08 de maio de 2016
Leituras
Atos 1,1-11
Salmo 46/47,2-3.6-9
Efésios 1,17-23
Lucas 24,46-53
“VÓS, QUE DESCESTES ATÉ NÓS PELO CAMINHO DO AMOR, PELO MESMO CAMINHO,
FAZEI-NOS SUBIR ATÉ VÓS”
(Liturgia das Horas, I vésperas, v. II, p. 821)
1- PONTO DE PARTIDA
Hoje é o
Domingo da Ascensão do Senhor. Chegamos, hoje, a um momento muito importante
dentro do Tempo Pascal. É uma festa que tem o seu sentido dentro do espírito
que caracteriza estes cinquentas dias de Páscoa. É bom lembrar que estamos vivenciamos
dias de Páscoa e não após a Páscoa.
O mistério da
Ascensão do Senhor significa “elevação, subida” também para nós, seus
discípulos e discípulas missionários que têm como meta a evangelização. Ele
elevou-se ao céu, não para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar a todos
nós a certeza de que nos conduzirá à gloria da imortalidade.
Unidos em
comunhão com todos os cristãos espalhados pelo mundo celebramos Ascensão de
Jesus, plenitude da Páscoa, cuja memória nós atualizamos na Eucaristia. Jesus conclui
sua missão, despede-se dos seus discípulos, mas sem abandoná-los e é elevado e
glorificado pelo Pai. A Igreja, convocada para dar continuidade à missão de
Jesus, prepara-se para celebrar a Solenidade de Pentecostes e comemora também o
dia das comunicações.
2- REFLEXÃO BÍBLICA,
EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Primeira leitura – Atos dos Apóstolos
1,1-11. Lucas liga os Atos dos Apóstolos ao Evangelho que ele mesmo
escreveu por um breve resumo (Atos 1,1-3). Neste resumo ele refere-se também às
aparições de Jesus ressuscitado (versículo 3) e à Ascensão (versículo 2c) já
contadas no fim do Evangelho. Os outros evangelhos não falam que Jesus tinha
aparecido durante quarenta dias. Com isso Lucas esboça as etapas da história da
salvação: o tempo de Jesus “desde o começo do seu trabalho até o dia em que foi
levado para o céu”; o tempo anterior a esta etapa que abrange a história do
“povo de Israel” e que é o tempo da promessa e da esperança; o tempo posterior
ao tempo de Jesus, que vai da ascensão até a volta no fim do mundo, é o tempo da Igreja.
Lucas
atribui ao próprio Jesus ressuscitado a inauguração dos “Atos dos Apóstolos”,
isto é, do tempo e da história da Igreja. Para ele é de suma importância que
seu “segundo livro” não comece com os discípulos desamparados e desorientados
(cf. Lucas 24,17-21), mas com o Senhor ressuscitado que os procura e ensina
durante quarenta dias sobre “o Reino de Deus” (versículo 3; cf. o valor
simbólico do número quarenta!). A
ressurreição não é somente um fim glorioso da carreira terrestre de Jesus, mas
ao mesmo tempo o fundamento salvador da Igreja. A missão salvadora dos
apóstolos e da Igreja está intimamente ligada ao Jesus terrestre e glorificado,
à Sua Palavra e à Sua obra (ao Seu “fazer e ensinar”: Atos 1,1), ao Seu poder e
à Sua missão.
Na
versão do Atos dos Apóstolos, a Ascensão aparece antes de tudo com a
inauguração da missão da Igreja no mundo. Os quarenta dias (versículo 3)
fixados por Lucas como a duração da estadia do Ressuscitado sobre a terra devem
ser compreendidos no sentido de um último tempo de preparação (o número
quarenta designa sempre um período de espera na Escritura): são uma medida
proporcional e não cronológica. Com isso a ressurreição não constitui um
limite, mas a preliminar de uma nova etapa do Reino: a sessão de Cristo à
direita do Pai e a missão da Igreja pelo mundo afora. A esse respeito, é muito
significativa a observação sobre os anjos convidando os apóstolos a não ficarem
com os olhos fixos no céu (cf. versículo 11).
A
imagem da nuvem não deve ser tomada num sentido material. Para Lucas, a nuvem é
apenas o sinal da presença divina, como o foi sobre a Tenda de reunião e no Templo
de Jerusalém. De forma alguma trata-se de um fenômeno metereológico, mas de um
acontecimento teológico: a entrada de Jesus de Nazaré na glória do Pai, e a
certeza de sua presença no mundo. Jesus
ressuscitado é, de agora em diante, o lugar da presença de Deus no mundo, o
único lugar sagrado da nova humanidade.
A
idéia de separação e de ruptura ainda reforçada pela afirmação de que não cabe
aos homens conhecerem o fim de sua história (versículo 7) e pelo apelo dos
apóstolos ao realismo do qual queriam fugir (versículo 11). Sem dúvida Lucas
quer mostrar que Cristo só pode separar-se de pessoas que só pensam no
estabelecimento imediata do Reino (versículo 6) e que só está presente naqueles
que aceitam o longo caminhar que passa pela missão e pelo serviço a favor da
humanidade (versículo 8). Quer mostrar também que, para começar sua missão, é
preciso que a Igreja rompa com Cristo carnal. Não podemos mais, de agora em
diante, nos unir a Cristo a não ser por intermédio dos apóstolos revestidos do
Espírito de Cristo. É, pois, uma maneira de ver a Igreja que se esforça depois
da insistência de Lucas sobre a separação entre Jesus e os cristãos.
