem, Samuel é chamado por Deus para ser seu profeta e juiz do povo. A cena desenrola-se no santuário, de noite: o jovem é despertado pelo Senhor que o interroga três vezes, e que Samuel confunde com o sacerdote Heli. O jovem ainda não conhecia a voz divina: será o seu mestre a guiá-lo na compreensão e a indicar-lhe o caminho a seguir.

Estamos perante uma narração de vocação profética muito bem elaborada: como sempre, neste tipo de composição é o Senhor a tomar a iniciativa e a bater insistentemente ao coração do homem. Escolhe surpreendentemente quem é fraco, pequeno e, muitas vezes, aparentemente inadequado para a missão que deverá cumprir. Assim sucedeu com Moisés (cf. Êxodo 3), com Gedeão (cf. Juízes 6) e com Jeremias (cf. Jeremias (cf. Jeremias 1): no texto de hoje, o Senhor escolhe um jovem, ainda sem experiência.

Salmo responsorial 39/40,2-4.7-10  O Salmo 39/40 começa com a ação de graças, contando sua libertação: a pessoa humana pôs sua esperança em Deus, Deus respondeu “salvando da cova”, isto é, do grave perigo da morte. É um salmo de ação de graças individual, inspirado numa pessoa que passou por grave situação e clamou por Deus. Ela foi ouvida e agora vem agradecer, provavelmente no Templo de Jerusalém, cercada por muitos peregrinos, curiosos em saber como tudo aconteceu.

O Salmo é resultado da superação de um terrível conflito entre o justo e os injustos. O salmista afirma que, antes de clamar a Deus, estava caindo na cova fatal e no brejo de lodo (versículo 3a). Depois de clamar, Deus o libertou, o pôs em pé sobre a rocha, firmou-lhe os passos e encheu-lhe a garganta de louvores. (versículos 3b-4a).

A conseqüência da libertação é, para o salmista, um canto de ação de graças: é o próprio Deus que põe em sua boca, porque lhe permitiu viver e louvar esse Deus libertador. O salmo mostra Deus que ouve o clamor e liberta, fazendo a pessoa cantar a ação de graças.

Além da obediência sincera aos mandamentos da Aliança, Deus quer a resposta do louvor, em forma pública, para ensinamento dos outros. O salmista protesta diante de Deus por ter cumprido seu ofício perante a “assembléia”: neste louvor, a pessoa humana se torna portadora da revelação para a sua comunidade.

O rosto de Deus no salmo 39/40. Um Deus que inclina o ouvido, isto é, se aproxima (versículo 2), faz subir, coloca o fiel em pé sobre a rocha e firma seus passos (versículo 3), provocando nele a ação de graças (versículo 4). Um Deus que quer a prática da justiça em lugar de sacrifícios (versículos 7-9), pois Ele próprio é justo, fiel, salvador, amoroso e verdadeiro (versículos 10-11).

A Carta aos Hebreus (10,7), aplica a Jesus este salmo que cumpriu plenamente a vontade de Deus entregando sua vida por nós na cruz. Nos evangelhos, encontramos como Jesus realizou a vontade do Pai: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra” (João 4,34). E como realizou a vontade do Pai? Basta ler os evangelhos.

Cantando este Salmo, peçamos ao Senhor a força do seu Espírito, para que sejamos capazes de compreender a nossa vocação e possamos ser fiéis cumpridores de sua vontade.

Segunda leitura – 1Coríntios 6,13c-15a.17-20. A Igreja de Corinto, fundado pelo Apóstolo Paulo no ano 51 depois de Cristo, é numericamente florescente, social e culturalmente variada, e os seus membros são na sua maioria de origem pagã-helenista. Bem depressa se manifesta divisões no interior da comunidade, devido ao ensinamento de mestres que modelam a mensagem cristã segundo as suas convicções filosófico-religiosas. Um dos problemas sobre o qual Paulo deve interferir é o conceito da corporeidade e por conseqüência da sexualidade.

A antropologia semita é muito diferente da helenista. Para os gregos, o corpo é o invólucro e a prisão em que está encerrado o espírito, a verdadeira essência do homem. Para a Bíblia hebraica, pelo contrário, o homem é uma unidade de interioridade e de exterioridade que, embora complexa, é tão forte que se pode dizer que o homem não “tem”, mas “é” um corpo. É o corpo que fornece historicidade e relações, que constrói no tempo e no espaço comunicação e comunhão com os outros e com Deus. Por isso Paulo pode afirmar que “o Senhor é para o corpo” (versículo 13c), ou seja, que o Senhor se une à pessoa na sua totalidade, às suas relações, aos seus afetos, aos sonhos e às emoções.

