terça-feira, 1 de dezembro de 2015

2º DOMINGO DO ADVENTO - ANO C

06 de dezembro de 2015

Leituras

         Baruc 5,1-9
         Salmo 125/126,1-6
         Filipenses 1,4-6.8-11
         Lucas 3,1-6
  
“TODAS AS PESSOAS VERÃO A SALVAÇÃO DE DEUS”
  
1- PONTO DE PARTIDA

Domingo de João Batista. Uma voz clama no deserto. Deus vem para refazer conosco sua Aliança e nos convida, através do testemunho de João Batista, a prepararmos no deserto os seus caminhos, pela conversão e comunitária.

O 2º domingo do Advento é marcada pela figura de João Batista. É o último dos profetas. João é sinal da intervenção de Deus a favor de seu povo; como precursor do Messias, tem a missão de preparar os caminhos do Senhor: aterrar os vales, aplainar as colinas, endireitar as estradas tortuosas... de oferecer a Israel o “conhecimento da salvação e, sobretudo de indicar Cristo já presente no meio do seu povo. Ele é modelo de humildade, daquele que sabe diminuir para que o outro cresça.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Primeira leitura – Baruc 5,1-9. O convite de Deus é alegrar-se e tirar as vestes de luto e a vestir trajes de festa (Baruc 5,1-2 cf. Isaias 52,1; 61,10); o retorno alegre dos exilados que voltam, livres, por um caminho de glória (Baruc 5,5-6 cf. Isaias 49,22; 60,4). Fala do caminho do retorno preparado por Deus: montes abaixados, vales enchidos (Baruc 5,7); a estrada do deserto plantada de árvores (Baruc 5,8). O profeta Baruc se refere ao retorno do exílio. Convida Jerusalém, que simboliza e sintetiza o povo de Deus, a exultar de alegria, pelas maravilhas que Deus vai operar entre seus filhos e filhas.

Jerusalém, representada na imagem de uma rainha (versículos 1-2), é convidada a depor as vestes de luto, a esquecer os sofrimentos da destruição, da morte de seus filhos, da vergonha e desonra do exílio e a revestir-se com vestes de festa e de alegria. Deus mesmo vai oferecer-lhe o que há de mais precioso: um manto de justiça e um diadema de glória, isto é, salvação e glória.

Deus toma a iniciativa de manifestar diante de todas as nações, a glória e a honra de seu povo (versículos 3-4). A humilhação foi causada pelos pecados de Israel, mas Deus agora encarrega-se de mostrar que Israel continua sendo seu povo, a quem Ele ama com ternura e predileção, e que quer mostrar a todos os povos os efeitos desta predileção.

Este retorno a Jerusalém apresenta-se como um novo Êxodo que o próprio Deus conduzirá, como no passado a coluna de nuvem, com a convivência da totalidade de uma natureza posta a serviço do povo e de seu plano (versículos 7-9).

Salmo responsorial 125/126,1-6. O Salmo 125/126 é uma ação de graças coletiva (versículos 1b-3) e a súplica, expressa em forma de desejo: “Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como as torrentes no deserto” (versículos 4-6). A alegria marca este salmo que canta a bondade do Senhor, que reconduz para casa os prisioneiros de Sião, ou seja, os deportados, em países estrangeiros. Serve de moldura à alegria experimentada pelo prisioneiro Paulo (segunda leitura), devido ao motivo do amor fraterno demonstrado pelos filipenses para com ele.

O rosto de Deus no salmo. Uma ação passada e uma ação esperada (futuro) marcam o rosto de Deus neste salmo. A ação passada é o fim do exílio na Babilônia (mudança de sorte para Sião), e a ação esperada é repetição da anterior (mudança de sorte para o povo, transformando a situação de “deserto” em vida). Na ação passada, nações e Israel reconheceram que Deus foi grande para com seu povo. Para a ação futura, espera-se que continue sendo grande, transformando as lágrimas de semear em canções de colher. Aqui está o rosto de Deus essencialmente o aliado que liberta seu povo sempre e em qualquer situação, realizando para ele o que o ser humano mais deseja, a liberdade e a vida.

Vários aspectos deste salmo ecoam na vida do divino Mestre. A vida de Jesus foi a mudança de sorte os pobres, e a ressurreição dele é a grande mudança de sorte para o povo, a ponto de os discípulos se sentirem fora de si por causa da alegria e do espanto (Lucas 24,41; João 20,19-20). E quando Jesus subiu ao céu, voltaram cheios de alegria. Cristo utilizou a imagem agrícola, convidando-nos a semear, deixando que outros colham; nenhum feixe se perderá quando o Senhor mudar nossa vida, na grande volta à casa do Pai, “pois suas obras os acompanham” (Apocalipse 14,13). Jesus comparou os sofrimentos de seus discípulos às dores de parto que geram o novo, fazendo esquecer as lágrimas passadas (João 16,20-24). Maria assume como próprio este salmo, celebrando o Senhor que fez grandes coisas em seu favor (Lucas 1,49).