A
efusão do Espírito Santo (versículo 5) ainda não é o fim nem o início do fim
dos tempos e do pleno desabrochar do Reino. O Reino não somente abrangerá o
povo de Israel, mas todos os povos. A preocupação para conhecer o fim dos
tempos é, pois, substituída pela preocupação de levar o Evangelho “até os
confins do mundo” (cf. Marcos 13,10; Mateus 24,14). Lucas não nega a segunda
vinda em glória (versículo 11c), mas não toca mais no problema da preocupação
com a data da mesma.
Salmo
responsorial – 46/47,2-3.6-9. No princípio, este Salmo acompanhava a Arca
da Aliança na procissão para o Templo de Jerusalém. A entronização no Templo
evocava o senhorio de Deus sobre Israel, sobre todos os povos e sobre todo o
universo. A aplicação litúrgica à realeza universal de Cristo é legítima.
É
o primeiro Salmo que celebra a realeza do Senhor. Recorda quatro vezes que o
Senhor é Rei (versículos 3.7.8.9) não sé de Israel, mas do mundo inteiro
(versículos 3..8.9). A palavra Deus aparece sete vezes. Freqüentemente esse
número significa totalidade, Deus, portanto, é o rei de toda a terra.
O rosto de
Deus no Salmo 46/47. Deus Altíssimo é terrível e grande rei sobre toda a terra
(versículo 3), submetendo nações e povos. O Salmo engrandece a realeza de Deus
sobre toda a terra.
Cantemos,
neste salmo, o poder do Senhor que se revela em Jesus Cristo, conduzindo o
mundo inteiro no seu plano de amor para que todos tenham vida em plenitude.
POR
ENTRE ACLAMAÇÕES DEUS SE ELEVOU,
O SENHOR SUBIU AO TOQUE DA TROMBETA.
Segunda leitura – Efésios 1,17-23. A
sabedoria que Paulo pede a Deus para seus correspondentes (versículo 17) é este
dom sobrenatural já conhecido dos sábios do Primeiro Testamento (cf. Provérbios
3,13-18), mas consideravelmente ampliado na sua definição cristã: ela não é
somente a prática da lei, o conhecimento da vontade divina sobre o mundo; não é
mais uma explicação do mundo, mas a revelação do destino de um homem (versículo
17) e da herança da glória que dela resulta (Efésios 1,14), tão contrastante
com a miséria da existência humana (Romanos 8,20); enfim, ela é a descoberta do
poder de Deus, já manifestado na
ressurreição de Cristo (versículo 20), garantia de nossa própria
transfiguração.
Paulo
se detém um pouco na contemplação deste poder divino. Este poder não é mais
somente o que Deus revelou para criar a terra e impor-lhe suas vontades (Jó
38): ele inverte mesmo estas leis, pois é capaz de mudar um crucificado em Senhor ressuscitado (versículo 21a) e de
organizar, desde já, as estruturas do mundo que virá (v. 21b). Neste sentido, a
sabedoria é uma esperança (versículo 18), pois é confiança na ação de Deus de
Jesus Cristo no mundo.
Mas o poder de
Deus não reserva apenas para o futuro a manifestação de seu vigor: desde agora,
tudo é realizado por Ele, que colocou Cristo como cabeça de todos os homens e
mulheres no mistério mesmo da Igreja, sua plenitude (versículo 22-23). Paulo
pediu para os cristãos da comunidade de Éfeso o dom da sabedoria, a fim de que
eles compreendessem com prioridade como a Igreja é sinal deste poder de Deus
desvendado em Jesus Cristo. Com efeito, é um privilégio extraordinário para a
Igreja ter por chefe o Senhor do universo e ser seu corpo.
Os
cristãos têm a esperança de participar na glória de Cristo, porque Ele venceu
todas as barreiras e poderes contrários que possam ameaçar a plena realização
desta vocação (Efésios 1,21-22a). Porque os cristãos pertencem à Igreja, que é
tão repleta de Cristo e de Seu Espírito que pode ser chamada Seu Corpo de que
Ele é a cabeça. Desta cabeça, através do Corpo que é a Igreja, a plenitude de
Deus há de se expandir sobre tudo que existe, para que, reunindo tudo em Cristo
como cabeça, se realize a plenitude dos tempos ou da história (cf. Efésios
1,10).
Evangelho – Lucas 24,46-53. Lucas 24,
em dependência de Marcos 16, relara a ressurreição, as aparições às mulheres,
aos discípulos de Emaús, aos discípulos reunidos em Jerusalém, a ascensão; nos
versículos 44-49, em sintonia com Atos 1,4-8, transcreve as últimas palavras de
Jesus aos seus discípulos – o testamento – para que compreendam o cumprimento
das profecias relacionadas a Ele: vida (Lucas 4,21), morte e glorificação; no
versículo 45, como no versículo 27, o Ressuscitado abre as mentes de todos os
discípulos, até então grosseiras e bairristas (Lucas 9,45; 18,34), para que
tenham fé e entendam as Escrituras referentes a Ele, - à universalidade da
salvação, - a evangelização sob o Espírito Santo e ao messianismo autêntico.