A partir dessas premissas, é muito discordante também a avaliação da sexualidade em comparação com a mentalidade do mundo grego. Se para os gregos o exercício da sexualidade é indiferente no que diz respeito à vida espiritual, para Paulo, na sexualidade, comercializada e sem amor, o discípulo de Cristo renega a sua própria pertença ao seu Senhor e profana o seu corpo, santuário em que pode celebrar o culto da sua vida oferecida a Deus.

No matrimônio cristão, a doação mútua dos esposos deve ser verdadeira entrega a Cristo. Vinculando a sexualidade diretamente a Cristo, Paulo preparou uma visão personal da mesma.

O corpo dos batizados é templo do Espírito Santo (versículos 18-20). Assim sendo, não pode compactuar com a fornicação, que é um pecado contra o próprio corpo, falta que Paulo esconjura. Há outros pecados contra o corpo (suicídio, embriagues...), mas a fornicação é praticada no corpo e com o corpo, sendo mais corporal ou carnal, já que na prática sexual o corpo e espírito, corpo e pessoa, corpo e individualidade estão mais simultaneamente envolvidos do que em qualquer outra atividade. O instinto do pudor nos mostra como as experiências sexuais marcam a personalidade! Na prostituição não se compra apenas um corpo: vende-se o próprio corpo, solapa-se a consciência do seu valor pessoal. O pecado carnal não fica só na carne. Os diretores de consciência garantem que os pecados da carne enfraquecem as faculdades superiores: inteligência e vontade.
Evangelho – João 1,35-42.  Todo o primeiro capítulo do Evangelho de João é uma introdução ao resto do Evangelho. Como no trailer de um filme os principais atores são apresentados no papel que desempenham, assim João deu à introdução de seu Evangelho a forma de uma apresentação dos principais personagens e grupos de pessoas cujo papel posterior já é sugerido. Neste “trailer” João Batista desempenha o papel de apresentador. Por meio dele conhecemos Jesus e também os que crerão Nele (João 1,35-41), como os judeus que O rejeitarão (João 1,19-28).

O Evangelho de João apresenta Jesus como a realização das expectativas mais profundas da pessoa humana. Para mostrar isso desde o início, ele acumula no primeiro capítulo uma multidão de títulos messiânicos atribuídos a Jesus. João nos dá esta lista: Logos (versículos 1.14); Deus (versículos 1c.18b); a Vida e a Luz (versículo 4; cf. 5.9); o Unigênito (versículos 14d.18b); o Filho (versículo 18); o Cordeiro de Deus (versículos 29.36); o Filho de Deus (versículos 34.49); o eleito de Deus (versículo 34); o Messias (versículo 41); cf. 45); o Rei de Israel (versículo 49); o Filho do Homem (versículo 51. São doze os títulos só no primeiro capítulo.

O texto da liturgia de hoje é a primeira parte do episódio de João 1,35-51, que narra a vocação de Pedro e André, Filipe e Natanael. O episódio todo é constituído  conforme o princípio da “transmissão de convite”. Jesus encontra João; este coloca dois de seus discípulos em contato com Jesus; seguem o divino Mestre (João 1,35-39). Um deles André (João 1,40), convida seu irmão Pedro (João 1,41-42). Depois Jesus encontra Filipe (versículo 43) e este convida Natanael. A atuação de André, convidando Pedro, e de Filipe, convidando Natanael, é estritamente paralela. Possivelmente, o Evangelho recorde estas coisas com tanto carinho, porque prefiguram a missão dos primeiros cristãos, que depois da morte de Jesus deviam levar o convite adiante, de pessoa a pessoa, como ainda nós hoje.

A lição obvia do relato é bem simples: alguns amigos, provavelmente Filipe e André (sempre juntos, aliás, no Evangelho: João 2,40-45; 6,5-9; 12,20-21; Atos 1,13), que também são discípulos do Batista (versículo 35) descobrem o Messias e o seguem. É o início de sua vocação apostólica. Bem depressa, aliás, eles o comunicam a seus irmãos ou conhecidos (versículos 41 e 45) e fazem nascer outras duas vocações apostólicas: de Pedro e Natanael.

