terça-feira, 3 de maio de 2016

DOMINGO DA ASCENSÃO DO SENHOR - ANO C

08 de maio de 2016

Leituras

     Atos 1,1-11
     Salmo 46/47,2-3.6-9
     Efésios 1,17-23
     Lucas 24,46-53


“VÓS, QUE DESCESTES ATÉ NÓS PELO CAMINHO DO AMOR, PELO MESMO CAMINHO, FAZEI-NOS SUBIR ATÉ VÓS”
(Liturgia das Horas, I vésperas, v. II, p. 821)


1- PONTO DE PARTIDA

Hoje é o Domingo da Ascensão do Senhor. Chegamos, hoje, a um momento muito importante dentro do Tempo Pascal. É uma festa que tem o seu sentido dentro do espírito que caracteriza estes cinquentas dias de Páscoa. É bom lembrar que estamos vivenciamos dias de Páscoa e não após a Páscoa.

O mistério da Ascensão do Senhor significa “elevação, subida” também para nós, seus discípulos e discípulas missionários que têm como meta a evangelização. Ele elevou-se ao céu, não para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar a todos nós a certeza de que nos conduzirá à gloria da imortalidade.

Unidos em comunhão com todos os cristãos espalhados pelo mundo celebramos Ascensão de Jesus, plenitude da Páscoa, cuja memória nós atualizamos na Eucaristia. Jesus conclui sua missão, despede-se dos seus discípulos, mas sem abandoná-los e é elevado e glorificado pelo Pai. A Igreja, convocada para dar continuidade à missão de Jesus, prepara-se para celebrar a Solenidade de Pentecostes e comemora também o dia das comunicações. 

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
           
            Primeira leitura – Atos dos Apóstolos 1,1-11. Lucas liga os Atos dos Apóstolos ao Evangelho que ele mesmo escreveu por um breve resumo (Atos 1,1-3). Neste resumo ele refere-se também às aparições de Jesus ressuscitado (versículo 3) e à Ascensão (versículo 2c) já contadas no fim do Evangelho. Os outros evangelhos não falam que Jesus tinha aparecido durante quarenta dias. Com isso Lucas esboça as etapas da história da salvação: o tempo de Jesus “desde o começo do seu trabalho até o dia em que foi levado para o céu”; o tempo anterior a esta etapa que abrange a história do “povo de Israel” e que é o tempo da promessa e da esperança; o tempo posterior ao tempo de Jesus, que vai da ascensão até a volta no fim do mundo, é o tempo da Igreja.

            Lucas atribui ao próprio Jesus ressuscitado a inauguração dos “Atos dos Apóstolos”, isto é, do tempo e da história da Igreja. Para ele é de suma importância que seu “segundo livro” não comece com os discípulos desamparados e desorientados (cf. Lucas 24,17-21), mas com o Senhor ressuscitado que os procura e ensina durante quarenta dias sobre “o Reino de Deus” (versículo 3; cf. o valor simbólico do número quarenta!). A ressurreição não é somente um fim glorioso da carreira terrestre de Jesus, mas ao mesmo tempo o fundamento salvador da Igreja. A missão salvadora dos apóstolos e da Igreja está intimamente ligada ao Jesus terrestre e glorificado, à Sua Palavra e à Sua obra (ao Seu “fazer e ensinar”: Atos 1,1), ao Seu poder e à Sua missão.

            Na versão do Atos dos Apóstolos, a Ascensão aparece antes de tudo com a inauguração da missão da Igreja no mundo. Os quarenta dias (versículo 3) fixados por Lucas como a duração da estadia do Ressuscitado sobre a terra devem ser compreendidos no sentido de um último tempo de preparação (o número quarenta designa sempre um período de espera na Escritura): são uma medida proporcional e não cronológica. Com isso a ressurreição não constitui um limite, mas a preliminar de uma nova etapa do Reino: a sessão de Cristo à direita do Pai e a missão da Igreja pelo mundo afora. A esse respeito, é muito significativa a observação sobre os anjos convidando os apóstolos a não ficarem com os olhos fixos no céu (cf. versículo 11).

            A imagem da nuvem não deve ser tomada num sentido material. Para Lucas, a nuvem é apenas o sinal da presença divina, como o foi sobre a Tenda de reunião e no Templo de Jerusalém. De forma alguma trata-se de um fenômeno metereológico, mas de um acontecimento teológico: a entrada de Jesus de Nazaré na glória do Pai, e a certeza de sua presença no mundo. Jesus ressuscitado é, de agora em diante, o lugar da presença de Deus no mundo, o único lugar sagrado da nova humanidade.

