18 de janeiro de 2015
Leituras
1Samuel 3,3b-10.19
Salmo 39/40,2 e 4ab.7-8a.8b-9.10
1Coríntios 6,13c-15ª17-20
João 1,35-42
“EIS O CORDEIRO DE DEUS”
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do
Cordeiro de Deus. Este domingo liga a festa do Batismo do Senhor e a sua
atividade pública na Galiléia. Hoje foi escolhido o Evangelho de João, mais
adequado para encabeçar a narração da vida pública, pois coloca em plena luz o
sentido messiânico da vinda de Jesus, que Marcos faz aparecer aos poucos, ao
longo de sua narração, nos próximos domingos.
Nós cremos no
amor do Pai que nos chama pelo nome e nos convida a entrar no seguimento de seu
Filho. Pedimos que Ele nos renove e nos engaje na missão do Cordeiro de Deus,
na luta para desativar os mecanismos de morte dentro e fora de nós, na Igreja e
na sociedade.
Celebramos a
Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na luta de todas as pessoas e grupos
que dão testemunho de vida nova e que continuam a missão de Jesus de tirar o
pecado do mundo.
Que toda a
terra se prostre diante de ti, ó Deus, e cante louvores ao teu nome, Deus
Altíssimo! (Salmo 65,40). Com o Salmo 65/66, somos chamados a adorar o Senhor
com todo o universo:
Toda terra te
adore,/ Ó Senhor do universo
Os louvores do
teu nome,/ Cante o povo em seus versos!
2- REFLEXÃO BÍBLICO, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os
textos
Primeira leitura – 1Samuel 3b-10.19. Samuel
é uma figura-chave na história do povo de Deus do Primeiro Testamento. Viveu e
desempenhou um papel de liderança na transição da época dos juízes para a época
dos reis.
Que o próprio
povo de Deus do Primeiro Testamento tinha consciência desta posição-chave de
Samuel na história deriva-se de textos como Salmo 98/99,6 e Jeremias 15,1, onde
ele é mencionado ao lado de Moisés.
Como no caso
de Isaias (6,1-6) Samuel é chamado em um santuário e Amós recebe uma visão
importante em um santuário (Amós 9,1-4). O menino Samuel estava a serviço de um
sacerdote, enquanto Jeremias e Ezequiel eram, eles mesmos, sacerdotes. Os três
receberam o encargo para proclamar o castigo inevitável daquilo que estimavam e
amavam.
Samuel, o
filho que Deus concedeu a Ana, mulher estéril, acolhendo a sua oração
confiante, tinha sido oferecido pela mãe ao serviço do Templo (cf. 1Samuel
2,9-28). Ainda muito jovem, Samuel é chamado por Deus para ser seu profeta e
juiz do povo. A cena desenrola-se no santuário, de noite: o jovem é despertado
pelo Senhor que o interroga três vezes, e que Samuel confunde com o sacerdote
Heli. O jovem ainda não conhecia a voz divina: será o seu mestre a guiá-lo na
compreensão e a indicar-lhe o caminho a seguir.
Estamos
perante uma narração de vocação profética muito bem elaborada: como sempre,
neste tipo de composição é o Senhor a tomar a iniciativa e a bater
insistentemente ao coração do homem. Escolhe surpreendentemente quem é fraco,
pequeno e, muitas vezes, aparentemente inadequado para a missão que deverá
cumprir. Assim sucedeu com Moisés (cf. Êxodo 3), com Gedeão (cf. Juízes 6) e
com Jeremias (cf. Jeremias (cf. Jeremias 1): no texto de hoje, o Senhor escolhe
um jovem, ainda sem experiência.
Salmo responsorial 39/40,2-4.7-10 O Salmo 39/40 começa com a ação de graças,
contando sua libertação: a pessoa humana pôs sua esperança em Deus, Deus
respondeu “salvando da cova”, isto é, do grave perigo da morte. É um salmo de
ação de graças individual, inspirado numa pessoa que passou por grave situação
e clamou por Deus. Ela foi ouvida e agora vem agradecer, provavelmente no
Templo de Jerusalém, cercada por muitos peregrinos, curiosos em saber como tudo
aconteceu.
O Salmo é
resultado da superação de um terrível conflito entre o justo e os injustos. O
salmista afirma que, antes de clamar a Deus, estava caindo na cova fatal e no
brejo de lodo (versículo 3a). Depois de clamar, Deus o libertou, o pôs em pé
sobre a rocha, firmou-lhe os passos e encheu-lhe a garganta de louvores.
(versículos 3b-4a).
A conseqüência
da libertação é, para o salmista, um canto de ação de graças: é o próprio Deus
que põe em sua boca, porque lhe permitiu viver e louvar esse Deus libertador. O
salmo mostra Deus que ouve o clamor e liberta, fazendo a pessoa cantar a ação
de graças.
Além da
obediência sincera aos mandamentos da Aliança, Deus quer a resposta do louvor,
em forma pública, para ensinamento dos outros. O salmista protesta diante de
Deus por ter cumprido seu ofício perante a “assembléia”: neste louvor, a pessoa
humana se torna portadora da revelação para a sua comunidade.