Cantando este salmo neste 2º Domingo do Advento, peçamos a Deus que Ele nos dê a alegria da salvação e mude a nossa a caminhada para uma caminhada cristã de luta pela libertação de todos. A plenitude da libertação veio a nós com Jesus Cristo, anunciado por João Batista!

MARAVILHAS FEZ CONOSCO O SENHOR, EXULTEMOS DE ALEGRIA!

Segunda leitura – Filipenses 1,4-6.8-11. Paulo escreveu a carta aos Filipenses no ano 56 em Éfeso ou no ano 62 em Roma e formula uma solene ação de graças (versículos 3-11) tendo como modelo a tradicional esquema da ação de graças judaica: uma bênção (versículos 3-8 e uma invocação (versículos 9-11).

Ele abre a carta aos filipenses com uma ação de graças. É uma abertura alegre e contente do Apóstolo que se dirige à sua comunidade predileta, pois foi lá que ele começou a sua própria atividade apostólica, e não mais apenas como companheiro de Barnabé (cf. Atos 15,39 e 16,12).

Na primeira parte da ação de graças, ele lembra sua ação evangelizadora entre os filipenses, na segunda a necessidade do crescimento no amor. Tanto a evangelização deve chegar a uma perfeição, como também o amor vivido pelos filipenses.

O motivo da ação de graças é a participação dos filipenses na obra de Deus confiada aos apóstolos e colaboradores, o Evangelho (cf. Romanos 1.1).

Sabe-se que em Filipos, os mais diferentes estratos sociais, uma comerciante de púrpura (Atos 16,14), uma escrava (Atos 16,16ss) e um funcionário público, o carcereiro (Atos 16,29ss), foram atingidos pela pregação de Paulo e aceitaram o Cristo. Essa abertura marcante do povo de Filipos foi bem anotada pelo autor dos Atos dos Apóstolos que é Lucas.

A afetuosidade com que Paulo trata a comunidade é rara, mas mostra sua proximidade, honestidade de comportamento (2Coríntios 1,23) e seu desinteresse no trabalho de evangelização (1Tessalonicenses 2,5.10), “vos amo a todos com a ternura de Cristo”. Transparece sua emoção, Paulo, o homem, surge nesta oração de ação de graças. Ele é instrumento de Deus, mas não perdeu a dimensão profunda dos sentimentos humanos, ama. O amor para com a comunidade do qual Cristo é invocado como testemunha é o amor humano elevado a um plano superior. É Cristo que ama nele, pois é Cristo que vive nele (Gálatas 2,20) e o invade de sua caridade (cf. 1,21). Esse nível de amor é o que o Apóstolo Paulo pede para a comunidade.

A intercessão conclui mostrando o conteúdo da oração pela comunidade do versículo 4, “que vosso amor cresça cada vez mais”, que ele seja abundante. Aliás abundância é a característica dos tempos messiânicos ( Romanos 5,15.17), e na vida cristã quando não se progride, se regride, não há espaço para a estagnação. O amor tem que ser cada vez mais forte e profundo para que exista em abundância e se manifeste, no “conhecimento” do Evangelho, palavra de Cristo, pois quem ama guarda e aprofunda as palavras da pessoa amada, deixa-se orientar por ela; e na “sensibilidade do trato com os outros, isto é, a convivência cristã da comunidade.

Evangelho – Lucas 3,1-6. Lucas, como fazem os outros evangelistas, introduz uma preparação ao ministério público de Jesus colocando em primeiro lugar a figura de João Batista e depois o Batismo de Jesus, a genealogia e por fim as tentações no deserto. O Evangelho apresenta a figura de João Batista exercendo um ministério profético no deserto. Ele sentiu, intuiu que Deus estava lhe falando algo sumamente importante: “Foi então que a Palavra de Deus foi dirigida a João, o filho de Isabel e Zacarias, lá no deserto”. E lá foi João, percorrendo toda a região do rio Jordão, “pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados”. Cumpria-se então nele aquilo que, muito antigamente, o profeta Isaías já dissera: “Esta é a voz daquele que grita no deserto: “Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas. Todo vale será aterrado, toda montanha e colina serão rebaixadas; as passagens tortuosas serão endireitadas e os caminhos acidentados, aplainados. E todas as pessoas verão a salvação de Deus”.

“E todas as pessoas verão a salvação de Deus...” faz lembrar o profeta Baruc  - como vimos na primeira leitura – trazendo a salvação em nome de Deus.

É interessante observar que Lucas reserva o anúncio da chegada do Reino de Deus a Jesus e não a João Batista. Para Lucas João é o último e o maior profeta de Israel (cf. Lucas 1,5-25.57-80), mas o distingue claramente do momento messiânico que se inaugura com Jesus. Isto para evitar que o leitor considere Jesus como discípulo de João ou seu amigo íntimo.