Uma teologia da vocação transparece, pois, na narrativa de João. A rede dos conhecimentos humanos pode contribuir para o despontar de uma vocação: a amizade, a concidadania, a troca de um ideal comum em torno do Batista, a fraternidade segundo a carne foram ocorrências da vocação de quatro discípulos. A vocação não é um chamado desumanizado; e ela toma vulto das nas relações humanas mais naturais e comuns.

E, no entanto, a vocação é, claramente, um apelo de Deus e de Cristo: a autoridade com que Cristo troca o nome de Simão (versículo 42b), o olhar que Jesus lança sobre Pedro, é mais expressivo do que qualquer palavra (versículo 42a), o conhecimento misterioso que Jesus tem de Natanael (versículo 48) e sobretudo, a estranha atração  do Mestre pelos dois discípulos de João Batista (versículo 38), demonstram claramente que, embora inserida no humano, a vocação é iniciativa de Deus. Assim, ao mesmo tempo, apelo divino e atitude humana, a vocação prolonga na vida de cada pessoa “chamada” o mistério do Homem-Deus.

Alem desta cena tão simples da vocação dos primeiros apóstolos, João nos convida a importantes desdobramentos doutrinais, válidos para todos os discípulos de Cristo. A narração gira em torno de palavras-chaves: seguir e procurar (versículos 37 e 38) e uma tríplice recompensa: encontrar, ver e morar (versículos 39-41).

Para João, “seguir Cristo” tem uma ressonância mais escatológica do que nos outros evangelistas: é munir-se dos meios prescritos para um dia chegar lá onde “mora” Cristo (João 12,26; 10,9-10). Ora, Cristo vive numa glória adquirida pela cruz; é portanto normal que o discípulo, por sua vez, se engaje nessa cruz para segui-Lo (Mateus 16,24; João 12,26).

A “morada” é igualmente um tema que muito se aproxima da glória (João 14,1-3; 14,10) e a estada que os discípulos André e Filipe têm na morada misteriosa de Cristo, no término de suas pesquisas (versículos 35 e 39), traz presente perfeitamente esta casa do Pai onde, um dia, todos os discípulos de Cristo o encontrarão na glória.

A dupla “procurar-achar” é também significativa. Já o encontramos nos escritos de Lucas a respeito da cena no Templo de Jerusalém, quando Jesus ali ficou, sem os pais saberem, como que para levá-los a procurar o Menino (Lucas 2,41-51). Assim, a dupla “procurar-achar” adquire, sob a caneta de João, um colorido nitidamente sapiencial que não estava, aliás, totalmente excluída da narração de Lucas 2,41-51, se lembrarmos que aquele relato está cercado de versos referentes à sabedoria de Jesus (Lucas 2,40.52)

A vocação geral do Apóstolo ou a vocação geral do discípulo e do cristão seguem, finalmente, o mesmo itinerário, exigem idênticas disposições de espírito e a mesma atitude de Deus. O apelo de Deus convida a compartilhar de sua vida e de sua glória, convida a Nele permanecer; porém o caminho que conduz a pessoa humana a essa glória passa necessariamente pela cruz e morte de seu egoísmo latente.
  
3- A PALAVRA CELEBRADA VIVIDA NO COTIDIANO DA VIDA
       
Do mesmo modo que acontece com Samuel, nós também necessitamos de muitos chamados de Deus para identificar a sua voz e, especialmente, para compreender o que ele quer de nós.

Deus nos chama muitas vezes, na adesão aos Sacramentos, no convite À vocação; chama-nos de muitas formas e, com certeza, cada um de nós recorda o momento singular em que, como Samuel, identificou claramente a sua voz, momento definitivo de nossa adesão a ele.

Mesmo assim, ao escutá-lo, nem sempre é fácil decidir-nos, como o salmista, pela alegria de fazer a sua vontade. Seguidamente, ousamos pedir-lhe que faça a nossa vontade e relutamos em compreender quando esta não se concretiza.
Na verdade, só conseguimos entender as propostas do Senhor quando experimentamos o encontro pessoal com Jesus Cristo. A cada encontro nos vemos transformar e, mesmo que as dificuldades envolvam nossa caminhada, não o deixamos. Dia a dia nos comprometemos com ele e com seu plano de amor. O encontro com Jesus, tal qual aconteceu com os discípulos, invade nossa vida e, a partir daí, nunca mais seremos os mesmos.
“Essa realidade se faz presente em nossa vida por obra do Espírito Santo, o qual também nos ilumina e vivifica através dos sacramentos. Em virtude do Batismo e da Confirmação, somos chamados a ser discípulos missionários de Jesus Cristo e entramos na comunhão trinitária na Igreja. Esta tem seu ponto alto na Eucaristia, que é princípio e projeto da missão do cristão” (Documento de Aparecida, 153).