O rosto de
Deus no salmo 39/40. Um Deus que inclina o ouvido, isto é, se aproxima
(versículo 2), faz subir, coloca o fiel em pé sobre a rocha e firma seus passos
(versículo 3), provocando nele a ação de graças (versículo 4). Um Deus que quer
a prática da justiça em lugar de sacrifícios (versículos 7-9), pois Ele próprio
é justo, fiel, salvador, amoroso e verdadeiro (versículos 10-11).
A Carta aos
Hebreus (10,7), aplica a Jesus este salmo que cumpriu plenamente a vontade de
Deus entregando sua vida por nós na cruz. Nos evangelhos, encontramos como
Jesus realizou a vontade do Pai: “O meu alimento é fazer a vontade daquele que
me enviou e realizar a sua obra” (João 4,34). E como realizou a vontade do Pai?
Basta ler os evangelhos.
Cantando este
Salmo, peçamos ao Senhor a força do seu Espírito, para que sejamos capazes de
compreender a nossa vocação e possamos ser fiéis cumpridores de sua vontade.
Segunda leitura – 1Coríntios 6,13c-15a.17-20.
A Igreja de Corinto, fundado pelo Apóstolo Paulo no ano 51 depois de
Cristo, é numericamente florescente, social e culturalmente variada, e os seus
membros são na sua maioria de origem pagã-helenista. Bem depressa se manifesta
divisões no interior da comunidade, devido ao ensinamento de mestres que
modelam a mensagem cristã segundo as suas convicções filosófico-religiosas. Um
dos problemas sobre o qual Paulo deve interferir é o conceito da corporeidade e
por conseqüência da sexualidade.
A antropologia
semita é muito diferente da helenista. Para os gregos, o corpo é o invólucro e
a prisão em que está encerrado o espírito, a verdadeira essência do homem. Para
a Bíblia hebraica, pelo contrário, o homem é uma unidade de interioridade e de
exterioridade que, embora complexa, é tão forte que se pode dizer que o homem
não “tem”, mas “é” um corpo. É o corpo que fornece historicidade e relações,
que constrói no tempo e no espaço comunicação e comunhão com os outros e com
Deus. Por isso Paulo pode afirmar que “o Senhor é para o corpo” (versículo
13c), ou seja, que o Senhor se une à pessoa na sua totalidade, às suas
relações, aos seus afetos, aos sonhos e às emoções.
A partir
dessas premissas, é muito discordante também a avaliação da sexualidade em
comparação com a mentalidade do mundo grego. Se para os gregos o exercício da
sexualidade é indiferente no que diz respeito à vida espiritual, para Paulo, na
sexualidade, comercializada e sem amor, o discípulo de Cristo renega a sua própria
pertença ao seu Senhor e profana o seu corpo, santuário em que pode celebrar o
culto da sua vida oferecida a Deus.
No matrimônio
cristão, a doação mútua dos esposos deve ser verdadeira entrega a Cristo.
Vinculando a sexualidade diretamente a Cristo, Paulo preparou uma visão
personal da mesma.
O corpo dos
batizados é templo do Espírito Santo (versículos 18-20). Assim sendo, não pode
compactuar com a fornicação, que é um pecado contra o próprio corpo, falta que
Paulo esconjura. Há outros pecados contra o corpo (suicídio, embriagues...),
mas a fornicação é praticada no corpo e com o corpo, sendo mais corporal ou
carnal, já que na prática sexual o corpo e espírito, corpo e pessoa, corpo e
individualidade estão mais simultaneamente envolvidos do que em qualquer outra
atividade. O instinto do pudor nos mostra como as experiências sexuais marcam a
personalidade! Na prostituição não se compra apenas um corpo: vende-se o
próprio corpo, solapa-se a consciência do seu valor pessoal. O pecado carnal
não fica só na carne. Os diretores de consciência garantem que os pecados da
carne enfraquecem as faculdades superiores: inteligência e vontade.
Evangelho – João 1,35-42. Todo o primeiro capítulo do Evangelho de
João é uma introdução ao resto do Evangelho. Como no trailer de um filme os
principais atores são apresentados no papel que desempenham, assim João deu à
introdução de seu Evangelho a forma de uma apresentação dos principais
personagens e grupos de pessoas cujo papel posterior já é sugerido. Neste
“trailer” João Batista desempenha o papel de apresentador. Por meio dele
conhecemos Jesus e também os que crerão Nele (João 1,35-41), como os judeus que
O rejeitarão (João 1,19-28).
O Evangelho de
João apresenta Jesus como a realização das expectativas mais profundas da
pessoa humana. Para mostrar isso desde o início, ele acumula no primeiro
capítulo uma multidão de títulos messiânicos atribuídos a Jesus. João nos dá
esta lista: Logos (versículos 1.14); Deus (versículos 1c.18b); a Vida e a Luz
(versículo 4; cf. 5.9); o Unigênito (versículos 14d.18b); o Filho (versículo
18); o Cordeiro de Deus (versículos 29.36); o Filho de Deus (versículos 34.49);
o eleito de Deus (versículo 34); o Messias (versículo 41); cf. 45); o Rei de
Israel (versículo 49); o Filho do Homem (versículo 51. São doze os títulos só
no primeiro capítulo.