O Evento Cristo se deu num momento bem concreto da história. Em outras palavras, Lucas quer inserir no íntimo da história da Salvação, que possui dimensão humana e espiritual, divina, as pessoas de João Batista e Jesus e dá a este acontecimento salvador um alcance universal (cf. versículo 6). Mostra, assim, que a fé cristã fundamenta-se no Jesus histórico, porque Ele entrou de cheio na história humana. A preocupação que está em primeiro plano na mente de Lucas é a entronização de Jesus Messias, Salvador universal e encarnado na história humana.

O versículo conclusivo desta passagem “e todas as pessoas verão a salvação de Deus” (Lucas 3,6) mostra que a intenção de Lucas, sem dúvida, é destacar, como faz em todo o seu Evangelho, a projeção universal da salvação trazida por Jesus. O universalismo da salvação, é uma idéia muito cara a Lucas, visto que ela percorre todo o Evangelho. Tal salvação atingirá todas as classes sociais: ricos ou pobres, homens ou mulheres, judeus ou pagãos, publicanos, pecadores, enfim todos. Os samaritanos e os romanos aceitarão a salvação, mesmo antes dos sacerdotes e levitas.

Lucas também é, o evangelista da bondade e da doçura. Ora, ao prolongar a citação de Isaias 40 até o versículo 5, Lucas pode fazer uma referência  aos caminhos tortuosos que se devem tornar “retos”. Significa que devemos tornar nossos caminhos agradáveis a Deus (cf. Deuteronômio 6,18).

A mensagem fundamental deste texto para o cristão é a conversão. Ele exige uma mudança total, um serviço aos irmãos, aos pobres: igualdade e justiça. A conversão (metanoia) é um apelo e prepara as pessoas para o acolhimento de Cristo. Sem mudança radical, sem serviço aos outros, não há também acolhimento do Cristo. João apresenta-se como exemplo da conversão porque está disposto para a vinda do Cristo. Enfim, conversão é saborear e viver o perdão que Deus nos concedeu. Para se chegar a isso exigem-se humildade, simplicidade, maleabilidade à ação de Deus e combate ao orgulho (versículos 4-5).

João Batista está no deserto ministrando um batismo de conversão. Para Lucas o batismo assume um aspecto missionário e é dado para que todas as nações conheçam a salvação de Deus.

Para todos ainda o batismo é um encontro entre duas liberdades: a de Deus que interpela, a da pessoa humana que se converte; a de Deus que perdoa os pecados; a do ser humano que confessa seu pecado. Se rito existe, ele só se mantém por este diálogo de conversão e de paciência.

Toda celebração eucarística deseja revelar às criaturas a salvação de Deus. O sangue de Cristo é ali oferecido pela multidão, e a comunhão já congrega homens e mulheres de todas as línguas, raças e culturas, até o dia em que as formas fechadas, que separam as pessoas, desaparecerão, enfim, sob o fogo da glória divina.

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

Retornemos ao Evangelho da salvação. Ele nos é apresentado dentro de um contexto bem concreto e o faz citando, de propósito, os nomes dos poderosos da época: o imperador Tibério César, o governador Pôncio Pilatos, os administradores regionais Herodes e seu irmão Filipe, os sumos sacerdotes Anás e Caifás. Esse era o poder oficial de então, mas que tinha muito pouco de “salvador da pátria” no que diz respeito aos pobres. Pelo contrário, era o poder feito de opressores, abuso do poder e morte.

Nesse contexto, aparece João Batista, anunciando a chegada de uma alternativa, de um novo caminho para o povo pobre. Esse caminho é Jesus. Caminho que não passa pela “história oficial”, marcada por ambição, jogo de interesses, paixões e morte. O caminho de Jesus (e sua missão) não é como o caminho dos grandes. É diferente: em vez de tirar a vida das pessoas, entrega a própria, a fim de que todos possam viver. “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundancia” (João 10,10).

João prega um batismo de conversão para o perdão dos pecados. Convida a assumir uma nova história: “Abandonai o jogo dos poderosos! Preparai o caminho do Senhor! Então tudo vai endireitar-se”. Esta é a saída. Para ter vida e liberdade, faz-se necessário voltar atrás, converter-se: aceitar e assumir a novidade que está para chegar. O batismo (isto é, a ação ritual de mergulhar na água) era um sinal que marcava a decisão das pessoas de “mergulhar de cabeça” neste novo caminho: o caminho de Jesus. O batismo sinaliza o início de uma nova história.

Numa palavra, deparam-nos diretamente com a finalidade da missão profética de João Batista: “proclamar o fim da história oficial” de então (feita de intriga, paixões, poder e opressão) e o início da história que Jesus irá construir com os pobres e a partir dos pobres de Javé.