Os versículos
46-47 oferecem uma amostra do primitivo querigma
cristão com o novo sentido da Escritura: a paixão e morte, a ressurreição ao
terceiro dia e a mensagem em seu nome, por sua ordem e sob sua atuação, como
verdadeiro Messias morto e ressuscitado (Lucas ou Atos 9,49; 10,17), estendida
a todas as pessoas (Isaias 40,5; 42,6s; 49,6; Lucas 2,32; Atos 3,25; Gênesis
12,3) e relativa à penitência para o perdão dos pecados (3,2 = Marcos 1,4;
4,18/Jeremias 31, 34; Isaias 61,1; Atos 2,38s; 5,30s; 10,39-43; 13,47;
1Coríntios 15,3s). A conversão – metanóia – exige conversão, mudança na maneira
de pensar e agir, para ver em Jesus, com seu messianismo de cruz e glória, o
salvador único; é o que professa Pedro frente ao Sinédrio: “Em nenhum outro
(messias) há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome (= pessoa) foi
dado aos homens, pelo qual devemos ser salvos” (Atos 4,12). Só a “conversão” a
este Messias e à sua doutrina é que perdoará os pecados. O nome de Jesus é sua
presença atuante: “Eu estarei convosco todos os dias até a consumação dos
séculos” (Mateus 28,
O
universalismo da fé previa a pregação de Cristo, Messias sofredor e glorioso, e
da salvação, a partir de Jerusalém (Atos 1,8). Para testemunhar essa vocação de
testemunhar, Jesus lhes prometeu o Espírito Santo (Atos 1,4; Lucas 24,49),
prenunciado no Primeiro Testamento (Joel 3,1-4 = Atos 2,16ss) e que Ele recebeu
do Pai (Atos 2,33). Em decorrência, não deverão sair de Jerusalém até que não
forem investidos da força divina (Atos 1,8; cf. Isaias 32,15; Sabedoria 9,17),
o que se certificou no dia de Pentecostes (Atos 2,1ss). A fecundidade de Maria
(Lucas 1,35) como a fecundidade da Igreja vem do alto, do Espírito Santo; assim
Maria é o primeiro exemplo da Igreja. Realizado o mandato e feita a promessa do
Espírito Santo, Jesus olha para o futuro: sua obra acabou, inicia a dos
apóstolos em sua missão pelo mundo.
O lugar da Ascensão,
no Evangelho de Lucas, é Betânia ou “rumo a Betânia” (Lucas 24,50), enquanto
nos Atos dos Apóstolos é o monte das Oliveiras (1,12): Betânia está na encosta
oriental do Monte das Oliveiras. De Betânia/Monte das Oliveiras Jesus partiu
para o ingresso triunfal em Jerusalém (Domingo de Ramos); do mesmo lugar parte
agora para a eternidade.
Chegando lá, à
maneira dos sacerdotes no Templo de Jerusalém, ergueu as mãos e os abençoou
(versículo 51; cf. Levítico 9,22; Eclesiástico 50,22) enquanto ia se afastando
dos seus discípulos. Esta bênção foi a última, mas continuou sobre eles e sobre
nós.
O relato da
Ascensão em Lucas é fortemente marcado pela Liturgia (cf. Hebreus 4,14;
6,19-20; 9,24). Cristo parece desaparecer aos olhos de seus apóstolos como o
sumo sacerdote aos olhos assembléia quando penetrava no Santo dos santos (idéia
semelhante em Hebreus 9,1-14): bênção da multidão com as mãos entendidas
(versículos 50-51), prostração da assembléia diante do sacerdote (versículo 52)
e louvor contínuo no Templo (versículo 53). Tomando esta imagem da liturgia do
Templo de Jerusalém, Lucas quer fazer compreender o papel sacerdotal realizado
de agora em diante pelo Ressuscitado. Há uma grande diferença entre Cristo e o
sumo sacerdote judaico. O sumo sacerdote penetrava no Santo dos santos, Cristo
penetra no mistério insondável da vida eterna.
A assembléia
eucarística da Ascensão aprofunda a fé na divindade do Senhor Jesus. Mas é uma
fé de companheiro de Deus: ela colabora com Ele na espiritualização do
universo, com lentidão e despojamento, porque este desígnio
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
No Ano A, a
Ascensão do Senhor destaca a Exaltação e o Senhorio de Cristo; no Ano B destaca
a Palavra e os sinais do Senhor glorioso e no Ano C destaca a preparação para a
missão. A Ascensão do Senhor é a festa que marca o fim do tempo de Jesus. Ele
cumpriu tudo o que o Pai lhe determinou. Jesus passa para os discípulos a
missão que ele encerrou. Essa missão continua conosco, hoje: testemunhar sua
Palavra. Jesus a confia a nós. De agora em diante, começa a missão de
testemunharmos aquilo que Jesus veio revelar: o projeto do Pai (Lucas 24,48; Atos
1,8). O conteúdo central do testemunho dos seguidores é o anúncio, em nome de
Cristo, da conversão para a remissão dos pecados a todas as nações (Lucas
24,47). Este Evangelho da graça de Deus foi anunciado e vivido por Jesus, em
toda sua vida. Agora deve ser assumido igualmente por seus seguidores. Este anúncio,
contudo, significa também enfrentamento com as estruturas de morte. “Isso
produz o julgamento, a manifestação da verdade e, conseqüentemente, a
possibilidade da conversão e do perdão que abrem as portas para participar do
novo mundo e da nova história. O cerne de toda missão será sempre o anúncio e a
prática da passagem pascal que leva da morte à vida, da escravidão à
liberdade”. Eis nossa missão.