Experimentamos a presença de Jesus e nos tornamos seus discípulos-missionários comprometidos em anunciá-lo para que mais pessoas o conheçam, possam amá-lo e transformem-se, também, em seus discípulos.

Nas exigências do mundo atual, esta não é uma tarefa fácil; é preciso que estejamos constantemente na presença de Jesus para que ele nos fortaleça e sejamos capazes de conduzir outras pessoas para esse encontro.

O novo Projeto de Evangelização da Igreja do Brasil, à luz da Conferência de Aparecida, propõe uma pedagogia da Missão Permanente. Nesta pedagogia, o processo de formação do discípulo-missionário tem como um de seus aspectos fundamentais o encontro com Jesus Cristo, que culmina com a maturidade do discípulo pelo testemunho pessoal, repercutindo no anúncio e na ação missionária na comunidade.

“O encontro com Jesus, graças à ação invisível do Espírito Santo, realiza-se na fé recebida e vivida na Igreja” (Documento de Aparecida, 246).
E onde encontramos Jesus hoje?

Nós o encontramos na oração pessoal e comunitária, na Sagrada Escritura, na Sagrada Liturgia, assim como no irmão que necessita de nosso auxílio e afeto, seja qual for o motivo (cf. Mateus 25,

Assim, temos o vivo convite para que o encontro com Jesus, o qual nos inunda com seu amor, não seja guardado apenas para nós, mas que nos deixemos transformar e, como São Paulo, digamos: “Ai de mim, se eu não evangelizar” (1Coríntios 9,16).

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

Cristo entrega seu Corpo e sua Palavra à comunidade

A comunidade, como discípula obediente de Jesus, é orientada a não deixar “cair por terra nenhuma de suas palavras”. Seu crescimento na fé e a contínua presença do Senhor em sua vida estão ordenadas a fazer plena e real a graça na própria existência do discípulo, lá onde ele mora. Onde habitamos – leia-se onde e com quem desenvolvemos nossos afetos e relações, nas situações em que desenvolvemos nossa inteligência e aplicamos nossas energias – é lugar para cumprimento da Palavra de Deus.

Cesário de Arles, nos séculos V-VI foi monge e bispo dedicado à pregação. É dele o seguinte ensinamento:

Eu lhes pergunto, irmãos e irmãs, digam o que, na opinião de vocês, tem mais valor: a Palavra de Deus ou o Corpo de Cristo? Se quiserem dar uma verdadeira resposta, certamente deverão dizer que a Palavra de Deus não vale menos que o Corpo de Cristo. E por isso, todo cuidado que tomamos quando nos é dado o Corpo de Cristo, para que nenhuma parte escape de nossas mãos e caia por terra, tomemos este mesmo cuidado, para que a Palavra de Deus que nos é entregue, não morra em nosso coração enquanto ficamos pensando em outras coisas ou falando de outras coisas; pois aquela pessoa que escuta de maneira negligente a Palavra de Deus, não será menos culpada do que aquela que, por negligência, permitir que caia por terra o Corpo de Cristo.

Acompanhar o Senhor e viver com Ele

Como a nossa comunidade realizará o seu discipulado daqui para frente, no ano novo que se abre perante nossos olhos, no caminho que expande aos nossos pés é questão urgente a ser respondida. Acompanharemos o Senhor Jesus por onde Ele for e onde Ele estiver para aprender e viver com ele – seja na dor ou na alegria de nossos irmãos e irmãs, segundo suas circunstâncias de vida – na busca de realizar a vontade de Deus? Aí está uma situação que deveremos resolver a contento, sob pena de contrariar o conselho do Apóstolo: “Porventura ignorais que vossos corpos são membros de Cristo? Quem adere ao Senhor torna-se com ele um só espírito (...) Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que ora em vós e que vos é dado por Deus? (...) Então, glorificai a Deus com o vosso corpo.”