“E todas as pessoas verão a salvação de Deus”, assim nos profetiza hoje a Palavra. Com isso, ela que nos mostrar que “o caminho de Jesus é proposta aberta a todos, inclusive aos que pertencem à “história oficial”, desde que se convertam e endireitem o próprio caminho para serem salvos”.

“Paz da justiça e glória da piedade” serão então a marca do novo tipo de sociedade que Jesus vem propor e inaugurar. A justiça (o plano de Deus) produz paz e bem para todos, e o respeito e amor a Deus (a piedade) produzem a glória, a beleza e o esplendor de nossa sociedade. O contrário é verdade também: a exploração egoísta traz conflitos, e a idolatria do dinheiro, do poder e do prazer traz um mundo desigual e denumano.

Conseqüentemente, é preciso que todos nós, com alegre esperança, colaboremos com Jesus. Como? Afastando todos os obstáculos que bloqueiam a presença da justiça libertadora de Deus em nosso meio.

Obstáculos em nosso próprio coração: egoísmo, ambigüidade, desamor... Os obstáculos no coração de nossa sociedade: estruturas injustas, desigualdades ruinosas, leis que produzem monstros de riqueza ao lado de miseráveis, política em favor só de alguns e não de todos...

Essa Paz da justiça não provem de uma justiça qualquer, inventada por nós e feita sob a nossa medida, conforme nossos próprios interesses. Ela está no Jesus Cristo que vem. Para conhecer esta paz, importa ver o que Jesus faz, e preparar-se para fazer o mesmo, como indivíduo e como sociedade. Vivermos conforme a justiça que Jesus nos mostra, participarmos do amor que Ele tem ao Pai, isso vai ser nosso brilho e felicidade.

O sentido do Advento e do Natal não é algo sentimental: chorar de emoção por causa de uma criancinha. É alegrar-se porque aquele que podemos chamar de “Filho de Deus” veio (e sempre vem!). Ele veio viver no meio de nós para, com seu exemplo e sabedoria, lucidez e entrega de vida, mostrar concretamente o que significa o bem, conforme a última instância que é Deus (a Paz da justiça).

Eis a razão porque rezamos no início da missa: “Ó Deus todo-poderoso e cheio de misericórdia, nós vos pedimos que nenhuma atividade terrena, nos impeça de correr ao encontro do vosso Filho, mas, instruídos pela vossa sabedoria, participemos da plenitude de sua vida” (Oração do dia).

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

Palavra e Eucaristia

Sempre que celebramos a Eucaristia revivemos a história de nossa salvação. Ele é memória dos atos salvadores de Deus, tornando-os sacramentalmente presentes para nós na dinâmica celebrativa, em que o próprio Filho de Deus é o principal ministro. Se no cativeiro do povo de Deus, no exílio, brilha o anúncio profético da libertação, também na história trágica da Cruz mais ainda resplandece o brilho pascal da salvação de Deus.

A Palavra de Deus e a Eucaristia são centros dinâmicos de um mesmo mistério. Na Palavra de Deus proclamada, ouvida e assimilada, para ser então vivida, e na mesa da convivência da Eucaristia, o mistério de nossa salvação se torna, pois, vivo e existencial. Assim, celebrando o memorial da morte e ressurreição do Senhor, vamos construindo uma nova história, plasmada numa vida de comunhão, na qual a prática da justiça e do amor de deus é sempre nota expressiva.

A conversão do coração

É preciso limpar o terreno de nosso coração. Para celebrarmos devidamente o Advento, desejando e preparando a vinda do Senhor, é preciso tirar do coração tudo o que possa nos impedir de perceber e acolher o Senhor, como rezamos na Oração do dia. É preciso também permitir que Deus transforme nossa existência humana em história de salvação, para que saibamos, nos servir dos bens terrenos, mas voltados, sempre, para os bens eternos.

Nesse sentido é que entendemos a aclamação memorial da Oração Eucarística que diz: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte, e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!” Ele vem ao nosso encontro para depois nos acompanhar pelos caminhos da vida, conforme nos ensina os Ritos Finais... não deixemos de “buscar o Senhor”...

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Novamente nos perguntamos: qual o mistério que celebramos, agora, neste segundo domingo do Advento?

Contemplando toda a história da salvação, percebemos que tudo é obra de Deus e não de nossos méritos. É obra de Deus a vinda de Jesus como caminho novo, alternativo ao caminho dos poderosos. Caminho novo pelo qual “todas as pessoas verão a salvação de Deus”. Por isso, logo mais, colocando nossas oferendas sobre o altar, vamos também pedir que a misericórdia de Deus (e não nossos méritos!) venha a nosso socorro.