O alerta dos
homens vestidos de branco, em Atos, torna-se um permanente desafio para o
cristão: não ficar parado, olhando para o céu. Com a vinda de Jesus já se
inaugura o tempo da promessa (cf. Marcos 1,15). Cumpriu-se o tempo, já não se
pode mais esperar. Deve-se agir. Esse alerta é retomado na Ascensão de Jesus,
mostrando que o cristão não pode esperar passivamente a vinda do Reino. Ele
deve tornar-se sujeito dela.
Apesar de a missão
cristã ser marcada pela Cruz (Marcos: 16,24), ela deve ser encarada e assumida
com alegria (Lucas 24,52). Isso por que, além de ser uma causa nobre, conta com
a garantia da força e ação do Espírito Santo, que nos acompanha e advoga em
nosso favor.
Saber as datas
da parusia do Senhor não deve ser nossa preocupação. O importante é assumirmos
a missão que Jesus nos confiou. Nosso compromisso, a partir disso, é mais com
sua manifestação – como pessoa e projeto no seio de nossa sociedade – do que
propriamente com a parusia, ou seja, com sua segunda vinda. Nossa opção pelo
projeto de Jesus – vida para todos – faz com que nossas atitudes sejam sinais
visíveis do Cristo que vem e se torna presente no meio de nós.
Na
carta aos Efésios é dito que Jesus “está acima de todas as autoridades que
existem neste mundo”. Eis o grande desafio lançado pela Igreja primitiva:
obedecer antes a Deus que aos homens. Para nós, cristãos, as determinações
humanas são válidas na medida em que não contrariam as exigências de nossa fé e
os imperativos de nossa caridade. Não podemos obedecer uma autoridade que
pretende ser mais sábia que Deus e mais poderosa que o Cristo Senhor. A
presença ressuscitada de Jesus aparece, hoje, nos sinais de justiça, de
liberdade, de amor, que vemos em cada pessoa, nos movimentos sociais que lutam
por uma justa reforma agrária e pão, liberdade, por terra nos centros urbanos,
por moradia...
Como ouvimos
na segunda leitura, dizer que fazemos parte do “corpo de Cristo” significa que
devemos viver numa comunhão total com Ele e que, nessa comunhão, recebemos, a
cada instante, a vida que nos alimenta. Significa, também, viver em comunhão,
em solidariedade total com todos os nossos irmãos e irmãs, membros do mesmo
“corpo” alimentados pela mesma vida. Paulo implora aos cristãos de Éfeso a
graça do conhecimento do mistério de Deus. Participando deste segredo, saibamos
perceber a riqueza da nossa fé comprometida com a comunidade e também com as
lutas sociais.
É oportuno
citar uma homilia de Santo Agostinho, bispo do século V, para a festa de hoje:
Hoje, nosso
Senhor Jesus Cristo subiu ao céu; suba também com Ele o nosso coração. Ouçamos
as palavras do Apóstolo: “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por
alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus;
aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres” (Colossenses 3,1-2).
Assim como ele subiu sem se afastar de nós, também nós subimos com Ele, embora
não se tenha realizado ainda em nosso corpo o que nos está prometido. Cristo já
foi levado ao mais alto dos céus; contudo continua sofrendo na terra através
das tribulações que nós experimentamos como seus membros. Dou testemunho dessa
verdade quando se fez ouvir lá no céu: Saulo, Saulo, por que me persegues?”
(Atos 9,4). E ainda: “Eu estava com fome e me destes de comer” (Mateus 25,35).
Cristo está no
céu, mas também está conosco. Nós, mesmo permanecendo na terra, estamos também
com Ele. Por sua divindade, por seu poder e por seu amor Ele está conosco.
Embora não possamos realizar isso pela divindade, como Ele, ao menos podemos
realizar pelo amor que temos pra com Ele.
Existe a
unidade entre Cristo, nossa cabeça, e nós, seu corpo. Ninguém senão Ele poderia
realizar esta unidade que nos identifica com Ele mesmo, pois tornou-se Filho do
Homem por nossa causa, e nós, por meio Dele, nos tornamos filhos de Deus.
Contando
os últimos dias da presença de Jesus entre os seus, Lucas quer chamar a atenção
para a última palavra de Jesus. Escutando-a, sejamos enviados tal como os
apóstolos.
O
mistério da Ascensão do Senhor nos mergulha no mistério da Aliança que existe
entre o céu e a terra, entre o divino e o humano. Santo Agostinho diz que “Jesus
Cristo não deixou o céu quando de lá desceu até nós; também não se afastou de
nós quando subiu novamente ao céu”. Ele, por sua misericórdia, mergulhou até o
fundo da nossa condição humana e, depois, subiu ao céu levando a humanidade
consigo, fazendo-nos participar desse mistério da Ascensão.