O texto da
liturgia de hoje é a primeira parte do episódio de João 1,35-51, que narra a
vocação de Pedro e André, Filipe e Natanael. O episódio todo é constituído conforme o princípio da “transmissão de convite”.
Jesus encontra João; este coloca dois de seus discípulos em contato com Jesus;
seguem o divino Mestre (João 1,35-39). Um deles André (João 1,40), convida seu
irmão Pedro (João 1,41-42). Depois Jesus encontra Filipe (versículo 43) e este
convida Natanael. A atuação de André, convidando Pedro, e de Filipe, convidando
Natanael, é estritamente paralela. Possivelmente, o Evangelho recorde estas
coisas com tanto carinho, porque prefiguram a missão dos primeiros cristãos,
que depois da morte de Jesus deviam levar o convite adiante, de pessoa a
pessoa, como ainda nós hoje.
A lição obvia
do relato é bem simples: alguns amigos, provavelmente Filipe e André (sempre
juntos, aliás, no Evangelho: João 2,40-45; 6,5-9; 12,20-21; Atos 1,13), que
também são discípulos do Batista (versículo 35) descobrem o Messias e o seguem.
É o início de sua vocação apostólica.
Bem depressa, aliás, eles o comunicam a seus irmãos ou conhecidos (versículos
41 e 45) e fazem nascer outras duas vocações apostólicas: de Pedro e Natanael.
Uma teologia
da vocação transparece, pois, na narrativa de João. A rede dos conhecimentos
humanos pode contribuir para o despontar de uma vocação: a amizade, a
concidadania, a troca de um ideal comum em torno do Batista, a fraternidade
segundo a carne foram ocorrências da vocação de quatro discípulos. A vocação
não é um chamado desumanizado; e ela toma vulto das nas relações humanas mais
naturais e comuns.
E, no entanto,
a vocação é, claramente, um apelo de Deus e de Cristo: a autoridade com que
Cristo troca o nome de Simão (versículo 42b), o olhar que Jesus lança sobre
Pedro, é mais expressivo do que qualquer palavra (versículo 42a), o
conhecimento misterioso que Jesus tem de Natanael (versículo 48) e sobretudo, a
estranha atração do Mestre pelos dois discípulos
de João Batista (versículo 38), demonstram claramente que, embora inserida no
humano, a vocação é iniciativa de Deus. Assim, ao mesmo tempo, apelo divino e
atitude humana, a vocação prolonga na vida de cada pessoa “chamada” o mistério
do Homem-Deus.
Alem desta
cena tão simples da vocação dos primeiros apóstolos, João nos convida a
importantes desdobramentos doutrinais, válidos para todos os discípulos de
Cristo. A narração gira em torno de palavras-chaves: seguir e procurar
(versículos 37 e 38) e uma tríplice recompensa: encontrar, ver e morar
(versículos 39-41).
Para João,
“seguir Cristo” tem uma ressonância mais escatológica do que nos outros
evangelistas: é munir-se dos meios prescritos para um dia chegar lá onde “mora”
Cristo (João 12,26; 10,9-10). Ora, Cristo vive numa glória adquirida pela cruz;
é portanto normal que o discípulo, por sua vez, se engaje nessa cruz para
segui-Lo (Mateus 16,24; João 12,26).
A “morada” é
igualmente um tema que muito se aproxima da glória (João 14,1-3; 14,10) e a
estada que os discípulos André e Filipe têm na morada misteriosa de Cristo, no
término de suas pesquisas (versículos 35 e 39), traz presente perfeitamente
esta casa do Pai onde, um dia, todos os discípulos de Cristo o encontrarão na
glória.
A dupla “procurar-achar”
é também significativa. Já o encontramos nos escritos de Lucas a respeito da
cena no Templo de Jerusalém, quando Jesus ali ficou, sem os pais saberem, como
que para levá-los a procurar o Menino (Lucas 2,41-51). Assim, a dupla
“procurar-achar” adquire, sob a caneta de João, um colorido nitidamente
sapiencial que não estava, aliás, totalmente excluída da narração de Lucas
2,41-51, se lembrarmos que aquele relato está cercado de versos referentes à
sabedoria de Jesus (Lucas 2,40.52)
A vocação geral
do Apóstolo ou a vocação geral do discípulo e do cristão seguem, finalmente, o
mesmo itinerário, exigem idênticas disposições de espírito e a mesma atitude de
Deus. O apelo de Deus convida a compartilhar de sua vida e de sua glória,
convida a Nele permanecer; porém o caminho que conduz a pessoa humana a essa
glória passa necessariamente pela cruz e morte de seu egoísmo latente.