            A idéia de separação e de ruptura ainda reforçada pela afirmação de que não cabe aos homens conhecerem o fim de sua história (versículo 7) e pelo apelo dos apóstolos ao realismo do qual queriam fugir (versículo 11). Sem dúvida Lucas quer mostrar que Cristo só pode separar-se de pessoas que só pensam no estabelecimento imediata do Reino (versículo 6) e que só está presente naqueles que aceitam o longo caminhar que passa pela missão e pelo serviço a favor da humanidade (versículo 8). Quer mostrar também que, para começar sua missão, é preciso que a Igreja rompa com Cristo carnal. Não podemos mais, de agora em diante, nos unir a Cristo a não ser por intermédio dos apóstolos revestidos do Espírito de Cristo. É, pois, uma maneira de ver a Igreja que se esforça depois da insistência de Lucas sobre a separação entre Jesus e os cristãos.

            A efusão do Espírito Santo (versículo 5) ainda não é o fim nem o início do fim dos tempos e do pleno desabrochar do Reino. O Reino não somente abrangerá o povo de Israel, mas todos os povos. A preocupação para conhecer o fim dos tempos é, pois, substituída pela preocupação de levar o Evangelho “até os confins do mundo” (cf. Marcos 13,10; Mateus 24,14). Lucas não nega a segunda vinda em glória (versículo 11c), mas não toca mais no problema da preocupação com a data da mesma.

                        Salmo responsorial – 46/47,2-3.6-9. No princípio, este Salmo acompanhava a Arca da Aliança na procissão para o Templo de Jerusalém. A entronização no Templo evocava o senhorio de Deus sobre Israel, sobre todos os povos e sobre todo o universo. A aplicação litúrgica à realeza universal de Cristo é legítima.
           
            É o primeiro Salmo que celebra a realeza do Senhor. Recorda quatro vezes que o Senhor é Rei (versículos 3.7.8.9) não sé de Israel, mas do mundo inteiro (versículos 3..8.9). A palavra Deus aparece sete vezes. Freqüentemente esse número significa totalidade, Deus, portanto, é o rei de toda a terra.
           
O rosto de Deus no Salmo 46/47. Deus Altíssimo é terrível e grande rei sobre toda a terra (versículo 3), submetendo nações e povos. O Salmo engrandece a realeza de Deus sobre toda a terra.

            Cantemos, neste salmo, o poder do Senhor que se revela em Jesus Cristo, conduzindo o mundo inteiro no seu plano de amor para que todos tenham vida em plenitude.

            POR ENTRE ACLAMAÇÕES DEUS SE ELEVOU,
           O SENHOR SUBIU AO TOQUE DA TROMBETA.

            Segunda leitura – Efésios 1,17-23. A sabedoria que Paulo pede a Deus para seus correspondentes (versículo 17) é este dom sobrenatural já conhecido dos sábios do Primeiro Testamento (cf. Provérbios 3,13-18), mas consideravelmente ampliado na sua definição cristã: ela não é somente a prática da lei, o conhecimento da vontade divina sobre o mundo; não é mais uma explicação do mundo, mas a revelação do destino de um homem (versículo 17) e da herança da glória que dela resulta (Efésios 1,14), tão contrastante com a miséria da existência humana (Romanos 8,20); enfim, ela é a descoberta do poder de Deus, já manifestado na ressurreição de Cristo (versículo 20), garantia de nossa própria transfiguração.

            Paulo se detém um pouco na contemplação deste poder divino. Este poder não é mais somente o que Deus revelou para criar a terra e impor-lhe suas vontades (Jó 38): ele inverte mesmo estas leis, pois é capaz de mudar um crucificado em Senhor ressuscitado (versículo 21a) e de organizar, desde já, as estruturas do mundo que virá (v. 21b). Neste sentido, a sabedoria é uma esperança (versículo 18), pois é confiança na ação de Deus de Jesus Cristo no mundo.

Mas o poder de Deus não reserva apenas para o futuro a manifestação de seu vigor: desde agora, tudo é realizado por Ele, que colocou Cristo como cabeça de todos os homens e mulheres no mistério mesmo da Igreja, sua plenitude (versículo 22-23). Paulo pediu para os cristãos da comunidade de Éfeso o dom da sabedoria, a fim de que eles compreendessem com prioridade como a Igreja é sinal deste poder de Deus desvendado em Jesus Cristo. Com efeito, é um privilégio extraordinário para a Igreja ter por chefe o Senhor do universo e ser seu corpo.

            Os cristãos têm a esperança de participar na glória de Cristo, porque Ele venceu todas as barreiras e poderes contrários que possam ameaçar a plena realização desta vocação (Efésios 1,21-22a). Porque os cristãos pertencem à Igreja, que é tão repleta de Cristo e de Seu Espírito que pode ser chamada Seu Corpo de que Ele é a cabeça. Desta cabeça, através do Corpo que é a Igreja, a plenitude de Deus há de se expandir sobre tudo que existe, para que, reunindo tudo em Cristo como cabeça, se realize a plenitude dos tempos ou da história (cf. Efésios 1,10).