A
assembléia eucarística da Ascensão aprofunda a fé na divindade do Senhor Jesus.
Mas é uma fé de companheiro de Deus: ela colabora com ele na espiritualização
do universo, não sem lentidão e despojamento, pois este projeto só pode ser realizado
em plenitude para depois da morte. A eucaristia também é o meio através do qual
a Igreja se encontra com seu Senhor na oração de intercessão que Ele que não
desiste de formular para todos os seres humanos diante do trono de seu Pai.
4- A PALAVRA SE FAZ
CELEBRAÇÃO
O assentimento do Pai
Festejar a
“volta” de Jesus para o Pai, longe de nos entristecer, alegra-nos, pois se
trata da festa do assentimento do Pai à experiência terrena de Jesus. É uma
espécie de pronunciamento de Deus acerca do itinerário pascal de Jesus,
reconhecendo-lhe finalmente como Filho com toda pompa e circunstância (isto
literalmente, o que é óbvio pelas narrativas lucanas). No âmbito da experiência
ritual, podemos perceber que a fazemos em toda Eucaristia, quando nosso coração
a Deus se eleva, tornando-se coração filial, pois só a partir de tal posição
(de filhos no Filho) podemos dar graças a Deus: Corações ao alto! Nosso coração
está em Deus! A experiência da ascensão nos alcança cada vez que fazemos a
Eucaristia (a Anáfora): “Assim, o que na vida do nosso Redentor era visível
passou aos ritos sacramentais”.
Ressurreição e
Ascensão
Em toda
celebração Eucarística fazemos memória da ascensão do Senhor. Na maioria das
orações Eucarísticas ela é recordada explícita ou implicitamente. A ascensão
junto com o Pentecostes são facetas de um só acontecimento que é a Páscoa de
Jesus. Nós o desmembramos para melhor celebrar cada aspecto.
No caso da
ascensão, o aspecto nos é clarificado pela oração depois da comunhão, que
retoma o significado do diálogo invitatório da oração eucarística: “Deus eterno
e todo-poderoso, que nos concedeis viver na terra com as realidades do céu,
fazei que nossos corações se voltem para o alto, onde está junto de vós nossa
humanidade”.
A experiência
litúrgica da assembléia consta, toda ela, progressivamente, de pôr o coração em
Deus no sentido de decidir e agir de seu lugar, da sua direita, pois em Jesus
já estamos eternamente ao lado do Pai. A Eucaristia celebrada pela comunidade é
fundamental para assegurar que estamos, porém, agindo conforme o coração de
Deus que nos visita em seu filho Ressuscitado (cf. Benedictus, como canto de
comunhão para o tempo pascal). O itinerário quaresmal transformou o nosso
coração de pedra em coração de carne, coração de filhos no Filho!
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Na Eucaristia,
damos graças ao Pai, porque seu Filho, Jesus, se fez um de nós e se constituiu
como cabeça da sua Igreja. Damos graças a Deus, porque somos chamados a
continuar sua obra de salvação no mundo, como sinais de libertação. Nossa voz
profética procura denunciar as injustiças e anunciar Jesus Cristo, como vida
para todos, como Senhor que nos une como irmãos, como Salvador que nos conduz à
vida plena.
A Eucaristia
nos faz participantes da verdade, da vida, do Espírito de Cristo. Abre também
nossos horizontes para dirigir nossos passos na direção do Cristo ressuscitado
que nos aguarda.
A Ascensão de
Jesus e, sobretudo, suas palavras finais, que convocam os discípulos para a
missão, sugerem nossa responsabilidade na construção desse mundo novo onde
habita a justiça e a paz. Sugerem que a proposta libertadora que Jesus fez a
todos os homens está agora em nossas mãos; que é nossa responsabilidade
torná-la realidade; sugerem que nós, os seguidores de Jesus, temos de
construir, com nosso esforço diário, o novo céu e a nova terra.
Na liturgia da
festa da Ascensão, somos convidados a não ficar com o olhar perdido no Alto,
porque o Senhor voltará (antífona de entrada) e ficará conosco todos os dias,
até o final dos tempos (antífona de comunhão). A vitória de Cristo é também
nossa vitória, pois nós também participamos em Cristo das realidades do céu
(oração depois da comunhão).
Pela Ascensão,
Jesus torna-se para nós Mediador, Juiz do mundo, Senhor do universo, Cabeça e
Princípio. Com sua Ascensão, ele nos garante a glória da imortalidade (prefácio
da Ascensão I).
6. ORIENTAÇÕES GERAIS
1. A equipe de
celebração acolhe as pessoas com o mesmo amor que Jesus acolhia as pessoas.
2. O Círio
Pascal deve estar sempre presente, junto à Mesa da Palavra em todas as
celebrações do Tempo Pascal. É importante que o Círio seja aceso no início da
celebração, após o canto de abertura, enquanto a assembléia entoa um refrão
pascal. Ele é o sinal do Cristo ressuscitado, Senhor de nossas vidas.
3. Dar
destaque durante o Tempo Pascal para a água
batismal. Onde há pia batismal, ela deve ser o ponto de referência para a
realização de ritos como aspersão, renovação de promessas, compromissos. Onde
não há pia batismal, preparar alguma vasilha de cerâmica, de preferência junto
do Círio Pascal.