Então, felizes porque, revestido da nossa fragilidade, Jesus veio a primeira vez para realizar o eterno plano do amor de Deus e nos abrir o caminho da salvação e, futuramente, virá uma segunda vez para nos conceder em plenitude os bens prometidos que hoje vigilantes, esperamos. Felizes por tudo isso, louvamos nosso Deus com todos os anjos e santos e todo o universo: Santo, santo, santo... Louvamos nosso Deus porque este Jesus, por sua morte e ressurreição, pela entrega total de si ao Pai e a nós, nos orientou para um novo rumo, nos fez passar da morte para a vida em plenitude. O que queremos mais? Podemos sonhar outra coisa melhor?

Eis a razão por que, depois de nos alimentarmos com o “pão espiritual” (isto é, este mesmo Jesus agora feito pão e vinho), suplicamos ao nosso Deus e Pai que, pela participação nesta Eucaristia, ele nos ensine “a julgar com sabedoria os valores terrenos e colocar nossas esperanças nos bens eternos” (Oração depois da comunhão).

Que a Palavra de Deus ouvida e a Eucaristia celebrada, neste tempo tão importante de Advento, nos ajudem e nos preparem para o que está por vir, a fim de vivermos e celebrarmos dignamente a vinda do Salvador e para que possamos festejar um dia, com todos os justos, sua vinda gloriosa e definitiva, na plenitude eterna da “Paz da justiça”.   

6- ORIENTAÇÕES GERAIS

1. No ciclo do Natal, fazemos memória da manifestação do Senhor Jesus em sua encarnação e em nossa história atual, enquanto aguardamos a sua nova vinda. O ciclo do Natal engloba o tempo do Advento, as festas do natal e o tempo do Natal.

2. A comunidade reunida é sinal da espera do Advento do Senhor. Dar atenção especial aos ritos iniciais, cuja finalidade é de constituir a assembléia, formando o Corpo vivo do Senhor. Fazer uma acolhida afetuosa às pessoas, reconhecendo em cada uma delas a presença do Senhor que chega entre nós.

3. A cor roxa é indicada para este tempo, mas para não confundir com o tempo penitencial da Quaresma, também é sugerido o violácio mais relacionada com a piedosa e a alegre esperança própria deste tempo.

4. Escolher com cuidado os cantos de modo que a assembléia cante o mistério de Cristo, celebrado neste tempo de espera vigilante. As equipes de canto não devem colocar o seu gosto pessoal, é um direito da assembléia cantar o mistério celebrado. O melhor instrumento musical que temos é a nossa voz já dizia Santo Agostinho. É um direito da assembléia aprender os cantos da celebração para que possa participar de maneira ativa e consciente. É dever da equipe de canto ensinar a assembléia os cantos, ela tem o direito de ter a letra dos cantos nas mãos. O Hinário Litúrgico I, da CNBB, oferece ótimas sugestões, assim como o Ofício Divino das Comunidades, onde encontramos salmo, hinos e refrões. Existe um CD publicado pela Paulus com as músicas do Hinário adequadas pra este Ano C: o volume “Liturgia VIII”.

5. Os instrumentos musicais (órgãos, violão, teclado e outros) sejam usados com moderação, conveniente ao caráter próprio deste tempo, de modo a não antecipar a plena alegria do Natal do Senhor. O mesmo vale para as ornamentações com flores: discrição, comedimento, expressando o tempo de espera por algo bom que vai chegar.

6. É importante lembrarmos às comunidades a Coleta Campanha para a Evangelização, que será realizada no 3º Domingo do Advento, no dia 13 de dezembro. Neste ano de 2015 tem como lema: “Sede misericordiosos!”. Experimentar a misericórdia de Deus nos chama à conversão e à penitencia.A Campanha para a Evangelização é, na Igreja do Brasil, uma resposta firme e significativa de todos aqueles que acreditam e assumem a responsabilidade evangelizadora. A Boa-Nova da salvação deve chegar a todos os cantos de nosso país: das grandes cidades às pequenas aldeias, das periferias às comunidades rurais, alcançando as crianças, os jovens, os adultos, os ricos e os pobres, de modo especial a todos aqueles que sofrem. Nossa generosidade seja uma oferta viva ao Cristo, que por nós se encarnou no ventre da Virgem Maria.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo do Advento, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo do Advento, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

1. Canto de abertura.  O Senhor vem e faz ressoar sua voz, para a nossa alegria (Isaias 30,19.30). “Quando virá, Senhor, o dia em que apareça o Salvador, CD: Liturgia VIII, melodia da faixa 1 ou Ofício Divino das Comunidades, página 290.

Ensina a Instrução Geral do Missal Romano que o canto de abertura tem por objetivo, além de unir a assembléia, “inseri-la no mistério celebrado” (IGMR nº 47). Nesse sentido o Hinário Litúrgico I da CNBB nos oferece uma ótima opção, que muitos estão gravados no CD: Liturgia V e CD: Liturgia VIII.