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Na Liturgia, a cada celebração, encontramos Jesus: “Ao vivê-la, celebrando o mistério pascal, os discípulos de Cristo penetram mais nos mistérios do Reino e expressam, de modo sacramental, sua vocação de discípulos e missionários” (Documento de Aparecida, 250).

É importante que identifiquemos a presença do Mestre, quando ouvimos sua Palavra e a ele respondemos nas orações, nos gestos, nos cantos, e, especialmente, depois sintamos sua presença real no pão da Eucaristia.

Certificamos este encontro quando aclamamos o Evangelho deste Domingo, com a antífona que diz: “Encontramos o Messias, Jesus Cristo, de graça e verdade ele é pleno; de sua imensa riqueza graças, sem fim, recebemos (João 1,41.16-17).

Sim, encontramos o Messias, nós também, como os discípulos do Evangelho, e este é o anúncio que não podemos calar, que devemos testemunhar, deixando que esse encontro nos faça desejar ficar com o Mestre, transformados e fortalecidos por sua presença em nós, em nossas vidas, encorajando-nos a assumir o discipulado e a missão, em unidade com a Igreja, atendendo ao que nos diz a Mensagem da Conferência de Aparecida: “O primeiro convite que Jesus faz a toda pessoa que viveu o encontro com ele é o de ser seu discípulo, para colocar os seus passos sobre suas pegadas e formar parte da sua comunidade”.

Firmemos nosso caminhar nas pegadas de Jesus e formemos comunidade com ele no mundo!

6- ORIENTAÇÕES GERAIS

1. Cada pessoa que chega deve sentir-se de fato na Casa aconchegante de Deus. Por isso, é de suma importância que todos sejam bem acolhidos, num espaço também acolhedor. Não de Maneira formal, artificial, como acontece muitas vezes em ambientes de prestação de serviços públicos. Mas de maneira profundamente humana, carinhosa, afetuosa, divinamente humana. Acolher na celebração é uma forma de oração! Valorizar o encontro de irmãos, a acolhida das pessoas e alegria que deverá perpassar toda a celebração.

2. O mês de janeiro, para muitos, é um período de férias e descanso. Valorizar este tempo como propício para avaliação da vida e um encontro mais profundo como o Senhor. Não devemos sobrecarregar nossas comunidades com muitos serviços. O descanso também é sagrado.

3. Dia 20, lembramos São Sebastião. Muitas comunidades celebram a festa do mártir que deu a vida por amor a Cristo e à Igreja, dia 21, lembramos a memória de Santa Inês, virgem e mártir. Inês pertencia à nobreza romana, mas era antes de tudo cristã. O nome Inês deriva de uma palavra grega que significa “casta”.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 2º Domingo do Tempo Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembleia, “inseri-la no mistério celebrado” (IGMR nº 47). Nesse sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão gravados no CD: Liturgia VI e Cantos de Abertura e Comunhão. Encontramos também no Ofício Divino das Comunidades ótimas opções.

1. Canto de abertura.  Louvor a Deus num horizonte universal (Salmo 65/66,4). Cantando o Salmo 65/66, somos chamados a adorar o Senhor com todo o universo. “Toda a terra te adore, ó Senhor do universo”, CD Liturgia VI, melodia da faixa 1. Outro ótimo canto de abertura, para esta celebração, em consonância com o mistério celebrado, sobretudo com a segunda leitura, pode ser: “Nós somos muitos, mas formamos um só corpo”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 6. Todas as estrofes coincidem na afirmação da identidade da assembléia com o Corpo de Cristo sob os aspectos vários da participação litúrgica e existencial: reunião, o partir o pão, o cálice abençoado, a obediência, a memória, o mesmo Espírito, etc. O Senhor sempre necessitou de cristãos comprometidos para ajudar na messe. Como o Senhor chamou seus primeiros discípulos, Ele continua nos chamando hoje para a missão junto ao povo de Deus, sobretudo os mais sofridos. Uma terceira excelente opção também pode ser o canto: “O Senhor necessitou de braços”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 9. Como canto de abertura, não podemos deixar de entoar um destes cantos, que nos introduz no mistério a ser celebrado.

2. Ato penitencial. Sugerimos a fórmula 1 do Missal Romano, página 393, que contempla a Verdade de Deus que ilumina os povos e a Vida que renova o mundo. Pode-se substituir o Ato Penitencial pela aspersão com água.

3. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria e outros compositores.

O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembléia. 

4. Salmo responsorial 39/40. A alegria de assumir a vocação de Deus: “Eis-me aqui”. “Eu disse: Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade!” CD: Liturgia IX, melodia da faixa 1.

O Salmo responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura. Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e o salmo Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.

5. Aclamação ao Evangelho. “Fala, Senhor, teu servo escuta” (1Samuel 3,10); “Encontramos o Messias!” (João 1,41.17b). “Aleluia... Fala, Senhor, que te escuta teu servo! Tu tens palavras de vida eterna! CD: Liturgia XI, melodia da faixa 2. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical, página 250.

Aleluia é uma palavra hebraica “Hallelu-Jah” (“Louvai ao Senhor!”), que tem sua origem na liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na tradição cristã. Mais do que ornamentar a procissão do Evangeliário, sempre foi a expressão de acolhimento solene de Cristo, que vem a nós por sua Palavra viva, sendo assim manifestação da fé presença atuante do Senhor.

Esta aclamação é quase sempre “ALELUIA” (menos nas missas da Quaresma por seu um tempo penitencial). É uma aclamação pascal a Cristo que é o Verbo de Deus. É um vibrante viva Deus. Os versos que acompanham o refrão devem ser tirados do Lecionário.

6. Apresentação dos dons. O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração. “De mãos estendidas”, CD Liturgia VI, melodia da faixa 4.

7. Canto de comunhão. O Cordeiro veio ao mundo para tirar o pecado da humanidade (João 1,29). Sem dúvida, o canto de comunhão mais adequado para esse Domingo é “Jesus passa e o Batista aponta: “Eis o Cordeiro de Deus!”, (João 1,35-36) articulado com o Cântico de Zacarias (Lucas 1,68-79), CD: Liturgia VI, melodia da faixa 5. No Hinário Litúrgico III da CNBB, encontramos outras duas versões do Cântico de Zacarias nas páginas 346 e 347. Este canto retoma o Evangelho na comunhão de maneira autentica. O refrão para este domingo é: “Houve um tempo em que éramos  trevas, hoje andamos à luz de tua luz. Tua face é que nos ilumina, para andarmos no claro, ó Jesus!”.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do 2º Domingo do Tempo Comum, o Domingo do Cordeiro de Deus. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Isto significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é compromisso com o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou no Evangelho, nós o comungamos no pão e no vinho. É de se lamentar que muitas vezes são escolhidos cantos individualistas de acordo com a espiritualidade de certos movimentos, descaracterizando a missionariedade da liturgia. Toda liturgia é uma celebração da Igreja e não existem ritos para cada movimento e nem para cada pastoral. Cantos de adoração ao Santíssimo, cantos de cunho individualista ou cantos temáticos não expressam a densidade desse momento. Tipos de cantos que devem ser evitados numa celebração eclesial: “Eu amo você meu Jesus”; “Ti olhar, ti tocar”; “Fica comigo Jesus”.

Forma de executar o Canto de Comunhão. A forma que a tradição litúrgica oferece para o Canto de Comunhão, a de um refrão tirado do texto do Evangelho do dia alternado por versos de um salmo apropriado, foi mantida no 3º fascículo do Hinário Litúrgico da CNBB, nos cantos de Comunhão dos Anos A, B e C.

9. Canto de louvor a Deus após a comunhão. Este canto é opcional. O que não pode faltar é o sagrado silêncio após a comunhão. Enquanto a assembléia ora uns instantes em silêncio, “pode-se” entoar um salmo ou canto de louvor a Deus.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Gregório Lutz, conhecido liturgista, há pouco tempo lançou um escrito
chamado “Eucaristia, a família de Deus em festa”. Nesse opúsculo, ele relata e argumenta de forma bastante clara e simples sobre a dimensão “festiva da Eucaristia”. Ele diz que esse caráter festivo pode ser visualizado nas vestes dos convidados, nas toalhas, velas e flores do espaço, que indicam a presença daquele que é festejado e da alegria dos convidados em desfrutarem a sua “hora”.

2. Com simplicidade, o espaço sagrado deve manifestar esta alegria de celebrarmos a “Festa de Deus com a humanidade”. Toalhas simples, limpas e bonitas, sem muitos brocados e bordados, que transmitam a dignidade do acontecimento. Tudo deve evocar a alegria de vestes dos ministros e ministras não podem chamar mais atenção do que Aquele que deve ser lembrado e que deve transparecer na proclamação dos textos e na oração de ação de graças e suplica.