3- A PALAVRA CELEBRADA VIVIDA NO COTIDIANO DA VIDA
Do mesmo modo
que acontece com Samuel, nós também necessitamos de muitos chamados de Deus
para identificar a sua voz e, especialmente, para compreender o que ele quer de
nós.
Deus nos chama
muitas vezes, na adesão aos Sacramentos, no convite À vocação; chama-nos de
muitas formas e, com certeza, cada um de nós recorda o momento singular em que,
como Samuel, identificou claramente a sua voz, momento definitivo de nossa
adesão a ele.
Mesmo assim,
ao escutá-lo, nem sempre é fácil decidir-nos, como o salmista, pela alegria de
fazer a sua vontade. Seguidamente, ousamos pedir-lhe que faça a nossa vontade e
relutamos em compreender quando esta não se concretiza.
Na verdade, só
conseguimos entender as propostas do Senhor quando experimentamos o encontro
pessoal com Jesus Cristo. A cada encontro nos vemos transformar e, mesmo que as
dificuldades envolvam nossa caminhada, não o deixamos. Dia a dia nos
comprometemos com ele e com seu plano de amor. O encontro com Jesus, tal qual
aconteceu com os discípulos, invade nossa vida e, a partir daí, nunca mais
seremos os mesmos.
“Essa realidade
se faz presente em nossa vida por obra do Espírito Santo, o qual também nos
ilumina e vivifica através dos sacramentos. Em virtude do Batismo e da
Confirmação, somos chamados a ser discípulos missionários de Jesus Cristo e
entramos na comunhão trinitária na Igreja. Esta tem seu ponto alto na
Eucaristia, que é princípio e projeto da missão do cristão” (Documento de
Aparecida, 153).
Experimentamos
a presença de Jesus e nos tornamos seus discípulos-missionários comprometidos
em anunciá-lo para que mais pessoas o conheçam, possam amá-lo e transformem-se,
também, em seus discípulos.
Nas exigências
do mundo atual, esta não é uma tarefa fácil; é preciso que estejamos
constantemente na presença de Jesus para que ele nos fortaleça e sejamos
capazes de conduzir outras pessoas para esse encontro.
O novo Projeto
de Evangelização da Igreja do Brasil, à luz da Conferência de Aparecida, propõe
uma pedagogia da Missão Permanente. Nesta pedagogia, o processo de formação do
discípulo-missionário tem como um de seus aspectos fundamentais o encontro com
Jesus Cristo, que culmina com a maturidade do discípulo pelo testemunho
pessoal, repercutindo no anúncio e na ação missionária na comunidade.
“O encontro
com Jesus, graças à ação invisível do Espírito Santo, realiza-se na fé recebida
e vivida na Igreja” (Documento de Aparecida, 246).
E onde
encontramos Jesus hoje?
Nós o
encontramos na oração pessoal e comunitária, na Sagrada Escritura, na Sagrada
Liturgia, assim como no irmão que necessita de nosso auxílio e afeto, seja qual
for o motivo (cf. Mateus 25,
Assim, temos o
vivo convite para que o encontro com Jesus, o qual nos inunda com seu amor, não
seja guardado apenas para nós, mas que nos deixemos transformar e, como São
Paulo, digamos: “Ai de mim, se eu não evangelizar” (1Coríntios 9,16).
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
Cristo entrega seu Corpo e sua Palavra à comunidade
A comunidade,
como discípula obediente de Jesus, é orientada a não deixar “cair por terra
nenhuma de suas palavras”. Seu crescimento na fé e a contínua presença do
Senhor em sua vida estão ordenadas a fazer plena e real a graça na própria
existência do discípulo, lá onde ele mora. Onde habitamos – leia-se onde e com
quem desenvolvemos nossos afetos e relações, nas situações em que desenvolvemos
nossa inteligência e aplicamos nossas energias – é lugar para cumprimento da
Palavra de Deus.
Cesário de
Arles, nos séculos V-VI foi monge e bispo dedicado à pregação. É dele o
seguinte ensinamento:
Eu lhes
pergunto, irmãos e irmãs, digam o que, na opinião de vocês, tem mais valor: a
Palavra de Deus ou o Corpo de Cristo? Se quiserem dar uma verdadeira resposta,
certamente deverão dizer que a Palavra de Deus não vale menos que o Corpo de
Cristo. E por isso, todo cuidado que tomamos quando nos é dado o Corpo de Cristo,
para que nenhuma parte escape de nossas mãos e caia por terra, tomemos este
mesmo cuidado, para que a Palavra de Deus que nos é entregue, não morra em
nosso coração enquanto ficamos pensando em outras coisas ou falando de outras
coisas; pois aquela pessoa que escuta de maneira negligente a Palavra de Deus,
não será menos culpada do que aquela que, por negligência, permitir que caia
por terra o Corpo de Cristo.