Evangelho – Lucas 24,46-53. Lucas 24, em dependência de Marcos 16, relara a ressurreição, as aparições às mulheres, aos discípulos de Emaús, aos discípulos reunidos em Jerusalém, a ascensão; nos versículos 44-49, em sintonia com Atos 1,4-8, transcreve as últimas palavras de Jesus aos seus discípulos – o testamento – para que compreendam o cumprimento das profecias relacionadas a Ele: vida (Lucas 4,21), morte e glorificação; no versículo 45, como no versículo 27, o Ressuscitado abre as mentes de todos os discípulos, até então grosseiras e bairristas (Lucas 9,45; 18,34), para que tenham fé e entendam as Escrituras referentes a Ele, - à universalidade da salvação, - a evangelização sob o Espírito Santo e ao messianismo autêntico.

Os versículos 46-47 oferecem uma amostra do primitivo querigma cristão com o novo sentido da Escritura: a paixão e morte, a ressurreição ao terceiro dia e a mensagem em seu nome, por sua ordem e sob sua atuação, como verdadeiro Messias morto e ressuscitado (Lucas ou Atos 9,49; 10,17), estendida a todas as pessoas (Isaias 40,5; 42,6s; 49,6; Lucas 2,32; Atos 3,25; Gênesis 12,3) e relativa à penitência para o perdão dos pecados (3,2 = Marcos 1,4; 4,18/Jeremias 31, 34; Isaias 61,1; Atos 2,38s; 5,30s; 10,39-43; 13,47; 1Coríntios 15,3s). A conversão – metanóia – exige conversão, mudança na maneira de pensar e agir, para ver em Jesus, com seu messianismo de cruz e glória, o salvador único; é o que professa Pedro frente ao Sinédrio: “Em nenhum outro (messias) há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome (= pessoa) foi dado aos homens, pelo qual devemos ser salvos” (Atos 4,12). Só a “conversão” a este Messias e à sua doutrina é que perdoará os pecados. O nome de Jesus é sua presença atuante: “Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos séculos” (Mateus 28,

O universalismo da fé previa a pregação de Cristo, Messias sofredor e glorioso, e da salvação, a partir de Jerusalém (Atos 1,8). Para testemunhar essa vocação de testemunhar, Jesus lhes prometeu o Espírito Santo (Atos 1,4; Lucas 24,49), prenunciado no Primeiro Testamento (Joel 3,1-4 = Atos 2,16ss) e que Ele recebeu do Pai (Atos 2,33). Em decorrência, não deverão sair de Jerusalém até que não forem investidos da força divina (Atos 1,8; cf. Isaias 32,15; Sabedoria 9,17), o que se certificou no dia de Pentecostes (Atos 2,1ss). A fecundidade de Maria (Lucas 1,35) como a fecundidade da Igreja vem do alto, do Espírito Santo; assim Maria é o primeiro exemplo da Igreja. Realizado o mandato e feita a promessa do Espírito Santo, Jesus olha para o futuro: sua obra acabou, inicia a dos apóstolos em sua missão pelo mundo.

O lugar da Ascensão, no Evangelho de Lucas, é Betânia ou “rumo a Betânia” (Lucas 24,50), enquanto nos Atos dos Apóstolos é o monte das Oliveiras (1,12): Betânia está na encosta oriental do Monte das Oliveiras. De Betânia/Monte das Oliveiras Jesus partiu para o ingresso triunfal em Jerusalém (Domingo de Ramos); do mesmo lugar parte agora para a eternidade.

Chegando lá, à maneira dos sacerdotes no Templo de Jerusalém, ergueu as mãos e os abençoou (versículo 51; cf. Levítico 9,22; Eclesiástico 50,22) enquanto ia se afastando dos seus discípulos. Esta bênção foi a última, mas continuou sobre eles e sobre nós.

O relato da Ascensão em Lucas é fortemente marcado pela Liturgia (cf. Hebreus 4,14; 6,19-20; 9,24). Cristo parece desaparecer aos olhos de seus apóstolos como o sumo sacerdote aos olhos assembléia quando penetrava no Santo dos santos (idéia semelhante em Hebreus 9,1-14): bênção da multidão com as mãos entendidas (versículos 50-51), prostração da assembléia diante do sacerdote (versículo 52) e louvor contínuo no Templo (versículo 53). Tomando esta imagem da liturgia do Templo de Jerusalém, Lucas quer fazer compreender o papel sacerdotal realizado de agora em diante pelo Ressuscitado. Há uma grande diferença entre Cristo e o sumo sacerdote judaico. O sumo sacerdote penetrava no Santo dos santos, Cristo penetra no mistério insondável da vida eterna.