4. Vivamos
intensamente este tempo de festa, celebrando a vida nova que Cristo nos deu,
vencendo a morte. É importante que o espaço celebrativo da Vigília Pascal
continue o mesmo para as celebrações de todo o Tempo Pascal.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é
parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para
animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas,
executados com atitude espiritual e,
condizentes com cada domingo, ajudam a comunidade a penetrar no mistério
celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do Tempo Pascal, é
preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser
cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério
celebrado. A função da equipe de canto não é
simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia da Ascensão
do Senhor. Os cantos devem estar em sintonia com o Ano Litúrgico, com a Palavra
proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que toda liturgia
é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral
ou de um movimento.
A função da
equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da
liturgia deste domingo da Ascensão do Senhor, “cantar a liturgia”, e não “na
liturgia”. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra
proclamada e com o sacramento celebrado.
Os cantos para
a celebração da “Ascensão do Senhor” se encontram gravados no CD, “Liturgia XV
– Páscoa Ano C”, Paulus. Essas canções podem ser encontradas, facilmente, na
internet.
1. Canto de abertura. Jesus há
de voltar assim como subiu na glória (Atos 1,11). “O Senhor foi preparar um
lugar para nós no céu!”, CD:
Liturgia XV, faixa 14.
2. Refrão para o acendimento do Círio
Pascal. “Cristo-Luz, ó Luz, ó Luz bendita”, CD: Festas Litúrgicas I, melodia da faixa 9; “Salve Luz eterna, és
tu Jesus”, Hinário Litúrgico II da CNBB, página 292.
3. Canto para acompanhar a aspersão com
a água. “Eu vi foi água”, CD: Tríduo Pascal II, melodia da faixa 12 ou
Hinário Litúrgico II da CNBB, página 225; “Banhados em Cristo”, CD: Tríduo
Pascal II, melodia da faixa 11 ou Hinário Litúrgico II da CNBB, página 196.
Outra opção é o refrão: “Jesus o seu
batismo na Páscoa completou, passou as grandes águas o mar atravessou, abrindo
o caminho, teu povo libertou”. (bis). Mesma música do domingo de Ramos “os
filhos dos hebreus”.
4. Hino de louvor. “Glória a
Deus nas alturas.” Vejam o CD: Tríduo Pascal I e II e também no CD:
Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico
III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso
e outros compositores.
O Hino de
Louvor, na versão original e mais antiga, é um hino cristológico, isto é,
voltado para Cristo, que exprime o significado do amor do Pai agindo no Filho.
O louvor, o bendito, a glória e a adoração ao Pai (primeira parte do Hino de
Louvor) se desdobram no trabalho do Filho Único: tirar o pecado do mundo,
exprimindo e imprimindo na história humana a compaixão do Pai. Lembremo-nos: o
Hino de Louvor não se confunde com a “doxologia menor” (Glória ao Pai, ao Filho
e ao Espírito Santo). O Hino de Louvor encontra-se no Missal Romano em prosa ou
nas publicações da CNBB versificado numa versão que facilita o canto da
assembléia.
5. Salmo responsorial. Exaltação
de Deus diante dos povos. “Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu
ao toque da trombeta”, CD: Liturgia X, melodia da faixa 16.
6. Aclamação ao Evangelho. Proclamação
universal do Evangelho. “Ide ao mundo, ensinai aos povos todos”, CD: Liturgia XV,
melodia da faixa 7. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que
estão no Lecionário Dominical.
7. Apresentação dos dons. O
canto de apresentação das oferendas, conforme orientamos em outras ocasiões,
não necessita versar sobre pão e vinho. Seu tema é o mistério que se celebra
acontecendo na fraternidade da Igreja reunida em oração, no Tempo Pascal. Jesus
Cristo ressuscitado nosso Irmão, nos envia para ser sinal de reconciliação.
“Aleluia, Recebe, ó Pai, esta nossa oblação”, CD: Liturgia XV, melodia da faixa
12.
8. Canto de comunhão. “Vós
sereis testemunhas de tudo isso” (Lucas 24,48). “O Senhor subiu ao céu”, Salmo 68/67,
CD: Liturgia X, melodia da faixa 17.
O canto de
comunhão deve retomar o sentido do Evangelho da Festa da Ascensão do Senhor.
Esta é a sua função ministerial. Na realidade, aquilo que se proclama no
Evangelho nos é dado na Eucaristia, ou seja: é o Evangelho que nos dá o “tom”
com o qual o Cristo se dirige a nós em cada celebração eucarística reforçando
estes conteúdos bíblico-litúrgicos, garantindo ainda mais a unidade entre a mesa da Palavra e a mesa da
Eucaristia. Isto significa que
comungar o corpo e sangue de Cristo é compromisso com o Evangelho proclamado.
Portanto, o mesmo Senhor que nos falou no Evangelho, nós o comungamos no pão e
no vinho.
8- ESPAÇO CELEBRATIVO
1. Um ícone da
ascensão pode ser colocado próximo ao ambão ou noutro lugar conveniente.