2- Canto para o acendimento das velas da Coroa do Advento
“Acendamos a segunda vela, acendamos a segunda”, CD: Cristo Clarão do Pai, melodia da faixa 2, Paulus.

3. Ato Penitencial. Ver a fórmula n. 1 do Missal Romano pra o Tempo do Advento. “Senhor que viestes ao mundo para nos salvar”.

4. Salmo responsorial 124/125. As grandes obras de Deus para seu povo. “Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!”, CD: Liturgia VIII, melodia igual a faixa 8.

O Salmo responsorial, ao mesmo tempo resposta da Igreja e proclamação da Palavra, tomou importância na reforma litúrgica. Trata-se do texto colocado após a primeira leitura bíblica e retirado da própria Sagrada Escritura, isto é, um Salmo.

Para que cumpra sua função litúrgica, não pode ser reduzido a uma simples leitura. É parte constitutiva da liturgia da Palavra e tem exigências musicais, litúrgicas e pastorais.

5. O canto ritual do Aleluia. “Preparar a vinda do Senhor” (Lucas 3,4.6). “Aleluia, aleluia... Voz que clama no deserto”, CD: Liturgia VIII, melodia da faixa 9.

A aclamação ao Evangelho é um grito do povo reunido, expressando seu consentimento, aplauso e voto. É um louvor vibrante ao Cristo, que nos vem relatar Deus e seu Reino no meio das pessoas. Ele é cantado enquanto todos se preparam para ouvir o Evangelho (todos se levantam, quem está presidindo vai até ao Ambão).

6- Canto para a resposta das preces

R: Vem, vem, Senhor Jesus, vem,/ Vem, bem-amado Senhor! (bis); Hinário Litúrgico I, página 88-89.

7. Apresentação dos dons. Devemos tornar oferenda com as nossas oferendas do pão e do vinho. É importante lembrar às comunidades a Coleta para a Evangelização que nos chama a ser solidários. Esta Campanha é, na Igreja do Brasil, uma resposta firme e significativa de todos aqueles que acreditam e assumem a responsabilidade evangelizadora. “A nossa oferta apresentamos no altar e te pedimos: vem, Senhor, nos libertar”, CD Liturgia IV, melodia da faixa 4. Outra opção é o canto “Pão e vinho apresentamos com louvor..., do Pe. José Weber.

8. Canto de comunhão. “A alegria de teu Deus vem a ti” (Baruc 5,5; 4,36). “Jerusalém, povo de Deus, Igreja santa”, CD: Liturgia IV, melodia da faixa 8, exceto o refrão.

O Missal Romano oferece a seguinte explicação: “...entoa-se o cântico de comunhão, que deve exprimir, através da unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, manifestar a alegria do coração e dar um sentido mais fraterno à procissão daqueles que vão receber o Corpo de Cristo. O cântico inicia-se no momento da comunhão do sacerdote e prolonga-se o tempo que for oportuno, enquanto os fiéis comungam o Corpo de Cristo” (IGMR, 74).  O Missal oferece muita flexibilidade na organização da comunhão, não diz que se deve cansar a assembleia  com muitos cantos. Também não tem sentido depois que os fiéis comungarem, continuar executando o canto até a última estrofe cansando a assembleia. É uma regra de bom senso.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Durante o tempo do Advento, como já é costume, tem destaque a Coroa do Advento. Evite-se utilizar flores e matérias artificiais e espalhafatosos, muitas vezes típicos da linguagem comercial: pisca-pisca, festões, papai Noel, etc. Fiel à sua origem, a Coroa do Advento é confeccionada apenas com galhos verdes em forma circular, símbolo do eterno que mergulha e se deixa entrever no tempo. A nossa exagerada criatividade fez a coroa tomar outras formas e, conseqüentemente, perder seu sentido. As quatro velas acesas uma a cada domingo, de forma crescente, anunciam que a Luz vence as Trevas. Proclamam o porvir da Páscoa do Natal. A Coroa pode ser colocada próximo ao altar ou da mesa da Palavra.

2. O Advento é celebrado com sobriedade (sem glória, uso de flores com moderação, cuide-se para não colocar enfeites natalinos no espaço celebrativo).

9. AÇÃO RITUAL

Neste tempo em que se celebra a manifestação do Verbo na história humana, é interessante que se dê importância ao Evangeliário e também à imagem ou ícone de Nossa Senhora, Mãe do Senhor e imagem da Igreja fiel á Palavra de Deus.

Ritos Iniciais

1. A celebração tem início com a reunião da comunidade cristã (IGMR 27.47). O canto de abertura começa tendo em conta essa realidade eclesial, e vai introduzir a assembléia no Mistério celebrado. A procissão de entrada pode ser acompanhada com a entrada do Evangeliário, que deve ser colocado na mesa do Altar, até a hora da aclamação ao Evangelho, durante a qual é levado, solenemente, até a mesa da Palavra.