A assembléia eucarística da Ascensão aprofunda a fé na divindade do Senhor Jesus. Mas é uma fé de companheiro de Deus: ela colabora com Ele na espiritualização do universo, com lentidão e despojamento, porque este desígnio

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

No Ano A, a Ascensão do Senhor destaca a Exaltação e o Senhorio de Cristo; no Ano B destaca a Palavra e os sinais do Senhor glorioso e no Ano C destaca a preparação para a missão. A Ascensão do Senhor é a festa que marca o fim do tempo de Jesus. Ele cumpriu tudo o que o Pai lhe determinou. Jesus passa para os discípulos a missão que ele encerrou. Essa missão continua conosco, hoje: testemunhar sua Palavra. Jesus a confia a nós. De agora em diante, começa a missão de testemunharmos aquilo que Jesus veio revelar: o projeto do Pai (Lucas 24,48; Atos 1,8). O conteúdo central do testemunho dos seguidores é o anúncio, em nome de Cristo, da conversão para a remissão dos pecados a todas as nações (Lucas 24,47). Este Evangelho da graça de Deus foi anunciado e vivido por Jesus, em toda sua vida. Agora deve ser assumido igualmente por seus seguidores. Este anúncio, contudo, significa também enfrentamento com as estruturas de morte. “Isso produz o julgamento, a manifestação da verdade e, conseqüentemente, a possibilidade da conversão e do perdão que abrem as portas para participar do novo mundo e da nova história. O cerne de toda missão será sempre o anúncio e a prática da passagem pascal que leva da morte à vida, da escravidão à liberdade”. Eis nossa missão.

O alerta dos homens vestidos de branco, em Atos, torna-se um permanente desafio para o cristão: não ficar parado, olhando para o céu. Com a vinda de Jesus já se inaugura o tempo da promessa (cf. Marcos 1,15). Cumpriu-se o tempo, já não se pode mais esperar. Deve-se agir. Esse alerta é retomado na Ascensão de Jesus, mostrando que o cristão não pode esperar passivamente a vinda do Reino. Ele deve tornar-se sujeito dela.

Apesar de a missão cristã ser marcada pela Cruz (Marcos: 16,24), ela deve ser encarada e assumida com alegria (Lucas 24,52). Isso por que, além de ser uma causa nobre, conta com a garantia da força e ação do Espírito Santo, que nos acompanha e advoga em nosso favor.

Saber as datas da parusia do Senhor não deve ser nossa preocupação. O importante é assumirmos a missão que Jesus nos confiou. Nosso compromisso, a partir disso, é mais com sua manifestação – como pessoa e projeto no seio de nossa sociedade – do que propriamente com a parusia, ou seja, com sua segunda vinda. Nossa opção pelo projeto de Jesus – vida para todos – faz com que nossas atitudes sejam sinais visíveis do Cristo que vem e se torna presente no meio de nós.

            Na carta aos Efésios é dito que Jesus “está acima de todas as autoridades que existem neste mundo”. Eis o grande desafio lançado pela Igreja primitiva: obedecer antes a Deus que aos homens. Para nós, cristãos, as determinações humanas são válidas na medida em que não contrariam as exigências de nossa fé e os imperativos de nossa caridade. Não podemos obedecer uma autoridade que pretende ser mais sábia que Deus e mais poderosa que o Cristo Senhor. A presença ressuscitada de Jesus aparece, hoje, nos sinais de justiça, de liberdade, de amor, que vemos em cada pessoa, nos movimentos sociais que lutam por uma justa reforma agrária e pão, liberdade, por terra nos centros urbanos, por moradia...

Como ouvimos na segunda leitura, dizer que fazemos parte do “corpo de Cristo” significa que devemos viver numa comunhão total com Ele e que, nessa comunhão, recebemos, a cada instante, a vida que nos alimenta. Significa, também, viver em comunhão, em solidariedade total com todos os nossos irmãos e irmãs, membros do mesmo “corpo” alimentados pela mesma vida. Paulo implora aos cristãos de Éfeso a graça do conhecimento do mistério de Deus. Participando deste segredo, saibamos perceber a riqueza da nossa fé comprometida com a comunidade e também com as lutas sociais.

É oportuno citar uma homilia de Santo Agostinho, bispo do século V, para a festa de hoje:

Hoje, nosso Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também com Ele o nosso coração. Ouçamos as palavras do Apóstolo: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Colossenses 3,1-2). Assim como ele subiu sem se afastar de nós, também nós subimos com Ele, embora não se tenha realizado ainda em nosso corpo o que nos está prometido. Cristo já foi levado ao mais alto dos céus; contudo continua sofrendo na terra através das tribulações que nós experimentamos como seus membros. Dou testemunho dessa verdade quando se fez ouvir lá no céu: Saulo, Saulo, por que me persegues?” (Atos 9,4). E ainda: “Eu estava com fome e me destes de comer” (Mateus 25,35).