Acompanhar o Senhor e viver com Ele
Como a nossa
comunidade realizará o seu discipulado daqui para frente, no ano novo que se
abre perante nossos olhos, no caminho que expande aos nossos pés é questão
urgente a ser respondida. Acompanharemos o Senhor Jesus por onde Ele for e onde
Ele estiver para aprender e viver com ele – seja na dor ou na alegria de nossos
irmãos e irmãs, segundo suas circunstâncias de vida – na busca de realizar a
vontade de Deus? Aí está uma situação que deveremos resolver a contento, sob
pena de contrariar o conselho do Apóstolo: “Porventura ignorais que vossos
corpos são membros de Cristo? Quem adere ao Senhor torna-se com ele um só
espírito (...) Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo que
ora em vós e que vos é dado por Deus? (...) Então, glorificai a Deus com o
vosso corpo.”
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Na Liturgia, a
cada celebração, encontramos Jesus: “Ao vivê-la, celebrando o mistério pascal,
os discípulos de Cristo penetram mais nos mistérios do Reino e expressam, de
modo sacramental, sua vocação de discípulos e missionários” (Documento de
Aparecida, 250).
É importante
que identifiquemos a presença do Mestre, quando ouvimos sua Palavra e a ele
respondemos nas orações, nos gestos, nos cantos, e, especialmente, depois
sintamos sua presença real no pão da Eucaristia.
Certificamos
este encontro quando aclamamos o Evangelho deste Domingo, com a antífona que
diz: “Encontramos o Messias, Jesus Cristo, de graça e verdade ele é pleno; de
sua imensa riqueza graças, sem fim, recebemos (João 1,41.16-17).
Sim,
encontramos o Messias, nós também, como os discípulos do Evangelho, e este é o
anúncio que não podemos calar, que devemos testemunhar, deixando que esse
encontro nos faça desejar ficar com o Mestre, transformados e fortalecidos por
sua presença em nós, em nossas vidas, encorajando-nos a assumir o discipulado e
a missão, em unidade com a Igreja, atendendo ao que nos diz a Mensagem da
Conferência de Aparecida: “O primeiro convite que Jesus faz a toda pessoa que
viveu o encontro com ele é o de ser seu discípulo, para colocar os seus passos
sobre suas pegadas e formar parte da sua comunidade”.
Firmemos nosso
caminhar nas pegadas de Jesus e formemos comunidade com ele no mundo!
6- ORIENTAÇÕES GERAIS
1. Cada pessoa
que chega deve sentir-se de fato na Casa aconchegante de Deus. Por isso, é de
suma importância que todos sejam bem acolhidos, num espaço também acolhedor.
Não de Maneira formal, artificial, como acontece muitas vezes em ambientes de
prestação de serviços públicos. Mas de maneira profundamente humana, carinhosa,
afetuosa, divinamente humana. Acolher na celebração é uma forma de oração!
Valorizar o encontro de irmãos, a acolhida das pessoas e alegria que deverá
perpassar toda a celebração.
2. O mês de janeiro,
para muitos, é um período de férias e descanso. Valorizar este tempo como propício
para avaliação da vida e um encontro mais profundo como o Senhor. Não devemos
sobrecarregar nossas comunidades com muitos serviços. O descanso também é
sagrado.
3. Dia 20, lembramos São
Sebastião. Muitas comunidades celebram a festa do mártir que deu a vida por
amor a Cristo e à Igreja, dia 21, lembramos a memória de Santa Inês, virgem e mártir. Inês pertencia à nobreza
romana, mas era antes de tudo cristã. O nome Inês deriva de uma palavra grega
que significa “casta”.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é parte
necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou
enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar
a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com
cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto,
não basta só saber que os cantos são do Tempo Comum, é preciso executá-los com
atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a
comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente
cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 2º Domingo do Tempo
Comum. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra
proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia
é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral
ou de um movimento.
Ensina a
Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além
de unir a assembleia, “inseri-la no mistério celebrado” (IGMR nº 47). Nesse
sentido o Hinário Litúrgico III da CNBB nos oferece uma ótima opção, que estão
gravados no CD: Liturgia VI e Cantos de Abertura e Comunhão. Encontramos também
no Ofício Divino das Comunidades ótimas opções.
1. Canto de abertura. Louvor a Deus num horizonte universal (Salmo 65/66,4).
Cantando o Salmo 65/66, somos chamados a adorar o Senhor com todo o universo.
“Toda a terra te adore, ó Senhor do universo”, CD Liturgia VI, melodia da faixa
1. Outro ótimo canto de abertura, para esta celebração, em consonância com o
mistério celebrado, sobretudo com a segunda leitura, pode ser: “Nós somos muitos,
mas formamos um só corpo”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa
6. Todas as estrofes coincidem na afirmação da identidade da assembléia com o
Corpo de Cristo sob os aspectos vários da participação litúrgica e existencial:
reunião, o partir o pão, o cálice abençoado, a obediência, a memória, o mesmo
Espírito, etc. O Senhor sempre necessitou de cristãos comprometidos para ajudar
na messe. Como o Senhor chamou seus primeiros discípulos, Ele continua nos
chamando hoje para a missão junto ao povo de Deus, sobretudo os mais sofridos. Uma
terceira excelente opção também pode ser o canto: “O Senhor necessitou de braços”,
CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 9. Como canto de abertura,
não podemos deixar de entoar um destes cantos, que nos introduz no mistério a
ser celebrado.