2. Valorize-se
o uso ritual do incenso. Um braseiro pode ser colocado junto ao ambão e ser
alimentado com incenso a cada leitura proclamada. Os ministros leitores/as
podem, eles mesmos, alimentar com incenso o braseiro.
9- PARA A ESPIRITUALIDADE PRESBITERAL
Na Liturgia,
sobretudo na Oração Eucarística, o presbítero se volta inteiramente para o Pai,
elevando a prece da Igreja (Anáfora). A Liturgia é imagem da vida cristã
ministerial, e o ministro ordenado está voltado para as coisas do alto como
afirma o apóstolo Paulo (Colossenses 3,1-2), sem, contudo, desligar-se das
urgências do mundo, as quais eleva, pela prece eucarística, pela missão e pelo
sacrifício eucarístico, ao trono de Deus. Pela sua configuração a Cristo, o
presbítero, com o povo sacerdotal, liga o céu e a terra, fazendo realizar aqui
a vontade de Deus que é cumprida plenamente lá.
Na Liturgia da
terra nós participamos, saboreando-a já, da liturgia celeste, que se celebra na
cidade santa de Jerusalém, para a qual nos encaminhamos como peregrinos, onde o
Cristo está sentado à direita de Deus, qual ministro do santuário e do
verdadeiro tabernáculo.
10. AÇÃO RITUAL
A Solenidade
da Ascensão do Senhor nos faz experimentar a alegria de termos o coração em
Deus. Por sua ressurreição gloriosa, Jesus volta ao Pai e com Ele vai nossa
humanidade. Já estamos ao lado de Deus, no Céu. Na terra, a vida surge como
desdobramento deste mistério do qual participamos! É verdadeira comunhão entre
céu e terra, entre o Divino e o Humano que o pai aceita de bom grado.
Na incensação
do povo de Deus, a abundância de incenso demonstre a que esse povo está
destinado.
Acolher com
carinho, os irmãos e irmãs que chegam para tomar parte na celebração,
especialmente às mães da comunidade.
Ritos Iniciais
1. Na
procissão de entrada entrar com as pessoas que foram batizadas ou pessoas que
receberam um dos sacramentos na Vigília Pascal, ou crianças com vestes brancas,
trazendo flores.
2. Na
celebração de hoje seria muito oportuno a saudação inicial de Romanos 15,13:
“O Deus da esperança, que nos cumula de toda
alegria e paz em nossa fé, pela ação do Espírito Santo, esteja convosco”.
3. Após a
saudação presidencial dar o sentido litúrgico:
Hoje é o Domingo da Ascensão do Senhor. O mistério
da Ascensão do Senhor significa “elevação, subida” também para nós, seus
discípulos e discípulas missionários que têm como meta a evangelização. Ele
elevou-se ao céu, não para afastar-se de nossa humanidade, mas para dar a todos
nós a certeza de que nos conduzirá à gloria da imortalidade.
4. Em seguida
fazer um pequeno lucernário, solenizando o acendimento do Círio Pascal: uma
pessoa acende o Círio e diz: “Bendita
sejas, Deus da Vida, pela ressurreição de Jesus Cristo e por essa luz
radiante!”. Ou outros refrões que revela o sentido pascal: “Salve, luz eterna és tu, Jesus!/ Teu clarão
é a fé que nos conduz! (Hinário II, pág. 292). “Cristo-Luz, ó Luz bendita,/
Vinde nos iluminar!/ Luz do mundo, Luz da Vida,/ Ensinai-nos a amar! A seguir, incensa o Círio pascal e a
comunidade reunida.
5. Se a
comunidade tiver dificuldade para fazer este pequeno lucernário, a procissão de
entrada pode ter à frente o Círio Pascal aceso. Neste caso, não se usa a cruz
processional, que permanece em seu lugar de costume.
6. Para este
domingo em que a Liturgia pontua a herança de Cristo que recebemos pela
participação em sua Páscoa, sugerimos fazer a Recordação da Vida neste momento.
Trazer os fatos da vida de maneira orante e não como noticiário.
7. Substituir o ato penitencial pelo rito de
aspersão com a água que foi abençoada na Vigília Pascal. Essa ação ritual ajuda a comunidade a
aprofundar sua consagração batismal. Não havendo água abençoada na Vigília
Pascal, o ministro reza o oração de bênção conforme o Tempo Pascal que está no
Missal Romano página 1002. No ato da aspersão, a assembléia canta: “Eu vi, eu vi, foi água manar” ou (“Banhados
em Cristo, somos u’a nova criatura”).
8.
Solenizar o hino de louvor (glória), recordando que Jesus Cristo, nosso irmão,
foi introduzido na glória dos céus, à direita do Pai.
9. Na Oração
do Dia, suplicamos a Deus, afirmamos que o Mistério da Ascensão já é nossa
vitória e somos chamados a participar da glória do Cristo.
Rito da Palavra
1. As leituras
nos recordam o Mistério da Ascensão. Mas a Palavra de Deus, longe de ser apenas
uma informação, é experiência desse Mistério. Por isso, é preciso aprimorar na
proclamação e incentivar o povo, para que deixe de acompanhar as leituras em
folhetos, publicações ou Bíblias. Na liturgia a Palavra de Deus deve ser
escutada.