Cristo está no céu, mas também está conosco. Nós, mesmo permanecendo na terra, estamos também com Ele. Por sua divindade, por seu poder e por seu amor Ele está conosco. Embora não possamos realizar isso pela divindade, como Ele, ao menos podemos realizar pelo amor que temos pra com Ele.

Existe a unidade entre Cristo, nossa cabeça, e nós, seu corpo. Ninguém senão Ele poderia realizar esta unidade que nos identifica com Ele mesmo, pois tornou-se Filho do Homem por nossa causa, e nós, por meio Dele, nos tornamos filhos de Deus.  

            Contando os últimos dias da presença de Jesus entre os seus, Lucas quer chamar a atenção para a última palavra de Jesus. Escutando-a, sejamos enviados tal como os apóstolos.

            O mistério da Ascensão do Senhor nos mergulha no mistério da Aliança que existe entre o céu e a terra, entre o divino e o humano. Santo Agostinho diz que “Jesus Cristo não deixou o céu quando de lá desceu até nós; também não se afastou de nós quando subiu novamente ao céu”. Ele, por sua misericórdia, mergulhou até o fundo da nossa condição humana e, depois, subiu ao céu levando a humanidade consigo, fazendo-nos participar desse mistério da Ascensão.

            A assembléia eucarística da Ascensão aprofunda a fé na divindade do Senhor Jesus. Mas é uma fé de companheiro de Deus: ela colabora com ele na espiritualização do universo, não sem lentidão e despojamento, pois este projeto só pode ser realizado em plenitude para depois da morte. A eucaristia também é o meio através do qual a Igreja se encontra com seu Senhor na oração de intercessão que Ele que não desiste de formular para todos os seres humanos diante do trono de seu Pai.

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

O assentimento do Pai

Festejar a “volta” de Jesus para o Pai, longe de nos entristecer, alegra-nos, pois se trata da festa do assentimento do Pai à experiência terrena de Jesus. É uma espécie de pronunciamento de Deus acerca do itinerário pascal de Jesus, reconhecendo-lhe finalmente como Filho com toda pompa e circunstância (isto literalmente, o que é óbvio pelas narrativas lucanas). No âmbito da experiência ritual, podemos perceber que a fazemos em toda Eucaristia, quando nosso coração a Deus se eleva, tornando-se coração filial, pois só a partir de tal posição (de filhos no Filho) podemos dar graças a Deus: Corações ao alto! Nosso coração está em Deus! A experiência da ascensão nos alcança cada vez que fazemos a Eucaristia (a Anáfora): “Assim, o que na vida do nosso Redentor era visível passou aos ritos sacramentais”.

Ressurreição e Ascensão

Em toda celebração Eucarística fazemos memória da ascensão do Senhor. Na maioria das orações Eucarísticas ela é recordada explícita ou implicitamente. A ascensão junto com o Pentecostes são facetas de um só acontecimento que é a Páscoa de Jesus. Nós o desmembramos para melhor celebrar cada aspecto.

No caso da ascensão, o aspecto nos é clarificado pela oração depois da comunhão, que retoma o significado do diálogo invitatório da oração eucarística: “Deus eterno e todo-poderoso, que nos concedeis viver na terra com as realidades do céu, fazei que nossos corações se voltem para o alto, onde está junto de vós nossa humanidade”.

A experiência litúrgica da assembléia consta, toda ela, progressivamente, de pôr o coração em Deus no sentido de decidir e agir de seu lugar, da sua direita, pois em Jesus já estamos eternamente ao lado do Pai. A Eucaristia celebrada pela comunidade é fundamental para assegurar que estamos, porém, agindo conforme o coração de Deus que nos visita em seu filho Ressuscitado (cf. Benedictus, como canto de comunhão para o tempo pascal). O itinerário quaresmal transformou o nosso coração de pedra em coração de carne, coração de filhos no Filho!

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

Na Eucaristia, damos graças ao Pai, porque seu Filho, Jesus, se fez um de nós e se constituiu como cabeça da sua Igreja. Damos graças a Deus, porque somos chamados a continuar sua obra de salvação no mundo, como sinais de libertação. Nossa voz profética procura denunciar as injustiças e anunciar Jesus Cristo, como vida para todos, como Senhor que nos une como irmãos, como Salvador que nos conduz à vida plena.

A Eucaristia nos faz participantes da verdade, da vida, do Espírito de Cristo. Abre também nossos horizontes para dirigir nossos passos na direção do Cristo ressuscitado que nos aguarda.

A Ascensão de Jesus e, sobretudo, suas palavras finais, que convocam os discípulos para a missão, sugerem nossa responsabilidade na construção desse mundo novo onde habita a justiça e a paz. Sugerem que a proposta libertadora que Jesus fez a todos os homens está agora em nossas mãos; que é nossa responsabilidade torná-la realidade; sugerem que nós, os seguidores de Jesus, temos de construir, com nosso esforço diário, o novo céu e a nova terra.