2. Ato penitencial. Sugerimos a
fórmula 1 do Missal Romano, página 393, que contempla a Verdade de Deus que
ilumina os povos e a Vida que renova o mundo. Pode-se substituir o Ato
Penitencial pela aspersão com água.
3. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas...” Vejam o CD Tríduo
Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas, Partes fixas do Ordinário da
Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por
Irmã Miria e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de
Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo,
exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
4. Salmo responsorial 39/40. A
alegria de assumir a vocação de Deus: “Eis-me aqui”. “Eu disse: Eis que venho, Senhor, com prazer faço a vossa vontade!”
CD: Liturgia IX, melodia da faixa 1.
O Salmo
responsorial é uma resposta que damos àquilo que ouvimos na primeira leitura.
Isto mostra que o salmo é compromisso de vida e ele também atualiza e leitura
para a comunidade celebrante. Primeira leitura, Palavra proposta e o salmo
Palavra resposta. Por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser
Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
5. Aclamação ao Evangelho. “Fala,
Senhor, teu servo escuta” (1Samuel 3,10); “Encontramos o Messias!” (João 1,41.17b).
“Aleluia... Fala, Senhor, que te escuta teu servo! Tu tens palavras de vida
eterna! CD: Liturgia XI, melodia da faixa 2. O canto de aclamação ao evangelho
acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical, página 250.
Aleluia é uma
palavra hebraica “Hallelu-Jah” (“Louvai ao Senhor!”), que tem sua origem na
liturgia judaica, ocupa lugar de destaque na tradição cristã. Mais do que
ornamentar a procissão do Evangeliário, sempre foi a expressão de acolhimento
solene de Cristo, que vem a nós por sua Palavra viva, sendo assim manifestação
da fé presença atuante do Senhor.
Esta aclamação
é quase sempre “ALELUIA” (menos nas missas da Quaresma por seu um tempo
penitencial). É uma aclamação pascal a Cristo que é o Verbo de Deus. É um
vibrante viva Deus. Os versos que acompanham o refrão devem ser tirados do
Lecionário.
6. Apresentação dos dons. O
canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração. “De mãos estendidas”,
CD Liturgia VI, melodia da faixa 4.
7. Canto de comunhão. O Cordeiro
veio ao mundo para tirar o pecado da humanidade (João 1,29). Sem dúvida, o canto de comunhão mais
adequado para esse Domingo é “Jesus passa e o Batista aponta: “Eis o Cordeiro
de Deus!”, (João 1,35-36) articulado com o Cântico de Zacarias (Lucas 1,68-79),
CD: Liturgia VI, melodia da faixa 5. No Hinário Litúrgico III da CNBB,
encontramos outras duas versões do Cântico de Zacarias nas páginas 346 e 347.
Este canto retoma o Evangelho na comunhão de maneira autentica. O refrão para
este domingo é: “Houve um tempo em que éramos
trevas, hoje andamos à luz de tua luz. Tua face é que nos ilumina, para
andarmos no claro, ó Jesus!”.
O canto de
comunhão deve retomar o sentido do Evangelho do 2º Domingo do Tempo Comum, o Domingo
do Cordeiro de Deus. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que
se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que
nos dá o “tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística
reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da
Eucaristia. Isto significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é
compromisso com o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou
no Evangelho, nós o comungamos no pão e no vinho. É de se lamentar que muitas
vezes são escolhidos cantos individualistas de acordo com a espiritualidade de
certos movimentos, descaracterizando a missionariedade da liturgia. Toda liturgia
é uma celebração da Igreja e não existem ritos para cada movimento e nem para
cada pastoral. Cantos de adoração ao Santíssimo, cantos de cunho individualista
ou cantos temáticos não expressam a densidade
desse momento. Tipos de cantos que devem ser evitados numa celebração
eclesial: “Eu amo você meu Jesus”; “Ti olhar, ti tocar”; “Fica comigo Jesus”.
Forma de
executar o Canto de Comunhão. A forma que a tradição litúrgica oferece para o
Canto de Comunhão, a de um refrão tirado do texto do Evangelho do dia alternado
por versos de um salmo apropriado, foi mantida no 3º fascículo do Hinário
Litúrgico da CNBB, nos cantos de Comunhão dos Anos A, B e C.
9. Canto de louvor a Deus após a
comunhão. Este canto é opcional. O que não pode faltar é o sagrado
silêncio após a comunhão. Enquanto a assembléia ora uns instantes em silêncio,
“pode-se” entoar um salmo ou canto de louvor a Deus.
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Gregório
Lutz, conhecido liturgista, há pouco tempo lançou um escrito
chamado “Eucaristia, a família de
Deus em festa”. Nesse opúsculo, ele relata e argumenta de forma bastante clara
e simples sobre a dimensão “festiva da Eucaristia”. Ele diz que esse caráter
festivo pode ser visualizado nas vestes dos convidados, nas toalhas, velas e
flores do espaço, que indicam a presença daquele que é festejado e da alegria
dos convidados em desfrutarem a sua “hora”.