2. Para saudação presidencial, sugerimos a fórmula “d” do Missal Romano da Carta aos Romanos 15,13:

O Deus da esperança, que nos cumula de toda a alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco.

3. Após o sinal da cruz, da saudação presidencial, e da recordação da vida, antes de dar o sentido litúrgico, inicie-se o rito de acendimento da primeira vela da Coroa do Advento. É válido recordar que a coroa deve ser feita de forma circular, com ramagens verdes naturais. Evite-se o uso de objetos natalinos, pois dão a impressão de que a coroa é uma guirlanda, o que tira todo o seu simbolismo. As velas não precisam ser coloridas, visto que o símbolo, mesmo, é a luz que delas irradiam. Acende-se solenemente a coroa com a seguinte oração de bênção, dentro do rito proposto.

Alguém se aproxima da coroa, trazendo uma pequenina chama ou uma vela pequena acesa (evitem-se os fósforos que criam ruído, apagam-se facilmente, enfraquecendo a ação simbólica, do ponto de vista exterior, o que acarreta na assembléia dispersão e impaciência). Depois de acesa a segunda vela, cantar este refrão que está no CD: Cristo Clarão do Pai, melodia da faixa 2, Paulus. Se a equipe de canto não tiver o CD, é só entrar no Google que encontra-se a música e também a partitura.


Acendamos a segunda vela, acendamos a segunda vela.
Sentinela a vigiar:
logo o Senhor virá, logo o Senhor virá.
Deus-Conosco: luz a brilhar. Deus-Conosco: luz a brilhar!
4. Para o acendimento da segunda vela da Coroa do Advento, ver a letra e partitura acima em Música Ritual.

5. Terminado o acendimento da Coroa, o presidente da celebração, ou diácono ou mesmo o animador leigo, dá o sentido da celebração:

Domingo de João Batista. Uma voz clama no deserto. Deus vem para refazer conosco sua Aliança e nos convida, através do testemunho de João Batista, a prepararmos no deserto os seus caminhos, pela conversão pessoal e comunitária.

6. Ato penitencial. Não se trata de Rito penitencial, mas Ato penitencial. O Ato penitencial é concluído pela absolvição do presidente, absolvição que, contudo, não possui a eficácia do Sacramento da Penitencia. Por confissão geral, se entende não a descrição de pecados, mas da condição pecadora do fiel, no sentido de evidenciar aquela humildade de que fala o Evangelho. Não é para pedir perdão dos pecados, mas para reconhecer-se pecador e dignos da Mesa do Senhor. É para tornar a assembléia atenta ao apelo de Jesus que diz: “Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Marcos 1,15 e para obedecer à ordem de reconciliar os irmãos antes de apresentar a oferenda Mateus 5,24), que a Igreja celebra a penitência ao iniciar sua celebração. Seria interessante que seja cantado. O Missal também não prevê a imposição das mãos de quem preside. É muito significativo para este Segundo Domingo do Advento escolher a fórmula n. 1 do Missal Romano:

“Senhor que viestes ao mundo para nos salvar”.

7. Na Oração do Dia, suplicamos a Deus que é cheio de misericórdia que nada nos impeça e Deus nos ensine a participar da vida de seu Filho, isto é, nada do que é passageiro deve impedir que os cristãos e cristãs tomem parte na vida divina.

Liturgia da Palavra

1. Destacar a procissão com o Evangeliário do Altar para a Mesa da Palavra.

2. Deixar sempre uns instantes de silêncio após cada leitura e também após a homilia, para um diálogo orante de amor e compromisso da comunidade com o Senhor.

3. A resposta das preces poderá ser cantada e expressar desejo e expectativa, retomando o clamor das comunidades do Apocalipse: “Vem, Senhor Jesus!” Por exemplo: “Vem, vem, Senhor Jesus, vem,/ Vem, bem-amado Senhor!” Hinário Litúrgico I, página 88-89. Se a equipe de canto não conhecer a música, pode-se simplesmente responder: Vem, Senhor Jesus.

4. Outra opção, é no momento das preces, cantar a Ladainha do Advento, substituindo-se as fórmulas convencionais, de todos os domingos. Esta sugestão vale para todos os domingos do Advento.





Oh, Senhor... Aleluia!
Sabedoria... Aleluia!
Vem, renova-nos... Maranatha!
Nosso desejo... Aleluia!
Nosso anseio... Maranatha!
Oh, prometido... Aleluia!
Nosso Messias... Maranatha!
Oh, Esperado... Aleluia!
Luz das nações... Maranatha!
Luz das trevas... Aleluia!
Ressuscitado... Maranatha!
Senhor da Glória... Aleluia!
Oh, Desejado... Maranatha!
Oh, Amado... Aleluia!
Entre nós... Maranatha!
Dentro de nós... Aleluia!
Vem, Messias... Maranatha!                             
Oh, Justiça... Aleluia!
Mora entre nós... Maranatha!
Misericórdia... Aleluia!
Vive entre nós... Maranatha!
Nossa força... Aleluia!
Dentro de nós... Maranatha!
Liberdade... Aleluia!
Salva teu povo... Maranatha!
Nossa cura... Aleluia!
Tira a dor... Maranatha!
Oh, conforto... Aleluia!
Dá esperança... Maranatha!
Nossa alegria... Aleluia!
Preencha-nos ... Maranatha!
Sabedoria... Aleluia!
Vem, renova-nos... Maranatha!
Nosso desejo... Aleluia!
Nosso anseio... Maranatha!
Oh, prometido... Aleluia!