3. Vemos por aí muito exagero nas vestes – muito brilho, muito glamour, muitos floretes – e nas toalhas e demais alfaias – rendas, brocados, franjas, pregas até na toalha do Altar – que dão às vestes litúrgicas das pessoas e do altar a aparência de “figurino” de teatro, de árvore de Natal ou alegoria. Beleza não é sinônimo de estardalhaço visual, plumas e paetês. Isso fica bem no carnaval. Mas o bom uso das cores, dos tons irá conduzir a feliz certeza da presença de Deus que nos põe em ritmo de festa...

9. AÇÃO RITUAL

Na celebração, recordamos nossa vocação de participantes na Páscoa de Cristo Jesus. Toda nossa vida é lida e construída a partir deste acontecimento. Nossa vida vai sendo assumida como extensão da vida do Crucificado-Ressuscitado que está presente em nosso meio e trabalha – qual servo – conosco em favor do Reinado de Seu Pai.

Ritos Iniciais

1. Um pouco antes da celebração, a comunidade pode cantar um refrão meditativo.

2. Logo após o beijo do Altar e terminado o canto de abertura, sugerimos que a saudação do presidente seja a fórmula “c” do Missal Romano inspirada em 2Tessalonicensses 3,5:

“O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco”.

3. Após a saudação inicial, conforme propõe o Missal Romano, dar o sentido litúrgico da celebração, isto é, o mistério celebrado:

Domingo do testemunho de João Batista. Ajudados por João Batista, reconhecemos Jesus coimo o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, fazemos a experiência da intimidade com Ele e renovemos o compromisso de dar testemunho em Seu nome.

4. Após a saudação inicial, apresentar o sentido da celebração, abrindo para a recordação da vida, com acontecimentos que marcaram a semana que passou: fatos tristes e alegres da comunidade, da diocese, do Brasil e do mundo, procurando perceber, na história, a realização da Páscoa do Senhor na vida. Valorizar o testemunho de pessoas ou instituições que apontam para o Cordeiro de Deus, libertando as pessoas da cegueira, das drogas e dos vícios, do analfabetismo, das doenças, da tristeza e do abandono. Esse testemunho pode ser dado também durante a homilia.

5. Para o Ato penitencial sugerimos a fórmula 1 do Missal Romano, página 393, que contempla a Verdade de Deus que ilumina os povos e a Vida que renova o mundo.

6. Muito significativo, no início do tempo comum, substituir o Ato Penitencial pela bênção da água e recordação do batismo.

7. Cada Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de louvor (glória).

8. Que Deus nos dê a sua paz. A Oração do Dia reza por todos os que se empenham pela paz e pela justiça de Deus, os “servos” e “filhos” de Deus. Com isso, o tema da reflexão de hoje é o tema da vocação a ser filho e filha de Deus, conforme o modelo de Jesus Cristo, proclamado tal na ocasião de seu batismo. A nossa vocação é uma participação na do Cristo, mediante o Espírito que permanece Nele e nos faz permanecer Nele, para que nós, os novos servos de Deus, sejamos aqueles que, de todos os modos possíveis, tirem o pecado do mundo, empenhando-nos pela paz e justiça de Deus.

Rito da Palavra

1. Todo o enfoque da celebração está no segmento obediente a Jesus, Palavra de Deus entre nós. Uma procissão luminosa com o Evangeliário seria muito precisa para manifestar esta dimensão vocacional da vida cristã. Podem-se envolver homens e mulheres que tenham algum trabalho específico no âmbito da promoção da vida, da justiça e da paz ou mesmo, crianças da catequese/comunidade, que são a promessa feliz no seguimento de Jesus e do crescimento na fé no Evangelho. Onde for possível, sugerimos que a comunidade se aproxime do Ambão e fique ao redor para escutar a proclamação da Boa-Nova.