2. As leituras
são muito importantes. Os leitores sejam preparados para fazer uma proclamação
digna e solene dos textos sagrados, pois é o Cristo, que está juntos do Pai,
que nos fala.
3. Realçar a leitura dos Atos dos
Apóstolos com muita expressão.
4. Dar
destaque maior à proclamação do Evangelho, que hoje pode ser cantado e o livro,
incensado.
5. Após a
homilia, faça-se queima de incenso diante do Círio Pascal. Enquanto a
comunidade entoa “Alegrem-se os céus” (CD: Alegria em Deus, Taizé –
Paulinas/COMEP) as pessoas que da assembléia se dirigem até o lugar onde está
ornado o Círio Pascal e depõem pedras de incenso no braseiro.
6. Dependendo
da comunidade, talvez seja importante solicitar que cada pessoa tome nas mãos
poucas pedras de incenso, já que estas se unirão a varias da comunidade... aqui
também se revela o mistério da comunhão que perfuma o ambiente com a Páscoa de
Cristo.
7. O
presidente da celebração pode fazer a seguinte monição-convite ao rito:
Irmãos e
irmãs, neste dia em que Cristo, nossa Luz Radiante, foi acolhido por Deus
quando Ele volta para Casa do Pai, entoando a comunhão entre o céu e a terra, o
divino e o humano que estão para sempre unidos à direita do Senhor, queimemos
incenso diante do Círio Pascal para que suba a Deus o nosso louvor, assim como
se eleva em Cristo, nesta Eucaristia nosso coração... Em seguida a assembléia
recita a Profissão de Fé.
8. Na
profissão de fé, convidar os que receberam os sacramentos na Vigília Pascal
para se aproximarem do Círio Pascal com velas acesas.
9. Às preces
elaboradas pela equipe de liturgia, acrescentar esta prece da Liturgia das
Horas, I vésperas, v. II, p. 821: “Vós,
que descestes até nós pelo caminho do amor, pelo mesmo caminho, fazei-nos subir
até vós”. Incluir, nas preces da comunidade, intenções pelas mães.
10. A cada
prece responder cantando: ESCUTA-NOS, SENHOR DA GLÓRIA!
Rito da Eucaristia
1. Deixar o
altar sem toalha desde o início da celebração. Mães da comunidade estendem a
toalha e trazem em procissão os dons para a Eucaristia.
2.
O rito da incensação, retomado durante a apresentação das oferendas, deve ser
feito com calma. Procure-se dar valor na incensação da assembléia Corpo do
Senhor, manifestando assim a presença de Deus no meio da comunidade reunida em
oração. O canto da procissão das oferendas dura enquanto durar a incensação.
3. Na Oração
sobre as Oferendas a Ascensão do Senhor é o encontro do céu e da terra, isto é,
a nossa humanidade está junto de Deus.
4.
Valorizar as respostas da assembléia. Ao dizer: ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS.
5. Nos
prefácios I/II, contemplamos Jesus que subiu ai céu para nos fazer participar
de sua divindade.
6. Se possível
canta o prefácio que realça, neste dia, o mistério da Ascensão (Missal Romano, página
426 e 427). Nas celebrações da Palavra, fazer o momento de louvor com a Louvação
da Ascensão (Bendito Pascal) indicada no Hinário Litúrgico 2, da CNBB, página
158.
7.
Cantar com vibração o “Amém” conclusivo da Oração Eucarística. Por Cristo, com
Cristo...
8. A mesa da
Eucaristia antecipa o banquete do Reino. Nela os céus e a terra se encontram.
Por isso, seria muito conveniente introduzir, nessas ocasiões e, a partir
delas, a comunhão em duas espécies, pois o fruto da videira é sinal da mesa
futura no Reino de Deus (IGMR, nº 240).
Ritos Finais
1. Na Oração
após a Comunhão suplicamos a Deus que nossos corações se voltem para o alto,
isto é, o cristão deve viver com a mente no Céu.
2. Ritualizar bem o envio,
impondo as mãos sobre a assembléia, enviando-a em missão.
3.
Existe uma proposta de bênção solene para essa Solenidade. Recordar que num dos
relatos, Cristo subiu aos céus abençoando seus discípulos. Esse gesto de
prolonga na bênção ao final da Eucaristia (Missal Romano página 523). Abençoar
as mães e enviá-las, juntamente com toda a comunidade à missão.
4. As palavras
do rito de envio devem estar em consonância com o mistério celebrado: “Vós
sereis testemunhas de tudo isso”. Ide em paz e o Senhor vos acompanhe!”.
Todos: Graças a Deus, o Senhor subiu aos
céus, aleluia.
11- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Jesus
retornou à casa do Pai glorificado. Mas Ele não retornou sozinho. Levou consigo
a humanidade que Ele redimiu pelo seu sangue. São Leão Magno, numa de suas
homilias sobre esta festa, lembra que, no mistério da Ascensão de nosso
Salvador, a nossa humilhada natureza foi arrebatada acima de todas as obras da
criação, até assentar-se junto de Deus Pai.
Celebremos nossa Páscoa, na pureza e
na verdade, aleluia, aleluia.
O objetivo da
Igreja e da nossa equipe diocesana de liturgia é ajudar os padres e as
comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa
diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço
fraterno a todos
Pe. Benedito
Mazeti
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