Nosso Messias... Maranatha!
Oh, Esperado... Aleluia!
Luz das nações... Maranatha!
Luz das trevas... Aleluia!
Ressuscitado... Maranatha!
Senhor da Glória... Aleluia!
Oh, Desejado... Maranatha!
Oh, Amado... Aleluia!
Entre nós... Maranatha!
Dentro de nós... Aleluia!



Liturgia Eucarística

1. O canto de apresentação dos dons ou oferendas deve revelar o que significa este momento na celebração. Muitas letras antecipam o tema “ofertório”, quando na verdade ainda não é momento disto. O verdadeiro ofertório acontece na Oração Eucarística, quando já tendo invocado o Espírito Santo sobre os dons, e acontecido a “narrativa da ceia” (a consagração) oferecemos ao Pai a vida de Jesus. É a Igreja que oferece Cristo ao Pai. Repare bem o que diz a Oração Eucarística II: “Celebrando, pois, a memória da morte e ressurreição do vosso Filho, nós vos oferecemos, ó Pai, o pão da vida e o cálice da salvação...”. Isto está presente em todas as outras orações eucarísticas. Assim, evitem-se cantos “de ofertório” que antecipam o que na verdade se realiza depois. Senão dá-se a impressão de que existem dois oferecimentos, um do povo e outro do padre depois da consagração. Evitem-se também a todo custo cantos que apresenta uma mentalidade intimista e individualista. Exemplo: “Eu te ofereço este vinho e pão... nessa prece Senhor e o crepitar da chama”, “Eu te ofereço vinho e pão, eu te ofereço meu amor...” O canto de apresentação dos dons deve falar de partilha que envolve a todos os membros da comunidade. As verdadeiras letras devem ser mais no sentido de bendição, em perfeita sintonia com as duas bênçãos que se fazem ao apresentar pão e vinho, reconhecendo-os como sinal do povo a ser transformado no Corpo do Senhor, mediante sua participação neles, depois de eucaristizados, durante a comunhão.

2. Na Oração sobre o pão e o vinho suplicamos a Deus que receba nossas humildes preces e oferendas. Não por nossos méritos, mas a misericórdia de Deus é capaz de nos reconciliar.

3. Mesmo neste Segundo Domingo do Advento, escolher o Prefácio Advento I, que contempla as duas vindas de Cristo. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Revestido da nossa fragilidade, ele veio a primeira vez para realizar seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação. Revestido de sua glória, ele virá uma segunda vez para conceder-nos em plenitude os bens prometidos que hoje, vigilantes esperamos”. O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao modo de mistagogia. Nas missas do Advento e em todas as outras, desde o primeiro domingo até 16 de dezembro, exceto nas Missas com prefácio próprio.

4. Valorizar o rito da fração do pão, “gesto realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só corpo (1Coríntios 10,17” (IGMR, nº 83).

5. Fazer o sagrado silêncio após a comunhão. Reservar à comunidade celebrante instantes de silêncio.

Ritos finais

1. A oração após a comunhão suplicamos a Deus que o alimento espiritual nos ensine a assumir os valores terrenos, voltando-nos para os valores eternos.

2. Os avisos da comunidade devem visar os aspectos pastorais, promovendo a ação cristã, dos fiéis, no mundo, segundo os apelos da Palavra de Deus.

3. As palavras do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Preparai o caminho do Senhor! Então tudo vai endireitar-se.  Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

4. Na página 519, o Missal Romano propõe o formulário da bênção solene do Advento.

10- REDESCOBRINDO O MISSAL ROMANO

Até o dia 16, inclusive, não se permitem as Missas para diversas circunstâncias, votivas ou cotidianas pelos defuntos, a não ser que a utilidade pastoral o exija (IGMR nº 333). Mas podem celebrar as Missas das memórias que ocorrem, ou dos Santos inscritos no Martiriológio nos respectivos dias (IGMR, nº 316b).

11- CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Advento é tempo de preparação para um grande acontecimento: o Natal. A bondade, o amor, a misericórdia de Deus; mas também sua força e justiça se manifestem na pessoa de seu Filho Jesus Cristo e no novo Reino que pregou, inaugurou e pelo qual deu a sua vida.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
           
Pe. Benedito Mazeti


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