2. Com
simplicidade, o espaço sagrado deve manifestar esta alegria de celebrarmos a “Festa
de Deus com a humanidade”. Toalhas simples, limpas e bonitas, sem muitos
brocados e bordados, que transmitam a dignidade do acontecimento. Tudo deve
evocar a alegria de vestes dos ministros e ministras não podem chamar mais
atenção do que Aquele que deve ser lembrado e que deve transparecer na
proclamação dos textos e na oração de ação de graças e suplica.
3. Vemos por
aí muito exagero nas vestes – muito brilho, muito glamour, muitos floretes – e
nas toalhas e demais alfaias – rendas, brocados, franjas, pregas até na toalha
do Altar – que dão às vestes litúrgicas das pessoas e do altar a aparência de
“figurino” de teatro, de árvore de Natal ou alegoria. Beleza não é sinônimo de
estardalhaço visual, plumas e paetês. Isso fica bem no carnaval. Mas o bom uso
das cores, dos tons irá conduzir a feliz certeza da presença de Deus que nos
põe em ritmo de festa...
9. AÇÃO RITUAL
Na celebração,
recordamos nossa vocação de participantes na Páscoa de Cristo Jesus. Toda nossa
vida é lida e construída a partir deste acontecimento. Nossa vida vai sendo
assumida como extensão da vida do Crucificado-Ressuscitado que está presente em
nosso meio e trabalha – qual servo – conosco em favor do Reinado de Seu Pai.
Ritos Iniciais
1. Um pouco
antes da celebração, a comunidade pode cantar um refrão meditativo.
2. Logo após o
beijo do Altar e terminado o canto de abertura, sugerimos que a saudação do
presidente seja a fórmula “c” do Missal Romano inspirada em 2Tessalonicensses
3,5:
“O Senhor, que encaminha os nossos corações
para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco”.
3. Após a
saudação inicial, conforme propõe o Missal Romano, dar o sentido litúrgico da
celebração, isto é, o mistério celebrado:
Domingo do testemunho de João Batista.
Ajudados por João Batista, reconhecemos Jesus coimo o Cordeiro de Deus que tira
o pecado do mundo, fazemos a experiência da intimidade com Ele e renovemos o
compromisso de dar testemunho em Seu nome.
4. Após a
saudação inicial, apresentar o sentido da celebração, abrindo para a recordação
da vida, com acontecimentos que marcaram a semana que passou: fatos tristes e
alegres da comunidade, da diocese, do Brasil e do mundo, procurando perceber, na
história, a realização da Páscoa do Senhor na vida. Valorizar o testemunho de
pessoas ou instituições que apontam para o Cordeiro de Deus, libertando as pessoas
da cegueira, das drogas e dos vícios, do analfabetismo, das doenças, da
tristeza e do abandono. Esse testemunho pode ser dado também durante a homilia.
5. Para o Ato
penitencial sugerimos a fórmula 1 do Missal Romano, página 393, que contempla a
Verdade de Deus que ilumina os povos e a Vida que renova o mundo.
6. Muito
significativo, no início do tempo comum, substituir o Ato Penitencial pela
bênção da água e recordação do batismo.
7. Cada
Domingo do Tempo Comum é Páscoa semanal. Cantar de maneira festiva o Hino de
louvor (glória).
8. Que Deus
nos dê a sua paz. A Oração do Dia reza por todos os que se empenham pela paz e
pela justiça de Deus, os “servos” e “filhos” de Deus. Com isso, o tema da
reflexão de hoje é o tema da vocação a ser filho e filha de Deus, conforme o
modelo de Jesus Cristo, proclamado tal na ocasião de seu batismo. A nossa
vocação é uma participação na do Cristo, mediante o Espírito que permanece Nele
e nos faz permanecer Nele, para que nós, os novos servos de Deus, sejamos
aqueles que, de todos os modos possíveis, tirem o pecado do mundo,
empenhando-nos pela paz e justiça de Deus.
Rito da Palavra
1. Todo o
enfoque da celebração está no segmento obediente a Jesus, Palavra de Deus entre
nós. Uma procissão luminosa com o Evangeliário seria muito precisa para
manifestar esta dimensão vocacional da vida cristã. Podem-se envolver homens e
mulheres que tenham algum trabalho específico no âmbito da promoção da vida, da
justiça e da paz ou mesmo, crianças da catequese/comunidade, que são a promessa
feliz no seguimento de Jesus e do crescimento na fé no Evangelho. Onde for
possível, sugerimos que a comunidade se aproxime do Ambão e fique ao redor para
escutar a proclamação da Boa-Nova.
2. A profissão
de fé poderá ser recitada pela comunidade, tendo o Evangeliário em destaque
diante da assembléia.