Na liturgia da festa da Ascensão, somos convidados a não ficar com o olhar perdido no Alto, porque o Senhor voltará (antífona de entrada) e ficará conosco todos os dias, até o final dos tempos (antífona de comunhão). A vitória de Cristo é também nossa vitória, pois nós também participamos em Cristo das realidades do céu (oração depois da comunhão).

Pela Ascensão, Jesus torna-se para nós Mediador, Juiz do mundo, Senhor do universo, Cabeça e Princípio. Com sua Ascensão, ele nos garante a glória da imortalidade (prefácio da Ascensão I).

6. ORIENTAÇÕES GERAIS

1. A equipe de celebração acolhe as pessoas com o mesmo amor que Jesus acolhia as pessoas.

2. O Círio Pascal deve estar sempre presente, junto à Mesa da Palavra em todas as celebrações do Tempo Pascal. É importante que o Círio seja aceso no início da celebração, após o canto de abertura, enquanto a assembléia entoa um refrão pascal. Ele é o sinal do Cristo ressuscitado, Senhor de nossas vidas.

3. Dar destaque durante o Tempo Pascal para a água batismal. Onde há pia batismal, ela deve ser o ponto de referência para a realização de ritos como aspersão, renovação de promessas, compromissos. Onde não há pia batismal, preparar alguma vasilha de cerâmica, de preferência junto do Círio Pascal.

4. Vivamos intensamente este tempo de festa, celebrando a vida nova que Cristo nos deu, vencendo a morte. É importante que o espaço celebrativo da Vigília Pascal continue o mesmo para as celebrações de todo o Tempo Pascal.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Pascal, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia da Ascensão do Senhor. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento.

A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste domingo da Ascensão do Senhor, “cantar a liturgia”, e não “na liturgia”. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado.

Os cantos para a celebração da “Ascensão do Senhor” se encontram gravados no CD, “Liturgia XV – Páscoa Ano C”, Paulus. Essas canções podem ser encontradas, facilmente, na internet.

1. Canto de abertura. Jesus há de voltar assim como subiu na glória (Atos 1,11). “O Senhor foi preparar um lugar para nós no céu!”, CD: Liturgia XV, faixa 14.

2. Refrão para o acendimento do Círio Pascal. “Cristo-Luz, ó Luz, ó Luz bendita”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 9; “Salve Luz eterna, és tu Jesus”, Hinário Litúrgico II da CNBB, página 292.

3. Canto para acompanhar a aspersão com a água. “Eu vi foi água”, CD: Tríduo Pascal II, melodia da faixa 12 ou Hinário Litúrgico II da CNBB, página 225; “Banhados em Cristo”, CD: Tríduo Pascal II, melodia da faixa 11 ou Hinário Litúrgico II da CNBB, página 196. Outra opção é o refrão: “Jesus o seu batismo na Páscoa completou, passou as grandes águas o mar atravessou, abrindo o caminho, teu povo libertou”. (bis). Mesma música do domingo de Ramos “os filhos dos hebreus”.

4. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas.” Vejam o CD: Tríduo Pascal I e II e também no CD: Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso e outros compositores.

O Hino de Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é, voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho. O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo, exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da assembléia. 

5. Salmo responsorial. Exaltação de Deus diante dos povos. “Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta”, CD: Liturgia X,  melodia da faixa 16.

6. Aclamação ao Evangelho. Proclamação universal do Evangelho. “Ide ao mundo, ensinai aos povos todos”, CD: Liturgia XV, melodia da faixa 7. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.

7. Apresentação dos dons. O canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões, não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração, no Tempo Pascal. Jesus Cristo ressuscitado nosso Irmão, nos envia para ser sinal de reconciliação. “Aleluia, Recebe, ó Pai, esta nossa oblação”, CD: Liturgia XV, melodia da faixa 12.

8. Canto de comunhão. “Vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lucas 24,48). “O Senhor subiu ao céu”, Salmo 68/67, CD: Liturgia X, melodia da faixa 17.

O canto de comunhão deve retomar o sentido do Evangelho da Festa da Ascensão do Senhor. Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom” com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da Eucaristia. Isto significa que comungar o corpo e sangue de Cristo é compromisso com o Evangelho proclamado. Portanto, o mesmo Senhor que nos falou no Evangelho, nós o comungamos no pão e no vinho.

8- ESPAÇO CELEBRATIVO

1. Um ícone da ascensão pode ser colocado próximo ao ambão ou noutro lugar conveniente.

2. Valorize-se o uso ritual do incenso. Um braseiro pode ser colocado junto ao ambão e ser alimentado com incenso a cada leitura proclamada. Os ministros leitores/as podem, eles mesmos, alimentar com incenso o braseiro.