2. A profissão de fé poderá ser recitada pela comunidade, tendo o Evangeliário em destaque diante da assembléia.

3. João no seu Evangelho destaca vários títulos do Messias. Substituir as preces pela Ladainha dos títulos de Jesus em João. Podemos chamar de Ladainha do Verbo de Deus:

Senhor, tende piedade de nós. (bis)
Cristo, tende piedade de nós. (bis)
Senhor, tende piedade de nós. (bis)

Jesus, Cordeiro de Deus, tende piedade de nós.
Jesus, Verbo de Deus, tende piedade de nós.
Jesus, Deus verdadeiro, tende piedade de nós.
Jesus, Caminho Verdade e Vida, tende piedade de nós.
Jesus, Luz do mundo, tende piedade de nós.
Jesus, Unigênito do Pai, tende piedade de nós.
Jesus, Eleito de Deus, tende piedade de nós.
Jesus, Messias, tende piedade de nós.
Jesus, Filho do Deus Vivo, tende piedade de nós.
Jesus, Filho do Homem, tende piedade de nós.
Jesus, Sabedoria eterna, tende piedade de nós.

Rito da Eucaristia
1. Na oração sobre as oferendas contemplamos a Eucaristia como Sacramento da nossa Redenção.

2. A Oração Eucarística V traz algumas expressões que seriam bastante elucidativas acerca do mistério celebrado, permitindo uma ligação mais íntima com a Liturgia da Palavra, sendo seu desdobramento natural: “Senhor que sempre quisestes ficar muito perto de nós, vivendo conosco no Cristo, falando conosco por ele (...)”; “Queremos a vós oferecer (...) este vinho que nos salva e dá coragem”; “Protegei a vossa Igreja que caminha nas estradas do mundo”. Uma boa melodia encontra-se gravada no CD Ação de Graças no Dia do Senhor (Paulinas – COMEP).

3. Para as comunidades que celebram a Palavra de Deus com Ação de Graças e distribuição do pão consagrado, o mesmo CD traz uma versão de louvor, que se aproxima do mistério que se proclama na Oração Eucarística V, sem, contudo, causar qualquer confusão, conforme recomenda a CNBB.

4. Se não for escolhida a Oração Eucarística V. Se for escolhida as Orações Eucarísticas I, II e III, escolher o Prefácio para os Domingos do Tempo Comum I que contempla o Mistério Pascal e a vocação a sermos um povo santo. Vale dizer que a Oração Eucarística II admite troca de prefácio.

5. Solenizar a partilha do pão eucaristizado, destacando, na proclamação no canto entoado pelo (a) solista, e acompanhado pela assembléia com o canto profundamente contemplativo e orante do Cordeiro de Deus que tirais o pecado do mundo... Sendo um momento contemplativo, evitar bater palmas e ginástica litúrgica na fração do pão.

6. Na apresentação do pão e do vinho consagrados, antes da comunhão, sugerimos que se use o versículo bíblico conforme a versão latina: “Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro...”.

7. Não sendo possível repartir entre todos, convém, em razão do sinal que se expressa, que alguma parte do pão eucarístico obtido pela fração seja distribuída ao menos a algum fiel no momento da comunhão (cf. Redemptionis Sacramentum, 49).

8. Da mesma forma, valorize-se, na medida do possível, a comunhão do cálice, sob a espécie de vinho, para todos os fiéis, pois assim se “ressalta mais perfeitamente o sinal do banquete eucarístico, e expressa-se com mais clareza a vontade segundo a qual a nova e eterna Aliança, foi selada no sangue do Senhor, e, ainda, a relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai (cf. Mt 27-29)” (Guia Litúrgico Pastoral, p. 30).

Ritos Finais

1. A oração após a comunhão pede que o Espírito da caridade, que é dom permanente de Cristo, nos faça viver unidos com o amor do Pai.

2. Com base na oração sobre o povo n. 2 do Missal Romano, apresentamos o texto abaixo, incrementando-o com aspectos sintéticos do mistério celebrado neste domingo:

Concedei, ó Deus, aos vossos filhos e filhas, vossa assistência e vossa graça;
dai-lhes ouvidos de discípulos e coragem no testemunho da vossa Palavra; fazei que se amem como irmãos e estejam sempre atentos à vossa vontade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. (segue-se com a bênção...)

3. As palavras do rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Mostrem a todos com o vosso testemunho o Cordeiro de Deus. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

10- CONSIDERAÇÕES FINAIS

É para nos lembrar disso que seis vezes em cada Missa se reza: “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, tende piedade de nós, dai-nos a paz”. Para conseguirmos isso, para sermos capazes desta missão, nós nos alimentamos com o Corpo e Sangue do Cordeiro imolado e ressuscitado que nos encoraja na missão.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos

Pe. Benedito Mazeti

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