3. João no seu
Evangelho destaca vários títulos do Messias. Substituir as preces pela Ladainha
dos títulos de Jesus em
João. Podemos chamar de Ladainha do Verbo de Deus:
Senhor, tende
piedade de nós. (bis)
Cristo, tende
piedade de nós. (bis)
Senhor, tende
piedade de nós. (bis)
Jesus, Cordeiro de
Deus, tende piedade de nós.
Jesus, Verbo de Deus,
tende piedade de nós.
Jesus, Deus
verdadeiro, tende piedade de nós.
Jesus, Caminho
Verdade e Vida, tende piedade de nós.
Jesus, Luz do mundo,
tende piedade de nós.
Jesus, Unigênito do
Pai, tende piedade de nós.
Jesus, Eleito de
Deus, tende piedade de nós.
Jesus, Messias,
tende piedade de nós.
Jesus, Filho do Deus
Vivo, tende piedade de nós.
Jesus, Filho do
Homem, tende piedade de nós.
Jesus, Sabedoria eterna,
tende piedade de nós.
Rito
da Eucaristia
1. Na oração
sobre as oferendas contemplamos a Eucaristia como Sacramento da nossa Redenção.
2. A Oração
Eucarística V traz algumas expressões que seriam bastante elucidativas acerca
do mistério celebrado, permitindo uma ligação mais íntima com a Liturgia da
Palavra, sendo seu desdobramento natural: “Senhor que sempre quisestes ficar
muito perto de nós, vivendo conosco no Cristo, falando conosco por ele (...)”;
“Queremos a vós oferecer (...) este vinho que nos salva e dá coragem”;
“Protegei a vossa Igreja que caminha nas estradas do mundo”. Uma boa melodia
encontra-se gravada no CD Ação de Graças no Dia do Senhor (Paulinas – COMEP).
3. Para as
comunidades que celebram a Palavra de Deus com Ação de Graças e distribuição do
pão consagrado, o mesmo CD traz uma versão de louvor, que se aproxima do
mistério que se proclama na Oração Eucarística V, sem, contudo, causar qualquer
confusão, conforme recomenda a CNBB.
4. Se não for
escolhida a Oração Eucarística V. Se for escolhida as Orações Eucarísticas I,
II e III, escolher o Prefácio para os Domingos do Tempo Comum I que contempla o
Mistério Pascal e a vocação a sermos um povo santo. Vale dizer que a Oração
Eucarística II admite troca de prefácio.
5. Solenizar a
partilha do pão eucaristizado, destacando, na proclamação no canto entoado pelo
(a) solista, e acompanhado pela assembléia com o canto profundamente
contemplativo e orante do Cordeiro de
Deus que tirais o pecado do mundo... Sendo um momento contemplativo, evitar
bater palmas e ginástica litúrgica na fração do pão.
6. Na
apresentação do pão e do vinho consagrados, antes da comunhão, sugerimos que se
use o versículo bíblico conforme a versão latina: “Felizes os convidados para as núpcias do Cordeiro...”.
7. Não sendo
possível repartir entre todos, convém, em razão do sinal que se expressa, que
alguma parte do pão eucarístico obtido pela fração seja distribuída ao menos a
algum fiel no momento da comunhão (cf. Redemptionis Sacramentum, 49).
8. Da mesma
forma, valorize-se, na medida do possível, a comunhão do cálice, sob a espécie
de vinho, para todos os fiéis, pois assim se “ressalta mais perfeitamente o
sinal do banquete eucarístico, e expressa-se com mais clareza a vontade segundo
a qual a nova e eterna Aliança, foi selada no sangue do Senhor, e, ainda, a
relação entre o banquete eucarístico e o banquete escatológico no Reino do Pai
(cf. Mt 27-29)” (Guia Litúrgico Pastoral, p. 30).
Ritos Finais
1. A oração
após a comunhão pede que o Espírito da caridade, que é dom permanente de
Cristo, nos faça viver unidos com o amor do Pai.
2. Com base na
oração sobre o povo n. 2 do Missal
Romano, apresentamos o texto abaixo, incrementando-o com aspectos sintéticos do
mistério celebrado neste domingo:
Concedei, ó Deus, aos vossos filhos e
filhas, vossa assistência e vossa graça;
dai-lhes ouvidos de discípulos e coragem no
testemunho da vossa Palavra; fazei que se amem como irmãos e estejam sempre
atentos à vossa vontade. Por Cristo, nosso Senhor. Amém. (segue-se com a
bênção...)
3. As palavras do
rito de envio podem estar em consonância como mistério celebrado: Mostrem a
todos com o vosso testemunho o Cordeiro de Deus. Ide em paz e que o Senhor vos
acompanhe.
10- CONSIDERAÇÕES FINAIS
É para nos
lembrar disso que seis vezes em
cada Missa se reza: “Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo, tende piedade de nós, dai-nos a paz”. Para conseguirmos isso, para
sermos capazes desta missão, nós nos alimentamos com o Corpo e Sangue do Cordeiro
imolado e ressuscitado que nos encoraja na missão.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas comunidades fora de nossa diocese
que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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