9- PARA A ESPIRITUALIDADE PRESBITERAL

Na Liturgia, sobretudo na Oração Eucarística, o presbítero se volta inteiramente para o Pai, elevando a prece da Igreja (Anáfora). A Liturgia é imagem da vida cristã ministerial, e o ministro ordenado está voltado para as coisas do alto como afirma o apóstolo Paulo (Colossenses 3,1-2), sem, contudo, desligar-se das urgências do mundo, as quais eleva, pela prece eucarística, pela missão e pelo sacrifício eucarístico, ao trono de Deus. Pela sua configuração a Cristo, o presbítero, com o povo sacerdotal, liga o céu e a terra, fazendo realizar aqui a vontade de Deus que é cumprida plenamente lá.

Na Liturgia da terra nós participamos, saboreando-a já, da liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual nos encaminhamos como peregrinos, onde o Cristo está sentado à direita de Deus, qual ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo.

10. AÇÃO RITUAL

A Solenidade da Ascensão do Senhor nos faz experimentar a alegria de termos o coração em Deus. Por sua ressurreição gloriosa, Jesus volta ao Pai e com Ele vai nossa humanidade. Já estamos ao lado de Deus, no Céu. Na terra, a vida surge como desdobramento deste mistério do qual participamos! É verdadeira comunhão entre céu e terra, entre o Divino e o Humano que o pai aceita de bom grado.

Na incensação do povo de Deus, a abundância de incenso demonstre a que esse povo está destinado.

Acolher com carinho, os irmãos e irmãs que chegam para tomar parte na celebração, especialmente às mães da comunidade.

Ritos Iniciais

1. Na procissão de entrada entrar com as pessoas que foram batizadas ou pessoas que receberam um dos sacramentos na Vigília Pascal, ou crianças com vestes brancas, trazendo flores.

2. Na celebração de hoje seria muito oportuno a saudação inicial de Romanos 15,13:

“O Deus da esperança, que nos cumula de toda alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco”.

3. Após a saudação presidencial dar o sentido litúrgico:

Hoje é o Domingo da Ascensão do Senhor. O mistério da Ascensão do Senhor significa “elevação, subida” também para nós, seus discípulos e discípulas missionários que têm como meta a evangelização. Ele elevou-se ao céu, não para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar a todos nós a certeza de que nos conduzirá à gloria da imortalidade.

4. Em seguida fazer um pequeno lucernário, solenizando o acendimento do Círio Pascal: uma pessoa acende o Círio e diz: “Bendita sejas, Deus da Vida, pela ressurreição de Jesus Cristo e por essa luz radiante!”. Ou outros refrões que revela o sentido pascal: “Salve, luz eterna és tu, Jesus!/ Teu clarão é a fé que nos conduz! (Hinário II, pág. 292). “Cristo-Luz, ó Luz bendita,/ Vinde nos iluminar!/ Luz do mundo, Luz da Vida,/ Ensinai-nos a amar! A seguir, incensa o Círio pascal e a comunidade reunida.

5. Se a comunidade tiver dificuldade para fazer este pequeno lucernário, a procissão de entrada pode ter à frente o Círio Pascal aceso. Neste caso, não se usa a cruz processional, que permanece em seu lugar de costume.

6. Para este domingo em que a Liturgia pontua a herança de Cristo que recebemos pela participação em sua Páscoa, sugerimos fazer a Recordação da Vida neste momento. Trazer os fatos da vida de maneira orante e não como noticiário.

7.  Substituir o ato penitencial pelo rito de aspersão com a água que foi abençoada na Vigília Pascal. Essa ação ritual ajuda a comunidade a aprofundar sua consagração batismal. Não havendo água abençoada na Vigília Pascal, o ministro reza o oração de bênção conforme o Tempo Pascal que está no Missal Romano página 1002. No ato da aspersão, a assembléia canta: “Eu vi, eu vi, foi água manar” ou (“Banhados em Cristo, somos u’a nova criatura”).

            8. Solenizar o hino de louvor (glória), recordando que Jesus Cristo, nosso irmão, foi introduzido na glória dos céus, à direita do Pai.

9. Na Oração do Dia, suplicamos a Deus, afirmamos que o Mistério da Ascensão já é nossa vitória e somos chamados a participar da glória do Cristo.

Rito da Palavra

1. As leituras nos recordam o Mistério da Ascensão. Mas a Palavra de Deus, longe de ser apenas uma informação, é experiência desse Mistério. Por isso, é preciso aprimorar na proclamação e incentivar o povo, para que deixe de acompanhar as leituras em folhetos, publicações ou Bíblias. Na liturgia a Palavra de Deus deve ser escutada.
           
2. As leituras são muito importantes. Os leitores sejam preparados para fazer uma proclamação digna e solene dos textos sagrados, pois é o Cristo, que está juntos do Pai, que nos fala.

3. Realçar a leitura dos Atos dos Apóstolos com muita expressão.

4. Dar destaque maior à proclamação do Evangelho, que hoje pode ser cantado e o livro, incensado.

5. Após a homilia, faça-se queima de incenso diante do Círio Pascal. Enquanto a comunidade entoa “Alegrem-se os céus” (CD: Alegria em Deus, Taizé – Paulinas/COMEP) as pessoas que da assembléia se dirigem até o lugar onde está ornado o Círio Pascal e depõem pedras de incenso no braseiro.

6. Dependendo da comunidade, talvez seja importante solicitar que cada pessoa tome nas mãos poucas pedras de incenso, já que estas se unirão a varias da comunidade... aqui também se revela o mistério da comunhão que perfuma o ambiente com a Páscoa de Cristo.

7. O presidente da celebração pode fazer a seguinte monição-convite ao rito:

Irmãos e irmãs, neste dia em que Cristo, nossa Luz Radiante, foi acolhido por Deus quando Ele volta para Casa do Pai, entoando a comunhão entre o céu e a terra, o divino e o humano que estão para sempre unidos à direita do Senhor, queimemos incenso diante do Círio Pascal para que suba a Deus o nosso louvor, assim como se eleva em Cristo, nesta Eucaristia nosso coração... Em seguida a assembléia recita a Profissão de Fé.

8. Na profissão de fé, convidar os que receberam os sacramentos na Vigília Pascal para se aproximarem do Círio Pascal com velas acesas.

9. Às preces elaboradas pela equipe de liturgia, acrescentar esta prece da Liturgia das Horas, I vésperas, v. II, p. 821: “Vós, que descestes até nós pelo caminho do amor, pelo mesmo caminho, fazei-nos subir até vós”. Incluir, nas preces da comunidade, intenções pelas mães.

10. A cada prece responder cantando: ESCUTA-NOS, SENHOR DA GLÓRIA!

Rito da Eucaristia

1. Deixar o altar sem toalha desde o início da celebração. Mães da comunidade estendem a toalha e trazem em procissão os dons para a Eucaristia.

            2. O rito da incensação, retomado durante a apresentação das oferendas, deve ser feito com calma. Procure-se dar valor na incensação da assembléia Corpo do Senhor, manifestando assim a presença de Deus no meio da comunidade reunida em oração. O canto da procissão das oferendas dura enquanto durar a incensação.
           
3. Na Oração sobre as Oferendas a Ascensão do Senhor é o encontro do céu e da terra, isto é, a nossa humanidade está junto de Deus.

            4. Valorizar as respostas da assembléia. Ao dizer: ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS.

5. Nos prefácios I/II, contemplamos Jesus que subiu ai céu para nos fazer participar de sua divindade.

6. Se possível canta o prefácio que realça, neste dia, o mistério da Ascensão (Missal Romano, página 426 e 427). Nas celebrações da Palavra, fazer o momento de louvor com a Louvação da Ascensão (Bendito Pascal) indicada no Hinário Litúrgico 2, da CNBB, página 158.
         
            7. Cantar com vibração o “Amém” conclusivo da Oração Eucarística. Por Cristo, com Cristo...
           
8. A mesa da Eucaristia antecipa o banquete do Reino. Nela os céus e a terra se encontram. Por isso, seria muito conveniente introduzir, nessas ocasiões e, a partir delas, a comunhão em duas espécies, pois o fruto da videira é sinal da mesa futura no Reino de Deus (IGMR, nº 240).

Ritos Finais

1. Na Oração após a Comunhão suplicamos a Deus que nossos corações se voltem para o alto, isto é, o cristão deve viver com a mente no Céu.

2. Ritualizar bem o envio, impondo as mãos sobre a assembléia, enviando-a em missão.

            3. Existe uma proposta de bênção solene para essa Solenidade. Recordar que num dos relatos, Cristo subiu aos céus abençoando seus discípulos. Esse gesto de prolonga na bênção ao final da Eucaristia (Missal Romano página 523). Abençoar as mães e enviá-las, juntamente com toda a comunidade à missão.

4. As palavras do rito de envio devem estar em consonância com o mistério celebrado: “Vós sereis testemunhas de tudo isso”. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!”.

Todos: Graças a Deus, o Senhor subiu aos céus, aleluia.

11- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Jesus retornou à casa do Pai glorificado. Mas Ele não retornou sozinho. Levou consigo a humanidade que Ele redimiu pelo seu sangue. São Leão Magno, numa de suas homilias sobre esta festa, lembra que, no mistério da Ascensão de nosso Salvador, a nossa humilhada natureza foi arrebatada acima de todas as obras da criação, até assentar-se junto de Deus Pai.

            Celebremos nossa Páscoa, na pureza e na verdade, aleluia, aleluia.

O objetivo da Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos
Pe. Benedito Mazeti

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